O Calor do Gelo (Hiato) escrita por Kazulake


Capítulo 5
Capítulo 5 - Floresta das Plumas


Notas iniciais do capítulo

Bom... Demorou muito mais do que deveria, mas ta aí :)



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Elsa levara Kristoff e alguns trolls sobreviventes até Arandelle, para que se recebessem os devidos cuidados necessários. As pessoas se assustavam com o Dragão de Gelo de Elsa, porém ao verem sua rainha montada nele ficavam mais tranquilos. Algumas horas depois, Elsa e Jack Frost se reuniam com Kristoff na ala médica, para decidir o que seria feito a partir naquele momento.

— Eu vou atrás de Anna e Pabbie. - afirmava Elsa. - Você que é uma armadilha, não sabe? - perguntou Jack.

— Eu sei, mas não posso deixá-los nas mãos de Nyx, sabe se lá o que ela vai fazer com eles.

— Eu também acho que não há outra maneira... - disse Kristoff se levantando da cama, sentando-se.

— Mas, Jack está sem poderes e Nyx está muito mais forte que antes. - Elsa olhava para Jack, sentindo-se culpada por ter demorado tanto para chegar e ajudá-la.

— Você fez o melhor que pôde. - disse Jack, ao imaginar no que ela estava pensando no momento.

— Eu estou vivo graças a você, não se culpe.

— Sabe... Estou me lembrando de uma história que os trolls contaram para mim no passado. - disse Kristoff. - Na floresta de plumas, existe um druida que a protege. Ele é bem velho e tem muito conhecimento de magia, talvez vocês devessem ir até ele para buscar informações.

— A Floresta das Plumas fica próximo ao covil de Nyx, talvez seja uma boa ideia mesmo. - disse Elsa.

— Sim, vamos lá conhecer o velhinho. - disse Jack animado, levantando-se.

Ele dava um passo para frente e perdia a força, caindo no chão. Elsa corria rapidamente para ajudá-lo e ao virar seu corpo, notava que pele estava mais escura e seu cabelo com mexas castanhas. Ela chamava pela curandeira, que vinha no mesmo instante na sala, erguendo Jack com a ajuda da rainha. O rapaz era colocado numa cama ao lado. A curandeira colocava gelo em sua cabeça que havia batido no chão e Jack Frost ia retomando a consciência aos poucos.

— O galera... O que aconteceu? - disse ele ainda meio tonto.

— Você está bem? Desmaiou do nada. - disse Elsa, preocupada.

— O cabelo dele... - disse a curandeira, espantada ao ver o cabelo dele com algumas mexas tornando-se castanhas.

— Eu me sinto estranho... Vamos logo ver esse Druida. - disse Jack, levantando-se.

— Está tudo bem mesmo? - perguntou Elsa, enquanto o rapaz assentia e tomava a dianteira. - Jack...

Horas depois, Jack Frost recebera roupas novas para viagem e Elsa já havia conversado com todo o conselho do Reino, sua partida seria em segredo. A Rainha estava irreconhecível também, usando um gorro cinza, óculos, uma jaqueta de pele marrom, calça preta e botas.

— Você está mesmo com frio?

— Eu não... Mas é normal alguém usar isso nessa estação do ano. Estamos disfarçados, se lembra? Agora vamos. - disse ela puxando-o.

Eles passavam pela cidade sem levantar suspeitas, ninguém notou que aquela mulher no meio da multidão era a Rainha deles, ainda mais com os bonecos Marshmallow e aquele dragão na cidade, chamando a atenção de todos.

— E agora? Vamos mesmo a pé?

— Claro que não, só temos que esperar...

— Esperar o que exatamente?

De repente, um soldado se aproximava com uma carroça sendo puxado por alguns cavalos. Ele descia e se curvava para a Rainha. Elsa apenas agradecia.

— Posso dirigir? Eu sou profissional nisso!

— Mas, você está bem?

— Eu só não consigo disparar gelo, mas o resto eu consigo.

— Se você diz. - disse Elsa sentando-se Jack pegava as rédeas e atiçava os cavalos a correrem. Elsa pegava o mapa ao lado da bolsa de suprimentos ao lado e começava a procurar a Floresta das Plumas.

— Você realmente pensou em tudo... - disse Jack observando as coisas que havia na pequena carroça.

— Ser Rainha me ensinou uma coisa ou outra... - disse Elsa, simplesmente.

— Claro. - disse Jack, rindo, as vezes se esquecia de que ela era uma Rainha e era cheia de responsabilidades e afazeres.

— Estamos no caminho, mais para frente devemos ir pela estrada à esquerda e chegaremos lá. - disse Elsa.

O caminho pela estrada próxima de Arandelle foi tranquilo. Algumas horas depois e resolveram parar para os cavalos descansarem e alimentá-los. Jack alimentava os dois animais entregando feno em suas bocas, enquanto Elsa ficava na carroça, pensativa e distante.

