Palavras de amor escrita por BruPotter


Capítulo 2
Capítulo 2




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POV Mônica

Bom...por onde irei começar, né. Ah! Já sei, meu nome é Mônica Martins Sousa. Tenho dezesseis anos e sou a garota mais popular da minha escola. Todos acham que sou a típica “patricinha mimada”, rica ou a “filhinha de papai”, que é só eu estalar os dedos que tenho tudo que eu quero e fico usando o nome do meu pai no meio de tudo.

Se for isso que vocês pensam, estão muito errados. Posso até ser rica, mas não ao ponto de ser mimada, sou uma garota independente, gosto de curtir essa vida louca, curto música, sair pra festas, baladas mas eu não bebo, me chamem de antiquada se quiserem, nem ligo, nunca bebi e nem beberei na minha vida.

E eu ando com outras pessoas populares, o Titi, que é o capitão do time de futebol da escola, Jeremias, que também faz parte do time, Carmem, a fashionista do grupo, Penha, a capitã do time de líderes de torcida, Amanda, a vice capitã do time de líderes de torcida, e Toni, meu namorado e bad boy da escola. Ele é o tipo de cara que arranja confusão e causa muita briga, ele sabe que não apoio quando ele faz esse tipo de coisa mas ele continua fazendo, mas acredito que ele bem lá no fundo é uma pessoa boa.

Ah, pra falar a verdade...nem sei por que eu ando junto da Carmem, Penha e Amanda, elas nem são minhas amigas, só seguidoras. A única pessoa com quem posso verdadeiramente contar é o Cascão, nos conhecemos quando eu tinha nove anos de idade, dai em diante nunca mais nos separamos. Posso sempre contar com ele pra desabafar ou me contar piadas, sejam elas boas ou terríveis. Acho que isso ta bom pra vocês saberem sobre mim, agora vamos contar a história...

Ouço o despertador, mas ao invés de me levantar dou um soco nele o desligando para voltar a dormir. Só que nem tudo é um mar de rosas, fui acordada novamente por uma voz me chamando.

— Acorde Mônica, não quer se atrasar para a escola-???

— Ah, Lalá! Me deixa dormir, o sono estava tão bom- Reclamei e puxo o cobertor até a cabeça, só pra ser arrancado segundos depois.

— Nada disso pequena, ordens do seu pai. Você ultimamente tem se atrasado ou faltado a escola demais- Disse Lauren, a empregada da casa, ou como gosto de chamar minha amiga. Ela está com a gente desde que tinha dois anos, a adoro muito.

— Ok, eu levanto- Me dei por vencida e levantei de minha preciosa cama.- a noite nos vemos de novo caminha.

— Por que está tão cansada?- Lauren perguntou, enquanto ajeitava a cama.

— Fui ontem numa balada com as meninas e os meninos, e acho que extrapolei o horário- Expliquei.

— Você tem que aprender a controlar mais o seu horário, seu pai não ta gostando quando a senhorita chega tarde- Lauren disse.

— Sem ofensas Lauren, mas eu nem ligo mais pro que meu pai diz- Falei e fui pro banheiro.

Fiz minhas higienes pessoais, fui pro armário e vesti minha roupa, calcei um salto beje e fui pra cozinha.

— Bom dia dorminhoca- Meu pai, ou “Seu Sousa” como é mais conhecido, brincou enquanto eu me sentava na cadeira.

— Bom dia- O cumprimentei e comecei a comer meu café da manhã.

— Bom dia Moniquita!- Meu irmão, Matheus, me cumprimentou.

— Não começa com esses apelidos seu pestinha- O alertei, sempre que comemos o café da manhã juntos ele vem me irritando com esses apelidos ridículos. Eu tento ignorar mas não da.

— Ui, a moniquita ta irritada- Ele continuou.

— Olha aqui...

— Mônica, não fale assim com o seu irmão- Suzana me repreendeu.

— Você não manda em mim tá legal, Suzana- Eu disse irritada.

Ah, se por acaso vocês estiverem achando estranho do jeito de falar com ela, já vou esclarecendo, a Suzana não é minha mãe. Ela é minha madrasta, que se faz de boa na frente do meu irmão e de meu pai, mas eu não caio no papo dela. Eu só já tenho uma mãe e o nome dela é Luísa. Meu pai e minha mãe se separaram quando eu tinha oito anos por motivos que desconheço.

