Palavras de amor escrita por BruPotter


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718035/chapter/1

Pov Cebola

Bom...por onde eu irei começar?. Acho que talvez deveria começar pelo óbvio que é me apresentar e contar um pouco de mim. Mas já vou avisando, não tenho nada de interessante pra falar sobre minha vida. Entretanto vou fazer um esforço. Meu nome é Cebolácio Júnior Mezenes da Silva. Tenho dezesseis anos mas todos me chamam de “Cebola”. Ok, agora peguei pesado comigo.

Vocês devem estar achando estranho por eu falar assim comigo. Devem achar que sou um desses caras populares, ricos e arrogantes da escola que vive pegando a cada dia uma garota diferente. Bom...estão errados. Sou só um cara que fica na minha, é chamado de nerd por todos da escola, tenho notas altas e etc.

Mas pelo menos eu não preciso aturar as horas sendo torturado por alguns estudantes de minha escola sozinho pois eu tenho a Magali, minha melhor amiga. Nos conhecemos aos quatro anos e depois dai foi o começo de uma grande amizade, ela sempre esteve nos momentos chatos no colégio, quando estou triste ela tenta me fazer rir e posso conversar normalmente com ela. Acho que isso tá bom pra vocês, vou começar a contar sobre a minha PORCARIA  de vida...

Escuto o som do meu despertador e quando vou desliga-lo acabo caindo da cama.

— Ótimo, que jeito bom de começar meu dia. Caindo da cama- Falo com sarcasmo.

Me levanto do chão, me espreguiço pra tentar tirar o cansaço de mim depois fui caminhando para o banheiro. Fiz minha higiene matinal e após sair do banho visto minhas roupas de sempre, calcei meu tênis preto e dei uma arrumada rápida no meu cabelo.

Agora, já vestido para ir pra escola(o lugar em que sou amado...só que não), só restava ir pra cozinha e tomar o café da manhã.

Assim que chego a cozinha encontro minha família já sentada em volta da mesa tomando o café, então faço o mesmo e me reúno a eles.

— Bom dia filhote!- Meu pai, ou mais conhecido “Seu Cebola”, me cumprimentou assim que me viu entrar na sala.

— Bom dia pimpolho- Minha mãe, Maria Cebola,   me cumprimentou, fitando-me com um doce sorriso em seus lábios.

Ah, um outro fato, meu pai por algum motivo que desconheço começou a me chamar de filhote quando fiz dez anos e minha mãe sempre me chamou de pimpolho. Não gosto muito, mas tenho que suportar, são meus pais e eles me amam.

— Bom dia pai, bom dia mãe- Os cumprimentei e comecei a passar geleia no pão.

— Oi Cebolinha!- Maria, minha irmã mais nova falou, ou melhor gritou e depois me mostra um sorriso.

Apesar dela ser irritante quando quer, não posso reclamar, mesmo com esse jeito eu a adoro.

— Bom dia pra você também pirralha, e pela última vez para de me chamar assim.- A alertei enquanto me levantava da cadeira.

— Chato!- Ela disse, me mostrando a língua.

— To indo- Falei pros meus pais enquanto ia para porta.

— Não vai comer mais nada?- Minha mãe perguntou, um pouco preocupada.

— To sem fome, e também tenho que ir se não vou me atrasar- Eu disse.

— Ok filhote, mas leve pelo menos uma maçã caso precisar- Meu pai disse, jogando uma maçã no ar e me fazendo pega-la.

— Valeu- Agradeci e sai da cozinha.

Peguei minha mochila no sofá da sala e depois fui em direção à porta.

— Tchau família!- Gritei e sai de casa, sem dar a chance deles responderem.

Depois de uma boa caminhada pelas ruas do bairro onde moro finalmente cheguei na escola. O lado bom é que moro bem perto e nem preciso me preocupar com atrasos.

Só vou cedo pois tenho um tempo de paz antes dos caras populares chegarem pra me atazanarem.