— Deve ser difícil. - disse Jack se aproximando, chamando a atenção.

— O que?

— Sua irmã... Você está preocupada com ela, não é?

— Muito.

— Nós estamos no meio do caminho, o covil de Nyx fica depois da floresta das plumas, não é? Vamos conseguir, pense positivo.

— Eu sei que vamos chegar até lá, mas sabe-se lá o que aquela bruxa está fazendo com a Anna.

— Talvez devessemos ter vindo com o dragão.

— Não... Você vai morrer de frio voando lá em cima, fora que ele chama muita atenção, saberão que eu deixei Arandelle desprotegida.

Jack cerrava os punhos, ele se sentia cada vez mais mortal. Estava sentindo frio e estava fraco, talvez devesse ter ficado lá em Arandelle, talvez... Seus poderes se foram para sempre, não há mais volta. Elsa pegava em sua mão, em seguida apoiava-se no ombro dele e, de repente tudo parecia estar certo novamente.

— Não pense que está sendo um estorvo para mim. Mesmo sem seus poderes, você me dá forças. - disse Elsa.

— Eu vim aqui te confortar, mas fui eu quem acabou sendo confortado. - disse Jack apoiando sua mão sobre a dela, sorrindo.

— Vou preparar os cavalos, esses comilões tem que trabalhar.

Então continuavam a viagem. Paisagens deslumbrantes de uma floresta que lentamente ganhava vida já podia ser vista. A neve e o frio diminuíam e o verde tomava conta. Chegavam até uma parte da estrada um pouco cheia de buracos e a carroça acabava travada num buraco. Eles desciam e notavam as rodas extremamente tortas então decidiram abandoná-la.

Colocavam as bolsas na sela dos cavalos, retiravam os agasalhos e partiam montados pela floresta. Elsa ia guiando-os pelo mapa e tinham certeza de que estavam no caminho certo, pois as árvores estavam cada vez mais estranhas. As folhas se formavam de forma diferente, como se cada árvore fossem aves e as folhas suas penas. Umas verdes comuns, outras rosadas, outras azuis, aquela floresta parecia ter vida.

— Acho que chegamos. - disse Elsa descendo do cavalo, amarrando-o na árvore ao lado, olhando para uma casa na árvore, coberta com uma grande asa amarela de folhas, composta por uma madeira quase branca e como escada tinha cipó azulado.

— Então... - Jack descia e amarrava o animal também.

— Batemos na porta? Eles fitavam a casa por alguns instantes, pensando no que fazer e, de repente algumas raízes grudavam em suas pernas e os derrubavam e em seguida erguiam seus corpos. Um velho barbudo e corcunda os fitava, acariciando sua barba.

— Uou! Você deve ser o Druida! Não é? - perguntou Jack, enquanto o velho berrava e corria.

— Mas o que...? - Elsa ficava confusa.

— Pai... Não assuste nossas visita, faz tempo que não temos isso. - disse a voz de um homem atrás deles.

Ele descia com o auxílio dos galhos crescendo da árvore e enrolando seu corpo. Um homem alto, forte e jovem de barba castanha e cabelo grande amarrado por rabo de cavalo, vestindo roupas verdes e azuis, feita de folhas.

— Nossa... - disse Elsa, boquiaberta ao vê-lo, mas em seguida pigarreava e voltava ao normal, percebendo que Jack a olhava torto.

— Olá, estranhos. O que estão fazendo por aqui? - disse o homem colocando as mãos na cintura.

— Estamos procurando o Druida. - disse Jack, simplesmente.

— Bom, encontraram ele! - disse o homem com um sorriso galanteador. - Estamos aqui em busca de conhecimento, nos disseram que você poderia nos ajudar a controlar melhor nossa magia.

— Magia...? - disse o velho se aproximando novamente, analisando bem de perto Elsa, muito perto.

— Er... Com licença?

— Papai... Pare com isso. - disse o Druida puxando o velho, em seguida colocando ambos no chão.

— Eu sou Vestalger, o Druída. Este é meu pai, Ferenor, antigo druida.

— Estou velho demais para isso. - disse Ferenor.

— Eu sou Elsa, este é Jack. - disse Elsa, enquanto Jack continuava emburrado.

— Sejam bem vindos! - disse o homem curvando-se, segurando as pontas da saia de sua roupa.

— Oh! Desculpe-me por deixar vocês de ponta cabeça, achei que eram caçadores ou algum servo da bruxa.

— Nyx? - perguntou Jack.

— Sim... Vez ou outra seus servos aparecem pela floresta procurando por nós, mas ela é protegida por uma magia poderosa. - disse Vestalger, em seguida os convidava para entrar na casa.

Elsa e Jack Frost contavam toda a verdade para o Druída, desde quando Jack chegou no Castelo de Gelo, da luta contra Nyx, sobre Elsa ser uma das Bruxas e sobre ele perder os poderes.

