Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 34
Fright Night - Part 9


Notas iniciais do capítulo

O Desespero continua! FELIZ NATAL A TODOS! E muito obrigado por estarem aqui! A Fic terá 40 capítulos e estou a poucos passos de revelar o assassino e um grande SEGREDO! Espero que gostem, até lá, fiquem com uma dose de desespero!



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—Reese, consegue fazer algum carro pegar? - Disse Claire brilhando os olhos de esperança, vendo a mesma bufar em resposta, transparecendo o enorme cansaço que a pergunta lhe causou:

—Não é impossível. Mas vai dar trabalho.
—OK, bom... Isso é bom. Pelo menos temos alguma chance.
—Defina "Chance", menina.
—Olha, vamos fazer o seguinte. Reese fica aqui e tenta fazer algum dos carros pegar. Ligação direta, sabotagem, macumba, eu não ligo! Alguma coisa tem que funcionar. Enquanto isso, eu, Edward e o resto de vocês vamos dar uma olhada lá fora pra ver se achamos a Quinn.
—Nem pensar! - Protestou Paul.
—Como é, querido? -Questionou levantando uma sobrancelha.
—Dá um break aí, "Amiga". -Retrucou o jornalista fazendo sinal de "Tempo" com as mãos.

Ripley o respondeu com silêncio, botando as mãos na cintura formando sua pose de indignada ao deixar o moleque continuar:

—Você está sugerindo... Que a gente vá dar uma de "Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar" lá fora.. Com um assassino à solta.. Seguindo o rastro da garota que ACABOU de desaparecer sendo que ela estava bem ao nosso lado o tempo todo? Pra quê? Pra acabarmos encurralados num beco sem saída após termos encontrado o corpo mutilado de uma universitária, estando até o pescoço cobertos de gritos e sangue enquanto Reese, numa performance de "Paul Walker", liga um desses carros e acelera com tudo escapando do massacre na faculdade arrebentando os portões, deixando a gente pra trás pra sermos encontrados numa pilha de corpos que vai ter a imagem borrada quando aparecer no noticiário?...

E com seu clássico semblante de deboche, Claire respondeu a altura.

—Exatamente. Agora coloca essa bunda pra fora daqui antes que eu enfie meu braço no seu rabo.
—Tudo bem. Vamos nessa. -Concordou ele, sarcástico.
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—Quinn!!! - Berrou a "Diaba" do lado de fora diante da faculdade deserta à sua volta, em meio a garoa, puxando fôlego para gritar mais alto fazendo conchinha com as mãos, posicionando-as em volta dos lábios fazendo um "Alto-Falante" amador: - Quinn!!!!!
—Pessoas mortas não são surdas, Claire. -Comentou Kenny irônico, pisando para fora do estacionamento assistindo curioso a cena.
—Isso se ela estiver mesmo morta. A Vadia pode ter simplesmente dado no pé.
—Se ela deu no pé, então por que deveríamos nos importar com o bem estar dela? Digo, se fugiu... É porque não dá mínima pra gente.
—Dar no pé, e CONSEGUIR fugir são duas coisas diferentes. Quinn pode não ter chegado onde queria... Já pensou nisso?
—Como eu disse, Morta.
—Quinn!!!!!!!!!! -Insistiu em mais um berro.
—Pelo amor de Deus! -Exclamou Ed saindo do local, sendo alvejado pelas finas gotas d'água que caíam do céu escuro. -Assim vai nos entregar, Claire. -Recostou no batente da porta de braços cruzados.
—Até parece que ele não sabe onde estamos, Edward.
—É, mas precisa tocar o sino do jantar?
—Quinn!!!!!!!!!!!!!!!
—Eu desisto.. Sério. -Olhou desanimado para Kenny, que mordeu um lábio balançando a cabeça em negação, dizendo:
—Se não pode vencê-los, junte-se a eles. -Afirmou dando um passo à frente, juntando-se a Claire na gritaria: -Quinn!!!!!!!!!
—Quinn!!!!!!!
—O que eles estão fazendo?? -Kirsten colocou a cabeça para fora espiando a situação, abraçada em si mesma tremendo de frio atraída pelos gritos.
—Ao meu ver... -Respondeu Ed. -Estão tentando invocar o Freddy Mercury. Volta pra dentro amor, você não está bem.
—Tá bem... -Afirmou fungando o nariz e retraindo a cabeça de volta, recolhendo-se para dentro do estacionamento.
—Quinnn!!!!!!!
—Quin!!!! -Se juntou Kenny gritando ainda mais alto, causando um eco que se estendeu por todo o local, deixando Claire embasbacada.
—Nossa... -Comentou impressionada. -Se ela não ouviu isso...
—É, eu sei.

