Heart of Ocean escrita por Cristabel Fraser


Capítulo 5
Apaixonados


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, ou talvez seja boa noite pessoal lindo do meu coração, pois é eu sei que demoramos e pedimos perdão. Tem sido semaninhas difíceis, mas cá estamos com mais um capítulo quentinho pra vocês. Hoje é um dia especial, pois minha irmã caçula e co-autora está aniversariando e é vocês que estão recebendo este capítulo pra lá de açucarado, rss. Obrigada pelo carinho que cada um vem tendo com este pequeno projeto. Minha irmã e eu estamos muito contentes e feliz demais com cada leitor. Você são especiais e únicos. Estávamos aqui pensando e acredito que terá esse cap de hoje, o cap 6 e o Epílogo para finalizar, ok? Bora descobrir quais segredos este Coração do Oceano tanto guarda? Boa leitura e vejo vocês nas notas finais.



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Peeta mal conseguia se concentrar em seus afazeres, tais sentimentos tão avassaladores nunca haviam lhe ocorrido antes. Sempre fora um rapaz dedicado ao seu trabalho e a família. Ele já havia beijado antes, mas somente uma única vez, seu nome era Violet. Cabelos que lembravam a cor do fogo, olhos verdes como as águas do lago onde gostava de nadar no verão.

Ah, Violet... Peeta suspirou enquanto lixava um móvel para seu pai. Ela era uma boa moça e ele até pretendia um dia, quem sabe toma-la para si. Infelizmente a morte a levou. Violet morrera em seus dezoito anos por conta de uma tuberculose. Não havia tratamento e mesmo os medicamentos caseiros não fora suficiente para ajudá-la.

Peeta a beijara aos dezessete anos, mesma idade que ela tinha na época. Ele recordava o quão natural, inocente que foi aquele beijo. Mas o beijo que trocara com a Srta. Everdeen fora algo intenso e ao mesmo tempo proibido. Já havia se passado duas semanas desde a noite do baile. Ele estava evitando sair de casa, sentia-se um tanto aturdido com tudo aquilo. Ela estava noiva e não poderia ser dele nem se quisesse. Além de Katniss ser uma bela jovem, era mais rica do que ele. O que Peeta poderia lhe oferecer? No momento, nada!

— Pensando em que, irmãozinho? – Cato chegou dando-lhe palmadinhas nas costas – Se continuar a lixar assim, o móvel ficará tão lustrado que não precisará da lubrificação do óleo de linhaça. – riu divertindo-se as custas do rapaz que tentava gastar toda sua energia para desviar – ou pelo menos tentar – da jovem de olhos tempestuosos.

— Cato, se quer me ajudar pode começar por aquelas cadeiras de lorde Gilbreth. Papai, tem que fazer a entrega até o final de semana.

Cato levantou as mãos num gesto amigável e tomou uma lixa para si, iniciando o trabalho.

— Peeta. – Prim, apareceu na cobertura chamando o irmão que logo levantou os olhos para encará-la – Tem visita, para você.

Antes que o rapaz pudesse perguntar quem era, a loira desaparecera como um raio. Sem ter muita opção, limpou as mãos e depois tirou o excesso de pó de seu rosto e cabelo com o auxílio de um pedaço de pano e caminhou-se para dentro da casa. Ao entrar na sala quase teve uma sincope. Seus olhos se cruzaram com os dela e não teve tempo de sair dali e correr o mais rápido que pudesse para longe.

(...) 

Eleonor andava de um lado para o outro a espera de Frederick. Ele prometera a ela que conseguiria um encontro para conhecer seu único filho. Prometeu que traçaria um plano. Vivera tanto tempo longe dali que não dera conta do quão moço ele devia estar.

— Eleonor, farás buracos ao chão se continuares a caminhar de um lado para o outro. – Mags entrou na saleta segurando uma bandeja contendo o famoso chá das três.

— Não consigo parar de pensar nele. – mordeu as costas da mão em demonstração de ansiedade.

— Deves ficar calma. Venha, por favor. Sente-se e tome este chá. Irá lhe fazer bem. – mesmo não querendo sentar-se, Eleonor se forçou a isso ou poderia morrer.

Ela viveu – durante esses anos - em um lugar onde as jovens que fizera suas famílias passar vergonha. Lá pôde conhecer uma história mais triste do que a outra. Desde homens maus que obrigara a moças a se deitarem com eles até aquelas que tentaram fugir com algum amor proibido, como era seu caso. Era um lugar bonito, mas nunca se sentira em casa. Em seu coração um chamado a tragava para Watford e foi o que fizera depois de tanto tempo distante.

