Bulletproof Wings escrita por Jéssica Sanz
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo é de cortar o coração hein... Já aviso. (Pelo menos cortou o meu).
Namjoon sentia muita dor em todo o corpo quando abriu os olhos muito devagar. Estava deitado em uma cama macia, acomodado com muitos travesseiros. Sentia muitos machucados e curativos, além de uma agulha penetrando a pele de sua mão. Foi assim que soube que estava em um hospital, recebendo soro. O quarto onde estava era um pouco parecido com o de Hoseok. Vestia as roupas do acidente, e seu casaco estava sobre uma das cadeiras do quarto. Não havia ninguém ali, mas antes que pudesse pensar em alguma coisa com sua cabeça confusa, a porta se abriu e um médico entrou.
— Ah, acordou! — Disse Sehun, com a voz mansa, fechando a porta atrás de si. — Oi, Namjoon.
— Oi, Sehun. O que aconteceu? — Perguntou Namjoon, com a voz afetada pela confusão.
— Você não se lembra? Hum… Você sofreu um acidente de trabalho.
— Ah. Lembrei. — Disse ele, voltando seu rosto para o teto. — No posto.
“Não foi acidente”, ele quis dizer, mas achou melhor manter em segredo.
— Isso. Namjoon… Eu sei que as coisas estão difíceis, mas… Você não pode desistir.
Namjoon olhou para Sehun, como se ele não tivesse nenhum direito de lhe dizer o que fazer.
— Você não sabe de nada, Sehun — disse, sem levantar a voz, mas o médico não se afetou.
— Na verdade, o único motivo de eu estar aqui é porque sei de alguma coisa. Eu não precisava estar cuidando de você agora. Estou cheio de pacientes. Mas eu escolhi você. — Por quê?
— Porque é o mesmo caso. Você está aqui pelo mesmo motivo que Hoseok esteve. Instabilidade psicológica causada por uma perda próxima, A mesma perda que ele. Mas você não pode deixar isso te levar como o levou.
Namjoon se lembrou de quando recebeu a ligação do hospital informando que tinha descoberto a causa da morte de Hoseok: overdose.
— Por que não? Que motivo tenho pra ficar aqui se todos eles estão lá?
— Só se vive uma vez, Namjoon. Você acha que seus amigos iriam querer te ver morto?
— Talvez estejam até me esperando.
— Não! Não existe isso. Não existe coisa alguma depois da morte.
— Como pode ter certeza? Já esteve morto?
— Namjoon… — Disse Sehun, afundando na cadeira com a mão sobre a testa. — Por favor, não torne as coisas mais difíceis do que já são. Talvez você não saiba, mas… O que aconteceu com Hoseok não foi fácil pra mim.
Namjoon franziu o cenho.
— Deveria ser. Você é médico!
— Isso é um hospital universitário. Quantos anos acha que eu tenho?
— Sei lá… 28?
— Tenho a mesma idade que você. E a mesma idade que Hoseok tinha.
— Quê? Você é de 94?
— Sim. Quando entrei na universidade, esperava sim fazer muitas cirurgias e declarações de óbito. Mas não de gente da minha idade. Hoseok foi meu primeiro paciente de 22 anos a chegar a óbito. Não foi fácil pra mim, e eu sei que também não foi pra você.
— Se eu tivesse perdido apenas um amigo, talvez eu aguentasse. Mas eu tinha seis amigos, e todos eles se foram.
— Eu sei.
Namjoon olhou para o médico.
— Sabe?
— Sim. Eu acompanhei as notícias na TV. Foi muito… doloroso. Tinha visto os cinco aqui, cantando e se divertindo como se não estivessem em uma sala de hospital. E de repente… Só havia você.
— Você quer ser meu amigo? — Perguntou Namjoon com uma careta, tentando entender onde Sehun queria chegar. O médico riu levemente.
— Não seria nada mal, mas não é isso que eu quero dizer. Quero dizer que me apeguei à história de vocês, e quero que ela tenha um final feliz. Só você pode fazer isso.