Foi quando Paul e Lizzie puseram a cara à tapa, emergindo do estacionamento se aproximando da dupla berrante. A garota é quem implorou:

—Claire, vamos voltar lá pra dentro, por favor.
—Podemos voltar, Lizzie. Mas você conseguiria dormir sabendo que podia ter ajudado alguém e não o fez? Nós não sabemos o que houve com a Quinn. Não tem um corpo aqui fora, nada... Então até que se prove o contrário, ela está por aí.
—Eu sei. Juro que sei disso. Mas aqui fora somos Patos sentados!


Kenny respirou fundo antes de falar alguma coisa:

—Eu sabia que tinha alguma coisa errada com ela.
—Com a Quinn, você diz? -Retrucou Claire.
—Sim. Ela não tava com uma cara boa. Sinceramente aposto que fugiu. Eu não vi ela entrando no estacionamento com a gente. A última vez que a vi, ainda estava aqui fora com aquela cara de traumatizada. Deve ter saído correndo ou sei lá.. Entrado em Pânico.
—Isso é possível. Mas se ela foi pra alguma direção, só pode ter sido essa. -Afirmou Ripley apontando para a esquerda, onde se via uma passagem aberta e ampla que daria no campo de futebol e as outras áreas de Lazer da faculdade e consequentemente, o estacionamento de estudantes. -Porque eu duvido seriamente que ela teria voltado aos dormitórios... DUVIDO.
—E Você está disposta a seguir um rastro fantasma?

Definitivamente aquele era um olhar de dúvida em Claire diante da pergunta. Não gostava de não saber onde a menina estava ou se algo tinha de fato acontecido com ela. Mas pensar em sair andando assim a noite embaixo da garoa chamando a mesma pelos cantos... Não parecia boa ideia. Era muito mais confortável berrar o nome dela sem sair daquele lugar e estar cercada de gente. Ainda sim, seu "Heroísmo" interior momentâneo estava em conflito com seus instintos de sobrevivência. O que queria transparecer, e o que sentia.. Eram duas coisas diferentes. Antes que seu silêncio diante do questionamento se tornasse constrangedor, foi salva pela voz de Reese que gritou de dentro chamando-a irritada:

—Capeta! Vem cá, por favor!

Fugiu da conclusão depressa cortando o assunto:

—Eu já volto! -Saiu de cena um tanto nervosa e decepcionada consigo mesma, desaparecendo estacionamento à dentro em passos velozes, passando direto por Edward encostado na porta sem nem fitá-lo.

—Uau... - Comentou Lizzie despreparada. -Isso foi bizarro. Geralmente ela responde tudo na lata.
—É. - Concordou Kenny. -Ela não está bem.


Paul metido entre os dois, colocou um ponto final na história batendo uma palma desanimada e arregalando os olhos de forma cartunesca:

—Okey... Então.. "Caça ao cadáver". Alguém se habilita?

O garoto pálido e a jovem louca do dormitório evitaram a pergunta desviando o foco uns dos outros, fingindo prestarem atenção no ambiente ao seu redor, dando a Paul a resposta que o mesmo já esperava:

—Foi o que eu pensei.
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—Fala, Reese. - Caminhava Claire até ela em posição tensa.

Reese se encontrava segurando o revólver ao contrário, mantendo o cabo da arma para frente diante do carro do Heitor. Ao perceber, Claire perguntou:

—O Que está fazendo?
—Vou quebrar a janela senão adeus fuga.
—Acha que consegue fazer o carro pegar?
—Disso eu tenho certeza. Mas aproveitei a calmaria para conversar um pouco com você.
—Pode falar, sou toda ouvidos. -Cruzou os braços, séria.
—Eu já estava querendo falar com você faz tempo, ninguém te avisou?
—Sim, a Lizzie mencionou. É que com toda essa confusão.. Sabe como é.
—Tudo bem. Mas... Você sabe, não é? Sobre Pendleton.
—Do quê? - Se fez de desentendida.
—Não é a primeira vez que isso acontece.
—Ah, sim. Estou sabendo. Stanley Hall, não é?
—Correto.
—Você estava lá?
—Sim. Fui a única que saiu daquele lugar numa ambulância de resgate ao invés de uma do Legista.
—Nossa.
—Eu não sou trouxa, Claire. Eu sei muito bem que tudo isso não tem nada a ver com proteger essas bundas universitárias. Tem alguém atrás de você, e só você. Todo o resto é "Bode Espiatório".
—"Bode" o quê?
—É um termo policial.. Pra quando alguém comete um crime para acobertar o outro. O Criminoso deixa a polícia concentrada numa pista falsa, enquanto faz seu verdadeiro ataque. Alguém está matando todo mundo aqui em Pendleton pra criar a ilusão de que há um assassino em série a solta, quando na verdade.. O Alvo é você. Enquanto a polícia procura um louco qualquer, não estão protegendo a única pessoa que deveria ser salva: Tu, querida.


