Photoshoots escrita por Yusagi


Capítulo 5
Frio Como Gelo


Notas iniciais do capítulo

Aeee, como prometido eu atualizei mais cedo xD Se bem que eu demorei mais do que eu tinha planejado... num tô conseguindo digitar tão rápido quanto eu gosto, já queo meu pai fica apitando uma buzina irritante na minha orelha por causa do jogo da copa (Alemanha e Argentina, quem diria, hein?)
Bom, chega de tagarelar. Aí vai a história, e me desculpem por quaisquer erros, eu escrevi correndo =D



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Ikki mordeu seu lábio inferior. Não era possível que sua irmã estivesse certa. Ok, então talvez tudo que ela dizia acontecia, mas isso era diferente. O loiro gostava de mulheres, e Miguel realmente não parecia uma. Era uma chance em um milhão que ele se apaixonaria pelo bastardo, muito obrigado.

Mas quando a campainha tocou, Ikki pulou do sofá, quase correndo para atender a porta. Parou de repente, porém, e olhou feio a coisa de madeira. Maldita ansiedade. Finalmente alcançou a porta em calmos passos antes de abri-la e Miguel apareceu para seus olhos. – Ah, você ta aqui.-, disse Ikki com um pequeno sorriso. Queria rir de orelha a orelha, mas sabia que seria um pouco estranho. Os jovens andaram pela rua a passos calmos; o caminho todo Miguel não disse nada e o loiro é que não iria comentar isso. Quando chegaram a uma pequena cafeteria pintada em marrom e em tons de laranja, entraram e foram atendidos por uma bela moça que estava, provavelmente, na casa dos vinte. – Ikkizinho, como vai?

- Anita! Eu to ótimo, espero que você também. Ah, eu trouxe um amigo dessa vez.- A palavra ‘amigo’ deixou sua boca meio que amargamente – era quase como se estivesse incerto sobre essa tal amizade. – Ah, olá meu jovem! Podem se sentar, eu vou servir os dois~!- O dueto andou até uma mesa perto de uma janela e ambos se sentaram; Miguel observando o menu enquanto Ikki já parecia decidido. – Então, o que vai ser?

- Eu quero um cappuccino e um pedaço de torta de nozes, por favor.-, disse o loiro muito animado. Miguel fechou o menu. – Um latte e biscoitos de baunilha.

- OK, eu volto já.- A mulher deixou-os sozinhos e foi até o outro lado do balcão para pegar suas comidas. Enquanto isso, um silêncio desagradável caiu por entre eles. Miguel não gostava muito desse tipo de silêncio, mas não conseguia pensar em nada para dizer. Ikki queria bater com a cabeça na mesa; odiava essas coisas. Felizmente seus pedidos chegaram rápido então pelo menos já não era tão desagradável. – Hn, até que é bom.

- Eu disse que você ia gostar.-, disse Ikki com um sorriso. Comeram vagarosamente, saboreando a comida pedaço por pedaço. Quer dizer, até que Ikki finalmente quebrou o silêncio. – Então, hm, porque você é sempre tão quieto?”

- Eu gosto do silencio.

- Não tem nada que você goste de falar...?

- Não, não tem.- Porcaria de Uchiha, não ta ajudando em nada!, pensou Ikki num acesso de raiva, mas Miguel abriu a boca para falar novamente. – E você? Porque ta sempre falando?

Ikki levantou a sombrancelha. Não falava tanto, falava? – Sei lá, acho que eu sou uma pessoa sociável?- Silêncio recaiu sobre eles e dessa vez Ikki não sabia se queria quebrá-lo. Infelizmente houve uma hora em que a falta de conversa era insuportável e o loiro já ia enlouquecendo. – Se você ia ser tão frio, porque inferno concordou em vir aqui?

Miguel olhou por cima de seu latte e fitou Ikki sem expressão. – Você já devia saber. Eu sou assim, no caso de você não ter percebido.

