A Mulher da Boate - Itahina escrita por kelly chan


Capítulo 11
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Capítulo XI está pronto!
Estou tendo dificuldade para escrever por conta da faculdade!
Mas eu não vou abandonar a estória!
Obrigada por continuar comigo!



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Eram sete e meia da manhã quando Itachi acordou.

Ele estava escorado na soleira da sacada do quarto do hotel, apreciando a paisagem que o sétimo andar lhe oferecia da cidade de Salvador. Havia chegado à capital às sete horas da noite passada, totalmente exausto da viagem. E agora, ali parado, sua mente projetou vários pensamentos. Lembrou da conversa que teve com sua mãe, a discussão com Sasuke e os assuntos da empresa. Soltou um suspiro leve, eram muitas coisas se passando em sua cabeça.

De repente, uma brisa soprou e o Uchiha sentiu seus cabelos soltos esvoaçarem levemente. Com isso, ele fechou os olhos. Provou o frescor do vento batendo em sua pele, fazendo-lhe ter arrepios. Soltou todo o ar que existia em seus pulmões e apreciou a calmaria em seu corpo. E sua mente, instantaneamente, projetou a imagem de Hinata.

“Por que estou pensando nela agora?”

 

*******

 

Com Konan ao seu lado, Itachi caminhava enquanto observava o prédio a alguns metros de onde estavam. A estrutura era parcialmente coberta por vidros espelhados que refletiam a movimentação e as paisagens do lado de fora. A faixada possuía duas listras que cobriam, do chão ao teto, o canto do edifício. Destacou-se sobre a porta de entrada o nome da empresa desenhado em letras cursivas.

O Uchiha passou pela porta de vidro automática e encontrou o local com bastante movimentação. No centro do ambiente, ele avistou um grande e redondo balcão de madeira clara. Os dois andaram até o móvel. Ao chegarem, Konan não demorou a falar com uma das funcionárias. Enquanto esperava sua secretária resolver os detalhes para sua entrada, Itachi percebeu que as outras mulheres daquele posto olhavam-no e faziam gracejos em sua direção. Ele colocou as mãos nos bolsos e virou seu corpo, ficando de costas para aquelas mulheres.

Não demorou muito para que Konan retornasse e o chamasse, falando sobre a liberação. O Uchiha e Konan foram guiados por uma das recepcionistas até o elevador. Enquanto o esperavam, foram instruídos quanto ao andar onde aconteceria a reunião e avisados de que seriam orientados por uma funcionária assim que chegassem no local. O sinal indicando a chegada do elevador soou e os dois entraram na máquina, sendo Konan a responsável por apertar os comandos no painel. Quando chegaram ao seu destino, logo foram recebidos por outra mulher. A funcionária primeiro os felicitou e depois os guiou pelo andar até uma porta dupla. Abriu-a dando passagem para que Itachi e Konan passassem.

Dentro da sala, havia uma comprida mesa retangular lustrosa na cor tabaco. As cadeiras perfeitamente alinhadas naquela e uma grande tela na parede do fundo à direita. O Uchiha notou que já haviam algumas pessoas ali dentro. Eram três homens. Um deles lhe era familiar, possuía um corpo magro e cabelos loiros que chegavam a ser dourados. Com certeza, ele era a pessoa com que negociava o acordo.

E como se soubesse que Itachi pensava nele, o tal homem deu um pequeno sorriso em direção ao Uchiha.

“Bom dia senhor Uchiha, como vai?” O homem falou enquanto se levantava. Rodeou a mesa e aproximou-se de Itachi.

“Bom dia, senhor Pain. Estou bem, obrigado.” Itachi disse e estendeu a mão para um cumprimento que foi aceito sem receios. Ao finalizar a saudação, ele continuou. “Esta é minha secretária, Konan.”

“Muito prazer, senhorita.” Pain virou-se para a mulher. Os olhos castanhos dele encontraram os de Konan. No mesmo instante, ele pegou a mão dela com um sorriso galanteador e beijou-lhe as costas das mãos.

“O prazer é meu.” Konan respondeu, fazendo uma pequena reverência diante do ato daquele homem.

