Palavras de amor escrita por BruPotter
POV Ceola
— Verdade?- Magali perguntou.
— Sim, está na hora de conhecer a pessoa pra quem escrevo- Eu respondi.
— Primeiro enfrenta as pessoas que nos infernizam e agora que descobrir quem é a pessoa.- Ela disse.- tô gostando da mudança.
— Obrigado- Eu agradeci.- tenho que parar com esses meus medos e enfrentá-los.
— Então pode contar comigo pra tudo isso.- Magali disse.
— Vai mesmo me ajudar com isso e os meus medos?
— Vou ter que te relembrar- Ela disse.- a quanto tempo nos conhecemos?
— Desde os quatro anos.
— E desde os quatro anos somos inseparáveis, eu nunca vou te deixar na mão- Ela disse e levantou a mão.- pois eu juro solenemente ficar ao seu lado em qualquer tipo de situação pois somos mais que amigos...
— Somos irmãos de coração- Eu completei.- não acredito que ainda se lembra do pacto.
— Eu nunca vou esquecer.
— Vem cá- Eu disse, abrindo os braços
Entendendo o que quero Magali se aproxima e me dá um abraço.
— Valeu por estar sempre comigo- Eu agradeci.
— Sempre vou estar, cê.
Amigos como ela são dificies de achar e é por isso que eu fico muito grato por tê-la em minha vida.
— Que tal pararmos de falar e fazer algo?- Magali perguntou, enquanto desfazia o abraço.
— Tipo...
— Fazer maratona de star wars!- Ela propôs.
— Vai ter que dormir aqui se formos fazer isso- Eu disse.
— Já pensei nisso- Ela disse.- mandei mensagem pros meus pais dizendo que vou passar o fim de semana na sua casa.
— Então eu vou avisar os meus- Eu disse, me levantando da cama.
— Vai lá.
Saio do meu quarto, desço as escadas, vou pra sala e vejo minha mãe quase saindo.
— Mãe- Eu a chamei.
— Sim, pimpolho.
— A Magali vai passar o fim de semana aqui- Eu disse.- tudo bem?
— Está bem- Ela concordou.- se precisarem de mim estarei na confeitaria.
— Tudo bem
Subo de volta e entro no meu quarto
— Já avisei.
— Legal, ainda tem umas roupas minhas aqui?- Magali perguntou.
— Sim
Um resumo do por que disso. Às vezes a Maga dorme aqui e ela deixou algumas roupas pra quando ela estiver em minha casa, pois as únicas roupas femininas são da minha irmã.
— Legal, e o colchão?
— Nada disso, você é convidada e por isso vai dormir na minha cama.
— Nem pensar, não vou me aproveitar da sua hospitalidade- Ela retrucou.- você dorme na cama e eu no colchão.
— Não, vou dormir no colchão.
— Cebola eu...
— Eu vou dormir no colchão.
— É que...
— Vou dormir no colchão.
— Mas...
— Eu. Vou. Dormir. No. Colchão!
— Tá- Ela se rendeu.- você venceu.
— Eu sempre venço.
— Só por que você é teimoso.
— Sei disso.
E o fim de semana foi muito divertido. Magali e eu fizemos coisas que a muito tempo não fazíamos, vimos várias séries, jogamos video game e ficamos relembrando de coisas da nossa infância.
Mas segunda feira chegou e tivemos que ir pra escola.
— Bom, ainda temos um tempo antes de entrarmos- Magali disse.
— O que sugere?
— Que a gente comece a investigação sobre a pessoa da mesa- Ela falou.
— Certo- Eu concordei.- melhor irmos antes que a Mônica e o Cascão cheguem.
— Ok, vamos pra biblioteca.
Magali e eu entramos no colégio e rapidamente nos dirigimos para a biblioteca.
— Bom dia dona Margaret!- Eu e maga a cumprimentamos.
— Bom dia queridos- Ela nos cumprimentou.- está meio cedo pra pegar um livro, né?
