Tempo ao tempo escrita por Lily


Capítulo 2
T W O




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Autumn

Assim como as estações a vida segue um ritmo diferente a cada ciclo, as vezes estamos por cima, mas as vezes estamos por baixo, somente temos que saber lidar com as situações e tentar dar a volta por cima com estilo. Caitlin sabia que uma hora ou outra ela e Barry acabariam brigando, era normal para todo casal, por que seria diferente com eles?

Ela só não esperava que aquela briga durasse mais que uma semana. Mas lá estava ela na porta do laboratório dele segurando Mendel nos braços, seu Jack russell terrier estava agitado e mal conseguia parar no lugar, ela o havia trago escondido dentro da bolsa, Barry amava aquele cachorro, então provavelmente seria um bom aliado naquela ocasião.

—Barry? - o velocista levantou a cabeça dos papeis que lia, ela sorriu e ergueu Mendel. – Minha oferta de paz. – ele nada falou, Caitlin levou isso como um bom sinal, se aproximou. – Sei que ainda está com raiva de mim, mas eu apenas estava tentando ajudar.

—Mas você acabou se colocando em perigo. – ele disse olhando diretamente para ela.

—Eu sei.

—Você devia ter me esperado como eu pedi.

—Eu sei, querido. Mas tinha uma garotinha ao meu lado que estava chorando muito. – explicou rapidamente, então colocou Mendel no chão e puxou uma cadeira para perto dele. – Se você visse o jeito como ela estava.

—Eu sei, Cait.

—Meu amor, eu estava tão nervosa e não pensei duas vezes em atacar ele, tinha até me esquecido que tinha poderes. – pegou uma das mãos dele. – Por favor não fica com raiva de mim, eu não sabia que ele tinha aquele canivete.

—Você nunca me escuta. – Barry se levantou irritado.

—Não é verdade. – ela retrucou.

—Se você tivesse me ouvido, não estaríamos brigando.

Caitlin revirou os olhos.

—Podemos ter uma conversa civilizada pelo menos uma vez, antes de você surta e bancar o namorado superprotetor?!

—Eu não...

—Nem ouse completar essa frase Barry, sabemos muito bem onde isso vai parar. – ela fechou os olhos respirando fundo. – Eu tentei ter uma conversa normal, mas obviamente seu orgulho não deixa.

Ela se levantou, se sentia cansada, já haviam voltado a aquela discursão várias vezes e sempre terminava da mesma maneira.

—Caitlin...

—Não. Se você quiser pode continuar com essa discursão boba, mas pra mim já deu. – suspirou e se encaminhou até a porta, Barry a puxou pelo braço.

—Espera. – ele pediu, Caitlin tentava controlar as lágrimas que ameaçavam cair. – Caitlin eu...

—Por favor poupe suas desculpas.

—Não é uma desculpa, é uma afirmação. Quando você se colocou na frente daquele bandido naquele dia, por um milésimo de segundo pensei que te perderia e isso me afetou muito. – Barry revelou. – Não suportaria te perder, não sei se conseguiria viver com isso. Por isso estou irritado, esses últimos seis meses foram completamente voltados para você, mesmo que não acredite. Caitlin eu te amo.

—Eu sei, eu também te amo, mas já estou cansada dessas brigas.

—Eu também.

Barry a abraçou e beijou o topo de sua cabeça.

—Não posso mais ficar longe de você, pretty.

—Então não fique.

...

Caitlin apoiou a cabeça na janela enquanto observava os últimos raios de sol sumirem no horizonte, sentiu os braços de Barry a envolverem, ele tinha cheiro de chocolate e menta. Ela inspirou profundamente.

—Eu te amo. – ele sussurrou.

—Eu sei.

...

Barry teve que segurar a risada diante da cara adorável que Caitlin fazia, sua adorável namorada parecia preste a se jogar em Íris e arrancar fio por fio do cabelo dela.

—Desculpa, mas o que foi que você falou mesmo. Pode repetir? – indagou cuidadosamente.

—Tenho um encontro para você. – Íris disse já impaciente. – A irmã de um colega meu acabou de voltar de Tóquio e está sozinha está noite, então topa?

Ele engoliu seco sobe o olhar mortal de Cait, ela está por trás de Íris e distante de Cisco, este já não prestava tanta atenção na conversa, tanto ele, como Joe já estavam cansados de todas as tentativas de Íris.

—Não dá Íris.

—Por que não?

—Eu estou saindo com uma pessoa. – revelou, Íris arqueou a sobrancelha confusa.

 -Como?

