Heart of Ocean escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 7
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Bem, estou morrendo de vergonha por demorar tanto em atualizar Heart of Ocean, eu ia postar nesse domingo que passou, mas não foi possível e peço-lhes perdão, muitos contratempos acontecendo. Esse é o último capítulo, mas haverá epílogo... escrevi com muito carinho e desde já agradeço a cada um que tem estado aqui comigo e minha irmã. Obrigada queridos (as). Espero que gostem. Boa leitura...



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— Peeta... o que está acontecendo? – o Sr. Abernathy ainda aguardava por uma resposta, enquanto o jovem casal se entreolhavam.

— Pai, a Srta. Everdeen e eu...

— Eu amo o seu filho, Sr. Abernathy. Desmanchei meu noivado, porque não parava de pensar nele. – Katniss suspirou ao terminar de falar ainda com os olhos compenetrados aos do rapaz. Ela realmente estava transbordando de amor pelo jovem.

— Oh, Senhor, isso é demais para o meu coração nem tão forte assim aguentar. – a matriarca resfolegou – Srta. Everdeen, o jovem Hawthorne pode querer matar você e a meu filho.

— Creio que, ele tenha assuntos mais importantes a tratar. Eu não era a única jovem que era cortejada. Gale tem muitas amantes em Londres.

— Sinto muito, querida.

— Bem, agora que está esclarecido essa parte, - o Sr. Abernathy virou-se para o filho – Peeta precisa tratar de outros assuntos.

Ordenou e o rapaz assentiu com a cabeça em obediência.

As meninas e a mãe dirigiram-se para a cozinha afim de prepararem o famoso, chá das três.

Peeta e Katniss foram deixados a sós na saleta e quando o rapaz questionou a ela o que havia acontecido, simplesmente desabou em pratos.

— Não chore, minha querida. Por favor, me conte. – Peeta acariciava o rosto banhado pelas lágrimas e aos poucos ela conseguiu se recompor.

— Contei a mamãe sobre meu rompimento e... – soltou um risinho e baixou a cabeça – E, contei sobre nós.

— E o que ela disse?

— Ficou uma fera e me trancou em meu quarto. – ele arregalou os olhos diante de tamanho absurdo – Fiquei com tanto medo de nunca mais poder vê-lo. – ela pôs as mãos - uma de cada lado - em seu rosto e fitou os olhos azuis que tanto amava. – Não quero que isso aconteça. Não consigo me imaginar trancafiada em um quarto sem poder olhar em seus olhos tão magníficos.

— Isso não irá acontecer, pois tomarei você como minha esposa... – ela abriu um enorme sorriso – Claro, se você aceitar se casar comigo.

No mesmo instante ela que ainda se encontrava sentada, com as pernas esticadas sobre o sofá, abriu os braços e se atirou  nele que caiu para trás sentindo o baque do chão sob as nádegas.

— Sim! Mil vezes, sim... – antes de beija-lo ela afirmou: - Para mim será uma honra ser sua esposa.

O beijo foi terno, carregado por amor, mas assim que se afastaram, Peeta teve que contar a ela toda a verdade que descobrira sobre seu passado.

— Agora irei conhece-la. – disse referindo a sua mãe de sangue.

— Ah, eu sinto muito por tudo isso... – lamentou ela quando tinha a testa encostada a dele, já assentados no sofá.

— Eu estou bem... eu acho. – calidamente ela acariciou a face do rapaz.

— Mas você irá falar com lorde Snow?

— Não sei, acho que deixarei para minha mãe de sangue tomar a decisão.

— Você teve sorte em encontrar pessoas tão boas, que cuidaram e amaram você. Tenho certeza que sua verdadeira mãe é uma dama muito gentil e amorosa também. Pois, só em voltar para te encontrar depois de tanto tempo... oh, Peeta... – seus braços envolveram o corpo do rapaz – Eu amo você. – ele a afastou só para ter um contato visual e nisso enxergou a alma de sua amada. Percebeu o quão verdadeiro era o sentimento dos dois dentro de tão pouco tempo, mas que parecia ter atravessado uma eternidade.

— E, eu amo você, Srta. Katniss Everdeen.

(...)