Havia ficado Claro então. Não era só Claire e o restante que tinham chegado a essa conclusão. A esperteza de Reese bateu contra Ripley a deixando boquiaberta. Ao mesmo tempo em que queria lhe parabenizar, também levantou secretamente uma sombra de suspeita perante a segurança. Afinal, ela era mesmo tão esperta assim? Ou era isso que a queria fazer pensar? "Reese como suspeita?", Essa é nova. Mas sua mente escondia a verdade de seus pensamentos com palavras sarcásticas e debochadas que saíram em seguida:

—Um prêmio para Reese! Mas de que adianta sabermos disso se todo mundo ainda está morrendo? Fala sério, Reese. Eu sendo o alvo ou não, isso não muda o fato de que todos aqui estão com um alvo bem grande nas costas. -E Lá dentro no seu inconsciente, sua voz interior lhe martelava ligando os pontos em seu raciocínio lógico atormentador, do qual se arrependera de cada detalhe que juntou escondido em sua psique. De como Reese estava presente nos antigos assassinatos de Pendleton nos anos 90, em como ela havia deixado aquelas coisas escritas no livro "Lenda Urbana" da biblioteca, o mesmo livro do qual Minnie fora mutilada por tentar obter. O Assassino que ressuscita o passado mórbido da faculdade repetindo os atos criminosos de modo hediondo.. Poderia estar bem na sua frente, usando uma farda.

—Bom, mas o que importa é que vamos sair daqui, Claire.
—E Com um enorme peso na consciência, né? Se esqueceu que se sairmos daqui a tal da Clarice Morre?
—Será mesmo? - Questionou Reese com uma dúvida cínica e significativa, abrindo mais uma possibilidade que retomou em Claire sua odiosa expressão de "Por quê eu não pensei nisso antes?"
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—Ed... -Kirstin se aproximou cabisbaixa chamando a atenção do garoto 100% focado no trio lá fora.
—Fala amor. -Respondeu dando as costas a noite, ficando diante dela portando um incômodo olhar de pena.
—Eu estou com frio... O Vento tá entrando aqui e acabando comigo, pode encostar um pouco a porta?
—Tá, deixa só eu avisar o pessoal aqui pra eles não pirarem, ok? Vai lá mais pro canto... -Apontou numa direção qualquer. -Onde o vento gelado não te pega, já vou ficar com você, me dá um instante.
—Tá bom. -Concordou balançando a cabeça, dando meia volta desanimada.

Graim suspirou voltando-se a vista dos três em círculo na geada noturna, sussurravam uns pros outros, pareciam conversar sobre algo que não deveria ser ouvido.

—Gente! -Chamou, interrompendo o trio, fazendo aquelas cabecinhas virarem-se contra si. -Olha.. A Kirstin tá morrendo de frio eu vou só encostar aqui um pouco, tá tudo bem?
—Tá... -Disse Lizzie. -Mas falar pra Claire vir logo, se ela demorar mais um minuto eu entro e acabou.
—É, eu também. -Acentiu Paul. -Não vou ficar aqui fora de Palhaço não.
—Eu vou chamar ela agora... -Esticou o pescoço para o lado aumentando a voz afim de que Claire escutasse seu grito: -Diaba! O povo tá te esperando aqui, vão atrás a Quinn ou não?!

E De dentro, a resposta aguda e raivosa da menina veio em berros:

—Já to indo, caralho!!!! Porra, não dá pra esperar um segundo?!

Ed se voltou ao grupo com uma cara espremida como se tivesse com um gosto azedo na boca ao ter a voz fina e alta irritada lhe atingindo os ouvidos, levando ao trio um semblante de "Pois é, ela é assim".

—Viram? -Disse descontente. -Olha, só vai levar um segundo, prometo. -Esticou o braço alcançando a porta escancarada.
—Tá, mas não demora por favor! -Avisou Lizzie tentando ser ouvida por Claire ao fundo, de costas a todos engajada num papo com Reese.
—Pera aí, galera. -Acenou Edward empurrando a porta pesada de metal, sentindo o vento que o acertava nos cabelos aos poucos desaparecer.