Cisco se aproximou, atento a conversa.

 -Pra início de conversa, não vou dizer quem é ela. – lançou um olhar rápido para Caitlin, ela parecia nervosa.

—Por que?

—Porque se eu falar você vai pesquisar sobre a vida dela e muito provavelmente sua ficha na polícia. – falou, Íris abriu a boca indignada. – Eu te conheço West.

—Ok, mas a quanto tempo vocês estão juntos?

—Alguns meses.

—O que! Como assim? Por que você não me falou nada?

—Porque eu sabia que você ia reagir assim. – apontou. – Você é meio psicopata quando quer.

Caitlin sentia as palmas das mãos soarem, eles haviam prometido que não contariam nada pra ninguém, pelo menos por enquanto.

—Pode pelo dizer se conhecemos ela. – Cisco insistiu.

Barry abriu a boca para responder, porém o alerta começou a tocar, o velocista saiu correndo deixando tanto Íris quanto Cisco confusos, Caitlin suspirou aliviada, talvez eles pudessem enrolar mais tempo, talvez...

Às vezes, ela pensava em como seria bom ter uma vida normal, sem metas ou ameaças de morte eminente. Talvez se sua vida fosse normal ela e Barry nunca tivessem se conhecido, é sempre engraçado imaginar como seria nossa vida se algum fato nunca tivesse ocorrido.

 A vida é como dominós enfileirados um atrás do outro, se um é derrubado em consequência o outro também é e assim sucessivamente, cada escolha, cada erro, cada acerto que cometemos se sucederá algo, que pode ser maravilhoso ou assustador, depende muito do ponto de vista de cada um. Se pensarmos bem, nossa vida é uma serie de momentos que ficam cravados ou se dissolvem com o vento, temos que saber guarda o que é mais valioso e se desprender daquilo que não merecemos, isso pode até parecer uma droga, mas é a vida.

Caitlin sabia que sua vida nunca seria normal, mas pelo menos em meio a essa loucura ela encontrou algo em que se agarrar, literalmente e figurativamente, ela tinha uma âncora, tinha Barry.

—O que você acha desse vestido?  - ela indagou olhando no espelho mais uma vez.

Barry a encarou, sua Caitlin vestia um lindo vestido azul justo, poderia até ser simples, mas havia algo nela que deixava qualquer coisa especial.

—Está perfeita.

Ela sorriu e caminhou até ele, Barry a abraçou pela cintura, como estava sentado na poltrona deitou a cabeça sobre o abdômen dela. Os dedos de Caitlin brincavam com algumas mechas do cabelo dele.

—Temos mesmo que sair hoje? – ela perguntou manhosa.

—Íris iria me matar se eu não fosse. – murmurou.

—Ela só te quer lá para tentar descobrir mais sobra a sua nova “namorada”.

—Por que não abrimos logo o jogo pra eles?

—Não sei. – ela se afastou indo pegar os sapatos.

—Você está pronta?

—Quase. Só falta passar o batom.

—Não, pretty. Quero saber se você está pronta para dizer a todos estamos juntos.

Caitlin parou com um dos saltos na mão, fazia um bom tempo em que eles pensavam em contar a verdade para os seus amigos, mas algo impedia, ela não sabia exatamente o que.

—Podemos esperar um pouco mais, por favor. Sei que vai fazer quase sete meses, mas eu ainda não me sinto segura.

—Ok, esperaremos mais um pouco. – ele ratificou sorrindo, ela sorriu de volta.

Deus como ele amava aquele sorriso. Deus como ele a amava.

...

A amizade, assim como o amor, é um reflexo involuntário, criamos um laço com pessoas por afinidade ou porque temos o mesmo gosto. Amigos são aquelas pessoas que sabemos que sempre poderemos contar, seja para salvar a cidade ou tomar uma cerveja em bar mais próximo. Caitlin encarou a espuma branca de sua cerveja quente, nunca fora uma pessoa que gostava desse tipo de bebida, embora só tivesse experimentado uma vez na faculdade, preferia drinques mais fortes ou coquetéis sofisticados.

Levantou a cabeça e encontrou os olhos de Barry, sorriu.

—Você tem certeza que quer ir comigo visitar minha mãe? – indagou, o velocista assentiu.

—Estou ansioso para conhecer minha sogrinha.

Eles viraram a cabeça observando Cisco, Íris, Felicity e Oliver jogando dardos, era bom tirar um tempo de toda aquela confusão que era a vida deles. Respirar um pouco, apreciar a companhia dos amigos.

