As coisas estavam ficando difíceis pra mim. A Terra não era o lugar que eu pretendia estar. Não era um lugar que eu pretendia aprender alguma lição, para ser quem eu realmente fui escolhido para ser: um anjo.

             A Terra me faz mudar de idéias constantemente. Selena talvez seja a única coisa boa deste lugar.

Mas Jim, o que ele deseja com Sophia?

Sentei-me novamente no banquinho. Selena aproximou-se de mim muito seria.

Diga. O que esta me escondendo?

Suspirei fundo. Senti que o ar começava a fugir de meus pulmões. Eu necessitava urgentemente respirar.

Eu não sabia – disse por fim – ate agora – continuei enquanto colocava as mãos sobre o rosto. – eles me enviaram para protegê-la.

Quem? – disse ela.

Sophia. – respondi dando mais um suspiro.

Aquilo era difícil pra mim. Sophia, uma humana. A única coisa que eu realmente sabia era que deveria protegê-la.

Ele não vai machucá-la Seth.

Você sabe que vai. Porque se não, do que mais eu a protegeria?

Ela sentou se o meu lado e tirou as minhas mãos de meu rosto.

Ele não fará nada. Você não vê? Acho que ele gosta dela Seth. Ele nunca tratou ninguém como ele a trata, ou então ele já ateria matado.

Ou ele tem outros planos.

Não. Não tem. – disse ela calmamente.

Respirei mais fundo dessa vez. Senti minha cabeça girar, o ar me fugiu completamente. Eu não poderia discordar dela. Não dessa vez. Então porque ela era tão importante para Eles? E porque me deram essas miseras ordens sem nenhuma explicação?

Perguntas e mais perguntas. Foi a única coisa que consegui nesse lugar idiota. Selena calou-se como se pensasse. Olhou profundamente para o nada como se enxergasse algo que eu não via.

Vamos dar uma volta? – disse ela – no parque.

Eu apenas me levantei como se não controlasse meu corpo.

O que esta fazendo?

Nada. – respondeu ela como se não entendesse o que eu estava dizendo.

Pare de mexer com meu corpo.

Eu não estou mexendo com seu corpo. – gritou ela me fazendo ficar mais pesado e paralisado.

Seu olhar parou esta vez por um tempo menor e eu cai novamente no banco.

Ah. Meu Deus. Desculpe-me. – disse ela como se tudo começasse a fazer sentido. – eu devo estar tendo novas habilidades.

Você tem habilidades? – perguntei sem fôlego.

E tudo apagou. Desmaiei.

Jim PDV.

Sophia estava realmente espantada. Afastei-me de Selena enquanto tentava acalmar Sophia.

Não sabia que tinha uma irmã. – disse ela parecendo confusa.

Desculpe-me.

Quem era ele?

Eu não poderia responder aquela pergunta. Mas eu desejava lhe explicas tudo.

Sophia. Desculpe-me. Eu não posso mais ver você – disse enquanto dava um passo para trás me afastando dela e a encarando. Eu não via mais Selena do ponto em que estávamos, havíamos dobrado a esquina e já estávamos longe do parque.

Por quê? – disse ela

Eu não quero machucá-la.

Você não vai me machucar. Porque acha isso? Porque ele disse isso?

Porque eu sou perigoso.

Não é. – disse ela segurando em minhas mãos frias.

Não pode confiar em mim

 Posso sim – respondeu ela aproximando seu rosto do meu.

Não. Não pode.

Por quê?

Dei um longo suspiro, porque eu sabia que o que eu dissesse ali, magoaria muito mais a mim do que ela.

Eu sou um vampiro.

O que? – disse ela afastando seu rosto do meu.

Eu sou um vampiro – repeti alto e claro o bastante para que ela compreendesse.

Ela engoliu em seco e perguntou:

E ele?

Ele é um anjo. – falei entrecortado. – ele veio protegê-la.

De quê?

De mim – respondi abaixando a cabeça.

Você não vai me machucar.

Eu desejo você. Eu desejo seu sangue. Eu queria matá-la – respondi serio olhando nos seus olhos.

Eu não ligo. - disse ela

 Ela parou para respirar e baixou a cabeça por meio segundo e disse:

Lembra quando conversamos e você me perguntou se eu amasse um vampiro o que eu faria, e eu respondi que o amaria sem me importar? Eu o amo sem me importar.

Você não pode fazer isso. – respondi tristemente.

Eu faria por você. Por mim. Porque eu quero. Ainda que eu morra, eu não me importo.

Por favor, não diga isso.

Ela então juntou seus lábios nos meus. E era a primeira vez que ela me beijava. Minhas bochechas pinicaram e meu nariz inflou de desejo. Afastei-a rápida e delicadamente. Eu ao estava preparado para ficar tão próximo a ela, como na primeira vez que passei mal. Mas aquilo era bom.

Aproximei-me de novo dela e a beijei mais uma vez. Eu não me importava que minhas bochechas pinicassem. Eu não me separaria dela nunca mais. E como eu disse na festa: ela seria minha. Agora e para todo o sempre.