Palavras de amor escrita por BruPotter


Capítulo 13
Capítulo 13




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POV Ceola

— Verdade?- Magali perguntou.

— Sim, está na hora de conhecer a pessoa pra quem escrevo- Eu respondi.

— Primeiro enfrenta as pessoas que nos infernizam e agora que descobrir quem é a pessoa.- Ela disse.- tô gostando da mudança.

— Obrigado- Eu agradeci.- tenho que parar com esses meus medos e enfrentá-los.

— Então pode contar comigo pra tudo isso.- Magali disse.

— Vai mesmo me ajudar com isso e os meus medos?

— Vou ter que te relembrar- Ela disse.- a quanto tempo nos conhecemos?

— Desde os quatro anos.

— E desde os quatro anos somos inseparáveis, eu nunca vou te deixar na mão- Ela disse e levantou a mão.- pois eu juro solenemente ficar ao seu lado em qualquer tipo de situação pois somos mais que amigos...

— Somos irmãos de coração- Eu completei.- não acredito que ainda se lembra do pacto.

— Eu nunca vou esquecer.

— Vem cá- Eu disse, abrindo os braços

Entendendo o que quero Magali se aproxima e me dá um abraço.

— Valeu por estar sempre comigo- Eu agradeci.

— Sempre vou estar, cê.

Amigos como ela são dificies de achar e é por isso que eu fico muito grato por tê-la em minha vida.

— Que tal pararmos de falar e fazer algo?- Magali perguntou, enquanto desfazia o abraço.

— Tipo...

— Fazer maratona de star wars!- Ela propôs.

— Vai ter que dormir aqui se formos fazer isso- Eu disse.

— Já pensei nisso- Ela disse.- mandei mensagem pros meus pais dizendo que vou passar o fim de semana na sua casa.

— Então eu vou avisar os meus- Eu disse, me levantando da cama.

— Vai lá.

Saio do meu quarto, desço as escadas, vou pra sala e vejo minha mãe quase saindo.

— Mãe- Eu a chamei.

— Sim, pimpolho.

— A Magali vai passar o fim de semana aqui- Eu disse.- tudo bem?

— Está bem- Ela concordou.- se precisarem de mim estarei na confeitaria.

— Tudo bem

Subo de volta e entro no meu quarto

— Já avisei.

— Legal, ainda tem umas roupas minhas aqui?- Magali perguntou.

— Sim

Um resumo do por que disso. Às vezes a Maga dorme aqui e ela deixou algumas roupas pra quando ela estiver em minha casa, pois as únicas  roupas femininas são da minha irmã.

— Legal, e o colchão?

— Nada disso, você é convidada e por isso vai dormir na minha cama.

— Nem pensar, não vou me aproveitar da sua hospitalidade- Ela retrucou.- você dorme na cama e eu no colchão.

— Não, vou dormir no colchão.

— Cebola eu...

— Eu vou dormir no colchão.

— É que...

— Vou dormir no colchão.

— Mas...

— Eu. Vou. Dormir. No. Colchão!

— Tá- Ela se rendeu.- você venceu.

— Eu sempre venço.

— Só por que você é teimoso.

— Sei disso.

E o fim de semana foi muito divertido. Magali e eu fizemos coisas que a muito tempo não fazíamos, vimos várias séries, jogamos video game e ficamos relembrando de coisas da nossa infância.

Mas segunda feira chegou e tivemos que ir pra escola.

— Bom, ainda temos um tempo antes de entrarmos- Magali disse.

— O que sugere?

— Que a gente comece a investigação sobre a pessoa da mesa- Ela falou.

— Certo- Eu concordei.- melhor irmos antes que a Mônica e o Cascão cheguem.

— Ok, vamos pra biblioteca.

Magali e eu entramos no colégio e rapidamente nos dirigimos para a biblioteca.

— Bom dia dona Margaret!- Eu e maga a cumprimentamos.

— Bom dia queridos- Ela nos cumprimentou.- está meio cedo pra pegar um livro, né?