— Sim, mas a gente veio fazer uma coisa- Eu falei.
— Tudo bem, mas sejam rápidos.
— Seremos.
Levo Magali para a mesa onde eu e a pessoa escrevemos.
— É aqui- Eu disse, me sentando na cadeira.
— Antes de começarmos realmente será que eu poderia...sei lá...ler o que vocês escrevem um pro outro?
— A vontade- Eu concordei.
—...
— E então...
— Sei que você falou que é só uma brincadeira mas os dois são fofos escrevendo um pro outro.- Magali disse.
— Ainda bem que você sabe que é apenas uma brincadeira- Eu disse.
— Mas não me impede de shippar você e a garota misteriosa- Ela disse.
— Maga...
— Parei- Ela disse, levantando as mãos em forma de rendição.- mas vamos ao que interessa.
— Isso.
— Já sabemos que a pessoa que escreve é uma garota, certo?
— Certo
— Isso é bom
— Como?- Eu perguntei.- tem várias garotas aqui no colégio maga.
— É, mas já temos o que pensar.
— E você quer dizer que...
— Que pra começar a investigação temos que recapitular quando tudo começou- Ela disse.
— Ok- Eu concordei- foi a umas semanas atrás, estávamos na hora do intervalo. Você tinha ido pro refeitório e eu vim pra cá como sempre faço...
— Continue.
— Cumprimentei a dona Margaret, me sentei aqui pra fazer o dever de casa de matemática...
— Típico- Magali brincou.
— Quando eu acabei fiquei entediado e escrevi na mesa.
— Só isso?- Ela perguntou.
— Sim, mas eu vim pra cá de novo na hora da saída e vi que tinham me respondido.
— Isso é bom- Ela disse- você disse que a pessoa respondeu quando você veio no final da aula.
— Sim
— Então isso nos dá uma pista- Ela disse.- mas precisamos de mais.
— Bom, um dia ela me disse pra eu procura-la no refeitório.
— Isso!- Ela se levantou de repente.- já podemos eliminar algumas garotas.
— Entendi- Eu disse, seguindo a mesma linha de raciocínio.- quer dizer que a pessoa é alguém da nossa turma.
— Ou do primeiro ou do terceiro.
Vou explicar, aqui os intervalos são separados, os alunos do fundamental tem o intervalo num horário e o ensino médio em outro.
— Tem razão, elimina uma boa parte, mas e as outras?- Eu disse.
— Ai que está a questão- Magali falou.- podemos tentar falar com a dona Margaret.
— Boa.
Nos levantamos das cadeiras e vamos para o balcão.
— Já vão queridos?- A bibliotecária perguntou.
— Já, mas podemos te fazer uma pergunta.
— Claro.
— Você sabe que eu fico aqui todo dia, né?
— Sei
— E que ultimamente eu venho escrevendo na mesa, certo.
— Certo, no início eu ia dar uma bronca mas também tenho minha curiosidade e quis saber onde isso vai dar- Ela disse.
— Tá, mas a senhora pode nos dizer quem é a garota que escreve- Eu perguntei.
— Eu poderia...
— Mas...
— Mas a menina me fez prometer que eu não contaria pra ninguém a identidade dela- Margaret explicou.
— Ah...
— Tudo bem- Magali disse.
— Desculpe queridos mas eu fiz uma promessa.
— Entendemos- Eu disse.- a gente se vê.
Saio com Magali da biblioteca mas antes de virar o corredor alguém fala.
— O que vocês estão aprontando!
Nos assustamos e quando viramos vimos Denise.
— Denise
— Em carne, osso e puro glamour- Ela disse.
— O que você quer?- Magali perguntou.
— Saber o que vocês estão aprontando.
— Não é nada...- Eu menti.
— Não tente esconder nada de mim- Ela falou.- da pra ver nos rostos dos dois que estão tramando algo.
— Não estamos fazendo nada- Magali disse.
— Só viemos dar um oi pra dona Margaret- Eu disse.