Logo os outros dois homens foram se aproximando. O segundo a falar com Itachi foi o Sai. Ele era um homem um ou dois centímetros mais alto que si, tinha o cabelo tão negro que brilhava e sua pele clara o fazia se destacar ainda mais. Descobriu que ele era um dos donos e o principal estilista da empresa. O que de certa forma era previsto, já que este era o mais bem vestido dos três. Por fim, Itachi viu o último deles se aproximar e parar alguns centímetros de si. Os dois começaram a observar um ao outro. Itachi visualizou-o e o que mais havia lhe chamado atenção foi a cor perolada nos olhos dele. Isso o fez lembrar Hinata.

“Como vai.” Itachi foi retirado de seus pensamentos quando ouviu a voz do homem. “Sou Neji Hyuuga, o Vice-presidente.” Viu-o estender a mão em sua direção.

Itachi não tinha certeza, mas pareceu que o tom de voz de Neji estava rude. E no ato do cumprimento, surpreendeu-se quando o aperto de mão dele foi mais firme do que esperava. Além disso, retomando as palavras proferidas anteriormente, notou que o sobrenome dele era igual ao de Hinata. Itachi logo questionou-se se eles teriam algum parentesco.

No momento exato em que o Uchiha havia soltado a mão de Neji, o barulho da porta abrindo ecoou. Como reflexo, todos olharam em direção ao objeto para saber o que estava acontecendo. Todavia, Itachi não pôde acreditar em sua visão quando identificou a pessoa presente naquele instante. Suas sobrancelhas arquearam e seus músculos paralisaram por algum tempo. Impossível! Pensou o presidente da Zona Masculina.

 

*******

 

Ela estava parada atrás da porta.

Hinata respirou fundo enquanto sua visão vislumbrava a madeira da porta. Suas pupilas dilataram e sua mente perdeu-se em um buraco de escuridão. Ela sabia que somente aquela porta a afastava de vê-lo novamente. Entortou um pouco o salto do escarpam cor bege em seus pés à medida em que recobrava a consciência. Apertou a alça da bolsa que segurava em sua mão esquerda e lambeu os lábios. Por que tudo isso estava acontecendo? Perguntou-se.

Encontrava-se tão bem durante esses seis anos! Ela pensou e quase levou o seu salto de encontro ao piso. Claro, os primeiros dias depois de demitir-se foram difíceis. Sua cabeça insistia em lembrar Itachi a todo o momento. Somente quando estava com a mente em outras prioridades é que conseguia algum descanso. Então, passou a mergulhar de cabeça em seu trabalho. Junto com seu primo, Neji, começou a investigar e a criar novas estratégias para alavancar e criar vantagem competitiva para a empresa. Mesmo empenhando-se tanto, existia os dias em que a imagem do Uchiha aparecia em seus pensamentos sem que ela pudesse impedir. E Neji foi a pessoa quem esteve ao seu lado para ampará-la em tais momentos.

No entanto, hoje, todos os seus sentimentos tinham retornado como um Tsunami, destruindo toda a barreira a qual ela havia construído. Sua vontade era dar as costas e nunca mais pisar naquela empresa até que Itachi Uchiha voltasse para o Rio de Janeiro. Por que aquele imbecil tinha um bom olho para negócios! Irritou-se ao pensar.

Sete meses atrás, ela ficou chocada quando descobriu o andamento de um acordo entre a Novo Verão e a Zona Masculina. E sua preocupação aumentou ao saber que os trametes estavam sendo acertados diretamente com Itachi Uchiha. Hinata não acreditou. Mas ela era a culpada. Conhecendo Itachi como ela conhecia, deveria ter pensado nessa hipótese. Ele era muito esperto e nunca iria perder uma chance de expandir sua marca. Mas tudo já havia acontecido e não tinha volta. O máximo que ela deveria fazer era entrar naquele cômodo e tentar sair o menos ilesa possível. Refletiu, tentando aumentar sua autoconfiança.