—Você achar eles suspeitam sobre nós? Digo sobre estarmos juntos? – Barry perguntou, fazia um bom tempo que ele estava com essa pergunta na cabeça, ele e Caitlin já estavam juntos a meses, então devem ter feito algo que levantasse suspeitas, mas se fizeram, ou seus amigos eram desatentos demais para perceber ou eles preferiram manter só pra si.

—Não sei. – ela deu de ombros, encostou o dedo no copo de cerveja que em segundos ficou envolto de uma camada de gelo bem fina. – Quer? Sabe que não gosto de cerveja e ela está bem gelada.

—Não, muito obrigada. Acho que Cisco pode apreciar isso por mim.

Caitlin riu, mas de repente parou olhando pra entrada do bar. Seu rosto começou a ficar vermelho, em sua cabeça a única coisa que se passava era métodos de tortura vitorianas. Barry notou a súbita mudança de humor da namora, virou-se dando de cara com Patty.

—Você não precisa ficar com ciúmes. – ele disse.

—Não estou com ciúmes. – ela retificou. – Mas o que ela está fazendo aqui?

—Patty veio passar uns dias de folga aqui com o noivo dela. – Barry deu ênfase para esta última parte, viu quando a carranca de Caitlin relaxou.

—Que bom pra ela.

Barry riu e então falou:

—Você fica tão fofa quando está com ciúmes.

—Quem fica fofa quando está com ciúmes? – Felicity pergunto se aproximando.

—Caitlin. – Barry disse para a surpresa dela. – Mendel gosta mais de mim do que dela, ele tem bom gosto.

A doutora revirou os olhos, Felicity gargalhou, ela já estava um pouco alta devido a bebida.

—Se a dona tivesse o bom gosto do cachorro. – a Queen murmurou. – Então, Íris disse que você está namorando, qual o nome dela? Ou é ele?

—É ela. Adoro quando questiona minha sexualidade. – Barry ironiza, uma Felicity bêbada era pior do que uma sóbria. - E não, eu não vou falar o nome dela.

—Por que?

—Porque não é dá sua conta. – ele respondeu calmamente, Caitlin sorriu.

—É aí que você se engana, Allen. - Felicity gargalhou novamente, então virou a cabeça pronta para gritar por Oliver. – Ei, aquela não a Patty?

Caitlin seguiu o olhar da amiga.

—Como você sabe que é ela?

—Cisco me contou. – ela deu de ombros. – O que é? Gostamos de fofocar sobre a vida de vocês por mensagens.

Barry agradeceu mentalmente quando viu Oliver se aproximar.

—Você pode por favor mandar sua esposa calar a boca. – ele pediu.

—Não posso, é o nosso trato, ela tenta segurar a língua quando estamos no meio da imprensa, mas quando beber pode falar o que quiser.

—Belo acordo. – Caitlin murmurou ironicamente.

—Ei pessoal, olha o que eu achei no meio do caminho. – Íris cantarolou se aproximando. Barry sorriu, mas parou quando viu quem ela puxava. – Patty!

Caitlin encarou Barry, seu olhar dizia claramente, ela tem que sair. É claro que ela tinha que sair, Caitlin podia negar até a morte, mas ela era ciumenta e ele sabia muito bem disso. Sua namorada tinha o péssimo hábito de agir por impulso quando estava enciumada, como aquela vez no parque de diversões e ela derrubou “sem querer”, entre aspas mesmo, o sorvete em uma garçonete que os atendia e estava dando em cima dele.

Mas com Patty já era mais complicado, eles tinham uma história e Caitlin sabia disso, e odiava.

—Então Patty onde está se noivo? – sua namorada perguntou indiferente.

—Ele já foi. – Patty disse meio... entristecida?

—Desculpa perguntar, mas aconteceu alguma coisa?

—Não é nada Íris, mas nós terminamos. – ela revelou.

—Como? – Caitlin apertou o copo de cerveja que lentamente foi-se congelando em sua mão.

—Ele foi embora, nossas ideias já não se batiam, não estávamos mais na mesma página.

—Nossa que pena.

Barry se segurou para não revirar os olhos, como Caitlin estava sendo sarcástica, ele sabia que tinha apenas alguns minutos antes dela fazer alguma coisa “sem querer” com Patty.

—Caitlin, vamos pegar mais bebidas? – a puxou pela mão até o bar, quanto mais longe, melhor. – Por que você tem que ser tão ciumenta?

—Eu não sou ciumenta. – ela retrucou cruzando os braços.