— Só isso?- Ela perguntou.
— Sim- Eu respondi.
— Ok, acredito.
— Acredita mesmo?- Magali duvidou.
— Claro que não- Denise disse.- vocês estão escondendo algo e eu vou descobrir.
— Vamos pra sala maga...
— Vamos.
Magali e eu seguimos em direção à sala mas ouvimos Denise gritar.
— Podem fugir o quanto quiserem, Denise sempre encontra a verdade!
— Por que você é uma fofoqueira...- Magali sussurrou.
E todo o caminho até a sala fiquei calado.
— Por que calou de repente?- Magali perguntou, enquanto se sentava.
— Não gostei de mentir pra Denise...
— Eu sei, mas foi necessário- Ela disse.- se contássemos iria aparecer como primeira página do jornal da escola.
— Sei que ela é conhecida como fofoqueira mas é a nossa amiga.- Eu disse, um pouco chateado.- maluca, mas ainda assim nossa amiga.
— Eu sei, mas como disse foi necessário.
Ficamos conversando um pouco e depois vimos Mônica e Cascão chegando.
— Bom dia- Eles nos cumprimentaram.
— Gostei da roupa Mô- Magali a elogiou
— Obrigada- Ela agradeceu.- peguei umas coisas velhos e com uma ajuda de uma conhecida fiz um novo visual.
— Está bonita- Também a elogiei.- e mostrando quem realmente é.
— Para...- Ela disse, e corou um pouco. Eu enxerguei bem, fiz uma garota corar peça primeira vez na vida...não...deve ser só impressão.
— Foi o que eu disse- Cascão se pronunciou.- mas essa aqui não quis acreditar.
Agora reparando bem, p Cascão também está com um visual novo...
E com uma coroa de rosas na cabeça...estranho...
— Ah...Cascão...- Eu o chamei.
— Sim.
— Por que o senhor está com uma coroa de rosas na cabeça?- Magali fez a pergunta que eu queria fazer.
— Esse doido pegou do nada a minha coroa- Mônica respondeu por ele.- e até agora não quer me devolver.
— Ok...né...
— Vocês estão é com inveja, por que eu fico lindo nesta coroa- Cascão se gabou.- reverenciem o rei das flores!
— Deus salve o rei!- Nós três falamos.
Depois disso damos risada com a bobagem que fizemos.
— Ok, agora será que vossa majestade poderia por obséquio devolver o que é meu por direito- Mônica pediu.
— Traição, quer me derrubar do trono!- Ele fingiu.- cortem-lhe a cabeça.
— Cas, eu tô falando sério.
— Poxa, por que sempre tem que acabar com minha onda.- Ele se fingiu de triste e devolveu a coroa.
— Por que existe uma coisa chamada limites- Ela disse, enquanto se sentava.
— Ela tem razão- Eu concordei.
Depois ficamos conversando amenidades enquanto os outros entravam e minutos depois a professora de química chega.
— Bom dia, hoje vamos aprender sobre compostos orgânicos e inorgânicos.- Ela disse, enquanto escrevia no quadro.
Pego o caderno e começo a anotar o que ela escrevia mas vejo de relance que Mônica parecia estar entretida com outra coisa em seu caderno, a matéria eu sei que não é, mas vou deixar de lado já tenho meu próprio mistério pra resolver.
O sinal toca anunciando o intervalo, guardo meu caderno, me levanto da cadeira, saio da sala e vou pro refeitório junto de Magali.
— Gente!
Nos viramos e vimos Mônica e Cascão vindo em nossa direção.
— Hei, a gente estava indo pro refeitório agora mesmo.- Eu disse.
— Era sobre isso que queríamos falar- Cascão disse.
— E seria?- Magali perguntou.
— Vocês dariam conta de ficar só os dois no refeitório hoje?- Mônica perguntou.
— Por que?- Eu rebati com outra pergunta.
— Por que...por que...
