Efeito Colateral escrita por jessie51


Capítulo 6
Capitulo 6




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M: E então você está pronta para conhecer o seu pai? – minha falou, nós estávamos no carro indo para o hospital psiquiátrico.

E: Sim, não vejo a hora – falei, o que era verdade mas eu estava com um pouco de medo

M: Emma, por favor não crie muitas expectativas com o seu pai, por que ele está lá desde que você nasce, ele nunca te viu. Quando ele souber que você tem o mesmo problema que ele, eu não sei como ele vai agir.

E: Mãe tudo bem, talvez ele pode me ajudar com isso, de ficar esquecendo as coisas – eu estava rezando para que ele me ajudasse.

M: É faz tempo que não visito ele, então talvez ele pode ter mudado ou não, então não crie muitas expectativas, tá bom – minha mãe falou, com uma cara triste, olhando para frente.

E: Mãe relaxa, vai dar tudo certo – falei colocando a mão no ombro dela.

M: Eu sei filha, mas é que eu estou com uma sensação ruim.

E: Mãe não vai acontecer nada, fica calma tá bom – falei ainda com a mão no ombro agora acariciando.

M: Filha, por que você não começa a escrever no seu diário em – minha mãe falou, eu sabia que isso era para mudar de assunto, minha mãe sempre fazia isso inventava qualquer assunto para não ter que falar do meu pai.

E: Tá bom – abri o porta luvas do carro e peguei uma caneta que tinha lá o comecei a escrever.

Hoje eu vou conhecer o meu pai...

Eu adorei o diário, assim eu poderia escrever muitas coisas que eu não consigo falar para ninguém, também é um jeito de eu lembrar as coisas, se um dia eu esquecer.

M: Emma, chegamos – minha mãe falou, olhei para o lugar, do carro, o hospital psiquiátrico era grande e tinha muitas pessoas de branco.

E: Então vamos – falei ainda mais ansiosa, saindo rápido do carro. Quando estávamos quase na entrada do hospital minha mãe parou.

E: O que foi mãe – falei olhando para ela.

M: Nada filha, é só que esse lugar me traz más lembranças – falou olhando para o hospital.

E: Mãe se você não quiser entrar, a gente não entra – falei pegando em sua mão.

M: Não filha, eu vou fazer isso por você e pelo seu bem – falou sorrindo para mim não era um sorriso feliz.

E: Tem certeza? – falei e ela acenou que sim com a cabeça – então vamos – sorri e saímos andando, mas sem eu soltar a sua mão.

Eu estava esperando a mais de 20 minutos e um banquinho, minha mãe voltar, ela foi falar com alguém. Eu fico pesando como ela conseguia vir aqui nesse lugar, tudo era branco, tudo era tão estranho.

— AHHHH ME SOLTA!!!! – eu ouvi alguém gritar no corretor do lado, eu não sabia se ia lá ver ou se esperava minha mãe, mas como sua muito curiosa eu foi lá ver.

— AHHH ME SOLTA!! – ouvi de novo. Quando foi lá olhar, era um homem sendo segurado por três homens se debatendo.

— AHHH EU VOU MATAR TODOS VOCÊIS – O homem que se estava se debatendo falou. Então eu vi um dos três homens pegar uma seringa e injetar nele, ele parou de se debater e desmaiou.

M: Emma – minha mãe falou, me assustando – eu não falei para você me esperar no banquinho.

E: Ai mãe que susto – falei – o que eles fizeram com o homem – falei, apontando para o homem que agora estava sendo arrastado.

M: Eu não sei – falou me puxando para longe de lá – venha você vai conhecer seu pai agora.

E: Agora? – falei.

M: Sim, vá entre nela sala ali – falou apontando para uma sala.

E: Você não vai entrar comigo – falei ficando com medo de entrar sozinha, depois do que vi no corredor.

M: Não filha, eu não vou conseguir olhar para o seu pai mais uma vez – falou quase chorando.