—Claro que não é. – ele se aproximou dela, olhou por cima do ombro para a mesa. – É apenas uma pequena psicopata.

Caitlin fez uma careta, mas mesmo assim riu. Barry passou a mão pela cintura dela e então sussurrou em seu ouvido.

—Você sabe muito bem que desde de que estamos juntos, não tenho mais olhos pra nenhuma outra mulher. Não banque a ciumenta pretty, não combina com você.

—Sabe quando você me perguntou quando poderíamos revelar para eles que estamos juntos? – ela indagou, Barry riu já sabendo onde aquela conversa iria parar.

—Você é realmente um gênio do mal.

Caitlin se virou, eles estavam tão perto que ele podia ouvir, mesmo com a música alta, o som do seu coração batendo descompassado, ela estava nervosa, mas parecia determinada.

—Então, você vai me beijar ou vamos ficar enrolando? – ela perguntou em sussurrou totalmente sexy.

Ele se inclinou e a beijou, todos os seus beijos, pelo menos em público, eram calmos e delicados, embora não houvesse nada de anormal algo diferente, algo libertador.

—Satisfeita agora?

—Completamente.

Winter

Amamos esperando ser amados de volta na mesma intensidade, porque o amor é assim. Caitlin e Barry se amavam, isso era um fato comprovado, todos viam isso, mas será que aquele amor podia ser multiplicado? A vida as vezes tem um jeitinho confuso de mostrar que tudo vai ficar bem, mesmo nos piores ou melhores momentos.

—Jesus você está péssima.

—Ah obrigada, toda mulher adora ouvir isso.

Barry riu, então se sentou na cama ao lado da namorada.

—É realmente não devíamos ter ido naquele restaurante ontem, Joe disse que Íris também não está bem.

—Maldito japonês. – ela resmungou puxando o lençol sobre o queixo. Seu estomago dava voltas e mais voltas, a luz do sol incomodava e o cheiro de qualquer coisa a fazia correr para o banheiro.

—Ok, olha eu tenho que voltar para a CCPD, então qualquer coisa me liga. – beijou o topo da cabeça dela.

—Nossa que legal, sua namorada está doente e você vai trabalhar.

—Não é como se você tivesse preste a morrer. – ele falou. Caitlin abriu a boca para retrucar, mas a fechou a rapidamente e correu para o banheiro. – Ok, vou ligar pro capitão.

Caitlin apoiou-se na pia respirando fundo, Barry bateu na porta.

—Já vai.

—Vou na farmácia comprar algum remédio para vomito, depois vou no Joe pegar um pouco da canja que ele fez para Íris, você vai ficar bem?

—Uhum. – confirmou em um resmungo, sentia que se abrisse a boca vomitaria tudo o que havia comido.

—Ok, fica calma eu volto logo.

Ouviu a porta da frente se fechar, então tomou coragem para destrancar o banheiro, encarou o pequeno pedaço de plástico a sua frente. Não havia sido a comida do restaurante japonês que a fizera mal, era outra coisa, uma coisa pequena e muito preciso para ela, e se aquelas duas marquinhas estivessem certas, ela era oficialmente a pessoa mais feliz da face da terra, ou pelo menos seria até Barry descobrir.

Havia começado a algumas semanas antes das festividades de final de ano, não se importou pensando que era normal, mas depois de um tempo, quando sua menstruação não veio e seus desejos aumentaram, começou a ligar os pontos, primeiro não achava possível, ela e Barry eram sempre cuidadosos, mas as vezes exageravam um pouco. Mas agora, ali naquele pequeno banheiro, segurando o que seria a prova que realmente existia uma vida dentro dela, Caitlin se esqueceu de todos os porém de todos os mas, agora não só havia ela e Barry.

...

Havia neve por todo o gramado daquela mansão, o garotinho loiro brincava de fazer anjinhos sobe o cobertor branco e sorria com sigo mesmo. Caitlin sorriu para Felicity, que observava o enteado com atenção.

—Ele não vai se machucar, você sabe disso, não é?

—Eu sei. – a Queen abaixou os braços e fez carinho em Mendel quando ele passou por elas e correu em direção a criança.

—Não acha que está na hora de dar um irmãozinho ou irmãzinha ao Will?

—Eu queria, mas Ollie tem medo de que algo possa acontecer comigo. – Felicity suspirou, Caitlin cutucou um pouco de neve com a ponta da sapatilha, estava evitando saltos. – E você e Barry?

—Ainda não conversamos sobre isso, estamos juntos a pouco tempo. – explicou.

