Pov. Katniss 

Acordo cedo , até mais do que o necessário , mas não queria correr o risco de perder o ônibus , me levanto e vou direto pro banheiro , faço minha higiene pessoal, me visto rapidamente e vou à cozinha, e  para minha surpresa minha  mãe ja estava lá com a mesa posta , nada de mais apenas alguns biscoitos e um pouco de chá .

— Imaginei que você sairia cedo. Disse minha mãe. 

— Tive medo de perder o ônibus. Afirmo.

— Está nervosa filha? Pergunta.

— Um pouco ,mas estou con uma sensação de que vai dar tudo certo . Respondo com certeza. 

— Tenho certeza.  Disse ela com sorriso. 

Como algo rapidamente e saio para o ponto de ônibus, que por milagre chega em minutos. Durante todo trajeto ia repassando mentalmente "comporte-se Katniss"  quase como um mantra. Ao Chegar no centro da cidade avisto Meg no ponto de ônibus , provavelmente me esperando. Ela usava o uniforme do hospital , uma saia lápis azul escuro quase preto , uma blusa da mesma cor porém de uma tecido mais leve , um lenço vermelho no pescoço,  cabelos presos num coque , maquiagem leve  e um blazer dobrado nos braços e suponho que seja parte do uniforme pois é da mesma cor, e ela está linda. 

— Como pode você está tão impecável a essa hora? Digo com sinceridade  por  que agora minha calça preta , blusa social de botões e sapatilha parece que estou indo a feira e não ao trabalho. 

Ela sorrir .

— Você vai ter que se acostumar a se arrumar assim todos os dias , então começa prendendo o cabelo que vou fazer sua maquiagem antes de chegarmos lá.  Disse enquanto me sentava no banquinho do ponto de ônibus. 

— Isso é serio Meg, preciso disso tudo? Digo indignada.

— A primeira impressão é a que fica , para de se mexer senão você vai ficar parecendo o Coringa. Disse mandando.

 - Ok Sra. Mandona. Digo por fim.

Depois de alguns minutos estou pronta fiquei pasma com a habilidade dela , estou bem maquiada mas bem leve apenas realçando meus traços naturais, prendi meu cabelo como ela me ensinou e seguimos andando até o hospital que fica a algumas quadras dali , fiquei me perguntando como ela consegue andar com aqueles saltos, não são muito altos , mais ainda assim andar pelas ruas esburacadas com aquela desenvoltura requer habilidades. Chegamos a porta do hospital e me dei conta que jamais havia reparado como era bonito a sua fachada, grandes janelas de vidro espelhado, alguns tons de azul escuro e algumas palmeiras na frente dando um equilíbrio perfeito entre a natureza e a modernidade, resolvi tirar uma foto pra mostrar pra minha mãe e Prim. Tiro o celular o celular do bolso e fotografo rapidamente ao notar a foto na tela do aparelho vejo uma figura loira , alta , de óculos escuros, jaleco sobre os ombros e uma pequena bolsa nas mãos ,saindo em direção oposta a nossa pela expressão de cansado deve ser o médico que passou a noite de plantão , e como ele era bonito .

Me dei conta que Meg já estava a minha frente me chamando acho que me perdi olhando aquela foto , acho que passei um tempo olhando porque olho em volta e não tem sinal dele aqui. Vou rapidamente ao encontro dela e entramos juntas , não acreditei de como era tudo ainda mais bonito por dentro , tudo muito limpo , muito branco , móveis escuros criam o contraste perfeito , algumas plantas dão uma leveza ao local, ao chegar na recepção vemos uma moça loira com o mesmo uniforme porém de calças e sapatilhas , ao adentrar no enorme balcão da recepção com dois telefones , um pabx , seis agendas com nomes de médicos Dra. ALMA, Dra. Cressida, Dr. Beete, Dr. Cato , Dr. Lucca e Dr. Peeta, quatro computadores e muitos armários de arquivos, e um armário pra recepcionista guardarem suas coisas ,tudo bem arrumado. Meg fala rapidamente com a moça e nos apresenta.

— Delly essa é Katniss , a garota que te falei. Diz Meg.

— Ah a famosa Katniss, Meg fala muito de você , bem vinda ao Hell (* inferno, em inglês). Disse rindo sinceramente. Sorrio em complacência lembrando das coisas que a Meg falava.