O Ranger metálico se deu diante dos três, que não gostaram nada de serem "Deixados" do lado de fora enquanto a "Rainha Vadia" conversava. O Baque da porta exterminou qualquer ruído que viesse de dentro do estacionamento ao ser fechada, deixando do lado de fora a sensação de solidão e vazio no trio, que iluminados pelas não tão eficazes luzes nos postes, se entreolharam em interrogação.


—E Agora? - Gesticulou Paul erguendo ambas as mãos na altura dos ombros.
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—Então esse tempo todo, Reese.. Nunca ninguém descobriu mesmo quem era o assassino de Pendleton?
—Nem uma pegada sequer, Claire. O desgraçado ou seja lá quem for... Fez o que fez e desapareceu.
—Não acha que isso tenha ligação, certo?
—Talvez sim, talvez não. Aquele professor... O Matthew. Ele estava aqui quando aconteceu. Conhecia as vítimas e podia até ser chamado de "Sobrevivente", embora não tenha merecido o título para falar a verdade.
—É.. E ele também está morto.
—Coincidência ou não.. Não acho que tenha uma ligação. Mas é bem possível que essa história toda tenha servido de inspiração pra esse seu louco mascarado.
—É, e agora o quê? Temos que impedir que a história se repita? Me poupe, isso parece até coisa de filme lançado direto em Home Video. E na real, sempre achei que isso fosse tudo Lenda Urbana.

Reese a lançou um flamejante olhar antes de proferir:

—Lenda Urbana é o meu rabo. -Rápida e feroz, pegou impulso com o revólver que segurava. Tascando o punho para frente como num arremesso urrando brevemente, usando o cabo da arma para golpear o vidro da janela do Carro do Heitor, espatifando o mesmo de imediato num golpe só. Cacos voaram por todo o estofado enquanto Claire se afastou por puro instinto cobrindo o rosto soltando um gritinho por conta da barulheira.

E assim que o rombo na janela se mostrou em toda sua glória, buzinas altas, agudas e insuportáveis passaram a ecoar do veículo, cujo os faróis dianteiros e traseiros começaram a piscar. Era a droga do alarme anti-roubo tomando conta do estacionamento feito o inferno na terra.

—Ahh!!! Desliga isso!! -Vociferou Claire em desgosto tampando os ouvidos.
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Lá fora, o som chamou a atenção de Kenny, Paul e Lizzie, que viraram-se diante da porta assustados. A menina reconhecendo de primeira o som de um alarme e vidro quebrado, prontificou-se em frente:

—Gente, o que foi isso?!
—Eu não sei... Boa coisa não é. -Kenny a acompanhou ainda escondendo as mãos trêmulas dentro do bolso da blusa, como se adiantasse. O moletom parecia ter espasmos conforme os movimentos incontroláveis do garoto faziam parecer que algo queria saltar pra fora de sua blusa.
—Esperem! -Alertou Paul. -Não tão rápido, a coisa pode estar feia aí dentro.
—Que se dane! -Lizzie se direcionou até a porta de forma determinada, já batendo na mesma em pancadas fortes. -Gente!! -Bateu novamente umas três vezes. -O que tá acontecendo aí?!
—Será que não estão nos ouvindo? -Perguntou Kenny em extrema preocupação.
—Calma garoto, acho que nem deu tempo ainda! -Bateu novamente em movimentos repetidos como socos fortes. -Edward!!! Claire!! -Insistiu em meio as pancadas.
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Ao que Edward chegava a dois passos de distância de Kirstin, que se manteve sentada num canto em meio a duas viaturas abraçada nos próprios joelhos, escutou as batidas dadas na porta que vinham do lado de fora.

Parou diante da garota, que lhe fitou decepcionada. Logo quando estavam para ficar perto um do outro novamente, algo vem pra estragar tudo nesse horror. Sabendo do inconveniente, Edward desistiu do último passo parando por completo. Sua decepção ficou estampada na face, ao que levantou um dedo dizendo:

—Um segundo...

Kirstin voltou imediatamente à sua posição fetal abaixando a cabeça entre as pernas, nada surpresa com a desgraça e em semblante triste, ao que seu novo namorado se afastava dando meia volta, caminhando de volta a porta, fazendo careta por conta da irritação que o som irritante do alarme lhe causara.

—Claire!! -Resmungou ele.
—Ela tá conseguindo! -Gritou a mesma ao fundo.

O Carro "Berrou" por mais três segundo com dois longos e agudos ruídos, que cessaram de repente devolvendo o silêncio ao amplo local deserto.