Com a sua mão direita livre, pousou-a na maçaneta. Respirou fundo, repetindo para si mesma que tudo ficaria bem. Ao girar o objeto e ouvir a tranca abrir, seu corpo arrepiou-se da nuca aos pés. Não tenho mais escapatória, pensou. Juntando todas as forças que possuía, ela empurrou a porta e deixou-se ser visível às pessoas do ambiente.

A primeira coisa que viu foi a enorme mesa retangular de madeira. Em seguida, seus olhos viram um homem de costas. Hinata teve a certeza que aquelas costas eram de Itachi, mesmo depois de tantos anos sem vê-lo. Suas pernas pararam de se movimentar e sua atenção mantinha-se presa a ele. Ela pediu em pensamento para que ele não virasse. Mas como se tivesse ouvido e não quisesse cumprir tais ordens, visualizou-o virar o corpo em sua direção. Conseguiu sentir uma forte batida do seu coração. Era assim que se sentia quando tinha aquelas íris negras em seu encalço. Outra batida em seu peito. Seu coração reagiu quando conseguiu avistar a expressão de surpresa em Itachi. Os dedos tremeram. Seus olhos perolados estavam observando os deles e ele fazia a mesma coisa consigo. Com isso, ela descobriu que ainda gostava da sensação que aqueles olhos negros e profundos criavam nela.

Ela achou-se muito idiota por ter pensado que conseguiria sair desse reencontro ilesa. Eu mereço, pensou derrotada. Aquele idiota ainda continuava atraente tanto quanto antes. Um perfeito e delicioso pedaço de mal caminho, recordou o apelido ao qual o chamava. Sua mente reativou a lembrança da primeira vez que o viu na boate. Hinata sentiu seus olhos arderem e a necessidade de piscar não pôde ser evitada. Isso trouxe-a para a realidade aos poucos. Recobrado os sentidos, ela pôs-se a analisar as demais pessoas que ali existiam. A maioria já reconhecia, pois eram aqueles com quem trabalhava todos os dias. Porém, ela percebeu que existia uma pessoa ao lado de Itachi. Seu campo de visão logo estava nela e descobriu tratar-se de uma mulher. Ela permitiu que seus lábios se curvassem em um sorriso. Com o objetivo de conhecer a mulher, caminhou em direção a todos. Ao encontrar-se a três passos de distância, a Hyuuga aumentou o sorriso e pronunciou:

“Bom dia! Muito prazer, sou Hinata Hyuuga. A analista de planejamento estratégico.” Hinata parou sua mão em frente a Itachi.

Ela fez questão de direcionar sua visão até o rosto dele. Conseguiu visualizar que ainda tinha um pouco de surpresa em sua expressão sempre tão séria. Mas, sem que ela percebesse, a mão dele pousou na dela para o cumprimento. As peles se encontraram e Hinata sentiu o cérebro e os músculos pesarem com a tensão que percorria seu corpo. Ela desfez o contato rapidamente sem importar-se de ser rude ou não. Recuperando-se das sensações, passou sua atenção a mulher que tanto queria investigar. Analisou-a. Cabelos curtos e negro-azulados, olhos cor mel e o formato do rosto era oval. Descobriu que o nome dela era Konan e que era a secretária de Itachi.

Depois das formalidades, Hinata falou para todos se acomodarem e depois seguiu até a enorme tela presa na parede. De onde ela estava, a Hyuuga conseguia ter a visão de tudo e de todos. Tanto que viu a maneira como Itachi tratou sua secretária, pedindo-lhe que sentasse ao seu lado. E o mais incômodo foi ver como ela o retribuiu com um sorriso. Desde quando Itachi Uchiha aceitava tal ação? Refletiu. Seus olhos seguiram os movimentos da secretária, reparando melhor nela. Avaliou o corpo magro e esbelto que com certeza chamava atenção, principalmente, pelas roupas que destacavam-na de forma sutil e elegante. Konan sentou-se ao lado esquerdo de Itachi, ficando atrás dele em relação onde Hinata estava.