Após o chá, Peeta decidiu que era a hora de conhecer sua mãe de sangue. Apenas Frederick iria acompanha-lo. Katniss ficaria hospedada na casa dos Abernathy, pelo tempo que fosse preciso.

— O que foi meu rapaz? – perguntou o padrinho ao seu afilhado que não parava de estalar os dedos, em um claro sinal de ansiedade.

— E se, ela não gostar de mim?

— Pare com isso. Eleonor te amou desde que descobriu que você gerava em seu ventre.

O rapaz contentou-se com aquela resposta e tratou de controlar a ansiedade. Logo chegaram até a residência de Mags. Frederick desceu da carruagem sendo seguido por Peeta. O homem bateu à porta e logo a própria Eleonor a abriu.

— Frederick, é você mesmo? – ela mal podia crer no que seus olhos viam, era o antigo mordomo e... alguém mais.

— Boa tarde, Eleonor. Podemos entrar? – ele procurou ser bem discreto, nunca se sabe, alguém poderia estar à espreita. A mulher estreitou os olhos e sentiu que seu coração pudesse parar de bater a qualquer instante. Por Deus, era seu garoto.

Ela deu passagem para eles entrarem e assim que fechou a porta começou a chorar.

— Mags deu uma saída, mas logo retornará. Aceitam chá ...? – mal sabia o que dizer.

— Não, obrigado. Estamos bem. – Frederick gentilmente agradeceu e logo tomou uma postura mais séria do que já tinha. – Este é, Peeta Abernathy.

Ela começou a tremer, tentando disfarçar o choro e a histeria. Foi então que o rapaz sorriu lhe estendendo a mão e Eleonor cessou a pequena distância.

— Oh, querido... – mãe e filho se abraçaram como se o tempo nunca pudesse ter tirado isso deles. – Eu sinto muito por tudo...

— Me sinto honrado em conhece-la. – Peeta sentiu um carinho tão grande despertar dentro de si. Era algo incontestável, mesmo que estivera naqueles braços há poucos segundos, nem parecia que mais de vinte anos haviam se passado.

— Algo em... v-você me lembra seu pai... – ela se afastou milimetricamente somente para tatear seu rosto, cabelo e ombros. – Na verdade, tudo em você lembra ele. – as lágrimas banhavam seu rosto e tornou a abraçar Peeta, tão forte desta vez e ainda assim, ele não se importou.

— A senhora disse que sente muito, mas na verdade, eu também sinto por tudo que lhe aconteceu. Deve ter sido muito difícil aguentar sozinha. – Peeta tinha um olhar compreensivo.

Eles se assentaram na sala e conversaram por horas a finco. Colocando todos os detalhes em seu devido lugar.

— Eu irei falar com meu pai. Ele tem que saber que eu sei de toda a verdade. – declarou Eleonor e Frederick a encarou.

— Mas tem que ser cautelosa...

— Isso não pode ficar mais encoberto, Frederick. Eu sofri minha vida toda. Se Peeta não tivesse pais que o criassem e amassem como um verdadeiro filho, eu não sei o que seria dele. – disse ela com lamento.

— Entendo... mas, mesmo assim deves tomar cuidado. – reafirmou.

— Eu irei tomar.

Mais uma hora se passou e minutos depois de Mags ter chegado Frederick e Peeta se despediram e se foram. Eleonor ficou de ir até a mansão Snow no outro dia e assim o fez. Mal conseguiu pregar os olhos a noite, ansiando pela aurora.

(...)

Snow tinha tomado seu café da manhã e se retirado da mesa indo para seu escritório. Frederick batera na porta levemente.

— Diga, Frederick.

— Tem uma pessoa que quer falar com o senhor milorde.

— E quem seria...?

— Eu. – Eleonor adentrou o lugar que há anos não pisara. – Precisamos conversar, papai.

— Ora, ora... Eleonor, minha filha. Voltou para tentar se redimir?

Neste momento os dois já haviam sido deixados sozinho.

— Na verdade, vim lhe falar sobre meu filho.

O duque Snow quase saltou de sua confortável cadeira.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que ele está vivo e exijo que seja reconhecido como um herdeiro assim como meu sobrinho.