Enquanto estava caminhando tranquilamente pela escola para ir pro meu armário e pegar meus livros sem querer esbarro em alguém.

— Ora, ora, ora...é bom te ver de novo-???

Ah não, eu conheço essa voz, o que ele esta fazendo aqui justo agora.

— O que você esta fazendo aqui, Toni?- Perguntei, enquanto dava um passo pra trás.

— Resolvi vir cedo hoje pra bater um papo contigo- Toni falou.

— Meu dia tá cada vez melhor...- Sussurrei e depois Toni pega a gola de minha camisa.

— Toni!!!- Escuto alguém gritar.

— Você deu sorte dessa vez, mas na próxima vai ver- Ele disse, me soltando e depois indo até a pessoa que havia gritado.- to indo!!

— Escapou por pouco-???

— Com certeza, oi maga- Concordei e depois cumprimentei Magali, minha melhor amiga, como vocês sabem.- demorou um tiquinho pra vir.

— Meu despertador tocou alguns minutos atrasado, por isso a demora- Ela explicou.

— Tá explicado, achei que ia ter que aturar o Toni sozinho- Digo enquanto arrumava minha camisa embaraçada.

— Me responda senhor Cebolácio Junior Menezes da Silva, desde quando eu te deixo sozinha?- Magali perguntou, enquanto ajudava a arrumar a camisa e meu cabelo.

— Vejamos...- Coloquei a mão no queixo, fingido pensar.- nunca!

— Din! Din! Din! Resposta correta meu amigo!- Ela brincou e eu ri.

E é por isso que eu amo a Magali, ela me aceita como eu sou. Ah, e se vocês estiverem pensando que eu sinto algo a mais que amizade por ela estão errados. Eu amo a Magali sim, mas é um amor de amigo, a vejo como minha segunda irmã.

— Certo, agora vamos pra sala que o sinal já vai tocar e...- Comecei a falar mas fui interrompido.

— E você não gosta de chegar em sala depois do sinal tocar, eu já sei Cebolinha- Ela completou.

— Você não me chamou de Cebolinha?- Eu duvidei, mesmo sabendo a resposta.

— Chamei sim- Ela disse.

— Agora vai sofrer as consequências- Eu falei e me preparei para fazer cócegas nela.

— Vai ter que me pegar primeiro!- Ela disse e depois sai correndo pelo corredor.

Começo a perseguir Magali pelos corredores da escola para ter minha vingança. Mas  nós dois sabemos que sou muito mole pra fazer algo pra ela, mas mesmo assim gosto de ter esses momentos.

— Chega maga...to...cansado- Falei exausto da correria e fui me sentar na carteira.(Só pra esclarecer, a gente correu pra sala de aula.)

— Ok, me desculpa por te chamar de Cebolinha- Ela disse se sentando ao meu lado.- sei que não gosta.

— Sem problemas- Eu respondi.

Então, aos poucos as pessoas foram entrando na sala e em meio delas o grupo dos populares: Titi, Carmem, Jeremias, Amanda, Cascão, Penha e Toni. Não suporto esse grupo, sempre zombam de mim e da Magali.

— Bom dia alunos- Cumprimentou Paulo Rafael, o nosso professor de história.- vamos começar a aula, abram o livro na página 148...

O professor começou a explicar a matéria e como sempre poucas são as pessoas que estão prestando atenção.

— Então gente, alguém pode me dizer como podemos...- O professor ia falar mas foi interrompido pela porta sendo aberta. Mas não to nem ai pra quem é...

— Foi mal professor Paulo...- A garota disse.

— Atrasada novamente senhorita Sousa.- O professor a repreendeu.- vou deixar passar mas na próxima leva uma advertência.

— Ok...- Ela disse com uma voz de tédio.