— Mônica! Que jeito é esse de falar, ela é da família- Meu pai brigou, o que me fez rolar os olhos.

— Ela pode ser da família pro senhor, mas pra mim ela nunca substituir a minha mãe, lembra dela. Luísa Sousa- Falei irritada e citei o nome de minha mãe, o que não devia ter feito. Pois vi primeiro a fúria nos olhos de meu pai e depois tristeza.

— Mônica Martins Sousa, chega dessa palhaçada, já faz anos que você trata a Suzana desse jeito- Meu pai disse, sem tentar se irritar.

— É, eu sei que não sou sua verdadeira mãe mas...- Suzana ia falar mas a interrompo.

— Não ouse pronunciar o nome de minha mãe, sua cobra- Eu disse, me levantando da cadeira.

— Mônica...- Meu irmão me chamou mas não me viro.

— Mônica, seu irmão te chamou- Meu pai disse.

— Eu tenho que ir pra escola, eu vou me atrasar- Eu falei, mas na verdade nem to ligando se vou me atrasar ou não.

— Ok- Meu pai falou.- Matheus..

— Sim, papai

— Se levante e vá com sua irmã. Ela irá te levar pra sua escola- Meu pai disse e eu me viro.

— O que! Pai, eu já disse que vou me atrasar, não posso levar o Matheus- Disse indignada.

— A escola do seu irmão é bem perto da sua...- Ele fala mas o corto.

— Então por que o senhor não leva ele- Falei, tentando me acalmar.- ou a chata aqui.

— Eu tenho pacientes em outro consultório, por isso não poderei levar o Matheus.- Ele disse, e depois da um gole em seu café.

— E eu vou visitar uma amiga em outro lugar- A chata explicou.

— Mas...- tentei falar mas meu pai foi mais rápido.

— Chega Mônica, sem “mas”, você vai leva-lo e ponto final- Ele disse encerrando a discussão.

— Ok- Disse irritada.- vamos Matheus

— Ta legal, moniquita- Meu irmão disse, se levantando da cadeira e ficando ao meu lado.

Saio da cozinha, pego minha bolsa e saio de casa junto de meu irmão. O caminho foi só silêncio, melhor pra mim, assim me acalmo depois da briga com meu pai.

— Mônica- Meu irmão me chamou.

Tava bom demais pra ser verdade.- O que é.

 - Por que você não aceita a Suzana, ela é uma pessoa tão legal...- Ele disse.

— Você é muito novo pra entender maninho- Eu disse.

— Tenho oito anos, posso entender.- Ele falou.- e também a Suzana preenche o lugar da mamãe pra mim...

Outro fato sobre a separação dos meus pais é que o Matheus não teve a chance de a conhecer, ele ainda era um bebezinho na época.

— Olha Matheus, eu também não sei do por que deles se separarem, mas quando você crescer talvez eu te explique- Eu disse, tentando esconder a tristeza. Sempre que lembro que minha mãe não está com a gente sempre dói.

— É que as vezes eu penso...será que foi por minha culpa...- Ele disse cabisbaixo.

— Matt...- O chamei pelo apelido que eu tinha dado a muito tempo e ele levantou a cabeça, me olhando.- a culpa não foi sua, a mamãe te amava muito. E isso sempre acontece com alguns casais.

— Tudo bem...- Foi tudo que ele disse.

Então voltamos aquele silêncio, e vejo meu irmão pegar um bloquinho de sua mochila e começar a desenhar e fazer uns cálculos.

— O que é isso?- Pergunto.

— Um protótipo de avião de brinquedo, quero que ele consiga voar uma certa distância sem precisar recarregar as baterias do controle remoto.- Ele disse sem tirar os olhos do bloquinho.- só preciso ajeitar umas coisas e acertar nas contas.

Uma coisa engraçada, Matheus adora robótica, sempre fica desenhando uns protótipos de brinquedos ou robôs e as vezes quando um eletrônico lá em casa quebra adivinha quem o concerta? Se falou Matheus, ganhou na loteria. Ele é muito inteligente.