— Sim, mas a gente veio fazer uma coisa- Eu falei.

— Tudo bem, mas sejam rápidos.

— Seremos.

Levo Magali para a mesa onde eu e a pessoa escrevemos.

— É aqui- Eu disse, me sentando na cadeira.

— Antes de começarmos realmente será que eu poderia...sei lá...ler o que vocês escrevem um pro outro?

— A vontade- Eu concordei.

—...

— E então...

— Sei que você falou que é só uma brincadeira mas os dois são fofos escrevendo um pro outro.- Magali disse.

— Ainda bem que você sabe que é apenas uma brincadeira- Eu disse.

— Mas não me impede de shippar você e a garota misteriosa- Ela disse.

— Maga...

— Parei- Ela disse, levantando as mãos em forma de rendição.- mas vamos ao que interessa.

— Isso.

— Já sabemos que a pessoa que escreve é uma garota, certo?

— Certo

— Isso é bom

— Como?- Eu perguntei.- tem várias garotas aqui no colégio maga.

— É, mas já temos o que pensar.

— E você quer dizer que...

— Que pra começar a investigação temos que recapitular quando tudo começou- Ela disse.

— Ok- Eu concordei- foi a umas semanas atrás, estávamos na hora do intervalo. Você tinha ido pro refeitório e eu vim pra cá como sempre faço...

— Continue.

— Cumprimentei a dona Margaret, me sentei aqui pra fazer o dever de casa de matemática...

— Típico- Magali brincou.

— Quando eu acabei fiquei entediado e escrevi na mesa.

— Só isso?- Ela perguntou.

— Sim, mas eu vim pra cá de novo na hora da saída e vi que tinham me respondido.

— Isso é bom- Ela disse- você disse que a pessoa respondeu quando você veio no final da aula.

— Sim

— Então isso nos dá uma pista- Ela disse.- mas precisamos de mais.

— Bom, um dia ela me disse pra eu procura-la no refeitório.

— Isso!- Ela se levantou de repente.- já podemos eliminar algumas garotas.

— Entendi- Eu disse, seguindo a mesma linha de raciocínio.- quer dizer que a pessoa é alguém da nossa turma.

— Ou do primeiro ou do terceiro.

Vou explicar, aqui os intervalos são separados, os alunos do fundamental tem o intervalo num horário e o ensino médio em outro.

— Tem razão, elimina uma boa parte, mas e as outras?- Eu disse.

— Ai que está a questão- Magali falou.- podemos tentar falar com a dona Margaret.

— Boa.

Nos levantamos das cadeiras e vamos para o balcão.

— Já vão queridos?- A bibliotecária perguntou.

— Já, mas podemos te fazer uma pergunta.

— Claro.

— Você sabe que eu fico aqui todo dia, né?

— Sei

— E que ultimamente eu venho escrevendo na mesa, certo.

— Certo, no início eu ia dar uma bronca mas também tenho minha curiosidade e quis saber onde isso vai dar- Ela disse.

— Tá, mas a senhora pode nos dizer quem é a garota que escreve- Eu perguntei.

— Eu poderia...

— Mas...

— Mas a menina me fez prometer que eu não contaria pra ninguém a identidade dela- Margaret explicou.

— Ah...

— Tudo bem- Magali disse.

— Desculpe queridos mas eu fiz uma promessa.

— Entendemos- Eu disse.- a gente se vê.

Saio com Magali da biblioteca mas antes de virar o corredor alguém fala.

— O que vocês estão aprontando!

Nos assustamos e quando viramos vimos Denise.

— Denise

— Em carne, osso e puro glamour- Ela disse.

— O que você quer?- Magali perguntou.

— Saber o que vocês estão aprontando.

— Não é nada...- Eu menti.

— Não tente esconder nada de mim- Ela falou.- da pra ver nos rostos dos dois que estão tramando algo.

— Não estamos fazendo nada- Magali disse.

— Só viemos dar um oi pra dona Margaret- Eu disse.

