90 Dias com Ela escrita por Secreta


Capítulo 19
Capítulo 17 - Elevador Maluco


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos reviews e pela recomendação! AMEI!
POR CAUSA DELES POSTEI TÃO RÁPIDO!!!!!!
E POR FAVOR: LEIAM AS NOTAS FINAIS.
Boa leitura!



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BELLA POV

   Depois de cair sabe-se lá quantos andares, a geringonça parou de uma vez só, fazendo com que Ed-boy caísse sobre mim.

   - Isabella, tá tudo bem? - Perguntou-me, parecendo preocupado.

   Bufei. TINHA COMO SER MAIS TAPADO?

   - Se você saísse de cima de mim talvez eu pudesse responder, uma vez QUE NÃO ESTARIA MAIS SENDO ESMAGADA POR UM BRUTAMONTE! - Gritei fula da vida. 

   Meu pupilotário rolou para o lado imediatamente e eu pude - finalmente - respirar. 

   - Já pode começar a me abanar antes que eu morra sem ar! - Fiz drama.

   Ed-boy revirou os olhos.

   - Você anda tendo muito contato com a Alice - comentou secamente. 

   Ainda chateada com ele por ter me feito entrar naquela porcaria de elevador, sentei-me sem encará-lo. Pela visão periférica, vi que meu pupilotário estava igualmente sentado, para minha felicidade, na ponta oposta à minha. 

   Passamos alguns minutos em silêncio e sem fazer movimento algum. Eu realmente não queria ser a primeira a se pronunciar e também não desejava tentar fazer aquela porcaria funcionar e acabar brincando de queda livre novamente. 

   Porque voar quando se tem asas é legal, mas quando se é humana... É FALTA DE PRUDÊNCIA E AMOR A VIDA!

  

   Acabei começando a divagar. E se eu e Ed-boy nunca mais saíssemos daquele elevador ou demorássemos demais a sair?

Alucinação 1

   - Agora que já resolvi todas as leis possíveis da física, to entediado. E você, Isabella? – Uma versão mais envelhecida do meu pupilotário me indagou.

   O elevador tinha quebrado irreversivelmente e nunca mais sairíamos dali.

 

   - Já traduzi e criei uma nova língua através do latim. Estou planejando criar uma inteiramente diferente de todas agora – compartilhei meus planos.

   - Quer ajuda? – Perguntou.

  

   Bufei.

   - Lógico que não, FATUUS (idiota em latim)! Desse jeito minha atividade acabaria mais cedo e eu ficaria igualmente entediada pelos próximos... 50 anos? Oh, seria trágico!

   Ed-boy franziu o cenho.

   - EGOÍSTA! – Xingou.

   Alucinação 2

  

   - Finalmente saímos, Isabella! Conseguimos! Depois de 20 anos! – Ed-boy comemorou.

  

   Eu ia começar a comemorar com ele quando notei sua aparência deplorável.

   - HAHAHAHAHAHAHA! NÃO ACREDITO QUE VOCÊ TÁ COM ESSA BARBA DE MENDIGO! HAHAHAHAHA! E ESSA ROUPA? MEU DEUS, EDWARD, PARECE QUE VOCÊ SAIU DE UM FILME DE TERROR! E ADIVINHA... – Ele me olhou chateado. – VOCÊ É O MONSTRO! HAHAHAHAHAHAHAHA! O MONSTRO DO ELEVADOR! UUUUUUUUUUUUUH – encenei.

   Ed-boy não curtiu muito minha performance. Então decidiu contra-atacar.

   - E VOCÊ TAMBÉM NÃO TÁ UMA DEUSA NÉ? COM ESSE CABELO DE BOMBRIL E ESSAS PERNAS DE DOG ALEMÃO! HAHAHAHAHAHAHA ENTROU BONITINHA E SAIU A BARANGA DO SÉCULO, QUE EVOLUÇÃO HEIN FLORIBELLA! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

   Desferi um tapa na cara do panaca.

   - GROSSO! – E sai chorando toda doida por aí.

   Anos dentro de um elevador deixam você bem sentimental.

   Imediatamente balancei a cabeça afastando meus pensamentos.

   - Você não deveria estar com raiva de mim, afinal não fui eu quem quebrou a droga do elevador - comentou chateado. - Apenas demos azar.

   Estávamos presos numa porcaria quebrada daquelas e ele ainda tentava passar atestado de paz e amor pra mim? PALHAÇADA!