— É um prazer Delly , espero que ela tenha dito coisas boas sobre mim. Digo virando em direção ao minha amiga. 

— As piores possíveis Kat. Disse sorrindo.

Logo Delly  repassa os acontecimentos da noite e pega suas coisas , vejo que ela guardou sapatos de salto em baixo da bancada,  depois que entendi que ela apenas os usava quando precisava circular pelo hospital, isso me fez rir. Depois ficamos apenas Meg e eu , e me perguntei  se seria apenas  nós duas, mas logo chegaram mais três garotas  uma baixinha de cabelos negros olhos grande chamada Chloe,  uma ruiva de olhos verdes lindos  chamada Annie e uma garota alta de cabelos curtos  lábios grossos de nome Johanna . Meg nos apresentou rapidamente. 

— A baixinha com cara de zangada é  Chloe, a  meiga , doce e ruiva  Annie e  a próxima a ir se arrumar , penteiar os cabelos , se maquiar e colocar a porcaria dos saltos é a  Johanna.  Disse apontando para cada uma.

— Prazer conhecer vocês.Digo. 

—Igualmente . Dizem Chloe e Annie.

— E aí beleza.  Diz Johanna. Qual droga você toma pra aceitar a trabalhar aqui. Completa.

— Aquela " tenho contas a pagar" conhece? Digo rindo. 

— Sim sim tomo a mesma. Diz indo em direção ao banheiro ela é diferente das outras garotas , parece ser uma rebelde , do tipo que não está nem aí pra nada , me surpreendeu ela ser totalmente oposto das outras. 

Meg me passou algumas instruções rápidas e agradeci mentalmente as dicas que ela havia me dado dias atrás me explicando como funcionavam algumas coisas aqui. Então cada uma delas sentou- se a frente de um computador e pagaram uma agenda, notei que Annie pegou duas agendas vendo minha confusão ela explica que apenas ela é responsável pelas consultas e qualquer coisa que envolva Dra. Alma Coin e Dr. Lucca que era seu filho e também trabalhava aqui. Chloe pegou a agenda do Dr. Cato, Johanna Dr. Beete. E Meg Dra. Cressida, percebi que sobrou uma Dr. Peeta, Meg virou- se pra mim e disse: 

— E essa aqui minha cara amiga será sua responsabilidade.  Diz ela. Dou uma rápida olhada e vejo os dias que ele atende , seus horários, pacientes marcados e seus telefones. Logo administradora chega e me chama a sua sala , Meg indica o caminho ao chegar numa grande porta de madeira com o nome Diretoria respiro fundo e dou duas batidas de leve . Ouço a trava da porta abrir e adentro o recinto , sala é enorme com uma grande mesa de vidro algumas poltronas e grandes armários tudo muito lindo. Vejo uma mulher negra de pele perfeita e tranças do tipo rastafaris , olhos cor de mel usando um terninho da mesma cor das meninas porém uma blusa vermelha de seda por baixo. 

—Sente-se por favor.  Diz ela. - A Sra. Undersee deve ter lhe explicado algumas coisas sobre as normas de nossa empresa. Assinto com a cabeça sem dizer nada. - que bom , esses são os benefícios que oferecemos . Diz entregando um papel.  - Plano de saúde, vales refeições , transporte, um chip de celular, para que você possa estar sempre disponível para alguma eventualidade. Você cuidará da agenda de Dr. Mellark, ele é plantonista mais com residência em cirurgia pediátrica , como ele não é desta cidade ainda tem algumas dificuldades em encontrar lugares e cabe a você ajuda- lo, não se preocupe  pois ele paga os adicionais por tais serviços , no mais você vai conhecendo no dia a dia. Esse é o valor do salário mínimo  , mas o adicional do médico  e esse bônus por plantões noturno , finais de semana e feriados. Alguma dúvida. ? Pergunta. 

— Não senhora. Digo timidamente. 

— Por favor me chame de Paylor. Disse.

— Obrigada Paylor. Digo.

