Like a Rolling Stone escrita por MrsSong


Capítulo 21
Hurt


Notas iniciais do capítulo

1. Obrigada DayaneeSoares pela recomendação. Adorei!
2. Responderei amanhã ou depois, mas eu responderei os comentários!
3. Hurt versão do Johnny Cash é uma das músicas mais maravilhosas que eu já tive o prazer de ouvir.
4. Se eu tiver tempo atualizo de novo antes do fim do mês.
5. Essa fanfic pode ser chamada "A playlist infinita de Fabine", sinceramente.



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— Que merda você fez dessa vez? - perguntei impaciente cruzando os braços assim que ele entrou na minha casa e ele me encarou como se eu fosse louca.

— Eu não fiz merda nenhuma! Acabei de descobrir que meu pai passou os últimos anos pagando as contas da minha adorada mãe! - ele gritou e eu o encarei confusa.

— O quê? - perguntei e ele passou a mão pelos cabelos suspirando.

— Exatamente. Eu fui vendido por uma mulher maluca! - ao me dizer isso, desabou no sofá.

Corri na cozinha para pegar água para ele.

— Respira e me explica essa história. – pedi lhe entregando a água.

— Eu descobri que ele pagava uma pensão para a mulher que eu chamo de mãe pelos últimos anos e nunca me contou que a Irene não queria nada comigo. - ele me contou e meu coração se apertou tanto que tive que abraçá-lo.

Ao observá-lo desse jeito, eu só via o menino quebrado que ele era. Eu não era uma daquelas pessoas que via beleza em pessoas que sensíveis ou que desejava ser a salvação de alguém, mas eu queria estar ali do lado de Fabinho.

Eu via beleza em sua tristeza, mas via beleza em qualquer coisa que ele fazia.

— Então você saiu de casa? - perguntei e ele assentiu me fazendo soltar uma porrada de palavrões. - Seu pai vai estourar por aqui daqui a pouco, Fabinho. Ele vai querer falar com você!

— Então foge comigo! - ele propôs e eu ri.

— Você está maluco, isso sim! - bufei irritada. Quando Fabinho abriu a boca para retrucar eu continuei falando. - O que vamos fazer é verificar essa história, porque tem alguma coisa que não bate.

— Tipo o quê? - ele me perguntou e eu o encarei.

— Tipo o fato que se ela tivesse desejos mercenários, ela preferiria ficar com você porque assim ganharia mais dinheiro? - sugeri e a expressão de Fabinho me dizia que ele considerava minha hipótese.

— Supondo que eu concorde… - ele começou e eu sorri maquiavélica.

— Você concorda, Fraldinha.

 

“Você ligou para Malu Campana. No momento, eu não posso atender, deixe seu recado.” - Plínio desligou antes de deixar o recado frustrado. Fabinho convenientemente havia abandonado o próprio celular em casa. Além disso, Giane não tinha ido trabalhar naquele dia e ele precisava falar com a modelo.

Parecia óbvio, dado o envolvimento de seu filho, que ele teria ido até ela até se acalmar, mas ele suspeitava que Giane se recusaria a conversar com qualquer um deles.

Ele não entendia o quê tinha feito de errado na verdade: ele pagou contas para ajudar a mulher de sua vida que não tinha emocional suficiente para lidar com ele ou o filho. E não poderia permitir que seu filho sofresse por uma pessoa que não está pronta para estar ali, sabia que Fabinho era mais sensível do que deixava transparecer.

A verdade é que ele sempre procurou proteger os filhos do mundo, mas Fabinho não aceitava saber que era protegido e toda a vida ele sempre demonstrou isso com suas atitudes irritantes e seu envolvimento em situações complicadas.

A adolescência do filho foi tão diferente da de Malu. Enquanto a filha se dedicava em ajudar os outros e era responsável e madura, Fabinho se envolvia com pessoas complicadas e acabava em situações autodestrutivas, que faziam com que ele se isolasse do mundo, frequentemente sumindo e o deixando desesperado.

Como estava naquele momento.

 

— Então, Bárbara tem alguma coisa para falar sobre a briga de Fabinho? - o produtor do reality perguntou e ela fingiu sofrimento.

— Ele sempre foi assim, sabe? Furioso e sem consideração com o coração da própria mamãe. - ela respondeu tentando forçar lágrimas. - Mas como eu amo o filho da minha grande amiga Irene!