— Só isso?- Ela perguntou.

— Sim- Eu respondi.

— Ok, acredito.

— Acredita mesmo?- Magali duvidou.

— Claro que não- Denise disse.- vocês estão escondendo algo e eu vou descobrir.

— Vamos pra sala maga...

— Vamos.

Magali e eu seguimos em direção à sala mas ouvimos Denise gritar.

— Podem fugir o quanto quiserem, Denise sempre encontra a verdade!

— Por que você é uma fofoqueira...- Magali sussurrou.

E todo o caminho até a sala fiquei calado.

— Por que calou de repente?- Magali perguntou, enquanto se sentava.

— Não gostei de mentir pra Denise...

— Eu sei, mas foi necessário- Ela disse.- se contássemos iria aparecer como primeira página do jornal da escola.

— Sei que ela é conhecida como fofoqueira mas é a nossa amiga.- Eu disse, um pouco chateado.- maluca, mas ainda assim nossa amiga.

— Eu sei, mas como disse foi necessário.

Ficamos conversando um pouco e depois vimos Mônica e Cascão chegando.

— Bom dia- Eles nos cumprimentaram.

— Gostei da roupa Mô- Magali a elogiou

— Obrigada- Ela agradeceu.- peguei umas coisas velhos e com uma ajuda de uma conhecida fiz um novo visual.

— Está bonita- Também a elogiei.- e mostrando quem realmente é.

— Para...- Ela disse, e corou um pouco. Eu enxerguei bem, fiz uma garota corar peça primeira vez na vida...não...deve ser só impressão.

— Foi o que eu disse- Cascão se pronunciou.- mas essa aqui não quis acreditar.

Agora reparando bem, p Cascão também está com um visual novo...

E com uma coroa de rosas na cabeça...estranho...

— Ah...Cascão...- Eu o chamei.

— Sim.

— Por que o senhor está com uma coroa de rosas na cabeça?- Magali fez a pergunta que eu queria fazer.

— Esse doido pegou do nada a minha coroa- Mônica respondeu por ele.- e até agora não quer me devolver.

— Ok...né...

— Vocês estão é com inveja, por que eu fico lindo nesta coroa- Cascão se gabou.- reverenciem o rei das flores!

— Deus salve o rei!- Nós três falamos.

Depois disso damos risada com a bobagem que fizemos.

— Ok, agora será que vossa majestade poderia por obséquio devolver o que é meu por direito- Mônica pediu.

— Traição, quer me derrubar do trono!- Ele fingiu.- cortem-lhe a cabeça.

— Cas, eu tô falando sério.

— Poxa, por que sempre tem que acabar com minha onda.- Ele se fingiu de triste e devolveu a coroa.

— Por que existe uma coisa chamada limites- Ela disse, enquanto se sentava.

— Ela tem razão- Eu concordei.

Depois ficamos conversando amenidades enquanto os outros entravam e minutos depois a professora de química chega.

— Bom dia, hoje vamos aprender sobre compostos orgânicos e inorgânicos.- Ela disse, enquanto escrevia no quadro.

Pego o caderno e começo a anotar o que ela escrevia mas vejo de relance que Mônica parecia estar entretida com outra coisa em seu caderno, a matéria eu sei que não é, mas vou deixar de lado já tenho meu próprio mistério pra resolver.

O sinal toca anunciando o intervalo, guardo meu caderno, me levanto da cadeira, saio da sala e vou pro refeitório junto de Magali.

— Gente!

Nos viramos e vimos Mônica e Cascão vindo em nossa direção.

— Hei, a gente estava indo pro refeitório agora mesmo.- Eu disse.

— Era sobre isso que queríamos falar- Cascão disse.

— E seria?- Magali perguntou.

— Vocês dariam conta de ficar só os dois no refeitório hoje?- Mônica perguntou.

— Por que?- Eu rebati com outra pergunta.

— Por que...por que...