— Antes que eu me esqueça peça a Annie lhe providenciar um uniforme. Ela diz

Assinto com a cabeça e saio. Estava tão animada com o valor do salário , que cheguei a me perguntar o porque das meninas reclamarem tanto. Volto pra recepção , e meu Deus do céu o que era aquilo, parecia zona de guerra só que em vez de soldados , eram crianças correndo de um lado a outro , olho em volta e não vejo Meg , pergunto a ruiva por ela, ela diz que Dra. Cressida havia chegado e chamou por ela em seu consultório.  Ela era pediatra e por isso tantas crianças. Os telefones tocavam loucamente , e vejo uma Chloe massageando suas têmporas enquanto explica alguma coisa pelo  telefone. Annie digitava de uma maneira tão rápida que quase tive certeza de que ela tinha mais de duas mãos, olhei pra Johanna e apenas gesticulou com a boca sem emitir som "Hell". 

Depois de toda aquela confusão falo com Annie a ruiva sobre o uniforme e prontamente  ela os trás pra mim, duas saias, duas blusas , dois lenços , dois pares de sapatos de salto e uma calça. Perguntei porque de apenas uma calça , de acordo com ela a usaremos apenas quando estiver no turno da noite, pois a Dra Alma, prefere que se use saias durante o dia pois é mais elegante . Descobri também que foi ela quem desenhou os modelos do uniforme, ela estuda Moda na faculdade, pretende morar em Nova York quando terminar. A tarde foi mais tranquila apenas Dr Beete atendeu , ele era psiquiatra. Então Meg me levou pra conhecer o restante do hospital, laboratório, cozinha, leitos, setor de exames e posto de enfermagem. Até me apresentou a algumas enfermeiras inclusiva a chefe de enfermagem Glimmer, troquei duas palavras e já puder perceber o tipinho de mulher que era ela. Sem eu ao menos precisar abri minha boca Meg diz:

— Você não gostou dela não é..? Diz.

— Você me conhece Tão bem. Afirmo sorrindo. 

— Não é só você, digamos que ela é uma piranha mesmo, já ficou com metade dos homens desse hospital,  pelo que soubemos Dr. Mellark foi sua última vítima, mas o coitado era recém chegado não conhecia a peça, agora ela vive atrás dele e ele só se esquivando  dela. Ele é muito legal, não merece uma bruxa daquela. Diz Meg

Fiquei curiosa sobre o médico que vou trabalhar com ele ela disse que amanhã irei conhece- lo , o restante da tarde as meninas me explicaram como funcionam os sistemas de consultas e internações, fichas de planos de saúde , foram bem atenciosas comigo. No final do dia elas me explicaram como funcionam o rodizio dos plantões noturno, mais que por enquanto não vou ficar , até aprender tudo e poder ficar sozinha , já que durante a noite serão apenas o médico do plantão ,o segurança e eu ,  apenas Annie não faz plantão porque estuda a noite. Quando terminou o turno voltei de ônibus com a Meg e já de cara recebi vales transporte e alimentação pois como moro longe irei fazer as minhas refeições por lá mesmo.Mesmo já no ônibus  Meg ia me dando orientações e eu anotando tudo,  logo ela desceu e eu ainda tinha mais quarenta minutos de estrada pela frente. 

Fui repassando o dia, as coisas que aprendi, as que com certeza preciso melhorar como aprender os ramais corretos , logo estou na ponto de ônibus desço umas quadras antes ,porque quero ir ao supermecado comprar algumas coisas , pois sei que em casa os armários estão vazios, me surpreendo com o valor do ticket alimentação, pois uso ele pra pagar pelas compras, peço que entreguem em casa já que não fica muito longe e eu já estou carregada de sacola. Chego em casa junto com as compras abro a porta e mostro o caminho da cozinha ao entregador, minha mãe olha supresa para as sacolas,ela acompanha o entregador até a porta  e vem até mim.

— Filha o que é tudo isso? Pergunta com um sorriso sincero. 

— Um recomeço mãe.  Digo e saio.

Já no meu quarto tiro o uniforme da sacola e ponho de lado, experimento as saias , precisam apertar um pouco. Mas minha mãe cuidou disso , jantamos , conversamos um pouco sobre o dia de cada uma até mostrei a foto da fachada do hospital e elas assim como eu ficaram maravilhadas , resolvo ir dormir porque acho que terei um dia cheio amanhã.