— Legal...- Foi só o que consegui falar, quando ele vem com esse papo prefiro não me envolver com essas coisas. Não devem estar entendendo né, isso é bom, pois não vou explicar.- já chegamos na sua escola.

— A gente se vê em casa Moniquita!- E o velho Matheus voltou.

— Vai logo, seu pestinha- O empurrei e ele entra na sua escola.- Ufa.

— Fala aí Mônica!-???

Ai não, conheço essa voz.

— O...oi Titi- Gaguejei, enquanto me virava. Ai eu vi que ele estava em seu carro, junto de Carmem, Amanda e Penha.- oi meninas.

— Oi Mônica- Elas me cumprimentam.

— Por que estava com seu irmão?.- Titi perguntou.

— Tava levando ele pra escola, mas não por vontade própria mas por que meu pai me obrigou.- Eu respondi.

— Entendo como é, não a parte do irmão mas do pai mandar.- Amanda falou enquanto checava as unhas.- mas quando ele manda eu nem faço, você deveria fazer o mesmo amiga.

— Ele é meu pai, e querendo ou não tenho que obedecer- Falei.

— As vezes você é muito inocente, mon cherie- Penha se pronunciou.

— Concordo- Carmem falou.- ah, e eu adorei o seu salto.

— Valeu- Eu disse, depois abri um sorriso forçado.

— Finalmente desistiu de usar sempre tênis, temos que parecer lindas e não moleques- Ela falou e Amanda e Penha riram.

— É, concordo plenamente- Eu disse, tentando não me sentir ofendida.

— Quer carona?- Titi perguntou.- o Jerê já ta na escola e tem um lugar vago aqui no carro.

— Essa vou recusar, faz tempo que não dou uma caminhada- Eu disse, desfazendo o sorriso forçado.

— De boa, a gente se vê na escola- Titi falou, e depois da a partida no carro e indo embora.

Ainda bem que eles foram. Não me levem a mal, o Titi e o Jeremias até que são gente boa mas a Carmem, Amanda e a Penha...é difícil conversar algo que não seja roupas, maquiagem ou sapatos, por isso sempre falo o necessário e...

— Buu!???

De repente grito e me viro para o ser que me assustou.

— Cascão! Que sem graça!- O repreendi.

— Foi mal Mô, mas era uma oportunidade única, é difícil te assustar- Cascão dizia, em meio as risadas.

— Bobo- Eu disse, não consigo ficar com raiva dele por muito tempo.

— Eu sei, mas eu vi que você tava conversando com o Titi e as meninas- Ele disse, parando de rir.

— E tava, e como sempre a Amanda, Carmem e Penha nunca mudam- Eu falei.

— Não se pode esperar muito delas, se sabe né.

— Sei sim.

— Quem companhia pra ir até a escola?- Ele perguntou.

— Claro, e quem seria a companhia?- Brinquei, pois já sabia a resposta.

— Vejamos...- Ele disse, e depois começou a olhar ao redor dele.- bom, não tem nenhum famoso aqui, então vai ser eu mesmo.

Depois disso não consegui e comecei a rir um pouco. Adoro esse jeito engraçado dele.

— Ok, então vamos- Eu disse, mas quando dei um passo fiz uma cara de dor. E o Cascão percebeu.

— Que foi?- Ele perguntou preocupado.

— São esses saltos, estão me machucando desde que os calcei- Eu reclamei.

— Já era de se esperar- Ele disse, e o vejo abrir a sua mochila e tirar um par de tênis vermelhos.- toma, veste esses tênis que vai melhorar.

— Valeu, você é meu salvador- Eu disse, tirando os saltos e calçando os tênis.

— Como se sente?- Ele perguntou, enquanto guardava os saltos.

— Muito melhor- Respondi, aliviada.- como sabia que eu ia precisar disso?.

— Por causa de ontem, quando a Carmem implicou contigo pela senhorita não usar salto. E te conhecendo bem você iria usar salto hoje só pra mostrar pra ela que não usa só tênis ou sapatilha- Ele explicou.

E esse é o Cascão, por isso que ele é e sempre será meu melhor amigo. Eu posso sempre contar com ele pra tudo.

— Você é demais- Eu disse.- vamos?

— Claro

Eu ia voltar a caminhar, mas não consigo.

— Não consigo Cas- Eu digo.- ainda to com os pés doendo por causa do salto.