E: Tá bom – falei pegando suas duas mãos – eu volto logo – beijei suas mãos.

M: Estarei aqui – falou sorrindo.

Soltei suas mãos de fui andando, a passos curtos em direção a sala. Quando entrei, olhei toda a sala, as paredes eram brancas, no meio só tinha uma mesa pequena e duas cadeiras de cada lado, me sentei e esperei. Depois de 5 minutos dois homens apareceram segurando um homem algemado, era meu pai.

Ele olhou para mim, eu tinha seus olhos, os dois homens sentaram ele na cadeira e um disse.

— Pode ficar tranquila, ele está sobre efeito de remédios, então ele vai ficar bem calminho – falou e saiu da sala acompanhado do outro homem, agora era só eu e meu pai na sala.

— Oi pai – foi a única coisa que sai da minha boca.

— Oi - falou rápido e frio, sem mudar qualquer expressão do seu rosto.

— É... – Eu não sabia mas o que falar, quando eu estava no carro ensaiei tantas maneiras de começar a falar com ele, mas agora não sabia o que falar estava muito nervosa e com medo. Ficamos uns 5 minutos em silêncio

— Então o que você veio fazer aqui – Ele falou por fim.

— É... é não sei, queria lhe conhecer – falei quase engasgando com minha saliva.

— Conhecer o que, seu pai louco e doente, que deve ser o que sua mãe falou que mim – ele falou com raiva.

— Não, eu vim conhecer o meu pai de verdade, o que minha mãe nunca fala – falei conseguindo falar com firmeza. A expressão dele mudou para mas calma.

— Ah, eu não sei o que dizer, você não acreditaria em mim – falou olhando nos meus olhos.

— Talvez eu acredite, e também talvez você possa me ajudar – falei sorrindo para ele, eu pensei que meu pai ai ser aquelas pessoas loucas, que falam com pessoas imaginarias ou que ficam sentadas no chão se balançando, mas não ele parecia normal para mim, pelo menos por enquanto.

— Ajudar com o que? – ele falou curioso.

— Ah mamãe disse, que eu tenho o mesmo problema que você de esquecer as coisas – falei já não mais nervosa.

— O QUE!!!! – Ele falou, na verdade gritou – Não você não pode ter o mesmo problema que eu isso vai lhe deixar louca – falou colocando as duas mãos na cabeça e balançando.

— Mas pai, você pode me ajudar – falei voltando a ficar com medo.

— NÃO!!! Isso não pode ser verdade – falou balançando mais a cabeça, ele estava ficando vermelho, dava para ver suas veias da cabeça se sobressaltando – Só tem um jeito de acabar com isso – falou e avançou sobre mim.

— AHHH!!! Socorro – falei, ele pulou a mesa, me derrubando da cadeira, cai no chão e ele ficou por cima de mim, colocou a mãos no meu pescoço e começou a me enforcar.

— Socorro – falei bem baixinho, já quase sem ar.

— Você tem que morrer é o único jeito de você não ficar louc... – ele não terminou de falar três homens apareceram e tiraram ele de cima de mim.

— NÃO!!!! ME SOLTA, ELA PRECISA MORRER, ELA PRECISA MORRER – ele falou se debatendo.

Eu fiquei no mesmo lugar não consegui sair do chão, não acreditando no que aconteceu, até minha mãe aparecer.

M: Filha, a meu deus, você está bem, ele lhe machucou – ela falou colocando a mão no meu pescoço.

E: AI – falei quando ela apertou meu pescoço.

M: Venha filha, levante seu pescoço está muito vermelho, vamos na enfermaria – ela falou, mas eu não sai do lugar e comecei a chorar.

M: Filha, eu sabia que era uma má ideia vir para cá, mas não eu quis insistir eu sou tão burra, achei que seu pai tinha mudado, mas está do mesmo jeito de quando entro aqui, é tudo culpa minha – falou com os olhos se enchendo de lagrimas.