—Consegui! -Exclamou Reese quase deitada no banco do motorista, contorcida numa posição estranha onde era possível ver apenas suas pernas esticadas para fora do carro, ficando com a cabeça imersa sob o painel e o volante acabado de fazer algum tipo de "gambiarra".
—Amém, Reese! -Aplaudiu Claire em "Claps" encenados, que froam interrompidos pelos murros na porta de ferro.

Estranhou virando-se na direção da mesma, tendo em vista Edward caminhando em frente rumo à saída fechada. E por que infernos estava fechada?!!

—Edward?
—Já estou indo, Claire. -Respondeu sem olhar para trás seguindo o rumo. Sentia que definitivamente havia algo errado, só não sabia dizer o que. Se o assassino tivesse aparecido ou algo assim, as batidas seriam mais... Desesperadas. Pareciam raivosas isso sim. Brutas e repetidas, com gritinhos abafados vindos do outro lado do qual não dava pra entender 100% o que as vozes diziam.

—Tá tudo certo, Reese? -Inclinou-se Claire tentando ver o que a mesma fazia. Espremendo os olhos forçando um pouco as vistas para enxergar, viu como a segurança do campus segurava um punhadinho de fios "Mastigados" que saíam debaixo do painel em variadas cores. Não entendeu o que diabos ela tinha feito, e não entenderia nem se quisesse. Claire? Leiga Nº1 em assuntos de mecânica ou tudo o que tenha a ver com consertos e sabotagem. A única coisa que sabia sabotar, era a vida alheia.


(Bang! Bang! Bang!) Mais três batidas se deram quando Graim ficou diante da porta segurando o riso de lado ansioso para ver a cara de apavorados dos três e suas decepções quando percebessem que não havia o que temer. Era só um alarme. Mas contentou-se em esperar para ver a expressão de "Putos" deles no momento em que agarrou a barra de ferro posicionada horizontalmente na porta, que servia como como tranca.

Ao tocar o metal frio e rígido, o puxou para si. O que consequentemente faria a barra dar uma leve levantada seguida de um som de destranca, onde tudo estaria resolvido. Mas ao fazer isso, tudo o que aconteceu foi o rangido metálico áspero, e uma batida. Batida essa da tranca pesada retornando a sua posição original batendo contra a porta, negando-se a abrir.

—Ué.. -Estranhou, tentando novamente. Fez um pouco mais de força desta vez, se certificou de que os dedos não estavam escorregando no ferro liso, e puxou. O Ranger lhe abateu de novo, como se a porcaria da tranca rosnasse para Edward, que fez ainda mais força. -Ai.. Caralho!.. Ahm!... -Puxou os lábios amassando-os com os dentes mas não pareceu adiantar. A ponta de seus dedos escorregaram devolvendo-lhe o som da batida seca novamente. -Gente... -Deu duas batidas forte na porta. -Gente!! -Repetiu o ato.

—Que é?! -A Voz de Lizzie respondeu com uma mistura de raiva e ansiedade.
—Não quer abrir!
—Como assim não quer abrir?! -Repetiu a mesma, aflita.
—Espera aí! Vou tentar uma coisa.... -E neste momento em que fitou a tranca com mais atenção antes de fazer mais um esforço inútil, Edward notou o "X" da questão. A barra de ferro horizontal não estava exatamente reta para se dizer no mínimo. Amassada no meio com uma leve curva que a deixava desproporcional ao encaixe do qual teria de entrar no batente, impedindo que o ato fosse consumado. Em outras palavras, deformada por um possível impacto, a tranca estava com uma falha desgraçada que fez com que a porta ficasse emperrada ao se fechar. -Ai merda.. Claire! -Chamou.
—Que é?! -Respondeu ela bem alto ao fundo.
—Vem aqui! Tem alguma coisa errada com a porta! Não quer abrir!
—Tô indo!!! -Se abaixou cutucando Reese, que ainda deitada torta naquele minúsculo espaço, lhe virou o rosto em desgosto.
—Que foi ,garota?
—Tem alguma coisa errada, vem! -Acenou em sinal de "Vamos", pondo-se a correr na hora largando a moça para trás, assumindo que a mesma a acompanharia.
—Droga! -Resmungou a mulher tentando se recompor.


—Como assim não quer abrir?!! -Lizzie havia escutado o caso, quase prensando o próprio rosto contra a porta de olhos arregalados. -Edward, abre essa merda agora!! -Suplicou dando mais pancadas.

Paul assistia a tudo coçando a cabeça em aflição. Olhando para os lados para se certificar de que nada saltaria do nada para pegá-los, ficando um pouco afastado de Kenny e Lizzie e sua missão de esmurrar a porta, ficando a uns 5 passos atrás deles analisando o local feito um guarda.