— Sem problemas mô- Cascão disse, enquanto se abaixava um pouco.- pode subir.

— Você não precisa me carregar nas costas- Eu disse.

— Preciso e vou- Ele falou me entregando a sua mochila.- que tipo de melhor amigo eu seria se te deixasse ir andando enquanto os seus pés doem.

Dou um sorriso, um sorriso verdadeiro para Cascão e subo em suas costas depois seguro em seu pescoço.- E Cas...

— Fala.- Ele disse, enquanto caminhava pelas ruas.

— Eu te amo- Eu disse, e só pra esclarecer, é um amor de amigo.

— Eu também te amo, Mô

Depois disso nós dois fomos o caminho todo conversando sobre várias coisas.

...Escola...

— Chegamos

— E com tempo de sobra- Eu disse, enquanto descia de suas costas.- agora me devolve os saltos pra eu coloca-los de volta.

— Ok, mas você não precisa colocar, se sabe né- Cascão disse, enquanto abria a mochila e me dava os saltos.

— Eu sei, mas se eu não usar a Carmem vai ficar me provocando- Eu disse, enquanto calçava novamente os saltos e devolvendo os tênis.

— É, tem razão- Ele concordou.- e outra coisa.

— Fala

— Esses tênis que eu te dei era pra eu te dar no seu aniversário. Então quando chegar por favor finja surpresa, ok- Ele disse, guardando os tênis.

— Tipo assim: ai meu deus!! Que lindos Cas, não precisava! Como sabia!- Me fingi de surpresa.

— É, mas seu aniversário está longe, da pra treinar a sua atuação.- Ele disse enquanto entrava na escola.

— Ei! Isso foi cruel- Eu disse, enquanto o seguia.

Entro na escola com Cascão, que se afasta um pouco, então decido apressar o passo mas vejo de longe uma figura de cabelos loiros. Então percebo ser Toni, mas parece que ele ia bater em outra pessoa, melhor eu chama-lo pra ele não se meter em encrenca.

— Toni!!- Eu gritei. E parece que funcionou, pois ele soltou a pessoa e está vindo até mim.

— Oi linda- Ele me cumprimentou e quando ia me beijar viro a cara.- que foi?

— Você ia bater naquela pessoa, não é?- Perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

— Não, eu só tava batendo um papo- Ele disse

— Mas não me parecia que ia bater um papo e sim bater o seu punho- Eu disse, em uma voz séria.

— Mas é verdade, eu juro Mônica- Ele disse, com as mãos em sinal de redenção.

— Ok, vou acreditar em você- Eu disse, e depois dou um selinho nele.

— Vamos pra sala?- Ele perguntou.

— Vai indo na frente- Eu disse a ele.- vou no banheiro retocar a maquiagem e já vou.

— Ok

Toni vai embora então vou até o banheiro e fico pensando. Sei que ele mentiu pra mim, mas eu sempre deixo pra lá, o Toni sabe que não gosto quando ele banca o bully. Mas parece que tudo que eu digo entra num ouvido e sai pelo outro. As vezes me pergunto do por que ele ser meu namorado...

Quero alguém que me entenda, mas não posso terminar com ele, quero acreditar que posso faze-lo mudar.

Continuo com os meus pensamentos, mas quando resolvo olhar meu celular vi que estava atrasada pra aula de história. Então guardo meu celular na bolsa e vou correndo pra sala, quando chego abro a porta e interrompo o professor.

— Foi mal professor Paulo...- Eu disse, um pouco envergonhada.

— Atrasada novamente senhorita Sousa- O professor me repreendeu.- vou deixar passar mas na próxima leva uma advertência.

— Ok...- Digo com tédio, pois sempre que chego atrasada é a mesma ladainha. Então nem me preocupo.

Vou me sentar no fundo da sala, ao lado de Cascão. Quando o professor refaz a pergunta só duas pessoas levantam a mão. Mas eu não to nem ai e fico escrevendo no meu caderno.

— Cebola

— A revolução renascentista foi um movimento importante de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da idade média para a moderna- O garoto respondeu.

— Correto- O professor falou.

— Nerd...- Ouço Jeremias sussurrar e depois algumas pessoas da sala riem. Ok, agora isso foi demais...