— Vamos sair pra comer num lugar que a muito tempo quero ir.- Cascão respondeu.- sabe, pegar um ar puro, dar uma variada e relembrar os velhos tempos que passamos juntos. Entendem?
— Ok- Eu compreendi.- podem ir.
— Mesmo?
— Mesmo- eu garanti.
— É, vamos ficar bem- Magali falou.
— Nos vemos daqui a pouco!- Os dois falaram.- E depois foram embora.
— Bom, só sobrou a gente agora- Eu falei.
— Eu não sou uma boa companhia?- Magali brincou.
— Não
— Que traição!
— Vamos entrar, boba- Eu disse, enquanto entrava no refeitório.
— Ok- Ela disse e me acompanhou.
Entramos no refeitório, antes podia dizer que tinha medo mas agora não, estou de boa.
Magali escolhe uma mesa e nos sentamos.
— Trouxe algo pra comer?- Ela perguntou.
— Não e você?
— Não
— Vou comprar e você guarda meu lugar, ok- Eu propus.
— Beleza.
Me levanto, compro dois sanduíches com a merendeira.
— Obrigado- Eu agradeço e sai.
— Agora, bebidas- Eu pensei
Fui pra uma máquina que vendia refrigerante mas vi que já tinha alguém lá.
— Porcaria de máquina!- A menina reclamou.
— Que foi?- Eu perguntei.
— Essa coisa deu defeito!- Ela falou.- já é a terceira vez que acontece comigo! Eu devo ser uma azarada.
— Eu posso dar um jeito disso- Eu disse.
Comecei a bater na máquina nos lugares certos e em pouco tempo a mesma volta ao normal.
— Agora vamos testar.
Coloquei meu dinheiro na máquina, clico no teclado e pego os três refrigerantes.
— Pra senhorita- Eu disse, estendendo um dos refris.
— Não precisava.- Ela disse.- eu poderia ter colocado outra nota.
— É por minha conta.
— Mas...
— Eu insisto.
— Obrigada- Ela agradeceu.- muita bondade sua.
— De nada- Eu disse, e reconheci quem era a menina.- Marina, não é?
— Sim, como sabe? Ela concordou e depois perguntou.
— Sou Cebola- Me apresentei.- estudamos na mesma turma.
— Ah, lembrei- Marina falou.- o garoto mais esperto da nossa classe e que enfrentou o bobalhão do Toni e a metida da Penha.
— Sim, e parece que todos sabem disso.
— Claro que sim- Ela disse.- todos ficaram comentando. Muito corajoso e inspirou algumas pessoas.
— Mesmo?
— Sim.
— Uau...
— Bom, eu tenho que ir- Ela disse, enquanto se afastava.- obrigada outra vez, nos vemos na sala!
Volto para a mesa e me sento.
— Que demora- Magali disse.
— Foi mal, ajudei uma pessoa que tava com problemas com a máquina de bebidas.- Eu disse.
— Tendi, mas vamos voltar ao foco principal.
— Tem razão, a investigação.- Eu me lembrei.- como vamos fazer pra eliminarmos as garotas da lista?
— Essa é a parte difícil- Magali disse.- acho que você deixou algo escapar.
— Não deixei- Eu disse, enquanto comia meu sanduíche.
— Então quando acabar a aula vamos de novo pra biblioteca checar.- Ela disse.
Ficamos comendo nosso lanche em silêncio mas alguém nos chama.
— Hei...
Paramos de comer e vimos Titi e Jeremias.
- O que vocês querem?- Magali perguntou, desconfiada.
— Não viemos fazer nada- Titi disse.
— A gente jura- Jeremias acrescentou.
— Podem sentar- Eu disse.
Os dois sentaram na nossa frente e eu falo.
— Pensei que fossem sentar com seus amigos.
— Vamos sentar com uns garotos do time de futebol da escola.- Jeremias disse.
— Ultimamente o grupo está se desfazendo aos poucos- Titi falou.
— Foi mal...- Eu me desculpei. Posso não ir com a cara do Toni e das meninas mas não queria desfazer uma amizade...