   - Mas você me fez entrar nessa merda. Eu não queria, lembra? - Afinei os olhos enquanto o encarava. Ao sentir meu olhar o fuzilando, meu pupilotário fitou suas mãos, incapaz de me encarar. 

   PALHAÇO!

   - Droga! - Rosnou. - Olha, eu não tinha como prever que isso iria acontecer, tá? - Fez uma pausa. - Mas sei um jeito de tirar a gente daqui - disse, com um meio sorriso no rosto.

   - Sabe? - Perguntei esperançosa.

   - Sim, é só apertar o botão de emergência, aquele vermelho ali - indicou.

   Ponderei um pouco.

   - E depois, o que acontece? - Indaguei.

   - Trazem técnicos para consertar o elevador e nos tirar daqui - concluiu.

   Franzi o cenho, preocupada.

   - E isso vai demorar muito? - Pedi.

   Meu pupilotário suspirou.

   - Não sei, mas acho que não. Geralmente são bem rápidos.

   Ao ouvir isso, levantei-me abruptamente e cliquei de uma vez só no botão vermelho, assustando Ed-boy com minha ação precipitada.

   - Isso é que é vontade de se livrar de mim, hein? Não esperou nem que eu mesmo apertasse o botão! - Zombou.

   - Você nem imagina o quanto - disse seriamente.

   Ele fechou a cara. Dei de ombros. 

   - Espero que sejam rápidos - Ed-boy comentou zangado.

Uma hora depois...

   - Meu celular está sem sinal - Ed-boy suspirou frustrado. - Que demora! - Reclamou.

   Eu não tinha noção de quanto tempo tinha se passado, mas alguns segundos presa ali pareciam durar séculos.

   Ed-boy continuava sentado o mais distante possível de mim. Eu segurava meus joelhos como uma criancinha, sentindo-me desolada por estar presa em condições tão frustrantes. Com certeza sairia dessa porcaria de elevador traumatizada! 

   Encarei novamente meu pupilotário e mandei ao inferno todas as minhas políticas de me manter afastada dele e do perigo que o rondava.

   - Ed-boy? - Chamei.

   - Sim? - Ele pareceu acordar de um momento de transe.

   Mordi o lábio, insegura se ele aceitaria bem o que viria a seguir.

   - Você sabe que eu te odeio e nada vai mudar isso, não é? - Certifiquei-me.

   Ele revirou os olhos.

   - Sim, Isabella. Igualmente pra você - respondeu.

   Ótimo, tudo como eu queria.

   - Então vem cá me abraçar porque eu to morrendo de medo da gente não sair dessa merda nunca mais! - Pedi abrindo os braços. 

   Antes aparentemente calmo, meu pupilotário veio rapidinho me abraçar. O nervosismo dele estava sendo transmitido a mim através do colar celestial, fazendo com que eu ficasse duplamente surtada.

   - Ed-boy - iniciei. - Se a gente vai morrer mesmo aqui, você não quer pelo menos me contar sua história pra eu entender o motivo de você ser assim? - Perguntei.

   Não sei o que tinha dado em mim, só uma súbita vontade de dizer aquilo.

   Meu pupilotário me encarou com um sorriso irônico.

   - Com certeza... - Sorri ao ouvir isso. - NÃO! - Exclamou, acabando com todas as minhas esperanças.

   - Tudo bem, já entendi! - Gesticulei emburrada, soltando-me do abraço do mesmo. - Só não reclame depois que esse elevador desabar e seus segredos morrerem com você. - Cruzei os braços.

   Ed-boy riu.

   

CÉU POV

   - Se eles não vão falar por bem... QUE FALEM POR MAL! - O diretor gritou para o celular. Os influenciadores encontravam-se do outro lado da linha, apreensivos.

   - Mas não estaríamos prejudicando o livre-arbítrio de ambos caso pressionássemos mais para que falassem? - Um deles perguntou.

   Rudius riu sem humor algum.

   - VOCÊS SÃO TAPADOS OU O QUE? - Perguntou aos berros. - Só vamos piorar as condições, a decisão será deles! Ou seja: nada de advertências ou punições por mexer com livre-arbítrio - concluiu.

   - Faremos isso, chefe - assentiu dessa vez.

   - FAÇA AGORA, PASPALHO! - Rudius berrou mais uma vez. 