Um sorriso sarcástico dançou nos lábios do ancião.

— Por favor, Eleonor não me venha com anedotas...

— Isso não é uma anedota, pai. Meu filho tem direito em tudo o que também tenho.

Snow pensou, pensou e pensou.

— Muito bem. Queres o meu perdão? Pois bem, te perdoo. – disse ele.

— Eu errei em ter desobedecido ao senhor, mas não me arrependo por ter amado ao Edward. Isso eu nunca reclamarei do contrário, mas quero a proteção e o bem-estar do meu filho e posso perdoa-lo por tirar ele de mim e mandar mata-lo.

— Está feito. Oferecerei um jantar para conhecer meu neto. Aproveitando que Gale estará retornando amanhã de Londres. Sendo assim, você e seu filho estão convidados a se juntarem a nós em um jantar.

Eleonor pôde sorrir minimamente com aquilo.

— Obrigada. – ela procurou ser sincera.

— Não me agradeça ainda.

Mesmo não conseguindo entender tais palavras, Eleonor se levantou da cadeira e seguiu até a porta parando por um momento e antes de sair por ela virou-se para seu pai.

— Sabe... se Hazelle estivesse viva poderíamos voltar a ser uma família de verdade.

Snow refletiu aquilo e pensou consigo...

— Nunca voltaríamos a ser o que éramos.

(...)

Peeta havia convidado Eleonor para conhecer a família que o criara. Somente com o endereço em mãos ela seguiu até lá, para falar pessoalmente sobre o jantar.

Ao se aproximar da casa ouviu algumas risadas. Havia algo familiar no ar e quando se aproximou um pouco mais, notou que um jovem casal corria, um atrás do outro pelo gramado. O rapaz conseguiu alcança-la e a risada da jovem se tornou mais audível pela maneira em que ele a abordara, com os braços ao redor da fina cintura. Então, Eleonor – como um flash – viu ela e Edward anos atrás correndo desta maneira pela floresta. Percebeu a importância e o significado que a joia Coração do Oceano representara.

— Hazelle é só uma joia.

— Não, não Eleonor... não se trata apenas de uma joia. Há uma história e um segredo por trás. – Hazelle disse com os olhos compenetrados na joia de pedra azulada. - O amor é a principal essência que muitos desconhecem em seu interior. Aquele que compreender este significado terá amor em abundância e jamais lhe faltará a felicidade genuína.

— Bobagem... você anda lendo livros de romances demais, irmã. – Eleonor insistia em contestar a irmã gêmea.

— Não é bobagem, Eleonor... li isso no diário de mamãe.

Emma Mellark, sua falecida mãe que veio de uma linhagem dos grandes duques Mellark. Uma linhagem muito respeitada, mas Emma tivera que se casar com Coriolanus Snow que por sua vez retirou o respeitado nome Mellark da mansão e pusera no lugar o que preceituava até o exato momento.

Emma não vivera feliz em seus dias de matrimônio e de tanta tristeza, poucos dias depois de ter dado à luz as gêmeas, morrera.

Eleonor sacudiu a cabeça levemente e finalmente entendeu o verdadeiro significado daquela joia. Sua mãe a guardara com tanta estima, tal relíquia que pertencera a família Mellark de décadas atrás.  Amor... a principal essência de tudo. Ela sentiu isso quando tinha Edward e agora, bem ali diante de seus olhos, como duas crianças correndo a brincar sentiu o mesmo amor.

— Devo dizer que este lugar, é o paraíso a se viver.

Peeta e Katniss sobressaltaram-se com aquelas palavras, mas ao ver quem era o rapaz sorriu e caminhou em sua direção.

— Fico feliz que tenha vindo. – segurou a mão de sua mãe e depositou um suave beijo.

— Tenho novidades. – ele a encarou com expectativa – Seu avô nos propôs um jantar para conversarmos e acertarmos alguns detalhes.

— Que bom. – ele suspirou aliviado, temia algo negativo – Quero que conheça a Srta. Everdeen.

Logo tratou de apresentar as damas presentes.

— Encantada em conhece-la, Srta. Everdeen.

Eleonor inclinou-se levemente e a moça retribui fazendo o mesmo.

