A Study in Words escrita por Raura


Capítulo 8
Valentine's Day


Notas iniciais do capítulo

Essas duas palavras não foram sugeridas, mas pensei em escrever algo para presentear algumas sherlollies lindas que conheci e as outras que já conheço faz tempo! ♥ ♥ ♥
E hoje é dia do nome de uma sherlolly linda, então é em especial para ti Lê ❤ #pombareswho
Happy Sherlolly Valentine's Day!!!
Espero que apreciem!

Boa leitura!



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Contrariando o clima excitado e comemorativo envolvendo o dia de São Valentim, a cidade de Londres estava com as temperaturas baixíssimas, algumas nuvens pairando sobre a cidade indicando a possibilidade de chuva logo.

Sherlock tinha ido até Sherrinford visitar sua irmã, tocaram violino por quase duas horas enquanto seus pais e seu irmão ouviam, Eurus ainda não dizia palavra alguma, mas às vezes acenava com a cabeça. Seguindo a tradição desse dia tinha levado uma faixa de cabelo de presente para ela - ganhara em resposta a ameaça de um sorriso e um aceno em agradecimento.

Sherlock voltou para seu amado 221B reconstruído, deixou o paletó no quarto e vestiu seu roupão vinho, tirou o Stradivarius da caixa e foi até a janela começando a tocar uma melodia suave. Depois de todo o caos de algumas semanas atrás, finalmente as coisas estavam praticamente como antes.

O som de alerta das mensagens de texto do seu celular soou entre uma nota e outra que tocava, deixou o violino de lado e pegou o aparelho no bolso.

 

MH: Está em BS? Posso passar ai?

SH: Yep. A porta está aberta.

 

Sherlock foi até a janela e observou algumas pessoas caminhando na calçada, algumas gotas começaram a cair do céu, menos de cinco minutos depois reconheceu a dona do cachecol listrado em marinho e rosa: Molly atravessou a rua e entrou no 221.

Ouvi a porta de entrada sendo aberta no andar de baixo, os passos leves subindo a escada, virou-se para recebê-la. Não conteve um olhar reprovador ao notar suas roupas úmidas - com aquela temperatura e roupas molhadas acabaria adoecendo, notou então seus olhos vermelhos… Alguma coisa não estava certa.

— Desculpe aparecer do nada… - sua voz soou levemente embargada aos ouvidos dele.

—  Não tem problema, fique a vontade. Na verdade, sugiro trocar essa roupa, se quiser pode tomar um banho e depois conversamos.

— Sim! Obrigada, Sherlock!

Molly não pensou duas vezes e foi direto ao banheiro, geralmente ficava muito eufórica em datas como essa, mas depois da tarde que tinha tido sua animação foi para o espaço. Aceitou de bom grado a sugestão de Sherlock e entrou no chuveiro, se perguntava se ele furtaria alguma peça de roupa da Sra Hudson para que usasse quando ouvi a porta do banheiro ser rapidamente aberta e fechada, espiou e em cima da pia havia algumas peças de roupas dobradas.

A última vez que tinham sentado para conversar fora após o jogo psicótico de Eurus. Sherlock tinha ido até o apartamento de Molly esclarecer as coisas, não gostava da ideia de tê-la magoado muito, era necessário saber que estava tudo bem entre eles.

Foi uma longa conversa.

E em nenhum momento disseram que o que foi dito na ligação era infundado ou ilegítimo.

Enquanto Molly tomava um banho, Sherlock preparou chá e acendeu a lareira, ela encontrou-o sentado e com as mãos embaixo do queixo quando voltou para sala. Usava a camisa emprestada e o roupão azul marinho dele por cima, pegou uma xícara para si e inalou o aroma, a temperatura na sala estava agradável.

— Está tudo bem? - questionou a legista quando ela sentou-se à sua frente.

— Sim.

— Está mentindo, Molly Hooper.

— Sim.

Sherlock sorriu encarando Molly e ela forçou um sorriso em resposta, sabia que ela estava chateada com alguma coisa, sua reação não chegou aos seus olhos, ela segurava a xícara no colo com ambas as mãos.