   Respirou nervosamente. Se não os fizesse falar, a audiência do reality poderia cair pela falta de comprometimento, uma vez que o próprio Rudius prometera a todos os espectadores fortes emoções em tal episódio.

BELLA POV

   - Eu não falaria sobre o meu passado pra você, Isabella, nem que esse elevador estivesse caindo! - Jurou.

   E aí o elevador começou a tremer, fazendo com que eu e meu pupilotário fôssemos sacudidos de um lado ao outro convulsivamente.

   PALHAÇADA!

   - EU TE ODEIO! - Gritei para que ele escutasse, enquanto éramos sacudidos. - SÓ SENDO MUITO OTÁRIO PRA JURAR COISA PELA ESTABILIDADE DESSA PORCARIA QUEBRADA! - Alfinetei.

   Estava muito fula da vida com ele. Não bastasse ter provocado a ira do destino uma vez, mas duas? Ele é um suicida ou o quê?

   Depois de alguns segundos de tremedeira a geringonça finalmente se estabilizou. Imediatamente cai sentada, não aguentava mais aquilo. Ed-boy caiu ao meu lado.

   - Tudo bem, eu falo. Não aguento mais essa merda! - Reclamou.

   - Quem é o reclamão agora? - Provoquei.

   - Você quer ouvir minha história ou vai ficar ai me provocando? - Franziu o cenho.

   Suspirei. Ouvir a história dele era minha obrigação, provocar, minha diversão. Surpreendentemente optei pela obrigação. Caramba, nem eu sabia que esse meu "eu" responsável existia!

   - Comece - pedi.

   - Certo... - Ele iniciou.

   "Charlie não gostara da Tanya desde o início de nosso namoro. Porém, tentou esconder, uma vez que via como eu estava feliz com ela ao meu lado. 

   Depois de um mês, comecei a passar mais tempo com Tanya do que com a família e amigos, o que fez com que todos ficassem enciumados. 

   Notando meu afastamento, Charlie passou a utilizar o tempo que ficávamos juntos para trabalhar, sem sequer vir falar comigo. Isso me deixou magoado por um tempo, parecia que ele não se importava comigo...

   E tínhamos passado por tantas coisas juntos! Ele sempre fora um pai incrível. Íamos pescar juntos, compartilhávamos segredos, tinha sua ajuda nos deveres de casa... Entre outras coisas. 

   Então me afastei completamente dele. Meu mundo era só meu e de Tanya. Passei um bom tempo feliz com isso. Cada vez passávamos mais e mais tempo juntos e Tanya era uma namorada incrível, sempre buscando as melhores escolhas para nós dois.

   Entretanto, meses depois, Charlie me chamou para uma conversa. Ainda estava chateado com ele, porém fui mesmo assim. Ele foi autoritário, disse que eu estava me transformando em um panaca por Tanya, sempre envolvido nos "joguinhos chantagistas e mesquinhos" dela e que queria reinvidicar meu tempo com ele e com a família e amigos de volta. Eu deveria equilibrar as coisas ou terminar o namoro com Tanya.

   Fiquei muito chateado e passei dias sem falar com ele. Numa tentativa frustrada de reaproximação, Charlie marcou uma viagem para a família. Tanya não poderia ir. Era uma regra. Dei um jeito de fugir de casa no mesmo dia, e, enquanto eles viajavam para a França, passei momentos maravilhosos com Tanya enquanto estava hospedado em um hotel com o dinheiro da mesada altíssima que recebia.

   Alguns dias depois, decidi que era hora de voltar para casa. Ao chegar lá, deparei-me com uma triste surpresa. Estavam todos no hospital, ao voltar da viagem Charlie passara mal.

   Apressei-me em ir até lá, e, ao adentrar o quarto, encontrei minha mãe e minhas irmãs chorando. Ele havia morrido.

   Eu estava atônito até chegarmos em casa. Não acreditava naquilo. Ninguém podia morrer assim de uma hora para outra. 

   Mexemos em suas coisas e achamos as cartas que ele começara a escrever desde que descobrira que tinha um câncer terminal no cérebro e poucos meses de vida.

   Dizia que no começo da descoberta ele tentara se afastar da família, concentrando-se no trabalho para esquecer a doença e amenizar o sofrimento de seus entes queridos que já estariam acostumados com sua ausência ao vê-lo partir. Por isso não conversara comigo logo no início.

   Depois, ao ver minhas irmãs e eu tão afastados e alienados por coisas fúteis, ele decidiu que devia agir, viver seus últimos dias ao extremo. Então começou a aconselhar Rosalie, Alice e a tentar se reaproximar de mim.