- A gente ta brigando de novo? Achei que a gente devia ser amigos.- O Uchiha não sabia se ria ou se vomitava. Decidiu-se por nenhum dos dois. – Amigos? Claro. Bom pra você.

- Por que deixou aquela droga de carta então?

- Era pra ajudar você a se recuperar. Infelizmente você fez isso bem cedo.- Ikki olhou-o com muita raiva; a pouca comida restante em seu prato agora jazia esquecida. – Então você tava só de brincadeira?

- Quem iria querer ser seu amigo? Você é a última pessoa que eu iria gostar de ter por perto.- Algo tocou dentro de Ikki; estava bravo mas ao mesmo tempo havia outra coisa – era tristeza? A forma como Miguel disse tudo; era como se o Uchiha realmente o odiasse. O loiro apertou os dentes e se levantou da mesa, pegando seu dinheiro e deixando-o em cima do balcão para pagar pela comida antes de sair andando, com uma raiva ardente. Voltou para casa olhando feio para tudo e todos, e nem parou para falar com sua irmã que estava na sala vendo TV; simplesmente foi até seu quarto e trancou a porta atrás de si.

Miguel era tão filho da puta. Ikki confiou nele; confiou no desgraçado. Pensou que talvez, só talvez eles pudessem se dar bem; pensou que podiam sim ser bons amigos. Então o que aconteceu? Descobriu que o bastardo pensava logo o oposto. E claro que ele tinha que contar aquilo ao loiro, da pior forma possível – nem um sinal de remorso, nada. E por qual razão? Não agüentava o loiro? Ah por favor, ele nem conhecia Ikki, pra início de conversa. Por um acaso ele pensava que o loiro era o Super Homem? Que não ficaria triste por causa do que o cretino disse? Ikki era uma pessoa muito feliz, mas até sua felicidade tinha um ponto final – ele era humano, afinal.

Com um suspiro, Ikki fitou o calendário em uma de suas paredes. Amanha teria de lidar com a besta na escola, mas que felicidade.

O loiro não pensava que poderia ficar mais bravo com Miguel, mas logo descobriu que estava errado. Ikki foi para a escola normalmente, como se nada tivesse acontecido e ele nem parecia bravo, e no que deu quando ele chegou? O bendito Uchiha deu-lhe as costas assim que o viu. Se acalma, Ikki... se acalma. Se Miguel estava tentando evitar o loiro, estava fazendo um trabalho horrível. E pelo amor de Kami, era pra Ikki evitá-lo, e não o contrário. O jovem loiro chegou até sua sala de aula e se sentou em sua mesa, olhando para fora da janela – olhando como se pudesse jogar granadas ou fazer chover canivetes com os olhos. Não sabia como soltar tanta frustração, e ter o Uchiha ignorando-o daquela maneira não ajudava muito.

Quando o intervalo chegou, Ikki já estava quase suicidando. Saiu rápido da sala de aula assim que o sinal tocou e se sentou ali por perto. Afundou sua face em suas mãos; estava se sentindo extremamente frustrado. Sua irmã logo o viu e andou até ele com preocupação, era realmente raro ver o loiro nessas condições deploráveis. - Nii-chan? Você ta bem?

- Ah, to sim. Meu sorriso ta mais brilhante que nunca.-, disse ele ao fitar sua irmã rapidamente. Ela suspirou e sentou-se ao lado dele, procurando por algo em sua expressão que poderia dizer algo, qualquer coisa sobre a perturbação. Foi aí que ocorreu a ela. – É sobre o Miguel?-, perguntou ela em uma voz baixa – ninguém precisava saber seus assuntos pessoais, certo?

Seu irmão vagarosamente levantou a cabeça; seus olhos cansados se virando para fitar a figura de Miguel a alguns metros de distância. O Uchiha nem parecia prestar atenção em nada ; estava só sentado no chão com suas costas contra a parede ouvindo um pouco de música. Ikki suspirou tão suavemente que mal podia ser ouvido e olhou o chão. – É tão óbvio assim?