Uma batida na porta ecoou dentro da humilde residência e rapidamente Eleonor se levantou afoita.

— Pode deixar que eu atendo a porta, Mags. Deve ser Frederick. – animada passou as mãos por seu cabelo, ajeitando o coque e abriu a porta com um enorme sorriso, mas que logo morreu ao ver que não era Frederick e sim um mensageiro.

— Sra. Williams. – disse ele e Eleonor assentiu com a cabeça – Uma carta do Sr. Scotch.

— Obrigada. – agradeceu e fechou a porta levando o pequeno papel até o ponto onde situava seu coração.

Eleonor combinara um codinome para ninguém descobrir que ela estava de volta, sendo assim intitulou-se de Sra. Williams.

— Não era Frederick, querida? – perguntou a senhora bebericando lentamente seu chá.

A mulher em pé feito uma estátua negou com a cabeça e apontou-lhe a carta. Vagarosamente sentou-se numa das cadeiras e lentamente abriu o papel de cor amarelada.

Cara Sra. Williams,

Venho através desta lhe pedir compreensão por não poder estar presente. O lorde solicitou vários afazeres aqui na mansão e mesmo dizendo que eu teria que visitar meu afilhado ele não permitiu que eu saísse. Por isso não pude estar aí, mas ainda essa semana estarei visitando o rapaz e arranjarei um encontro entre vocês, ou pelo menos tentarei. Sabe que podemos estar correndo perigo agindo assim. Vamos ser cautelosos e discretos. Por favor, sei que é difícil, mas tenha um pouquinho mais de paciência. Creio eu que conseguirá conhecer seu filho.

Atenciosamente, Frederick Scotch.

Eleonor tentou segurar as lágrimas, mas a emoção ao ler aquelas palavras fora mais forte. Havia uma esperança de finalmente poder conhecer, abraçar e cheirar seu amado filho.

(...)

— O que está fazendo aqui, Srta. Everdeen? – Peeta não foi grosso com a jovem dama, mas ela poderia se sentir ofendida se fosse em outra ocasião.

— Precisava muito ver-te. – ela que se encontrava sentada delicadamente se levantou e deu alguns passos para perto dele – Podemos conversar em outro lugar?

O rapaz suspirou e não pôde deixar de notar o quão bela ela estava e no quanto seu cheiro inebriava lhe.

— E, por que não podemos conversar aqui mesmo? – ele teve que falar pausadamente para não atropelar as palavras.

— Por favor... – sua vontade foi de chorar em sua frente, mas conteve-se – É muito importante, o que tenho a lhe dizer.

Ele puxou o ar, tentando não se esborrachar no chão por tamanha graciosidade que aquela dama tinha e com toda calma disse:

— Por aqui. – apontou para a saída e a jovem sorriu deixando o jovem com os batimentos cardíacos acelerados. Eles caminharam um pouquinho até estarem um pouco distante da casa – O que tem a me dizer.

— Rompi meu noivado com o jovem Hawthorne Snow. – disse ela rapidamente de olhos fechados.

— Como assim, rompeu? – Peeta precisou questioná-la.

— Eu disse que não poderia me casar com ele.

— E, por que fez isso? – parecia até um infortúnio o rapaz ficar perguntando-lhe tanto assim, mas quase não estava acreditando naquilo.

— Por que estou completamente, perdidamente apaixonada por outro cavalheiro. – sua voz soou exasperada, mesmo que ela proferia com toda calma do mundo.

— Que seria...?

Não, eu não lhe fiz esta pergunta, pensou ele fechando apenas seu olho direito.

— Estou apaixonada por você, Peeta. – ela deu dois passos à frente e tocou-lhe a bochecha delicadamente.

Nesse exato momento ambos os corações pareciam bater na mesma frequência. Há quem diga que quando dois corações estão apaixonados ao mesmo tempo o ritmo do batimento era o mesmo. E, será que seria o caso aqui?

— K-katniss... – desta vez não teve como não gaguejar – Não pode estar apaixonada por mim.

— E, por que não, Peeta? – ela sentiu seus olhos pinicarem, talvez desta vez não conseguiria segurar dependendo suas próximas palavras.

— Não tenho nada a lhe oferecer... – disse cabisbaixo o que a fez aproximar o rosto ainda mais ao dele e sussurrar rente a seus lábios.

— Claro que tem algo a me oferecer. – sua voz saiu tão dócil que ele sentiu seu corpo estremecer.

— O que tenho a lhe oferecer? – devolveu em forma de pergunta.

— Seu coração. – respondeu com uma simplicidade que o sobressaltou e que acabou por arregalar seus olhos magnificamente azuis para ela.

— Ele já te pertence desde aquela tarde no parque. – disse Peeta tentando relaxar os músculos.