   Com as duas, ele teve algum êxito. Comigo, nenhum. 

   Chorei dias seguidos após descobrir a morte e tudo o que se passava com meu pai. Sentia-me culpado por tê-lo ignorado tanto. Todos nós sentíamos. Mas eu principalmente, uma vez que o havia feito de um jeito pior...

   E foi aí que a Tanya terminou comigo, alegando que eu estava chato demais, chorando e me lamentando feito um bebê pelos cantos.

   Depois de tantas desgraças, resolvi que não devia me importar com mais nada se a vida acabaria de um jeito ou outro sugando tudo de bom de mim. 

   Então depois de todo esse tempo a vida fez com que Tanya e eu nos reencontrássemos novamente, e dessa vez tenho certeza de que ela está me dando uma segunda chance para ser feliz. Suprindo o que tirou de mim."

   - Uau... - Deixei escapar. - Realmente... 

   Não consegui terminar, então me calei. Edward também não fez questão de falar mais nada.

   Tudo já havia sido dito. E naquele momento, eu realmente não conseguia enxergá-lo como Ed-boy, meu pupilo chato e otário, ou meu alvo de zombarias. Ele era Edward, um cara que havia conseguido se manter em pé após acontecimentos desastrosos por um preço muito alto: sua felicidade. E agora eu tinha que ajudá-lo. 

   - Sabe, você é todo revoltadinho com seu passado. Quer saber o motivo da minha revolta? - Perguntei a ele.

   Ed-boy me fitou curioso.

   - Não me lembro de nada. E tecnicamente não posso lembrar - confessei.

   Ele abriu a boca e depois a fechou imediatamente.

   - Nossa... E como... Como você... Vive, ou sei lá? - Indagou-me.

   - Quando acordei não lembrava nada. Então meu tutor começou a cuidar de mim. Apesar de toda dedicação dele, fiquei chateada por não conseguir saber minha própria história. Eu me senti... Como... Como se tivessem tirado algo de mim injustamente, sabe? - Confidenciei.

   - Entendo perfeitamente - ele respondeu com sinceridade.

   - E isso é realmente assustador - continuei. 

   - O quê? - Arqueou as sobrancelhas.

   Dei um meio sorriso.

   - Nós dois não estamos só conversando civilizadamente, como também estamos contando segredos que nem nossos amigos mais próximos sabem - falei me dando conta de que aquilo era realmente bizarro. 

   Ed-boy pareceu analisar a situação.

   - Realmente muito esquisito - concordou.

   - Viu só? Agora você até concorda comigo! - Caçoei.

   - Isso significa que você é suficientemente bipolar para me fazer te odiar e te entender ao mesmo tempo - justificou.

   Revirei os olhos.

   - Cretino... - xinguei.

   - Maluca... - ele cantarolou, com um sorrisinho.

   - E lá vamos nós de novo!

2 horas depois...

   - Se minha raiva fosse branca e meu ódio pretinho, o que sinto por você seria xadrezinho! - O insultei.

   O babaca olhou pra minha cara todo sério. 

   - Você tá se achando muito esperta rimando e tudo né? - Arqueou uma sobrancelha.

   - Sempre fui!

   - KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK - rimos juntos.

   - Esse lance de xadrezinho foi hilário, bem a sua cara de cafonisse e tal! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK - ria como uma hiena. 

   - Se você não notou, a cafona aqui insultou você com aquela breguice, seu tapado! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK - ri também.

   - Epa - ele parou de rir instantaneamente se dando conta disso.

   Continuei a rir sozinha mesmo. Passei uns minutos assim até o panaca tapar minha boca.

   - Tenho que fazer isso antes que você literalmente morra de rir e eu não tenha a chance de te pedir uma coisa. - Disse todo sério.

   - Certo, quem você quer que eu mate? - Perguntei toda séria.

EMMETT POV

   - Rose - falei enquanto arfava. - Agora que a festa está acabando graças ao incompetente do Edward que não chegou com as bebidas, eu queria pelo menos fazer uma coisa por você - pedi. 

   EU IA ME DAR MUITO BEM NESSA NOITE!

   - O que, Emmett? - Ela perguntou com receio.

   Dava pra ver que ainda não confiava em mim. 

   - Fechar essa festa com chave de ouro - sorri pra ela.