E: Não mãe, não é culpa sua você só queria me ajudar – falei me levantando – vamos para casa, eu não quero mais ficar aqui.

M: tá bom, mas antes vamos passar na enfermaria daqui – falou colocando a mão no meu ombro.

O caminho de volta para casa, foi em silêncio, minha mãe dirigindo e eu encostada na janela do carro, eu não conseguia parar de pensar na cara que meu pai vez, quando estava me enforcando, peguei meu diário eu comecei e escrever era o única jeito de me distrair.

Quando cheguei em casa, fui direto para o meu quarto, entrei no banheiro e vi no espelho o que o meu pai tinha feito no meu pescoço, ele estava todo vermelho e com algumas partes roxo, minha voz estava muito fraca. Sai do banheiro e me deitei na cama.

M: Filha, você tem visita – minha mãe falou parecendo na porta.

E: Mãe, eu não quero falar com ninguém, manda ir embora – falei

M: É a Regina, tem certeza de que quer que eu mande ela embora – Gelei, eu não falei com ela, depois do que aconteceu no quarto dela.

E: Manda ela entrar – falei.

M: Tá bom – minha mãe falou fechando a porta.

R: Oie – Regina falou entrando no quarto e se sento na cama.

E: Oi – falei puxando a coberta mais para cima, para cobrir o meu pescoço.

R: Por que sua voz está rouca e baixa – falou me olhando preocupada.

E: É que estou com dor de garganta – Menti não sei porque.

R: Ah, e ai como foi seu encontro com seu pai – falou, mas eu não respondi nada, então ela continuou - por que parece que não foi nada legal, eu vi você chegando da janela do meu quarto e eu vi o seu pescoço, então pode parar de cobrir ele – falou olhando para a coberta.

Tirei a coberta.

R: Meu deus, de longe só dava para ver que estava vermelho, mas de perto, meu deus aquele filho da puta, porque ele fez isso? Nossa que vontade de bater nele agora, mesmo não o conhecendo – falou olhando para o meu pescoço e colocando a mão.

E: Ai – falei, mas sorri com a carinha dela de raiva – Você não falou que só iria me defender verbalmente – falei me lembrando do dia que ela falou isso.

R: Eu abro uma exceção – falou sorrindo para mim – mas então agora fala o que aconteceu.

L: Eu não me lembro direito, por que fiquei em choque, mas eu lembro que nós estávamos falando sobre ele me ajudar com meus esquecimentos, mas ai do nada ele falou que eu não podia ter os mesmos problemas que ele e ficou louco, pulou em cima de mim e começou a me enforcar.

R: Nossa, o que será que fez ele ficar assim? – falou se deitando na cama.

E: Eu não sei – falei – Sempre que pergunto para minha mãe ela muda de assunto.

R: Ah... – fui a única coisa que ela disse.

E: O que foi, você está estranha – falei olhando para ela.

R: Nada, É que eu não paro de pensar no que você ia me falar lá no quarto aquele dia – corei voltando a olhar para o teto – O que você queria falar?

E: É... é eu estou muito cansada e quero dormir, será que nós podemos falar sobre isso depois – falei, eu queria falar com ela sobre isso, mas aquele não era o momento.

R: Tá bom – falou se sentando na cama - então eu acho que vou embora – falou já se levantando.

E: Não, por favor fique aqui – falei segurando no seu braço. Ela olhou para mim e depois para meu pescoço.

R: Tá bom, mas só até você dormir – falei se deitando de novo.

E: Chega mais perto – falei, então ela colocou a cabeça devagar no meu pescoço e eu coloquei meu braço em volta da sua cintura, eu me sentia tão bem quando ficava assim com ela, era como se nos fossemos pecinhas de lego, a gente se encaixava.

E: Boa noite, Gina – falei, beijando sua cabeça, era uma sensação muito boa ter a Regina perto de mim.

R: Boa noite, Em – falou se aconchegando mais em mim e ficamos assim até cair no sono, o melhor sono que tive a dias.


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