—Galera, ele disse o que aconteceu?
—Não, Paul! -Respondeu Lizzie.
—Não interessa o que aconteceu! -Retrucou Kenny. -Só sei que eu não vou morrer esta noite! Lizzie, se afasta! -Vociferou dando um pequeno empurrão no ombro da garota em forma de alerta.

A mesma recuou preocupada tampando a boca enquanto dava-lhe espaço. O moleque magrelo até que demonstrava uma boa força em seu corpo ossudo, dado ao modo como deu um passo atrás de cabeça baixa, prestando atenção em sua própria distância contra a porta. Foi rápido e assustador o jeito que seu golpe fora veloz. Mal deu pra ver sua perna se erguendo cheia de marra ao proferir um forte chute. Apenas o som alto do baque que veio como consequência, o mesmo, que foi capaz de dar um leve sustinho em Lizzie que recuou um pouco mais, buscando Paul com suas mãos descontroladas tateando o ar por alguns segundos tentando pegar em alguma coisa, até que um dos braços do jornalista se mostrou ao seu alcance, tendo ela agarrado-o na hora, juntando-se a ele quase grudada.


—Paul...
—Vem pra trás... Pra trás.. -Avisou levando-a consigo andando de costas.

Kenny respirou ofegante mais umas duas vezes, deu até pra ver como seus ombros se mexiam com o entrar e sair brusco do ar que inalava, preparando-se para outro golpe. Urrou ao fazer força lançando um chute mais uma vez:

—Arrhg!!! -(Baaang!!) -Uma batida violenta trouxe um eco no golpe que estremeceu a droga da porta, sem de fato causar uma reação sequer.

—Eu estou com medo, Paul!... -Olhou para os lados desconfiada.
—Eu também. -Respondeu enquanto fazia o mesmo.
—Droga, eu sabia que não devia ter participado disso! Bancar o resgate foi uma furada! Eu juro que nunca mais vou buscar ninguém onde quer que seja!

Do lado de dentro, o caso também parecia dizer um "Olá", com Edward manifestando tamanha inquietação diante da porta, forçando a barra de ferro para frente e para trás sem parar, exigindo que se abrisse nem ao menos ouvir um "Click" de confirmação. Nada.

—Que merda, Claire. Me ajuda aqui!
—Sai, sai, sai! Deixa comigo. -Meteu os braços na frente do amigo, tomando posse da operação afastando-o com a cintura. -Deixa!
—Não adianta, eu já tentei!
—Urrghh!!!! -Fez força fazendo a mesma Santa coisa. -Abre... Desgraçada!.. - Graim viu como as bochechas da amiga começavam a corar com o esforço. Forçou suas mãozinhas magras como pôde, insistindo em algo que jamais se concretizaria. -Ah!!! -Exclamou em raiva numa última tentativa pobre de pré-desistência onde por preguiça e falta de força, deixou que a barra voltasse a sua posição original batendo de volta. -Não dá! -Disse ofegante, afastando-se descontente.
—Foi o que eu disse, tem alguma coisa errada com a tranca.
—Que merda, Reese não pode atirar na porta?! -Gritou alto o suficiente para que a segurança pudesse escutar.


Aproximando-se ao fundo com o revólver em mãos, Reese respondeu:

—Olha ali, Garota. -Apontou de modo jogado para cima, fazendo Claire e Edward correrem com os olhos na direção indicada. E sob suas cabeças, jazia a resposta.

Sobre o batente superior da porta, havia uma sinalização brega com o desenho de chamas com os dizeres "Fire Escape". A Segurança persistiu em tom desanimado:

—É uma porta à prova de incêndio. Sabe o que isso significa? Que um tiro meu TALVEZ... Só talvez faria um buraco nela, mas não resolveria o problema da tranca.
—Então o que vamos fazer? -Reclamou nervosa. -Não podemos deixá-los lá fora!
—O único jeito é fazer eles darem a volta. Tem outra entrada do outro lado.
—Pro estacionamento?!
—Não. A entrada do prédio da Diretoria. Teríamos que sair ali pela entrada interior do Estacionamento, seguir pelo corredor até chegar ao "Hall" e encontrar eles lá na entrada do prédio. Ou.. poderíamos abrir o portão da saída de carros, catar o carro do Heitor e ir dirigindo até lá fora pra buscar os pivetes. Mas aí... Teriam de esperar até eu fazer o carro pegar, porque ainda não terminei.
—Ok.. Parece um bom plano. Mas pra que fazer eles esperarem lá fora? Podemos abrir o portão e dizer pra eles entrarem por ali mesmo.
—Ou isso... Também é ótimo.
—Tá, então.. Como abrimos o portão?
—Com o controle remoto, todos os funcionários tem um no carro.
—Então pega lá o do Heitor e tá feito.
—É o jeito.
—Espera.. -Pediu Ed em urgência. -Não sei não, isso não tá certo. Por quê a tranca está ruim? Isso não tá fedendo pra vocês duas não?
—Ah, Ed... -Bufou Ripley. -É que quando o assassino apareceu eu estava aqui no estacionamento, ele me atacou e saí correndo. Consegui fechar a porta a tempo mas ele arrombou essa merda, não sei como.. Mas fez.
—Tá, isso explica o problema. Mas quando chegamos aqui a porta estava aberta, lembra?
—E daí?
—E Daí que se ele deixou ela aberta... Talvez soubesse que se fosse fechada, a tranca travaria.
—Ah qual é, isso é mirabolante demais até pra mim. Não dê tanto crédito assim a inteligência desse babaca, não estamos em "Jogos Mortais".
—Eu não sei, tá com cara de Armadilha.
—Armadilha ou não ali é o caminho mais curto pra eles. O Assassino pode é acabar entrando junto com esse povo quando abrirmos os portões. Mas é o único jeito de trazer eles até aqui, então temos que tentar. Se eu deixar esse povo morrer lá fora Edward, acabou, ele vence. E depois todos nós morreremos. Quando menos esperarmos, algum "Ghostface" ou seja lá qual for essa merda vai aparecer pra nos matar enquanto dormimos ou sei lá, não podemos deixar ele dar o "game over". Reese, vai buscar o controle pra gente abrir essa merda!
—Pra já! -Respondeu batendo continência de moco sarcástico pondo-se a tal tarefa. Enquanto caminhava ao carro, dizia a si mesma baixinho: "Vadia pomposa, agora tá me dando ordens.. Eu mereço."
—Ed, avisa eles que é pra darem a volta! Eu vou pegar a Kirstin, não se preocupa. -Alertou dando as costas dando-lhe dois tapinhas no ombro. Em seguida já dirigindo-se estacionamento à dentro em direção ao canto onde a garota se encontrava acoada, distanciando-se. Já Edward fez o que tinha de fazer, batendo na porta em pancadas fortes afim de chamar a atenção do trio do outro lado:

—Galera!! (Bang! Bang! Bang!) -Ow!

Logo, os três rostos de juntaram diante das batidas curiosos quase empurrando uns aos outros. O jornalista em conflito, o pálido e desesperado e por fim, a Louca.

—Ed!! -Chamou Lizzie diante da porta, tendo a resposta na mesma hora.
—Lizzie, eles estão aí?!
—Sim, os meninos estão comigo! -Aproximou o ouvido tentando escutar mais claramente.
—Seguinte, vocês vão ter que contornar o prédio.
—Ai meu Deus...
—A gente tentou abrir mas não deu, tem outra entrada do outro lado.
—Do outro lado onde? Que lado Edward?!
—Vem, eu sei!! -Exclamou Paul agarrando Kenny pelo ombro. -Lizzie, anda logo! -Comandou se afastando.
—Espera! -Reclamou a menina. -Pra que lado, Edward?!!
—Anda logo, garota!! -Resmungou Kenny. -Quanto mais tempo ficarmos aqui mais chances de virar churrasco!
—Gente, vocês estão falando muito juntos aí, não tô conseguindo entender direito!! -Alertou Edward.
—Sh!!! Cala a boca, meninos!
—Anda logo, Lizzie!!! -Kenny deu seu último alerta antes de lhe dar as costas, passando a seguir Paul que no momento já se prontificou a correr pelo caminho de onde vieram.
—Espera aí!!! -Gritou a garota pressionando o ouvido contra a porta mais uma vez. -Ed, pra que lado?!
—Não quer vir, foda-se! -Vociferou Paul desaparecendo ao dobrar à esquerda retornando o caminho pelo pátio principal.
—Bora!! -Concordou Kenny apressando os passos na corrida. Lizzie só conseguiu ver suas costas e o capuz do moletom que cobria toda a parte de trás da cabeça do jovem, que assim como Paul, saiu de vista ao entrar na mesma direção, seguindo-o. Mas ela ainda prestava atenção nas abafadas palavras de Ed:

—Pelo seu lado direito, eu acho! Vira ali e segue reto até dar de cara com o portão da entrada e saída de carros, nós vamos abrir pra você!
—Ok, obrigada!! -Hesitou tirando o ouvido da porta percebendo a merda que acabara de acontecer. -Que porra... -Pensou em muitas coisas naquele segundo. Em como fora abandonada, e em como sua bondade interior lhe impedia de cometer a mesma atrocidade que lhe foi dada. Não tinha consciência suja o bastante para não dar ao menos um aviso.