— Oh! Você é de outra Terra. Fascinante! Como conseguiu a magia?

— Bem... - Jack contava a história dele, deixando o homem fascinado.

— Interessante... - Vestalger se levanta, em seguida toca a testa de Jack. - Entendi.

— O que entendeu? Você leu a mente dele ou algo assim? - perguntou Elsa.

— Ele é um ser mágico, eu posso me conectar brevemente com a magia e ler suas memórias principais. O Homem da Lua te deu o cajado mágico como catalisador, mas o poder está dentro de você, sua arma era apenas uma muleta.

— Mas... Isso é impossível. Eu nunca consegui usar os poderes sem o cajado. Olha, será que você não pode me fazer outro? Você é mágico também, não é?

— Eu posso, mas e se Nyx quebrar ele de novo? Você será um peso morto na batalha.

Jack tentava argumentar, mas era verdade. Se ele ficasse sem sua arma novamente, iria botar todos em perigo.

— O que sugere? - perguntou Elsa.

— Posso ensinar vocês a usarem melhor a magia.

— O quanto isso vai demorar? Não sei quanto tempo Nyx manterá minha irmã viva.

— Isso depende de vocês. Talvez alguns dias, talvez uma semana, talvez um mês, depende do esforço de vocês.

— Não temos muita escolha. - disse Jack, enquanto Elsa suspirava e assentia.

Algumas horas depois, eles se encontravam com o Druída do lado de fora da casa, num campo aberto com alguns bonecos de madeira. Ele se aproximava de Jack e fincava um cajado de ferro em sua frente, com uma joia na ponta.

— Esse é mais dificil de quebrar. - disse Jack esticando-se para pegá-lo, mas levava um tapa na mão de Vestalger.

— Ainda não. Escute... Este cajado o levará para o mundo da magia, porém ele será também um reflexo de sua mente e coração. Há algo inibindo seu poder, um bloqueio, e você terá que removê-lo.

— Quanto suspense... Algo pode dar errado? - perguntou Jack.

— Sim. Se não conseguir quebrar o bloqueio quando encontrá-lo, nunca mais terá seus poderes de volta.

Jack cerrava os punhos e respirava fundo. Elsa apoiava sua mão no ombro dele, assentindo, dizendo "você consegue" com seu olhar, passando força e confiança. O rapaz sorria e em seguida esticava sua mão e, sem hesitar agarra o cajado.

— Isso vai demorar? - disse Elsa, observando Jack num estado de transe, dormindo acordado de olhos abertos.

— Não costuma demorar... - disse o Vestalger. - Você também precisa de ajuda com sua magia, não é?

— Eu sei me virar.

— Eu vi as memórias do rapaz e, você perde o controle facilmente.

— Isso é perigoso. - disse Farenor se aproximado, sentando no chão ao lado deles.

— Ok... Eu ainda tenho problemas as vezes. O que posso fazer para mudar isso? - disse Elsa, cruzando os braços.

Vestalger se aproxima e coloca as mãos em sua testa. - Você é uma maga, mas não conhece sua linhagem, por isso não sabe controlar muito bem seu poder.

— Nyx disse algo parecido, que sou uma bruxa como ela.

— Bruxos são aqueles que usam seu poder para o mal, magos são bonzinhos. - Vestalger se sentava e instruía Elsa a fazer o mesmo.

— Em sua família, houve algum mago e, os magos são descendentes dos Elementais. Estas criaturas fantásticas são guardiões dos elementos, eles existiram nos primeiros anos de vida do planeta, mas depois se juntaram a algum humano, transferindo seu poder para eles.

— Um mago que não conhece seus antepassados, sua linhagem, é o mesmo que um jarro furado. - disse Farenor.

— Meus pais nunca me disseram isso, que eu era descendente de algum mago, bruxa, ou qualquer coisa mística.

— Acho que nem eles sabiam. - disse Vestalger, abrindo os braços enquanto um círculo mágico aparecia em volta deles. - As vezes a descendência mágica pode pular uma ou duas gerações, mas agora... Vamos descobrir seus antepassados... - disse Vestalger transbordando uma energia verde em volta de seu corpo, uma chama que se desprendiam em folhas etéreas. - Está preparada, Rainha Elsa?

— O que eu devo fazer? Eu...

— Meu filho vai te guiar, apenas se estiver preparada. Se a resposta for sim, concentre seu poder no círculo. Porém, tenha como aviso, você terá um tempo determinado para encontrar seu ancestral, se falhar haverá várias consequências, uma delas é perder sua magia para sempre.

— Eu não quero colocar mais ninguém em perigo. Se há uma chance de eu nunca mais ferir pessoas inocentes, eu estou pronta! - disse Elsa despejando gelo no círculo mágico. O círculo se congelava e explodia, congelando tudo ao arredor e explodia novamente, encobrindo tudo com uma névoa gélida.


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