— Entendi. Quer que eu viva na culpa e na solidão só pra você não ver mais um jovem morrer? Me poupe, Sehun. Não há nada que possa me trazer felicidade aqui.
A porta se abriu devagar. Uma enfermeira apareceu.
— Com licença, Dr. Sehun. Preciso do senhor na sala 245.
— Eu já vou. — A enfermeira saiu e fechou a porta. Sehun se levantou e se aproximou do paciente. — Namjoon… Por mais que seja complicado, você precisa tentar recomeçar a sua vida. Por eles. Eu já volto.
Sehun deixou a sala, e Namjoon disse para si mesmo.
— Eu já tentei. E falhei.
Namjoon olhou em volta, com os lábios pressionados, do jeito que fazia quando tinha raiva.
Ele precisava sair dali. Primeiro, olhou para sua mão. O tubo de soro o prendia ali, e se quisesse sair, ele precisaria se livrar daquilo. Tirou com cuidado o curativo e puxou a agulha para fora de sua pele, ignorando a dor. Finalmente, conseguiu, e a deixou pendurada ao lado da cama, pingando soro no chão. Levantou da cama, colocou os sapatos, o casaco e o boné.
Finalmente, saiu do quarto, com cuidado. Observou o corredor, mas não viu nenhum funcionário conhecido. Foi para a direita, mas depois de poucos passos, avistou Sehun, já fazendo o caminho de volta. Felizmente, não o viu, pois estava dando atenção a uma prancheta. Namjoon deu meia volta, mas percebeu que o corredor não tinha saída. Então, tomou a única atitude que conseguiu pensar, e entrou em outro quarto qualquer, torcendo para que estivesse vazio.
Ele fechou a porta e respirou fundo. Estava livre dos discursos motivacionais de Dr. Sehun que não lhe traziam nada. Finalmente, virou-se para observar o quarto em que estava. Não havia médicos nem visitantes, apenas um paciente deitado na cama. Namjoon levou as mãos à boca como se tivesse visto um fantasma.
O jovem estava inconsciente. Havia uma máscara de oxigênio em seu rosto, e ele estava ligado a vários aparelhos ao redor. Um deles era um monitor que desenhava seus batimentos cardíacos. Aquele menino estava vivo. Namjoon se aproximou com passos lentos, para ter certeza. Mesmo com o rosto pálido e a expressão horrível, era ele. Aquele era Kim Seokjin.
— Mas… Você estava morto… — Ele se permitiu rir por um segundo. — Aigo! Você está vivo, hyung! — De repente, seu sorriso foi desaparecendo. Ele passou o dedo pelos fios de cabelo de Jin. — Senti sua falta, hyung. Todos nós sentimos. Os meninos… — Namjoon abaixou a cabeça. — Não estão mais aqui.
A porta se abriu. Namjoon teve medo de que você Sehun, mas depois de constatar quem era, preferia seu médico.
— Você não pode entrar aqui — disse Chung Ho.
— Você! — Gritou Namjoon, retendo seu tom de voz, uma vez que estava no Hospital. — Você disse que Jin Hyung estava morto!
— Sim, eu disse.
— Meus amigos morreram achando que Jin Hyung não tinha sobrevivido. O Jimin… O Jimin morreu por causa dele. Morreu porque não podia suportar. Você tem noção do que fez?
— Tenho sim, Namjoon.
— O Hoseok morreu nesse hospital, de overdose, porque queria cuidar do Jimin…
— Eu sei disso tudo, Namjoon, pare de ser tão repetitivo.
— Você… Você não sente nem um pouquinho de culpa?
— A resposta está do seu lado. Olhe o que aconteceu com Seokjin. Você sabe, não sabe?
— Eu sei que o carro dele…
— Ele tentou se suicidar. Não foi um acidente. Sabemos disso por causa da perícia. Sabe por que ele tentou se suicidar?
— Não — confessou Namjoon.
— Encontramos resquícios de substâncias no corpo dele. Substâncias usadas contra a depressão.