— Vamos sair pra comer num lugar que a muito tempo quero ir.- Cascão respondeu.- sabe, pegar um ar puro, dar uma variada e relembrar os velhos tempos que passamos juntos. Entendem?

— Ok- Eu compreendi.- podem ir.

— Mesmo?

— Mesmo- eu garanti.

— É, vamos ficar bem- Magali falou.

— Nos vemos daqui a pouco!- Os dois falaram.- E depois foram embora.

— Bom, só sobrou a gente agora- Eu falei.

— Eu não sou uma boa companhia?- Magali brincou.

— Não

— Que traição!

— Vamos entrar, boba- Eu disse, enquanto entrava no refeitório.

— Ok- Ela disse e me acompanhou.

Entramos no refeitório, antes podia dizer que tinha medo mas agora não, estou de boa.

Magali escolhe uma mesa e nos sentamos.

— Trouxe algo pra comer?- Ela perguntou.

— Não e você?

— Não

— Vou comprar e você guarda meu lugar, ok- Eu propus.

— Beleza.

Me levanto, compro dois sanduíches com a merendeira.

— Obrigado- Eu agradeço e sai.

— Agora, bebidas- Eu pensei

Fui pra uma máquina que vendia refrigerante mas vi que já tinha alguém lá.

— Porcaria de máquina!- A menina reclamou.

— Que foi?- Eu perguntei.

— Essa coisa deu defeito!- Ela falou.- já é a terceira vez que acontece comigo! Eu devo ser uma azarada.

— Eu posso dar um jeito disso- Eu disse.

Comecei a bater na máquina nos lugares certos e em pouco tempo a mesma volta ao normal.

— Agora vamos testar.

Coloquei meu dinheiro na máquina, clico no teclado e pego os três refrigerantes.

— Pra senhorita- Eu disse, estendendo um dos refris.

— Não precisava.- Ela disse.- eu poderia ter colocado outra nota.

— É por minha conta.

— Mas...

— Eu insisto.

— Obrigada- Ela agradeceu.- muita bondade sua.

— De nada- Eu disse, e reconheci quem era a menina.- Marina, não é?

— Sim, como sabe? Ela concordou e depois perguntou.

— Sou Cebola- Me apresentei.- estudamos na mesma turma.

— Ah, lembrei- Marina falou.- o garoto mais esperto da nossa classe e que enfrentou o bobalhão do Toni e a metida da Penha.

— Sim, e parece que todos sabem disso.

— Claro que sim- Ela disse.- todos ficaram comentando. Muito corajoso e inspirou algumas pessoas.

— Mesmo?

— Sim.

— Uau...

— Bom, eu tenho que ir- Ela disse, enquanto se afastava.- obrigada outra vez, nos vemos na sala!

Volto para a mesa e me sento.

— Que demora- Magali disse.

— Foi mal, ajudei uma pessoa que tava com problemas com a máquina de bebidas.- Eu disse.

— Tendi, mas vamos voltar ao foco principal.

— Tem razão, a investigação.- Eu me lembrei.- como vamos fazer pra eliminarmos as garotas da lista?

— Essa é a parte difícil- Magali disse.- acho que você deixou algo escapar.

— Não deixei- Eu disse, enquanto comia meu sanduíche.

— Então quando acabar a aula vamos de novo pra biblioteca checar.- Ela disse.

Ficamos comendo nosso lanche em silêncio mas alguém nos chama.

— Hei...

Paramos de comer e vimos Titi e Jeremias.

 - O que vocês querem?- Magali perguntou, desconfiada.

— Não viemos fazer nada- Titi disse.

— A gente jura- Jeremias acrescentou.

— Podem sentar- Eu disse.

Os dois sentaram na nossa frente e eu falo.

— Pensei que fossem sentar com seus amigos.

— Vamos sentar com uns garotos do time de futebol da escola.- Jeremias disse.

— Ultimamente o grupo está se desfazendo aos poucos- Titi falou.

— Foi mal...- Eu me desculpei. Posso não ir com a cara do Toni e das meninas mas não queria desfazer uma amizade...

