Bohémienne escrita por Ananda Ayira


Capítulo 22
Epilogue


Notas iniciais do capítulo

É com grande pesar que venho, através deste epílogo encerrar esta fic.
Eu agradeço imensamente à todos que leram até aqui. Sério, eu sei que não foi fácil, pra mim também não foi. Todos esses anos, eu tive vários desafios. Eu sei as vezes parecia que eu tinha abandonado tudo e todos, mas eu nunca quis fazê-lo.
E fico muito feliz que esta seja a primeira fic que eu finalizo.
Enfim, boa leitura, mes amours! ♥



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A noite já havia caído há muitas horas e o céu estava completamente escuro. Sem nenhuma nuvem, cheio de estrelas. E, claro, a luz principal emanava da Lua. Sobre os telhados das casas dos camponeses e sobre os mendigos dormiam nas esquinas. De repente, em meio ao som do farfalhar das árvores, dos piados das corujas e do vento sussurrante, começou a crescer outro som. Que crescia com a intensidade de um sopro que ia ganhando força.

Às portas do vilarejo havia uma figura encapuzada. O manto era coberto por retalhos de panos diferentes. E pouco se via de quem estava por debaixo. Porém, a música saía de uma flauta de caniços que estava empunhada frente ao rosto escondido da criatura. A melodia era melancólica, tinha som de saudade e de abandono. Ao mesmo tempo, era convidativa. Sedutora, de fato.

Ela chamava a quem ouvia. Como se sussurrasse bem baixinho, ao pé do ouvido, para que a seguissem. Quem aceitava seu convite acordava do sono e punha-se de pé. Sem importar-se se estava só de camisa ou vestido. Rapazes, em sua maioria, saiam das janelas e desciam pelos telhados. Vinham sorrateiramente, pelas portas.

Quando a figura escondida estava na praça central do vilarejo, havia um cortejo de rapazes e algumas moças. E eles seguiam o som da flauta que lhes invadia e encantava. Sorriam ao escutar seu timbre. Como se fosse o canto de uma sereia. Ou o feitiço de uma cigana.

Enquanto o flautista conduzia seu bando para fora dos limites daquele lugar, ele via. À sua frente ia a cigana a dançar, aquela alma atada para sempre ao objeto que ele trazia consigo. Mesmo com as notas calmas e suaves, ela ia mexendo-se e com os braços ela chamava aqueles que a ouviam.

Quando o grupo se reuniu numa clareira fora dos muros da cidadela, lá já estavam outros que haviam sido chamados de suas camas na noite anterior, no vilarejo vizinho. Ao juntar os dois grupos, Peter continuou a tocar e tocou mais forte e alto. Ainda enfeitiçados, como se sonâmbulos, eles iam rendendo-se à música que escutavam. Alguns pegaram pedaços de madeiras, gravetos do chão, e iam batucando um contra o outro ou em pedras. Davam gritos e saltos, ao redor de uma fogueira feita para mantê-los aquecidos.

Em meio àquela festa ele via vendo Hélène a dançar e sorrir. Ela não falava, nem cantava. Estava sempre vários passos à frente dele, não chegava tão perto como quando lhe era permitido respirar. Embora, ela parecia saber que apenas o fato de ela aparecer para ele o fazia ter remorso e o lembrava de seu fracasso. Por mais que ela estivesse com ele, não era o que Peter pretendia. E agora, ela estava ali e servindo ao propósito dele. Mas jamais ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Até breve! Em outra história, outro mundo, outro lugar... ♥



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