“Não quero ser inconveniente. Mas, acho melhor começarmos a reunião, não acham?” Hinata pronunciou, pegando um pequeno controle situado logo abaixo da tela. Sem esperar por respostas, ela prosseguiu. “Na mesa, em frente aos senhores tem uma pasta preta. Nela está a cópia do contrato. Por favor, abram na página três.”

“Essa página é a introdução. Ela informa como aconteceu todos os trametes necessários para o acordo…” A Hyuuga começou a falar sobre os índices contidos no contrato.

Durante sua apresentação, ela virava-se para os ouvintes esperando por qualquer questionamento que viesse a aparecer. Nessas viradas, algumas vezes foi capaz de identificar os olhares que a secretária do Uchiha lhe direcionava. Outras vezes, pegou Konan mirando de Itachi para si. Todas essas sutilezas ficaram martelando na cabeça de Hinata. Por que estou pensando nisso? Questionou-se ao finalizar sua explicação e ficar de costas para seus espectadores. Espera… Eu estou com ciúmes? Refletiu, arregalando os olhos. Percebendo aonde seus pensamentos a levavam, balançou a cabeça com força. Não, não. Não estou com ciúmes. Só estou curiosa! Respondeu para si mesma, tentado acalmar seu interior.

Após ter repreendido sua mente, a Hyuuga respirou e voltou-se aos presentes. Involuntariamente, seus olhos rumaram até a imagem de Itachi folheando a pasta. Ele, como se soubesse que ela o olhava, levantou a cabeça em sua direção. As íris peroladas conectaram-se as dele, passando a admirar o quão poderoso eram aquelas ônix. Tê-los tão focados em si, fê-la recordar das sensações de seis anos atrás quando passaram a noite juntos. Fechou os olhos e balançou a cabeça quando percebeu no que estava pensando. O que estava acontecendo comigo, refletiu. Como deixou que um simples olhar a fizesse retomar sentimentos que havia prometido deixar para trás. Por que estava prestes a perder o controle somente ao observá-lo? Droga! Xingou em pensamento. Eu não quero amá-lo nunca mais! Virou sua cabeça para não tê-lo em sua visão e conseguir finalizar a conferência.

“Caso não tenham…” Ela pigarreou, notando que sua voz estava rouca e falha. “Caso os senhores não tenham nenhuma dúvida, a reunião está finalizada.”

Ela pressentia que Itachi ainda continuava a observá-la. Temeu confirmar sua suspeita, por isso permaneceu com sua cabeça na mesma posição. Mesmo fazendo tal esforço, ela não podia mais negar. No fundo, ela sabia que nunca havia esquecido completamente. A aparição dele somente confirmou o que ela estava tentando negar durante todo esse tempo. Assumir tal fato deixou-a furiosa. Todo o trabalho que teve durante seis anos foi em vão. Seus olhos arderam e a única coisa que queria era sair daquela sala o quanto antes.

“Levem o contrato para uma análise.” Ela fungou enquanto começava a recolher suas coisas que havia deixando na mesa. “Amanhã faremos um jantar para assinatura e comemoração da união entre as empresas.”

“Desculpem por não continuar para conversarmos, mas tenho outro compromisso…” Hinata falou, mas foi interrompida por Pain.

“Mas é na empresa? Por que se for…” o presidente da Novo Verão não conseguiu terminar sua sentença, pois Neji acabou interrompendo.

“Ela precisa conversar com o diretor de finanças sobre os detalhes para a criação da filial no exterior. Lembra-se?” O Hyuuga retirou seus braços da mesa e os colocou nos braços da cadeira giratória, olhando para Pain. “É um assunto que precisa ser resolvido logo.”

Hinata agradeceu internamente por seu primo tê-la ajudado. No entanto, reparou que Itachi Uchiha estava prestando muita atenção na conversa. E conhecendo-o bem, sabia que ele não tinha acreditado na desculpa criada por Neji. Mas, a Hyuuga não se importou. Seu corpo somente pediu para livrar-se da presença dele. Então, com sua bolsa nas mãos, ela fez seus pés caminharem e aumentarem a velocidade de suas passadas.


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Notas finais do capítulo

O que achou?
Espero que tenha gostado!
Bjss de luz!!! Até o próximo!



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