— Bom, voltando a pergunta, alguém pode me dizer como podemos conceituar o movimento que ficou conhecido como Revolução renascentista?- O professor perguntou, e rapidamente levanto minha mão e dois minutos depois Magali faz o mesmo.- Cebola.

— A revolução renascentista foi um movimento importante de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da idade média para a moderna.- Eu respondi.

— Correto- O professor falou.

— Nerd...- Ouço alguém da sala sussurrar e algumas pessoas rirem.

Depois de um tempo tendo aula, finalmente é hora do intervalo. Arrumo minhas coisas e saio de sala.

— Não fica triste não, seja quem for que tiver dito é um idiota.- Magali disse.- eles tem é inveja de você.

— Por que teriam inveja de mim?- Perguntei.- sou um fracassado.

— Claro, um fracassado sempre tira as melhores notas em todas as provas e simulados da escola- Ela ironizou.

— Preferia ser notado ao invés de ser inteligente- Digo cabisbaixo.

— Nunca fale isso!- Ela me repreendeu.- você é um cara incrível, eles que não percebem.

— Valeu pelo elogio- Agradeci.- agora vou pra biblioteca, você vem?.

— Não to afim

— Ok, te vejo mais tarde- Disse e vou em direção à biblioteca, o meu esconderijo pra todas as maldades dos garotos do colégio.

Pego um livro qualquer da estante e me sento numa mesa qualquer. Abro o livro e começo a lê-lo, mas chega uma hora em que me canso.

— Que chato- Digo pra mim mesmo, então resolvo pegar minha caneta hidrográfica preta e rabisco na mesa...

“Estou entediado”

...Dia seguinte...

Acordo com o som de meu despertador, faço minhas higienes matinais, visto minha roupa, tomo café e depois vou para a escola.

Vamos lá...enfrentar mais um dia...

Depois de um dia bem frustante vou a biblioteca terminar o dever de matemática que o professor passou pra sexta, e hoje ainda é terça, mas gosto de fazer tudo no mesmo dia ou no prazo certo. Adentro aquele lugar cheio de livros e silencioso e me sento na mesma mesa de ontem.

Porém quando ia abrir meu caderno vejo algo estranho. Alguém havia respondido o que eu escrevi, estava escrito, em caneta vermelha, assim...

“Olá entediado, prazer em te conhecer”

Não entendi bem do por que alguém ter feito isso, mas acho que já sei quem foi.

Levanto da cadeira, pego minha mochila e vou até Magali, que estava em frente ao meu armário.

— Vamos?- Ela perguntou assim que me viu.

— Vamos, mas antes me responde uma coisa...porque?

— Por que o que?- Ela disse.

— Não se faça de desentendida, dona Magali Fernandes- Eu falei.

— Eu não estou me fazendo de desentendida- Magali disse.

— Então não vai me dizer que não foi você que escreveu aquela coisa na biblioteca- Perguntei.

— Escrever o que?- Ela disse confusa.

— Vem cá- Eu disse, pegando em sua mão e a levanto até a biblioteca e mostrando a mesa na qual escrevi.- isso, foi você?.

— Cebola, não fui eu- Ela respondeu.- a letra nem é minha, e eu estava no intervalo comendo meu lanche.

— É, você tem razão- Eu disse, depois de ver que a letra não era mesmo dela.

— Parece que o senhor Cebola tem uma admiradora secreta- Magali falou.

— Será?- Eu perguntei.- não, eu sou um invisível nessa escola, ninguém iria gostar de mim.

— Você é fofo, claro que alguém irá gostar. E parece que temos a prova- Ela disse.

— E se for alguém me zoando- Deduzi.

— Eu não sei, quem vai ter que descobrir é você- Magali falou e depois vai pra porta da biblioteca.- to indo, a gente se vê amanhã.

Ela sai da biblioteca e eu fico mais um pouco. Então percebo que só estava eu naquele lugar resolvo ir pra casa.

Mas meu único pensamento era...

Quem terá escrito aquilo?...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Palavras de amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.