— Quer me contar o que aconteceu? - o detetive perguntou suavemente colocando seu chá de lado, inclinou-se e tocou em uma de suas mãos.

— Apenas não tive um dia bom, Sherlock. - tirou uma de suas mãos da xícara para poder entrelaçar seus dedos nos dele, um simples toque como esse fazia seu interior se agitar. Molly se perdeu na cor dos olhos que tanto amava, inspirou profundamente. — Tom pediu para se encontrar comigo hoje. - observou Sherlock ficar tenso ao mencionar o nome do ex.

— Ele te fez alguma coisa?

— Não, mas me disse algumas coisas que não gostei de ouvir.

— E o que ele disse? - sua voz ainda era suave, mas a mão livre dele estava fechada em punho.

Molly ficou calada, sentiu os olhos arderem e a única coisa que impedia suas lágrimas de caírem era a mão de Sherlock apertando a sua ternamente. Esse singelo gesto dele faziam as palavras de Tom parecerem não tão desagradáveis.

Surpreendeu-se quando naquela tarde Tom apareceu no final de seu expediente perguntando se podiam conversar enquanto tomavam um café, aceitou seu convite em consideração ao que tiveram. Primeiro conversaram um pouco sobre como iam as coisas em suas vidas, então ele disse o verdadeiro motivo do convite: Tom queria tentar reatar o relacionamento.

Molly explicou que não existia essa possibilidade porque amava outra pessoa, Tom não gostou e jogou na cara dela tudo de pior que Sherlock fazia para não merecer sequer a amizade dela, finalizou dizendo que não importava se o sentimento dela era incondicional, o detetive nunca retribuiria um pouco que fosse.

Nunca haveria um ‘nós’ e ‘juntos’ para eles.

As palavras do ex-noivo feriram Molly.

E daí se todas as palavras de Tom podiam ter algum fundinho de verdade? E daí que só ouvira aquelas três palavras dele porque era a única saída para aquela situação? Saiu da cafeteria com a intenção de passar na Baker Street, precisava ver Sherlock.

A legista levantou-se soltando suas mãos e foi até a janela. Já estava bem escuro, viu alguns casais que se arriscaram a sair de casa para comemorar o dia mesmo com aquele tempo. Abraçou o próprio corpo sentindo a textura do roupão do detetive, tinha o cheiro dele - o lado boba apaixonada de seu cérebro pensou em pedir a peça de roupa como presente de Valentine’s Day, afinal, independente dos fatos eram amigos. A ideia lhe fez sorrir e suspirar.

Depois da última conversa que tiveram - aquela que envolvia a ligação - mal tinham se visto, talvez no fundo cada um remoesse em silêncio as palavras ditas, como se ponderassem como agiriam ou a melhor atitude a tomar.

— Tom não irá mais incomodá-la - Sherlock disse com um tom de desprazer na voz, parando ao lado de Molly na janela com as mãos nos bolsos.

— Como assim? - virou-se para olhá-lo e seus olhos tinham um brilho travesso.

— Veja. - tirou o celular do bolso e ergueu na altura dos olhos dela para que lesse as últimas mensagens trocadas.

Sherlock aguardou pacientemente Molly dizer algo, ela estava de queixo caído, ou melhor, de boca aberta, literalmente. Ela tirou o aparelho de suas mãos enquanto relia cada mensagem trocada.

 

SH: Que tipo de baboseiras você disse para Molly?

Tom: A verdade.

SH: Que verdade?

Tom: Como sei que você não é muito chegado nesse negócio de sentimentos, resumirei para você: joguei na cara dela que você não merece e nunca mereceu o mínimo de afeto dela.

Tom: Ah! Também devo ter mencionado que entre vocês nunca existirá um ‘nós’

SH: Guarde sua dor de cotovelo para você :) E não fale do que você não sabe!

SH: Você pode se surpreender!