— Com seu primeiro marido, Plínio. - completou Luz sem paciência.

O câmera segurou a gargalhada e o produtor pensou na audiência. Bárbara era uma péssima atriz e isso era claro.

 

A trégua com Amora era uma situação estranha: conviver e concordar com a irmã adotiva era tudo que desejava desde que Bárbara adotara Amora. Ela desejava tanto ter uma irmã para compartilhar as coisas, não precisar se preocupar com o que acontece com a outra pessoa porque não é uma pessoa irresponsável ou menor que ela.

Assim, Malu se viu tomando um café com Amora após uma tarde de compras como se fossem amigas de longa data se divertindo juntas. A Malu de sua infância teria ficado encantada com a possibilidade.

Mas seu relacionamento com a irmã era puramente providencial: Fabinho estava cometendo muitos erros que poderia custar sua felicidade futura e só Malu e Amora percebiam isso. Giane ia acabar grávida e Fabinho seria o novo Plínio Campana criando um filho de uma mulher que nunca poderia amá-lo.

Malu não poderia deixar uma criança viver o que viveu a vida toda, principalmente não um sobrinho.

— O que vamos fazer é o seguinte – Amora começou tomando um gole de seu café. - vamos trazer para o jogo algumas ex do Fabinho. Eu tenho certeza de que Camilinha Lancaster não iria se importar em se envolver com o seu irmão…

— O quê? - Malu conseguiu balbuciar olhando para seu chá.

O sorriso predatório de Amora passou despercebido por Malu. Quando você brinca com fogo acaba queimado, se você brincar com uma cobra ela te picará. E o veneno de Amora era letal.

Malu sempre foi muito crédula e Amora lidaria com isso até a hora de dar o bote: não sentia nada pela tonta da irmã adotiva, Malu vivia na torre de princesa dela que a fazia insuportável e sem-graça, duas coisas que Amora não suportava.

Talvez por isso preferisse Fabinho. Bom, por isso e pelo fato que ele era sua corda de salvação pois ela tinha planos para ele. Bem, para fortuna dele.

Sem contar que Giane precisava receber o troco por acabar com seu noivado.

 

— Ele me viu, Margot. - Irene disse com um sorriso sonhador. - Ele me viu e me reconheceu!

Margot sorriu feliz pela prima, mas seu sorriso não se refletia em seus olhos. Ela precisava ajudar Irene, principalmente depois do que o marido fez. Ela nunca o perdoaria.

 

Érico olhava a máquina bipando com as informações vitais de Renata. Ele não acreditava que aquilo estava acontecendo com eles, tudo parecia tão certo e perfeito poucos meses atrás, mas ver Renata ali fazia com que ele quisesse voltar no tempo para quando os dois eram perfeitamente felizes.

— Fica bem, Rê. - ele murmurou depositando um beijo em sua testa. - Eu preciso que você esteja aqui para dar uma bronca bem grande na Giane. E eu preciso de você aqui porque o mundo é menos interessante sem você por perto.

Érico não viu Verônica se afastando com lágrimas nos olhos.

 

— Cadê aquela sua sócia piranha, hein, Bento? - perguntou Socorro invadindo a loja com um tablet nas mãos.

— Ela teve alguns problemas hoje, Socorro e você bem sabe disso. - Seu Silvério respondeu sem paciência.

— Desculpa, Seu Silvério, mas sua filha é uma vagabunda viciada em mídia! - ela abanou o equipamento eletrônico na direção do senhor que a encarava duramente.

— Você não tem vida, não? - ele perguntou depois de um tempo. - Passa todo o seu tempo falando mal de alguém que nunca te fez nada só porque ela magoou a sua musa?

— Não, eu… - Socorro corou e o pai de Giane bufou.

— Não o quê? Você vive para encher os ouvidos de quem quiser ouvir quão errada minha filha é e como você é a única que percebe isso! - ele gritou com ela e Bento correu na direção do mais velho com preocupação. - Cresce, menina! Você é amarga e ninguém suporta ficar do seu lado porque você não sabe ser uma boa pessoa.

Silvério respirava com dificuldade e Bento o forçava a sentar, observando Socorro empalidecer e gritar sobre como ele era um velho gagá que defendia a filha idiota e que só ela via o quão errada Giane era.

— Giane? Seu pai está passando mal! - Bento dizia desesperado ao telefone.

Foi a última coisa que Seu Silvério ouviu antes de tudo sumir.

 


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