—Dez meses não é pouco tempo. – Felicity retrucou, então empurrou a porta da varando entrando na casa.

—Pode até ser, mas... eu não sei, nunca tocamos no assunto abertamente, sei que ele quer ter filhos assim como eu. – se sentou em uma das cadeiras da bancada, Felicity gentilmente pediu para uma das suas empregas preparar três copos de chocolate quente, um dos privilégios de ser rica era não fazer porra nenhuma na sua própria casa.

—Você e o Barry são as melhores pessoas para serem pais, tenho plena certeza disso.

Caitlin suspirou. Talvez Felicity estivesse certa, talvez ela futuramente fosse uma boa mãe ou talvez ela fosse o tipo de mãe que deixasse o filho com a babá 24 horas por dia. Inconscientemente colocou a mão sobre a barriga, ela não estava grande, mas Caitlin podia sentir um leve inchaço sobre seu abdômen, seu filho estava ali.

—Agora me explica uma coisa, como vocês conseguiram manter isso escondido durante todo esse tempo?

—Fomos bens discretos no início, tivemos alguns deslizes aqui e ali, mas tentamos manter a calma. – explicou sorrindo.

—Eu nunca suspeitei, na verdade só uma vez quando estávamos no Jittlers e ele chamou você de pretty, não liguei naquela hora, mas achei muito estranho.

—Barry só me chama de pretty quando estamos sozinhos, mas as vezes sai sem querer, acho que é costume. – pegou a xicara de chocolate e levou até a boca, o gosto doce fez seu estomago se acalmar.

—Oliver nunca me deu um apelido fofo. – Felicity resmungou. – Idiota.

...

Barry desceu os beijos pelo pescoço de Caitlin, eram sete da manhã de um domingo de inverno e eles ainda estavam na cama enrolando para levantar. A puxou pela cintura colando seus corpos, Caitlin gemeu baixinho.

—Acho que devíamos nós levantar. – ela murmurou.

—Ou podemos ficar aqui o dia todo. – sugeriu.

Caitlin riu melodicamente, se afastou e o encarou, ela estava tão delicada sobe a luz da manhã, o cabelo bagunçado, o rosto tão natural, o jeito como mordia o lábio inferior.

—Tem algo de errado? – perguntou.

—Não é nada...quer dizer é uma coisa, mas é um pouco confusa de explicar e realmente eu não sei como te contar isso. – ela obviamente estava nervosa, pois ele quase nunca a vira se enrolando com as palavras.

—Que tal a gente comer alguma coisa? – ele sugeriu e ela suspirou aliviada. Provavelmente a conhecia muito bem para saber que ela estava preste a ter um ataque cardíaco.

Barry se levantou puxando uma camisa pela cabeça, ela seguiu seu exemplo, caminharam até a cozinha abraçados.

Caitlin sempre considerou seu apartamento pequeno, era bom para apenas uma pessoa ou um casal, mas para um bebê não era. Bebês precisam de espaço, de lugares abertos, como o apartamento de Barry. Muitas vezes se pegava pensando como seria se eles morassem juntos, mas sempre achava muito cedo, bom pelo menos agora ela tinha uma desculpa decente.

—Quer café? – ele indagou.

—Não obrigada, prefiro suco.

Ele arqueou a sobrancelha um pouco intrigado.

—Por acaso você começou alguma dieta que eu não saiba? Está evitando café faz algum tempo. – Caitlin baixou o olhar encarando copo com suco de laranja. – Assim como seus saltos. - ela entreabriu a boca um pouco surpresa. – Acha mesmo que não notar que agora eu tenho que me abaixar para te beijar. Deus, mas você é pequena.

—É sobre isso que temos que conversar. – ela disse sobe o olhar atento dele, Barry pegou sua mão entrelaçando os dedos. – Eu realmente tenho evitado os saltos, o café, as frituras do Big Belly Buger, eu... – hesitou, tomando coragem, apertou a mão dele. – Barry eu estou...

O barulho irritante soou pelo apartamento, estava tão alto que ela tampou os ouvidos com as duas mãos, Barry pegou o celular em cima do balcão, alerta de ataque meta, ele suspirou e saiu correndo.

...

Caitlin nunca pensou que iria enrolar tanto para contar alguma coisa a Barry, mas dar a notícia de sua gravidez não estava sendo o melhor exemplo disso. Foram necessárias sete tentativas para ela desistir de tentar e esperar. E foi em uma dessas noites em que o céu estava estrelado e tudo estava calmo que ela finalmente conseguiu falar.

—Barry, eu estou grávida.


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