- Pra mim, sim.- Ikki forçou um pequeno sorriso e deu de ombros. – Sei lá o que eu fiz. Acho que ele pensa que eu sou infantil demais. Victoria levantou uma de suas mãos para acariciar o cabelo do loiro – ela era, sim, muito má com ele, mas o amava profundamente e mostrava isso sempre que achava necessário, como em horas assim. – Ei, não se importa com ele. Eu quase sinto como se fosse culpa minha, então me desculpa.

- Nah, não precisa se preocupar. Eu vou ficar bem, eu sou fodão, lembra?-, disse ele com um largo sorriso, para tentar melhorar o humor. – Não fica se achando, machão.- Victoria riu um pouco e cutucou o ombro de seu irmão de leve. – Vou voltar pro meu grupo, meus amigos vão me matar se eu ficar mais um segundo aqui. Não faz nada idiota, hein!- Ikki sorriu e sua irmã voltou para sua sala de aula, deixando o loiro sozinho com seus pensamentos.

Uma coisa era óbvia – ele tinha que limpar a mente. Talvez separar seus pensamentos seria melhor pra ele.

Primeiro de tudo, o bastardo Miguel. Ikki não o odiava – nunca odiava as pessoas, e isso certamente nunca mudaria – mas estava muito irritado com a atitude do cabeça-de-pato; era mais que enervante. Dar desculpas esfarrapadas só pra se livrar do loiro, só por diversão ou pra magoá-lo; de qualquer forma ele havia conseguido fazer os três. Se as palavras não fossem ruins o suficiente, o maldito ainda tinha que dizê-las da forma mais ruim possível. O cenário todo foi um fiasco – Ikki havia planejado se divertir e tudo que conseguiu foi uma enorme dor de cabeça seguida de um mau-humor perturbador.

E nem conseguia colocar os próprios pensamentos em linha – tudo estava tão confuso pra ele, desde o fato de ele ter gostado da sessão de tortura disfarçada de sessão de fotos, ao fato de que estava muito puto com o Uchiha. E isso com certeza tinha a ver com as mensagens subliminares que sua irmã jogava nele – fazendo-o pensar que estava apaixonado – apaixonado! – por Miguel, o que era ainda pior.

Claro, se ele considerasse isso, ele teria a explicação perfeita do porque ele gostou do beijo na cozinha de Mimi, e porque havia ficado tão bravo com a coisa na cafeteria, e tudo o mais. Mas ei, ele era hétero – já até tinha assistido hentai! Gostava de olhar as meninas! Gostava de meninas!

Bom, não era como se ele quase não tivesse feito um hentai naquela sessão de fotos com Miguel, e também não era como se ele não gostasse de olhar o Uchiha (ele era um cara bonito, Ikki tinha que concordar), mas ele não tinha tanta certeza se gostava do próprio Miguel. O cara era tão gelado sobre tudo; não parecia se importar com nada – não era disso que o loiro precisava. – Oláaaaaaa meu querido Ikkiiiiii!!- O loiro lutou por seu fôlego quando uma garota o abraçou fortemente. Ele cuidadosamente a empurrou e olhou quem era. – O que? Mari, que diabos você ta fazendo aqui?!- Ela fez bico e levantou um dedo para enrolar no cabelo. – E eu achando que você ficaria feliz de me ver. Já faz um ano inteiro e você nem parece sentir a minha falta.

A garota tinha cabelos cor de chocolate que alcançavam a metade de suas costas em cachos; seus olhos eram da mesma cor e sua pele era levemente bronzeada. Ela tinha um belo corpo, com curvas nos lugares certos, e suas roupas apertadas mostravam isso a todos. – Não é isso! Eu só to surpreso de te ver aqui.- Ela riu de uma orelha a outra e levantou Ikki antes de abraçá-lo de novo, tão forte quanto antes. Ikki olhou pro outro lado, uma cor vermelha subindo para suas bochechas – Mari sempre o fazia passar por vergonha pública. Ah cara, eu to perdido.