 

Foi assim que seus pés se moveram rápido o suficiente para correr. Entre o vento frio e exposta ao perigo mais do que todos no momento, Lizzie seguiu na mesma direção dos garotos aos gritos:

 

—Heeey!!!!! -Tomou fôlego afim de alcançá-los. -Calma aí!! Estão indo pro lado... -Dobrou à esquerda se deparando com uma visão tão aterradora que a fez parar no ato, desistindo da corrida. "Não acredito!" -Pensou decepcionada quase lacrimejando de ódio ao ver o quão longe estavam. Correndo um ao lado do outro a uns 15 ou talvez 20 metros de distância seguindo a calçada larga que contornava o pátio naquela reta imensa, paralelos ao prédio da diretoria seguindo para Deus sabe onde.

Enfurecida e tomada por uma certa tristeza inesperada, Lizzie não insistiu no chamado. Seu semblante de desaprovação veio a tona quando praguejou:

—Fodam-se vocês! -Ao dar meia volta em ritmo acelerado retornando ao ponto de partida refazendo o trajeto.
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—Kirstin querida, levanta. -Implorou Claire tentando pegá-la nos braços.
—Não... -Balbuciou a mesma meio mole negando o toque da "Diaba".
—Não esta minha paciência, Kirstin, tá na hora de ir.
—Eu não tô bem..
—Eu sei que você não está bem mas não posso fazer nada a respeito no momento! Eles podem estar em perigo lá fora e preciso que você levante e vá pro carro que estamos pra sair daqui!
—Mas e a outra garota?
—Quem?
—A que está no teto.. Ele vai matá-la se sairmos.
—Se quisesse matar já tinha matado, vamos embora! Reese!!! -Torceu o pescoço ao berrar.
—Que é?!! -Respondeu alto com o torço debruçado para dentro do carro.
—Achou o controle?!!
—Não!... -Houve uma pausa. -Espera, achei!!
—Ótimo! Vem, Kirstin! -Abaixou-se um pouco mais firmando suas mãos sob os braços da garota, abrindo as pernas ao pegar impulso para levantá-la a força.
—Claire, tá machucando!! -Resistiu chorosa.
—Ai, Saco!!! -Reclamou revirando os olhos. -Edward, me ajuda aqui!!

E Assim de repente, houve um estouro seco que parecia vir de todo o amplo local, e de um segundo para o outro, era como se estivesse de olhos fechados. Kirstin não estava mais em sua frente, assim como a parede da qual ela deitava as costas sobre. A escuridão total cobriu o estacionamento.

—Claire!!!!!!!!!! -A Voz de Edward chamou no escuro, enquanto Ripley se virou desorientada sem saber de qual direção vinha o chamado:
—Ed!! Reese!!! O que aconteceu??!
—Aqui! -A Voz feminina clamou distante. Claire tentou a todo custo enxergar alguma coisa, mas não podia nem ver suas próprias mãos diante de si, estando naquela posição contorcida para frente com os braços esticados feito uma Múmia, na esperança de sentir algo ao seu redor naquele enorme vazio preto. Uma viga, um carro.. Qualquer coisa que pudesse segurar.
—Que merda, Reese! -Com seu chamado, avistou uma forte luz branca distante em sua frente. A mesma era remexida para todos os lados como um sinal.
—Estou aqui, pirralhos! -Era a Segurança balançando sua lanterna de forma eufórica na intenção de chamá-los para si. -Acabou a força!
—"Acabou" a força é o caralho, foi ele!
—Agora fodeu.
—Não diga!
—Não, falo sério! Como vamos abrir o portão se não tem energia?!

Nisto, o arrepio lhe percorreu o corpo, começando pelas costas subindo-lhe pelos braços... Até chegar na parte de rás do pescoço. Sua primeira reação com a resposta foi o medo silencioso que fez companhia a angústia. Sofrendo por antecipação, a voz alta da consciência de Claire escapou por seus lábios em sussurros frios:

—Meu Deus.. Ferrou de vez...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! #Save #Lizzie??
Dá pra confiar? Já sabe quem é o assassino? Só faltam 6 capítulos pro final!!! ♥ Por favor, comente o que achou. E muito obrigado!



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