Quando a aula acaba saio com os meninos e as meninas. Todos estavam animados mas eu estava calada então Titi falou.

— Mônica, o que houve?- Ele perguntou.- por que está tão calada.

— É, você nunca foi disso- Dessa vez foi Jeremias quem falou.

— Querem saber do porque de eu estar calada- Eu disse, um pouco irritada.

— Sim- Eles responderam.

— Eu estou quieta pois não gostei nadinha do que o senhor...- Falei, apontando para Jeremias.- disse na sala, pra que chamar aquele garoto de nerd? Só porque ele respondeu certo.

— Qual é Mônica, eu só falei a verdade- Jeremias explicou.

— É, e dai se o Jerê o chamou de nerd, ninguém se importou mesmo. Aquele lá é um invisível e nem devemos nos preocupar- Toni se pronunciou.

— Então é isso que todos acham?- Perguntei.

— Sim- Os meninos, menos Cascão, e as meninas concordaram.

— Ok, se acham isso mesmo...- Falei e ajeitei minha bolsa.- me chamem quando se derem conta do quanto idiota foi essa resposta pessoal.

E sem mais explicações sai correndo, deixando o pessoal sem entender nada. Então pra relaxar resolvo ir para meu esconderijo.

Quando chego nele me sento e fico de cabeça baixa. Depois sinto meu celular vibrar dentro de minha bolsa, o pego e vejo ser uma mensagem de Cascão.

—Mô, onde você está? Fiquei preocupado pois você saiu correndo depois da conversa com o pessoal_ Cascão

— Foi mal Cas, eu to no meu lugar secreto pois não gostei do jeito que eles pensam, você sabe que isso é injusto..._ Mônica

Ah tá. E sim, eu sei que é injusto mas você falou aqui por causa...._Cascão

— Nem ouse falar disso, por favor..._ Mônica

—Ok, quer que eu te espere?_ Cascão

Não precisa...pode ir pro refeitório, vou faltar as próximas aulas pra esfriar a cabeça e depois ir pra casa_ Mônica

—Fica bem, você sabe que o seu melhor amigo aqui se preocupa_ Cascão

—Sei sim..._ Mônica

—Tchau..._Cascão

Me despeço de Cascão, desligo meu celular e fico o resto das horas no meu esconderijo. Então resolvo me levantar e ir pra casa.

Vocês devem ter achado estranho o meu jeito de agir só pelo o que o Jeremias falou. Isso é uma coisa minha que eu nunca irei falar, então fiquem com a curiosidade.

...Em casa...

— Oi querida, como foi a escola?- Lauren perguntou, enquanto varria.

— Foi tudo ótimo...- Eu disse, e dei um sorrisinho.

— Mônica, eu sei quando você está mentindo. Me fale o que aconteceu, minha pequena- Ela disse, as vezes não gosto quando a Lauren percebe que estou chateada ou mentindo.

— Não to mentindo Lala, é que foi um dia cheio e estou cansada...- Continuei insistindo na mentira.

— Ok, mas se quiser desabafar sabe que pode contar comigo- Ela falou, me dando um abraço.

— Eu sei...

Me desfaço do abraço, subo as escadas até meu quarto e fico o resto da tarde sozinha.

— Mônica...

— Que foi, pai?- Perguntei, enquanto abraçava meu travesseiro.

— É que eu cheguei mais cedo do trabalho e a Lauren me disse que você estava estranha...- Ele disse- então...vim ver se você precisa de algo...

Droga lala...

— Eu to bem, é como eu disse pra Lauren. Foi um dia cheio e estou cansada...- Falei a mesma mentira.

— Tudo bem...- Foi o que ele disse.

Vejo meu pai se virar pra sair de meu quarto mas de repente para e volta.

— Eu, a Suzana e o Matheus vamos jantar fora- Meu pai falou- quer vir com a gente?.

— Eu iria se fosse só você e o Matt, mas se ela vai...to fora- Eu recusei o pedido.

— Ok, irei pedir pra Lauren preparar algo e depois trazer- Ele disse e depois saiu de meu quarto.

Então finalmente volto a minha solidão. E fico pensando em como minha vida se tornou isso tudo.

Uma pequena lágrima cai no meu rosto e pra não começar a chorar a limpo e resolvo ir dormir.


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