Mas então seus olhos encontraram Miguel. Os olhos do mesmo estavam tão largos quanto a roda de uma bicicleta; sua boca jazia aberta e ele estava claramente franzindo as sombrancelhas. Quando percebeu a expressão surpresa de Ikki, porém, ele rapidamente virou a cabeça, todo corado. O que foi... o quê?, pensou Ikki muito confuso. Quando Mari terminou de abraçá-lo, Ikki pegou algo no ar. Ooooh, não me diga que é o que eu to pensando que é! Ele ta com ciúmes! ...mas é de mim ou dela...? Os pensamentos correram por sua cabeça e Mari beliscou seu nariz para chamar sua atenção.

Ponto de Vista de Miguel

Virei a cabeça assim que Icaro me viu olhando; minhas bochechas ficando vermelhas rapidinho. Não muito depois voltei a olhar. Bom, eu não estava ‘olhando’, exatamente, eu queria matá-los; de certa forma eu estava me sentindo traído aqui. Aquela menina simplesmente chegou e o abraçou como se fosse a coisa mais normal pra eles, e isso me deixou louco – nem pergunte o por quê.

...não! Eu não to com ciúmes, isso é impossível. Bah, eu? Com ciúmes daquele loiro barulhento e hiper-ativo? Nunca. E aquela menina nem é tão bonita assim. Já tirei do lixo coisas mais bonitas que ela. ...tá legal, talvez eu esteja com um pouquinho de ciúmes.

Com um suspiro, me levantei do chão e andei de volta até a sala, rapidamente alcançando minha mesa e me sentando. Desliguei meu Ipod e descansei meus cotovelos na mesa, e meu queixo em minha mão. É, eu sei que fiz muita merda lá na cafeteria, mas não consegui evitar. Nunca tive muito contato com outras pessoas, desde que eu era pequeno, e não sei se estou pronto pra mudar.

Minha família era deprimente. Meu pai era um bastardo alcoólatra que estava sempre batendo na minha mãe, mesmo na minha frente quando eu era criança. Ele nem a deixava ficar muito comigo porque dizia que eu ficaria muito ‘suave’ e que queria que eu me tornasse um homem de verdade – não era como se ele estivesse me dando um bom exemplo. Minha mãe até tentava cuidar de mim, mas com meu pai por perto era quase impossível.

Não era só minha mãe que sofria nas mãos dele – sempre que volta pra casa bêbado, ele me machuca também. As vezes eu tento lutar, mas é tão difícil que eu simplesmente apanho de boca fechada. Resumindo, eu nem sei o que é se sentir seguro na minha própria casa.

Esses problemas com meu pai me tornaram a pessoa que eu sou hoje; nunca tive amigos e raramente sorrio.

Acho que é por isso que gosto tanto do Sasuke. Sentia que éramos parecidos; quando comecei a fazer um ‘cosplay diário’ dele comecei a me sentir melhor. Ele havia sofrido várias perdas e mesmo assim conseguiu seguir em frente; sinto inveja da força dele. Ainda tem vezes que me tranco no quarto e começo a chorar.

Mas esse Ikki; ele me enerva demais. Era o oposto de mim – estava sempre sorrindo; tinha uma família normal e uma irmã carinhosa; as coisas pareciam sempre dar certo pra ele mesmo ele nem tentando. Emanava felicidade onde quer que passasse e isso me deixava louco – eu sempre quis esse tipo de sensação pra mim.

Mesmo eu enlouquecendo com esse otimismo idiota dele, me diverti quando ele tentou me atormentar no outro dia. A coisa com bolas de papel, as crianças assassinas e até a banana que nos fez beijar. Eu estava, pela primeira vez, interagindo com outra pessoa. Aquela coisa yaoi também, foi divertida – mesmo eu tendo ficado um pouco tenso com o que aconteceu na cozinha, mas não me arrependo.

No café, tenho certeza que ele estava pronto pra me matar. Quando eu disse aquelas coisas pra ele, ele mostrou tantos sentimentos misturados que eu mal conseguia respirar – por pouco não saí correndo daquele lugar. Estava com medo.