 

Sherlock sentiu uma enorme vontade de arrastar a cara de Tom pela Trafalgar Square. Aprendeu (ou pelo menos sempre achou que tinha aprendido) a evitar o máximo que podia qualquer envolvimento emocional, mas depois de dizer aquelas palavras não podia simplesmente desdizê-las.

Ao dizê-las em voz alta se deu conta do quanto eram verdadeiras.

Molly não era só aquela que mais importava. Sherlock apreciava a companhia da legista e adorava surpreendê-la com beijos na bochecha. Durante aquela ligação ao pensar na possibilidade de perdê-la, causar um dano irreparável a ponto de finalmente perder o seu afeto… Ficara tão transtornado que achou que perderia a cabeça (seu único pensamento naquele momento era: Molly não!) e descontou tudo no caixão.

Poderiam ferir Sherlock fisicamente, baterem nele e até mesmo tentar matá-lo, mas que não encostassem em um fio de cabelo daquela que contava, a que podia vê-lo, aquela que mais importava.

Claro que ele amava Molly Hooper.

Estavam lado a lado olhando a rua e mesmo que a direção de seus pensamentos fossem diferentes, no final uma coisa era certa: o que disseram ao telefone era verdade.

Pura e simples.

Molly ama Sherlock.

Sherlock ama Molly.

— Molly… - o detetive chamou e virou-se de lado,esperou-a fazer o mesmo, ela ainda abraçava o próprio corpo. Delicadamente pousou a mãos em seus ombros e desceu por seus braços até seus dedos desfazendo o abraço, subiu com os dedos parando com ambas as mãos ao lado de seu rosto. — Sobre o que fiz você dizer naquela ligação…

— Não tem problema, Sherlock. - levou suas mãos ao rosto dele, uma hora precisariam falar abertamente sobre isso. — Você fez o que deveria para me salvar.

— E no final acabou sendo algo bom, porque me fez compreender que eu amo você! - Confessou. Molly prendeu a respiração ao ouvir isso. — É egoísta de minha parte o que pedirei, porque você merece ser feliz e não merece uma pessoa com a quantidade de defeitos que tenho, mas não posso mais negar o que sinto, não depois de dizer em voz alta, então se você realmente sentir o mesmo, eu gostaria que me aceitasse e me permitisse tentar fazê-la feliz.

Os olhos de Molly brilharam, seus dedos se agarraram nos lados do roupão dele, era difícil acreditar no que acabara de ouvir, seu coração batia descompassado.

— Sherlock, não vale a pena estar com alguém se o sentimento não for totalmente genuíno, e sinceramente, sim, você me deu razões para não amá-lo, - uma sombra cruzou os olhos claros ao ouvir essas palavras. — Mas mesmo que tentasse eu não conseguiria não amar você, Sherlock. De jeito nenhum, mesmo por um minuto, nem  um pouco menos que fosse. Eu te amo, Sherlock Holmes.

Aquilo bastou para Sherlock puxar Molly para um beijo apaixonado,ele deslizou suas mãos pela silhueta dela, parando em sua cintura e mantendo o mínimo de espaço entre os dois. Enquanto os dedos dela se enrolavam em seus cachos.

— Eu te amo, Molly Hooper. - sussurrou com a voz grave falha no ouvido dela. Molly sorriu ao ouvir isso. Sherlock decidiu se afastar da janela, sentou em sua poltrona puxando a legista para seu colo. — Você poderia ficar aqui essa noite. - sugeriu antes de beijar seus lábios primeiro ternamente, depois com mais urgência.

— Hmmm…- Molly fingiu pensar enquanto os lábios dele desciam por seu pescoço. — Não sei.

— Tem certeza? - olhou no fundo dos olhos castanhos antes de começar a distribuir beijos pelo maxilar dela, sentiu o couro cabelo ser levemente arranhado antes de sentir um leve puxão em seus cachos.

Molly Hooper ficou.

A princípio eventualmente, em breve permanentemente.


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Notas finais do capítulo

Espero que não tenha nenhum erro xD

E sim, quero opiniões sobre o capítulo! :3



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