— Não precisa se desculpar.
— É, depois de você ter passado um tempo conosco e ter dito aquelas coisas...
— Vimos que estávamos errados.
— Nós que devemos desculpa...
— Pros dois.
Nossa, por essa não esperava.
— Uau...- Eu e Magali falamos juntos.
— Nos desculpam?- Eles perguntaram.
— Eu os desculpo.- Eu disse, e dei um sorriso pequeno.- maga?
— Eu não sei...
— Qual é, eles não vão fazer nada- Eu sussurrei em seu ouvido.- da pra ver que estão sendo sinceros.
Magali ponderou e depois respondeu.- ok, eu também os desculpo.
— Valeu- Os dois agradeceram.
— Foi só por isso que vieram?- Eu perguntei.
— Não, tem outra coisa- Jeremias disse.
— E seria?
— O vídeo que pedimos pra você gravar bateu o recorde do nosso último- Titi disse.
— Verdade- Eu disse, impressionado.
— Sim- Jeremias confirmou.- todos acharam engraçado e também mandaram mensagens perguntando quem é o cara que está gravando...
— E se ele iria aparecer num outro vídeo.
— Eu topei gravar, não disse que ia aparecer- Eu disse.
— Poxa, não vai querer decepcionar os fãs, né.
— Gente...
— Só pense, ok.
— Pensarei- Eu concordei.
— Se quiser realmente é só falar conosco- Titi disse e se levantou com Jeremias.
— Até!
— Até!- Eu e Magali nos despedimos.
Os dois saíram da nossa mesa e foram sentar em outra.
— Por essa a gente não esperava, né- Eu comentei.
— Sim.
Conversamos mais um pouco e quando o sinal toca nos levantamos e voltamos pra sala.
Assistimos a aula e quando finalmente acaba nos levantamos e fomos pra biblioteca.
— Eu já disse que você deve ter deixado algo escapar!- Magali falou.
— E eu digo que não deixei- Eu disse enquanto me sentava, pegava o livro de física e o abria.
— Pois eu digo que sim- Ela disse, enquanto me imitava.- mas vamos deixar isso de lado por uns segundos e concentrar no dever.
— Certo.
Começamos a fazer o dever, mas paro um pouco e vejo na mesa a última escrita da senhorita mistério.
"Touché, mas você tem razão senhor entediado. Eu devia ter lembrado da minha letra..."
Pera...letra...é isso...
— Por que não pensei nisso antes...- Eu sussurrei.
— Pensar no que?- Magali me perguntou
— Na letra maga- Eu disse, apontando para as escritas na mesa.
— É mesmo, estava tão na cara!
— Só devemos ver a letra das meninas.
— De todas?
— Não de todas, só as da nossa turma.
— Agora estamos indo pra um lugar- Ela disse, enquanto guardava os materiais.- amanhã bolamos um plano.
— Ok- Eu disse, enquanto a imitava.
Saímos da escola e fomos para nossas casas.
Entro em casa, vou pro meu quarto, tomo um banho, coloco uma roupa confortável e desço as escadas de volta pra sala e ligo a tevê em um programa qualquer.
Enquanto assistia o programa ouço a campainha tocar.
— Quem será?- Eu pensei.
Me levanto do sofá e quando abro a porta me deparo com Mônica.
— Mô, o que faz aqui?- Eu perguntei, enquanto a deixava entrar.
— Desculpa por te incomodar...- Ela disse em voz baixa E só agora reparei que ela estava chorando.
— Por que está chorando?
— Eu não...
— Nem venha dizer que não está chorando- Eu a parei.- pois sei que muito bem que está.
—...
Vendo que Mônica ainda chorava um pouco a sua mão e a guio para as escadas e depois entramos em meu quarto.
Vou com ela até minha cama, me sento e deito sua cabeça em meu colo pra depois começar a acariciar seus cabelos.
— Me conta o por que de estar chorando- Eu pedi, com calma.