Com medo, merda. Depois de passar por tanta coisa desumana, eu tenho medo de ter um amigo.

E agora eu devo tê-lo perdido pra sempre.

...

Ah, caramba, to parecendo um viadinho Shakesperiano. Eu nunca vou perder daquela menina! ...ainda pareço um viadinho, mas pelo menos um viadinho determinado.

Dei um pulo quando o sinal tocou – hora da vingança. Aquele loiro vai sofrer nas minhas mãos. E aí vai se apaixonar por mim – é, eu sou mau assim.

Dito loiro andou calmamente até seu lugar; aquela menina irritante já havia sumido graças a Deus. Respirei profundamente; minha mente procurando todas as formas possíveis para torturá-lo, até que finalmente me ocorreu – o professor que nos daria a próxima aula disse que nos queria trabalhando em duplas. Eu só preciso dar um jeito de parear com ele, e prontinho.

Esse mesmo professor finalmente apareceu, andando até sua mesa pra preparar papéis pra sabe-se lá o que até que resolveu nos dar os detalhes do trabalho. - ...e eu quero uma descrição completa sobre anatomia humana, masculina ou feminina, você escolhe. Agora, eu vou escolher as duplas.- os estudantes fizeram som de desaprovação mas eu ignorei, concentrado. Já tinha pensado até numa estratégia para conseguir – era só ficar olhando o loiro e assim que o velho visse, ele nos escolheria.

Dito e feito. – Miguel, Icaro, vocês dois são uma dupla.- Dei um sorriso cruel e Ikki parecia querer protestar, mas por algum motivo permaneceu quieto.

O resto do dia foi muito chato, então nem vou me importar em descrevê-lo. Ao final do dia letivo, parei Ikki antes que ele saísse da escola. Puxei seu braço e o pressionei contra a parede, pra surpresa dos estudantes que ainda estavam lá. Me inclinei em sua orelha, sentido-o todo tenso. – Vou na sua casa amanhã de manhã. Não acorda tarde se não eu é que vou te acordar.

Ele engoliu e me afastei, saindo da escola contentemente. Vou me divertir muito com isso.

Quando era mais ou menos nove horas, tomei um banho e vesti minhas roupas. Peguei as primeiras roupas que apareceram na frente, que foram jeans apertados, uma camiseta vermelha e meus sapatos. Peguei meu celular, minhas chaves, minha mochila e saí de casa.

Cheguei na casa do loiro umas dez da manhã e apertei a campainha. Não muito depois, ele atendeu a porta, ainda de pijama e com o cabelo completamente bagunçado. – Entra., disse ele numa voz sonolenta. Eu lutava contra uma vontade maligna de rir – isso seria melhor que eu pensava. Ele andou alguns passos comigo o seguindo, quando aquela menina desgraçada que estava na escola antes apareceu correndo e o abraçou tão forte que pensei que o coitado sufocaria. Minha cara caiu – a maldita dormiu aqui! Eu vou matar essa vadia!

Mas só matar não tem graça. Segurando minha raiva, cheguei por trás de Ikki e joguei os braços envolta do corpo do mesmo, dando-lhe um beijo no pescoço que o fez arrepiar. - Vamo logo, a gente ainda tem muita coisa pra fazer.-, eu disse numa voz que, esperava eu, fosse sensual. Puxei Ikki pelo braço, saboreando a cara de assustada da garota e finalmente chegamos ao quarto de Ikki. – Mas que porra foi aquela?

- A gente tem que fazer aquele trabalho, lembra?

- Não precisava fazer aquilo.-, disse ele com um bico e corando escuro. – Hn. Vamos terminar logo isso aqui.- Claro que, na verdade, eu só queria chegar na parte legal. – Ah, me deixa só tomar um banho rápido e eu-

- Eu vou com você.- Ele corou e me apontou um dedo. – Por quê?! Seu pervertido!

- O trabalho é sobre anatomia. Nada melhor que ver a coisa de verdade, não acha?- Tenho certeza que ele estava chocado com a minha repentina mudança de humor; dava pra ver na cara dele. – S- seu pervertido! Fica longe de mim!