— Não precisa se desculpar.

— É, depois de você ter passado um tempo conosco e ter dito aquelas coisas...

— Vimos que estávamos errados.

— Nós que devemos desculpa...

— Pros dois.

Nossa, por essa não esperava.

 — Uau...- Eu e Magali falamos juntos.

— Nos desculpam?- Eles perguntaram.

— Eu os desculpo.- Eu disse, e dei um sorriso pequeno.- maga?

— Eu não sei...

— Qual é, eles não vão fazer nada- Eu sussurrei em seu ouvido.- da pra ver que estão sendo sinceros.

Magali ponderou e depois respondeu.- ok, eu também os desculpo.

— Valeu- Os dois agradeceram.

— Foi só por isso que vieram?- Eu perguntei.

— Não, tem outra coisa- Jeremias disse.

— E seria?

— O vídeo que pedimos pra você gravar bateu o recorde do nosso último- Titi disse.

— Verdade- Eu disse, impressionado.

— Sim- Jeremias confirmou.- todos acharam engraçado e também mandaram mensagens perguntando quem é o cara que está gravando...

— E se ele iria aparecer num outro vídeo.

— Eu topei gravar, não disse que ia aparecer- Eu disse.

— Poxa, não vai querer decepcionar os fãs, né.

— Gente...

— Só pense, ok.

— Pensarei- Eu concordei.

— Se quiser realmente é só falar conosco- Titi disse e se levantou com Jeremias.

— Até!

— Até!- Eu e Magali nos despedimos.

Os dois saíram da nossa mesa e foram sentar em outra.

— Por essa a gente não esperava, né- Eu comentei.

— Sim.

Conversamos mais um pouco e quando o sinal toca nos levantamos e voltamos pra sala.

Assistimos a aula e quando finalmente acaba nos levantamos e fomos pra biblioteca.

— Eu já disse que você deve ter deixado algo escapar!- Magali falou.

— E eu digo que não deixei- Eu disse enquanto me sentava, pegava o livro de física e o abria.

— Pois eu digo que sim- Ela disse, enquanto me imitava.- mas vamos deixar isso de lado por uns segundos e concentrar no dever.

— Certo.

Começamos a fazer o dever, mas paro um pouco e vejo na mesa a última escrita da senhorita mistério.

"Touché, mas você tem razão senhor entediado. Eu devia ter lembrado da minha letra..."

Pera...letra...é isso...

— Por que não pensei nisso antes...- Eu sussurrei.

— Pensar no que?- Magali me perguntou

— Na letra maga- Eu disse, apontando para as escritas na mesa.

— É mesmo, estava tão na cara!

— Só devemos ver a letra das meninas.

— De todas?

— Não de todas, só as da nossa turma.

— Agora estamos indo pra um lugar- Ela disse, enquanto guardava os materiais.- amanhã bolamos um plano.

— Ok- Eu disse, enquanto a imitava.

Saímos da escola e fomos para nossas casas.

Entro em casa, vou pro meu quarto, tomo um banho, coloco uma roupa confortável e desço as escadas de volta pra sala e ligo a tevê em um programa qualquer.

Enquanto assistia o programa ouço a campainha tocar.

— Quem será?- Eu pensei.

Me levanto do sofá e quando abro a porta me deparo com Mônica.

— Mô, o que faz aqui?- Eu perguntei, enquanto a deixava entrar.

— Desculpa por te incomodar...- Ela disse em voz baixa E só agora reparei que ela estava chorando.

— Por que está chorando?

— Eu não...

— Nem venha dizer que não está chorando- Eu a parei.- pois sei que muito bem que está.

—...

Vendo que Mônica ainda chorava um pouco a sua mão e a guio para as escadas e depois entramos em meu quarto.

Vou com ela até minha cama, me sento e deito sua cabeça em meu colo pra depois começar a acariciar seus cabelos.

— Me conta o por que de estar chorando- Eu pedi, com calma.