— E...eu bri...brigue com a Suzana...- Ela gaguejou.
— Sua madrasta- Eu falei. Mônica já tinha me dito sobre ela algumas vezes e pelo que ouvi ela parece ser uma serpente manipuladora.
— Uhum...
— Quer me contar o motivo da briga?- Eu perguntei, enquanto enxugava as lágrimas que caiam de seu rosto.
— Não...
— Tudo bem- Eu compreendi.- mas quando se sentir pronta eu estou aqui pra te ajudar.
— Ok...
Então um silêncio se instala em meu quarto mas ainda ouvia uns choramingos de Mônica enquanto continuava a acariciar seus cabelos.
Mas Mônica sai de meu colo e se senta na minha cama.
— Melhor?
— Sim, obrigada- Ela agradeceu e depois me deu um sorriso sem dentes.
— Ao seu dispor.
— Foi mal mesmo por ter te incomodado- Ela se desculpou.- quando eu saí de casa por causa da briga com a cobra eu não via pra onde ia, meus pés estavam no piloto automático.
— Hei, tá tudo bem.- Eu garanti.
— Ok- Ela disse.- mas já que estou aqui posso pegar suas anotações da aula de química hoje.
Me levantei, peguei minha mochila no chão e tirei meu caderno de lá.
— Aqui- Eu disse, enquanto me sentava outra vez na cama.
— Temos cadernos iguais- Ela disse enquanto tirava da bolsa um caderno de capa azul marinho. Mas tinha um diferença do meu, o dela tinha um adesivo com o nome de uma banda.
— Parece que sim- Eu concordei.
Mônica pega uma caneta do estojo, abre os dois cadernos e começa a copiar.
— Me tira uma dúvida.
— Claro- Ela disse, sem tirar os olhos dos cadernos.
— Por que não copiou a matéria na hora da aula?
—...
— Mô?
— Vou te contar o por que- Ela disse.- mas promete que não vai rir...
— Prometo.
— Ás vezes uso meu caderno de escola como rascunho de...
— De...
— De reportagens que eu vi na tevê, internet ou no jornal. Escrevo minha versão dos fatos e tiro minhas próprias conclusões...
— Verdade.
— Sim, pode rir- Ela disse.- é ridículo.
— Não!- Eu neguei.- fiquei admirado, e parece super legal o que você faz.
— Sim- Eu respondi.
— Valeu.
— Posso ver?
— Ainda não estou preparada pra mostrar.
— Ok, você escreve mais alguma coisa?
— Escrevo histórias e algumas músicas.
— Que legal.
— É- Ela disse, e depois voltou a copiar a matéria.
Depois de uns minutos Mônica fecha os dois cadernos.
— Terminei- Ela disse, enquanto colocava a caneta na bolsa mas sem querer a deixa cair junto com outras coisas.- droga...
— Eu te ajudo a catar.
Catamos as coisas e nos levantamos.
— Obrigada por me deixar copiar a matéria- Ela disse, enquanto pega o caderno e colocava na bolsa.- e por me confortar.
— As ordens.
— Até amanhã!
— Até- Me despedi.
Mônica vai embora, e quando pego o caderno vejo um adesivo de uma banda.
— Droga, a Mô pegou o caderno errado- Eu pensei.
Bom, o jeito é devolver amanhã na escola. Mas...agora que ela falou que escreve me deu uma curiosidade de ver...não Cebola...
Mas o que os olhos não veem o coração não sente...né...
Deixo minha curiosidade vencer, me sento na cama, abro o caderno e vou passando as páginas até que encontro uma história dela.
Fico lendo a história, que é bem interessante.
— Parando pra pensar a letra dela me lembra algo...- Eu pensei.
Então lembro das escritas e vejo de novo a letra do caderno...não!!
— A Mônica é a garota pra quem escrevo...
Olhando por um lado é bom ter descoberto mas agora a pergunta que me faço é...
Como caralhos vou conversar com a Mô sem passar vergonha.
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