— Igualmente... – Katniss não sabia como trata-la... Snow? Talvez...

— Sra. Mellark, apresento-me como Eleonor Mellark. – Peeta lhe ofereceu um olhar confuso, mas esperaria outra oportunidade para questionar isso.

— Venha conhecer a família Abernathy. – Peeta estendeu a mão para sua mãe e os três entraram na casa.

Os Abernathy receberam Eleonor com muito afeto. Ela se sentiu acolhida naquela residência e imaginou o quão adorável deve ter sido para seu filho ser criado com digna educação e o mais principal, amor.

(...)

— Milorde, o que devo fazer com isso? – Thread, o capataz segurava um pequeno frasco em mãos.

— Assim que eu pedir para servirem o vinho, quero que coloque algumas gotas na taça de nosso convidado.

— Senhor? – em confusão o capaz se encontrava diante daquela situação.

— Um insolente não fora capaz de realizar o serviço direito, esperava que você o fizesse. – lorde Snow referia-se a Frederick e mesmo sentindo a raiva o consumir por dentro, em ver uma ordem sua descumprida, ele faria o mordomo pagar com serviços a mais no futuro.

— Quando o senhor me der o sinal, assim farei. – o capataz meneou a cabeça em uma continência e se retirou.

Eleonor e Peeta chegaram a mansão na hora certa e foram bem recebidos pelos demais criados.

Ao encontrar-se diante do duque, Peeta tentou não deixar a ira lhe transparecer, pois o ancião muito tinha feito sua mãe sofrer.

Quando anunciaram que o jantar estava à mesa, Gale surgiu com um semblante cansado. Quando foi apresentado a sua tia, ele teve um breve lampejo de sua mãe. As irmãs gêmeas tinham a fisionomia quase idêntica.

O jantar transcorria tranquilamente até que lorde Snow pediu que servissem o vinho. Thread apareceu e assentiu com a cabeça. Poucos minutos depois as taças foram preenchidas. Snow se levantou e propôs um brinde ao retorno de Eleonor para a família e seu filho como um herdeiro a ser adicionado. As taças tiniram e foram levadas até a boca de ambos presentes.

Alguém começou a tossir.

— Sente-se bem, Gale? – Eleonor perguntou ao sobrinho que se encontrava de frente a ela.

— Não consigo respirar... – com muita dificuldade o rapaz tentava afastar os tecidos que se encontravam em torno de seu pescoço, mas nada adiantava.

— Será que se engasgou? – preocupada Eleonor levantou-se e mal teve tempo de se aproximar do sobrinho que começou a tossir ainda mais até sufocar-se e cair com o rosto desfalecido em cima da mesa.

— Gale! – ela exclamou aturdida, não entedia nada do que acabara de acontecer – Gale... por favor, alguém pode ajudar!

— Thread! – esbravejou o lorde.

— Mandou me chamar, milorde?

— No meu escritório, agora! - a raiva havia lhe tomado enquanto encaminhava-se para o escritório sendo seguido pelo capataz, o insolente tinha feito tudo errado – Você não fez o que lhe pedi. Não era para envenenar meu neto Gale e sim aquele... – lorde Snow rodeou sua mesa de mogno e antes do capataz pronunciar algo tinha uma pistola mirada diante de seus olhos. – Me dê aqui o frasco.

— Mas senhor...

— Me dê! – os olhos do ancião tanto transbordavam-se de ódio e dor.

O capataz enfiou a mão no bolso frontal de seu casaco e pegou o pequeno vidro estendendo-lhe ao seu senhor.

Eleonor e Peeta encontravam abraçados na sala vendo a agitação e a correria dos criados diante do falecido jovem Hawthorne, até que ouviram um disparo.


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Notas finais do capítulo

Quem aqui esperava por um fim desses? Acalmem-se que muitos fatos serão explicados no epílogo que prometo não demorar. Minha irmã e eu tivemos essa ideia de final, e o segredo da joia estava escondido em meio ao mistério do sobrenome do nosso amado Peeta, ou no caso “Mellark”. Espero de coração que tenham gostado e que venha o epílogo. O/ até mais ver pessoal... me diga o que acharam? Beijinhos e abraços, tenham todos uma ótima semana.



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