Katniss não conteve as lágrimas que insistiam em rolar e as deixou cair livremente por suas bochechas rosadas. Aquelas palavras a fizeram viajar no tempo, precisamente na primeira vez que seus olhos se cruzaram com os dele naquela tarde no Cassiobury Park. O rapaz acabara de revelar que seu coração pertencia a ela desde aquela ocasião. Não foi preciso mais nada para que os dois fossem tomados por um sentimento tão magnificente que os levassem aos lábios um do outro. Ao iniciarem o beijo um vento passou por ali trazendo o farfalhar das árvores que escondia o casal. Peeta sentiu-se envergonhado por não estar com sua pele totalmente limpa, mas quem disse que Katniss se importou com aquilo. O que era poeira comparado ao sentimento recíproco que os invadiam naquele instante?

(...)

Uma semana atrás...

— Gale, preciso falar com você.

— Diga logo, pois estou de viagem marcada para Londres. Minha carruagem sai em meia hora. – disse olhando impacientemente em seu relógio de bolso.

— Não podemos nos casar. – ela não precisaria de meia hora para revelar tal decisão.

— Como assim, ficou louca? – ele riu na cara dela, achando que fosse alguma piada, já Katniss não sorria.

— Estou bem lúcida por sinal.

Ele estreitou os olhos e se aproximou dela deixando um clima intimidador.

— Como chegou a essa conclusão?

— Eu não amo você como uma moça deve amar, seu futuro marido.

Gale segurava suas luvas e num gesto de inquietude as bateu pelo menos umas três vezes na palma de sua mão.

— Sabe que posso obriga-la a se deitar comigo neste exato momento, não sabe? – ela se afastou um pouco e cuspiu-lhe nos pés.

— Você é nojento e repugnante, é por isso que não quero casar-me contigo. – Gale avançou e a segurou pelo braço em seguida levando-a até o sofá.

— Vou te fazer minha. Nem que para isso eu tenha que remarcar minha viagem para amanhã. – determinou jogando-a com força sobre o sofá e logo subiu em cima dela prendendo-a com suas pernas – Você aprenderá a me amar e a se entregar a mim, sua garotinha mimada e assustada.

Quando ele pôs as mãos por baixo de seu vestido, Katniss o empurrou com uma força que nunca imaginou ter. Mesmo assim Gale a segurou pela perna quando ela conseguiu se desvencilhar. Para não bater o queixo no chão espalmou as mãos antes do que seria um tombo.

— Me larga... – ela começou a chutá-lo e quando conseguiu ficar em pé, Gale avançou, mas levou um tapa em sua face – Nunca mais ouse colocar suas mãos nojentas em mim. Você não é meu dono e nunca será! – sua voz saiu irreconhecível de tão possessa que estava com tudo aquilo.

— Você e sua mãe irão a falência. Terá que viver da comida dos porcos. – desdenhou, rindo sarcasticamente.

— Prefiro viver da comida dos porcos a viver uma vida insignificante ao seu lado. – rosnou dirigindo-se até a saída.

— Srta. Everdeen, aconteceu algo? – perguntou Frederick que estava parado próximo a saída.

 - Aconteceu, mas ficarei bem. Obrigada. – tentou falar com calma mesmo as lágrimas terem ultrapassado sua face.

Com isso ela sorriu sem ânimo, acenou para ele e se foi. O mordomo era discreto. Sempre soube de coisas terríveis e nunca revelara a ninguém, mas talvez fosse a hora disso mudar. Chega de tanto sofrimento por causa de um título, por causa de segredos.

Certos segredos poderiam arruinar o futuro de pessoas inocentes. De pessoas que tinham o direito de requerer aquilo que era seu por direito. Logo veio Eleonor em sua mente e no mesmo instante começou a planejar algo para ajudá-la.

Trabalharia nisso a finco para vê-la sorrir e feliz como antigamente.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que Peeta e Katniss conseguirão viver uma linda história de amor? Eleonor reencontrará seu único filho? Conseguirá Frederick planejar algo para ajuda-los? Não perca o próximo capítulo de Heart of Ocean, e espero conseguir voltar daqui a duas semanas o que é o prazo rss. Mais uma vez pedimos perdão e a compreensão. Até os comentários tenham todos uma ótima semana. Beijos xoxo.

Ps: Desculpem, ia me esquecendo de um detalhe. Estou escrevendo outros projetos com co-autoras e deixarei os links aqui embaixo para quem quiser acompanhar, ok?

https://fanfiction.com.br/historia/683570/Entre_Irmas/

https://fanfiction.com.br/historia/720538/Os_Voos_de_Madison/

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