Meu Guarda-Costas escrita por Buttercup


Capítulo 5
O Que Está Acontecendo Comigo?




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Na manhã seguinte, era segunda-feira. Tinha aula. O sol brilhava e Butch dormia e roncava de se babar todo. Butter se espreguiçou e levantou na ponta dos pés até o banheiro. Fez sua higiene pessoal e desceu para tomar café. O Professor estava a esperando com café.

— Bom dia, meu doce.

— Hgmmm... – Ela estava praticamente dormindo.

O homem riu dela.

— O Butch ainda está dormindo?

— Mas é um imprestável mesmo. – Falou Butter.

— Não devia falar assim dele. Sabe, hoje é o primeiro dia de aula de vocês juntos na escola. E o primeiro dia do mês. – O Professor comentou, servindo café para ela.

— E isso deveria me interessar? – Comentou a garota, entediada.

— Só estou dizendo! – O Professor não gostou na resposta dela.

Ela segurou o riso. Nessa hora, suas irmãs também desceram as escadas, exatamente com a mesma cara sonolenta.

— Bom dia... – Blossom bocejou bem na cara da morena, que reclamou.

— Nhah... Bom dia... – Bubbles foi mais educada, colocou a mão na frente.

— Bom dia, meninas. – O Professor sorriu.

— Hã... Bom dia. – Buttercup disse.

— Ué, e o Butch? – Blossom indagou, não vendo o moreno.

— Aquela criatura dorme mais do que não sei o que. – Reclamou Butter, cruzando os braços.

Bubbles apenas riu, meigamente.

Nesta hora, Butch desceu as escadas, bocejando.

— Bom dia. – E coçou suas costas.

— Bom dia. – O Professor e as irmãs de Butter falaram em uníssono.

— Bom dia pra você também... princesa. – Butch piscou pra Butter que ficou furiosa com aquele apelido.

— Vai ver se tô na esquina. – Ela quase bateu nele, mas lembrou-se que não seria bom pra ela.

— Hoje tem escola! E o Butch vai acompanhar nossa querida Buttercup lá! – O Professor falou, muito animado.

Blossom e Bubbles estavam igualmente animadas, mas Butter queria morrer.

“Quero ver o que a turma vai dizer. Vão me zoar, claro! Que humilhante...” – Pensou a morena, quase desmaindo.

— Apressem-se. Ou vão se atrasar. – O cientista disse.

Os estudantes terminaram o café e foram se aprontar. Butch tinha trazido uma mala, que continha o uniforme também.

Enquanto se arrumava, Butch passou – segundo Buttercup -  um frasco inteiro de perfume.

— Cof cof cof! – Tossiu a morena. – Butch! Exibido!

— Lamento! Tenho que estar nos trinques. Sempre. – Ele sorriu.

— Mas não sei porque... – Bufou a menina de olhos verdes.

Na hora de ir pra escola, Butch encontrou os irmãos, Boomer e Brick.

— E aí? Como está sendo? – Brick perguntou, após cumprimentá-lo.

— Muito bom! Eu e a Butter nos damos muito bem. Né não, Butter?

— Fale só por você... – Butter revira o olhar, pra evitar de bater naquele metido.

— Imagino. Quem tá mais adorando é você! – Boomer disse, rindo.

— É... estou sim! A Butter é gente fina! – Ele coloca a mão no ombro da morena que fica sem saber o que fazer. Tinha sido chamada de “gente fina”. Gostou daquilo. Mesmo se fosse mentira ou vindo da boca de Butch.

— E ele adora o dinheiro também, né? – Brick deu um sorriso macabro.

— Não, não... eu prezo mais a segurança da Butter. – Butch negou.

Boomer e Brick não acreditaram. Aliás, eles desde o princípio acharam que era só um plano de Butch.

— Sei... boa sorte, irmão. – Falou o ruivo.

— Acho que tá indo bem! – Boomer exclamou, animado.

— Mas... – Butch nem pode dizer nada.

— VOCÊ É O CARA!! – O ruivo e o loiro falaram em uníssono e foram na frente para a escola.

Butter não gostava nada da ideia de estar sendo usada. Odiava esse tipo de traição. Butch estaria sendo sincero? Ela poderia confiar nele? Ele estava falando sério sobre prezar pela segurança dela e não querer saber do dinheiro? Estava confusa.

“Bom ator... ele só está se fazendo de bonzinho. Mas o que todos esses vilões querem é dominar a cidade, me dominar e dominar nosso dinheiro.” – Pensou a menina.

— Ei, por que está calada, Butter? – Butch parou e fitou a garota.

— Não foi nada. – Insistiu ela e saiu andando.

Butch não acreditou muito mas seguiu a morena.

Na escola, ambos colocaram as mochilas nos lugares e foram dar uma volta.

— Cara, pare de me seguir um pouco. Se eu precisar, eu te chamo. Parece minha sombra! – Ela disse, irritada.

— Sei que estou que nem carrapato, mas quero te proteger. – Butch disse, meio sério.

— Se eu precisar, eu vou chamar. Sério.

— Não. Você quer fazer isso sozinha. Mas é perigoso. – Ele abaixou a cabeça.

— Butch...