— E...eu bri...brigue com a Suzana...- Ela gaguejou.

— Sua madrasta- Eu falei. Mônica já tinha me dito sobre ela algumas vezes e pelo que ouvi ela parece ser uma serpente manipuladora.

— Uhum...

— Quer me contar o motivo da briga?- Eu perguntei, enquanto enxugava as lágrimas que caiam de seu rosto.

— Não...

— Tudo bem- Eu compreendi.- mas quando se sentir pronta eu estou aqui pra te ajudar.

— Ok...

Então um silêncio se instala em meu quarto mas ainda ouvia uns choramingos de Mônica enquanto continuava a acariciar seus cabelos.

Mas Mônica sai de meu colo e se senta na minha cama.

— Melhor?

— Sim, obrigada- Ela agradeceu e depois me deu um sorriso sem dentes.

— Ao seu dispor.

— Foi mal mesmo por ter te incomodado- Ela se desculpou.- quando eu saí de casa por causa da briga com a cobra eu não via pra onde ia, meus pés estavam no piloto automático.

 — Hei, tá tudo bem.- Eu garanti.

— Ok- Ela disse.- mas já que estou aqui posso pegar suas anotações da aula de química hoje.

Me levantei, peguei minha mochila no chão e tirei meu caderno de lá.

— Aqui- Eu disse, enquanto me sentava outra vez na cama.

— Temos cadernos iguais- Ela disse enquanto tirava da bolsa um caderno de capa azul marinho. Mas tinha um diferença do meu, o dela tinha um adesivo com o nome de uma banda.

— Parece que sim- Eu concordei.

Mônica pega uma caneta do estojo, abre os dois cadernos e começa a copiar.

— Me tira uma dúvida.

— Claro- Ela disse, sem tirar os olhos dos cadernos.

— Por que não copiou a matéria na hora da aula?

—...

— Mô?

— Vou te contar o por que- Ela disse.- mas promete que não vai rir...

— Prometo.

— Ás vezes uso meu caderno de escola como rascunho de...

— De...

— De reportagens que eu vi na tevê, internet ou no jornal. Escrevo minha versão dos fatos e tiro minhas próprias conclusões...

— Verdade.

— Sim, pode rir- Ela disse.- é ridículo.

— Não!- Eu neguei.- fiquei admirado, e parece super legal o que você faz.

— Sim- Eu respondi.

— Valeu.

— Posso ver?

— Ainda não estou preparada pra mostrar.

— Ok, você escreve mais alguma coisa?

— Escrevo histórias e algumas músicas.

— Que legal.

— É- Ela disse, e depois voltou a copiar a matéria.

Depois de uns minutos Mônica fecha os dois cadernos.

— Terminei- Ela disse, enquanto colocava a caneta na bolsa mas sem querer a deixa cair junto com outras coisas.- droga...

— Eu te ajudo a catar.

Catamos as coisas e nos levantamos.

— Obrigada por me deixar copiar a matéria- Ela disse, enquanto pega o caderno e colocava na bolsa.- e por me confortar.

— As ordens.

— Até amanhã!

— Até- Me despedi.

Mônica vai embora, e quando pego o caderno vejo um adesivo de uma banda.

— Droga, a Mô pegou o caderno errado- Eu pensei.

Bom, o jeito é devolver amanhã na escola. Mas...agora que ela falou que escreve me deu uma curiosidade de ver...não Cebola...

Mas o que os olhos não veem o coração não sente...né...

Deixo minha curiosidade vencer, me sento na cama, abro o caderno e vou passando as páginas até que encontro uma história dela.

Fico lendo a história, que é bem interessante.

— Parando pra pensar a letra dela me lembra algo...- Eu pensei.

Então lembro das escritas e vejo de novo a letra do caderno...não!!

— A Mônica é a garota pra quem escrevo...

Olhando por um lado é bom ter descoberto mas agora a pergunta que me faço é...

Como caralhos vou conversar com a Mô sem passar vergonha.


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