- Credo, eu só quero notas altas.

- Ah, claro! Com certeza tem outra coisa subindo aí!

- Ta vendo? E eu sou o pervertido. Pff.- Ele abriu a boca pra discutir mas eu o parei. Andei devagar até ele, que andou pra trás até que caiu na cama, sentado. – Vamos começar, hm?- Coloquei um dos meus joelhos por entre as pernas do loiro e me inclinei por sobre seu pescoço, sentindo o cheiro leve do perfume dele antes de botar a língua pra fora pra sentir o gosto da pele macia. Ele se arrepiou com o ato, mas não fez nada. – Sabe, o corpo humano é cheio de impulsos nervosos que a gente chama vulgarmente de pontos fracos...

Pra acompanhar a frase, mordi o pescoço dele e suguei um pouco pra deixar uma marca e ele engoliu a seco. Minhas mãos se levantaram para desabotoar a camisa de pijama, começando por cima pra depois descer. – Esses tais pontos fracos podem estar em qualquer lugar...-, eu continuei. Meus dedos se esgueiraram por seu peito e ombros, tirando o tecido que os cobria. Desci minha boca ao peito do Uzumaki, suavemente empurrando o loiro contra a cama enquanto deixava marquinhas com meus dentes. – Normalmente, é mais fácil sentir esses impulsos se a pessoa tá excitada.- Ikki se arrepiou com as palavras e eu sorri malévolo por dentro, descendo minha mão levemente pelo seu estômago e me preparando pra ir mais longe.

Mas aí a porta abriu. – Ikkiiiii, eu te trouxe um... suco.- A garota irritante de antes ficou parada feito uma pedra, nos olhando de olhos esbugalhados e completamente chocada. Victoria espiou por cima do ombro da garota e nos fitou com um vermelho escuro nas bochechas, rapidamente levantando uma das mãos para cobrir o nariz. – Kyaaa~! O que vocês tavam fazendo?- Ela praticamente gritou aquilo, deixando a vadiazinha ainda mais assustada.  Suspirei e me inclinei para deixar um breve beijo nos lábios do loiro, então me levantei e ajudei Ikki a se sentar. – Acho que a gente vai ter que continuar depois, Ikki-chan.- Ikki corou, acredito eu, mais vermelho impossível. Andei até a chatona, sorri pra ela do jeito mais cruel que consegui e peguei os copos de suco das mãos dela. “Valeu pelo suco. Pode ir agora.-, e fechei a porta com o meu pé.

Passei um dos copos para Ikki e rapidamente tomei o outro, me sentando ao lado dele na cama. – Porque fez aquilo...?-, perguntou ele numa voz baixa. Não estava bravo como eu pensei que ele estaria... parecia hesitante. Arrisquei uma olhada nele; estava cabisbaixo e apenas olhava o suco. - ...não gosto daquela menina.

- O quê?- Ele virou a cabeça para me olhar, surpreso. Essa expressão surpresa logo se tornou um pouco sádica. – Então isso quer dizer que você ta com ciúmes?- Corei de leve e virei a cabeça pro outro lado, resmungando um breve ‘que seja’. Eu o vi sorrindo com o canto dos meus olhos e um pequeno sorriso se formou nos meus lábios.

Ficar louco é mais fácil que eu pensava.


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Notas finais do capítulo

Ufa! Prontinho. Como no último capítulo, quanto mais reviews eu receber, mais rápido eu vou atualizar!
E AVISO: Terminando as traduções até o capítulo 8, eu vou terminar de escrever o 9 e começar o 10, em inglês, e depois disso eu vou trabalhar numa side-story dessa fic que provavelmente vai ser chamada 'Casanova', que vai ter um lemon. Afinal, com o Miguel sendo tão pervertido é difícil não imaginar esses dois fazendo outra coisa
Ps.: No caso de eu não ter falado antes, essa fic vai até o capítulo 10, incluíndo um epílogo.
Por enquanto é só!



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