Capitulo 8

 -Porque você bebe isso? Não parece ser muito bom... – disse Alec enquanto me observava jogar a carcaça do urso que eu acabara de abater, esse foi grande e eu estava me sentindo satisfeita.

—Não quero nenhum castigo divino por ter matado centenas de seres humanos inocentes, apenas para satisfazer os meus desejos. - Disse olhando nos olhos surpresos dele devido a minha resposta.

—Como? Nessie você acredita realmente que existe algo divino, um Deus ou algo assim? – perguntou ele meio incrédulo. Senti certo prazer ao ouvir ele me chamar assim.

—Sinceramente Alec, acredito sim. Muitos podem falar que viemos do nada, ou de feitiços de bruxos antigos ou sei lá mais oque. Mas eu acho que de alguma forma, no meio da bagunça que surgiu no meio da criação por causa do pecado original, alguém da linhagem dos primeiros homens conseguiu de alguma forma entrar no jardim secreto e roubar do fruto da imortalidade, já possuíam o conhecimento e a soberba do homem o levou a querer mais. De alguma forma acredito que isso ocorreu. Mas um homem não poderia ser igual a Deus, por mais que desejasse então como castigo para essa parcela da criação ele nos sentenciou a sede eterna, já que não poderíamos um dia morrer naturalmente devido a imortalidade. E sabe, se eu estiver certa, sei que posso ser melhor do que alguém que se sentencia a viver refém do seu próprio eu, do desejo insano, da luxúria ou do poder. Quero ser melhor do que isso Alec. -Eu disse essas palavras com tanta verdade e confiança que senti como se eu me esvaziasse, só tinha falado sobre isso tão abertamente assim com Carlisle, que também acreditava que existia uma divindade olhando por nós.

Enquanto me recompunha vi Alec se aproximar, seus olhos estavam vidrados em mim, ele me olhava com ternura. Que olhar era aquele? Não podia entender, mas meu coração acelerou automaticamente assim que ele chegou mais perto, a centímetros de mim.

—Sabe Nessie, Demetri tem razão. Você é uma pessoa muito especial – Disse ele tão próximo que o seu cheiro fez meu coração saltar. Ele tocou o meu rosto mais uma vez, colocando meu cabelo para traz, me olhando atentamente. O toque dele na minha pele me fez sentir tonta, como se uma garota meio vampira pudesse perder o equilíbrio tão facilmente.

—Eu não sei do que você está falando Alec, eu sou como qualquer pessoa que espera algo de bom dessa vida...

Ele se aproximou mais ainda, e sem dizer nada me puxou para ele, e de surpresa me beijou de uma maneira tão gentil, respeitosa e ao mesmo tempo tão apaixonadamente que me fez perder o ar e quase desmaiar de verdade. Meu coração se acelerou e eu o puxei para mais perto, envolvi meus braços em seu pescoço, passando uma das mãos em seu cabelo, ele estreitou as mãos em minha cintura me segurando firme e delicado ao mesmo tempo. O beijo foi ficando mais delicado, até que nos afastamos um pouco. Nos olhamos nos olhos intensamente, os olhos dele brilhavam como uma joia, um diamante ou rubi de sangue.

—Ness... – sussurrou ele fazendo-me sentir aquele hálito que cheirava a menta, tão suave, tão atraente. Desejei que aquele momento se eternizasse.

—Sim Alec- respondi esperando oque ele me diria.

Ele meio que se recompôs, se afastando um pouco e olhando em volta, como que se tivesse esquecido onde estava, era fim de tarde, estávamos nas margens de uma campina, ali batia os raios do sol que se punha, produzindo uma cor linda no céu, de um rosa alaranjado. Estávamos na sombra de uma grande árvore e isso impedia o brilho que sairia da pele dele.

—Acho que precisamos voltar ao castelo antes que Aro mande alguém atrás de nós. – ele se soltou de meu abraço relutante, se virou em direção ao castelo, sem dizer nada sobre aquele momento tão lindo que acabamos de viver.

—Alec... – o chamei, ele virou se para mim meio relutante, tentando se recompor.

—Sim, Ness.

—Oque foi isso?- perguntei apontando para nós dois.

—Um beijo – respondeu ele dando um sorrisinho.

—Não seja sínico Alec, você entendeu exatamente oque eu quis dizer.

—Não sei Ness, eu agi por impulso. Não consegui me conter, eu não quis te perturbar. Perdão. – Ele me olhava com sinceridade, sério mesmo que ele tinha achado isso? Não acredito que pudesse passar pela cabeça dele que eu não tinha gostado ou sei lá oque. Comecei a me aproximar dele, olhando naqueles lindos olhos culpados.

—Alec, se você tivesse feito algo que eu não quisesse você não estaria aqui para contar história. – Sorri pra ele e continuei- Nunca mais se atreva a pedir perdão por isso. – o beijei novamente, ele de bom grado me correspondeu com uma paixão que não faço ideia de onde saiu.