— Não seja teimosa. Apenas deixe eu te proteger. Se liberte. Eu sei que é difícil pra você, mas tem que tentar! – Butch disse, fazendo Butter virar estátua.

Buttercup naquele momento se sentiu como todas as outras meninas. Sentiu-se mais fraca. Indefesa, frágil. Como um cristal. Ela nunca se sentiu antes. Ter Butch como guarda-costas fazia-a se sentir inútil.

“O que ele não faz para ter moral com os outros... E pro próprio ego?” – Pensou ela, suspirando.

— Bom, eu vou dar um tempo, por ora. – Ele abaixou a cabeça e se afastou.

Ela pensou se foi dura demais com ele. Mas lembrou-se que não ligava pra isso.

“O que? Por que me importo? Eu sou casca grossa mesmo! Eu não estou amolecendo, né? Não posso virar uma daquelas meninas sentimentais demais!”

Viu Butch de costas e suspirou.

“O que... você fez comigo?”

Nesse instante, chegou um valentão do terceiro ano do ensino médio (Butter e os demais estavam no primeiro ano). Eles já haviam lutado antes. Agora ele queria vingança. E trouxe mais dois ajudantes.

— Olá, manteiguinha. – Zombou o chefe dos valentões, Brad. – Quanto tempo.

— Brad... – Butter quase cuspiu o nome do garoto.

— Hoje estou com reforços e você está em desvantagem. O que fará? Vai fugir?

— NUNCA! – O orgulho de Butter falava mais alto. Mas ela tinha se esquecido que não podia se defender por si só.

“Mas que %$#@*!” – Pensou ela, aborrecida.

Os garotos estavam se aproximando dela e ela confessou que estava com um pouco de medo, já que não podia usar seus poderes e sua super-força. Teria que deixar o orgulho de lado e chamar Butch. Afinal, era pra isso que ele servia.

— BUTCH!

Com a super-audição do garoto, ele pode ouvi-la, e ele estava longe.

— BUTCH! BUTCH, SOCORRO!

— Você é patética, Buttercup... – Brad riu na cara dela, pegando ela pela camisa e erguendo-a do chão.

— Por que não chama as irmãzinhas pra te defender? – O outro garoto, Michael, ria ao lado de Brad.

“Esses são piores que os Desordeiros... Butch, por favor... ME AJUDA!”

Brad deu um impulso para socá-la e a mesma fechou os olhos. Quando pensou que ouviria o som de pancada seguido de dor... ouviu uma pancada, só que longe. Não tinha sido acertada. Abriu os olhos e... Butch a salvou! Bem a tempo!

— Butch... – Murmurou ela, surpresa.

— Seu covarde... Como pode querer fazer essas coisas com uma garota? E com reforços? – Butch estava irritado por ela.  Isso impressionou Buttercup. Ela prestou atenção em cada palavra.

— Desgraçado... quem você é? Defensor da paz mundial? – Brad massageou o queixo que havia sido socado.

— Não. Mas sou defensor da Buttercup. – Ele fez pose na frente da mesma.

Brad e os garotos seguraram o riso.

Ela estava sem fala e muito impressionada.

“O Butch não teme nada, mesmo que seja maior que ele. Ele é incrível. E olha que ele era um vilão... e agora, é meu defensor.”

Butch não aguentou as piadinhas e deu um jeito nos valentões, que juraram não atacar mais Buttercup. Ao menos até ela poder se defender sozinha.

Estava confusa. Ele fez aquilo por ela? Ou por status? Ela nunca sabia. Sentia algo estranho apertar no peito. Seu estômago estava meio embrulhado. Os olhos ardiam. Não estava acreditando, mas ia chorar. Ela nunca chorava. Mas por que estava triste?

— Está bem? Não se machucou? – Butch disse, ajudando-a a se levantar.

Ela levantou e agradeceu. Butch sorriu mas ao olhar para a garota de novo, estava marejada de lágrimas.

— O que foi?? – Perguntou ele, preocupado. – Está ferida? O que dói?

Nada de dor física. Doía dentro dela. E ela nem sabia o que. Ela não queria ser traída. Mas ela sempre aguentou traições. O que ela temia?

— Butch... por que faz isso? – Ela perguntou, soluçando e deixando as lágrimas rolarem livremente, sem se importar se vissem.

— C-como assim? – Ele perguntou, confuso.

— Você faz isso pelo dinheiro e seu status, né? Nem se importa de verdade comigo. – Ela fungou.

— Mas, Buttercup...

— Por que faz isso? E... o que deu em mim? Não sou assim! Estou com medo! – Ela saiu correndo e chorando.

— Ei! Butter! – Butch gritou.

 Ela não parou de correr. Arfava enquanto corria. Sentiu o coração acelerar no peito feito louco. Se trancou no banheiro por uns instantes e deixou as lágrimas escorrerem. Por mais que choro não adiantasse nada, aliviou sua dor. Sentia-se um pouco melhor.

— Cara... o que eu fiz agora? – Butch correu atrás dela.

Ela lavou o rosto e saiu pra sala. Não conseguiu mais encarar Butch durante a aula. Mas alguma hora eles teriam que conversar de novo. Ela estava com medo. E estava envergonhada. Que cena foi aquela? Nunca aconteceu. Aquela não era ela... Ou melhor, era. Era sua “menina” interior.


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