— Depressão?
— Ah, você não sabia? Olha, Jin nunca deu sinais de depressão quando morava na casa dos pais. Sempre foi um menino alegre. Mas começou a mudar quando foi morar com vocês.
Parou de falar com os pais, e começou a usar essas porcarias.
— Yumii — sussurrou Namjoon, compreendendo.
— Como acha que isso aconteceu? Não é muita coincidência?
— Se você acha que eu e meus amigos éramos a causa da depressão do Jin Hyung, está muito enganado. Foi uma garota.
— Uma garota. A tal de Yumii. E de onde surgiu esse relacionamento?
— Da escola.
— Ah, Namjoon, seja mais específico! Quem ajudou a começar esse namoro? Acha que eu não sei?
— Nós queríamos vê-lo feliz.
— Não duvido disso. Só que vocês seis não sabiam nada sobre o Jin. Não sabiam o que é melhor para ele. E você continua não sabendo. Eu nunca gostei da amizade de vocês. Jin costumava ser um bom garoto antes de se interessar por música e começar a andar com vocês.
— Então acha que seu sobrinho não é bom, só porque gosta de música? Fique sabendo que a música…
— Não me importo com sua opinião, garoto! Olha só pra você! Não sabe nada sobre a vida.
Eu sei o que é melhor para o meu sobrinho. Sempre disse a ele para se afastar de vocês, porque não eram boas influências, mas ele não me deu ouvidos. Depois do resgate, quando encontrei vocês na casa da minha irmã e percebi que não sabiam do estado de Jin, vi a oportunidade perfeita para finalmente afastá-los.
— Você mentiu de propósito, e matou meu amigos. Pode se achar o máximo por isso, mas como acha que Jin vai ficar quando acordar? O que ele vai pensar sobre você quando souber que assassinou os amigos dele?
— Eu não assassinei ninguém, Namjoon. Não tenho culpa se vocês não têm nenhuma estabilidade emocional!
Namjoon cerrou os dentes, fechou os punhos feridos.
— Jimin morreu porque se importava com Jin. Ele o queria bem, e estaria vivo se você não fosse tão egoísta!
— Ao menos ele está longe do meu sobrinho. Todos eles estão, e eu estou satisfeito.
Namjoon arregalou os olhos. Não podia acreditar que estava ouvindo aquilo da boca dele!
— Você não tem coração! Prefere ver cinco jovens mortos do que ver seu sobrinho com amigos que não lhe fazem nenhum mal!
— Seis, se for preciso, Namjoon, então sugiro que não insista. Saia deste quarto e deixe meu sobrinho em paz!
Namjoon perdeu a paciência e avançou sobre Chung Ho. O segurou pelo jaleco e o empurrou para a parede, gritando.
— Não me ameace! Você não é nada pra mim!
Imediatamente, a porta se abriu, e alguns funcionários do hospital entraram, preocupados em parar o episódio. Seguraram Namjoon pelos braços e o afastaram do Dr. Chung Ho.
— Ele está insano — disse Chung Ho, com a respiração ofegante. Namjoon não se deu conta do que ele estava tentando fazer.
— Assassino! — Gritou Namjoon, muito alto. Sehun entrou na sala, e assim que notou o que acontecia, balançou a cabeça negativamente e se afastou. — Você é um assassino! — Namjoon não deu atenção à agulha que perfurou sua pele quando um dos médicos lhe deu uma injeção. — Você matou o Bangtan Sonyeondan! Eu te odeio! — Começou a murchar, sentindo os efeitos da injeção. Perdeu a sensibilidade das pernas e caiu, sendo segurado pelos braços. — Eu te odeio. — O tom de voz baixou. As pálpebras, cheias de lágrimas, começaram a se fechar. — Eu me odeio — sussurrou, e caiu no chão. Olhou para o menino que estava sobre a cama. — Hyung…
Finalmente, fechou os olhos.
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Esse é um teste, pra ver se consigo postar pelo celular (porque viajo hj). Ficou muito diferente?