   A minha garota arregalou os olhos e se afastou de mim. O que eu tinha feito de errado?

   - Certo... Agora observe - continuei sem me abater.

   Rosalie fechou a cara pra mim. Eita mulher difícil viu!

   - GALERAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - Gritei.

   Todos olharam pra mim imediatamente.

   - A FESTA TÁ ACABANDO, MAS ANTES DISSO, QUERIA FAZER UMA PROPOSTA - pedi.

   Todos continuavam me encarando confusos.

   - VAMOS TODOS REZAR PRA PAGAR OS PECADOS COMETIDOS NA FESTA! PORQUE QUEREMOS IR PRA O CÉU, NÃO É? - Gritei incentivando.

   - ÉEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!! - Alguns berraram concordando.

   - VAI SE TRATAR!!!!!! - Outros gritaram.

   Olhei para Rosalie e vi que a mesma me olhava com um sorriso enorme. Então ela se aproximou e beijou minha bochecha.

   - Você está salvando pessoas com isso. Meu herói!

   - Depois desse beijo tenho muito que agradecer a Deus! - Comentei.

   Rose limitou-se a sorrir para mim.

   - VAMOS COMEÇAR!

   - QUE SE DANE! ME DISSERAM QUE NO INFERNO TEM UMAS DIABINHAS GOSTOSAS! - Gritou um maluco.

   - TÃO GOSTOSAS QUANTO A SUA AVÓ! - Respondi em alto nível.

   O maluco não só fechou os olhos e começou a orar, como se ajoelhou instantaneamente. O resto do grupo que tinha mandado eu me tratar fez o mesmo.

   É, eu estava salvando almas realmente!

   SOU O HERÓI DA ROSE, SOU O HERÓI DA ROSE, SOU O HERÓI DA ROSE, LALALALALALALALA!

BELLA POV

  Ed-boy me olhava assustado.

  - Eu só estava tirando uma com a sua cara, seu otário! - Revirei os olhos. - Agora me diz o que você quer. 

  - Bem... Somos amigos agora, não somos? - Ele passou a mão pelo cabelo, visivelmente nervoso.

   Resolvi sacaneá-lo.

   - NUNCA! - Berrei feito louca. - UMA VEZ INIMIGOS PARA SEMPRE INIMIGOS! MUHAHAHAHAHAHAHA! - Dei uma de lunática. 

   - Deixa pra lá - desconversou imediatamente assustado com minha reação.

   Bufei.

   - SÓ ESTAVA TE SACANEANDO DE NOVO, QUAL É? - Confessei.

   Ele revirou os olhos.

   - Posso pedir ou não? - Perguntou impaciente.

   - Pede logo.

   - Você... &¨*&)()_*)(ujbygtyfu*&¨*&g&*bguihiuug*g&¨f&gbiuuhg*&g*? - Ele falou tão rápido que não entendi merda alguma.

   Fitou-me esperançoso.

   - Vai aceitar? 

   - Preciso que você repita DE-VA-GAR, pra que eu possa ao menos ENTENDER o pedido, sabe? - Murmurei com sarcasmo.

   Ed-boy bufou. Mas fez o que mandei.

   - Você quer me ajudar a reconquistar a Tanya? - Indagou-me.

   - Você vai voltar a ser legal e feliz pra sempre se eu fizer isso? - Tornei.

   - Lógico. Tanya é tudo o que quero.

   Sorri. A missão seria mais fácil do que eu jamais havia imaginado.

   - Ótimo. Eu te ajudo - concordei.

   - Certo. Então agora só temos que basicamente fingir que somos namorados para todo mundo - ele me fitou - sem exceções.

   - É O QUE?! VOCÊ TÁ COM A CARA PRA TRÁS? BEBEU ALGO? - Fiquei desesperada.

   Ed-boy levou a mão à testa.

   - Não. É só que Tanya tem ciúmes de você. Para ela entender que ainda gosta de mim, precisamos fazer com que ela veja o que "perdeu", entende? - Argumentou.

   - Entendo coisíssima nenhuma! - Bufei.

   Meu pupilotário me encarou, mais sério do que nunca.

   - Eu realmente preciso da sua ajuda - murmurou. - Só assim poderei voltar a ser um Edward mais feliz, de bem com a vida - fez uma careta. 

   Ponderei. Aquilo era minha missão, não é? O que eu estava esperando, que viesse tudo de mãos beijadas? Ainda completaria a missão e voltaria para o céu em recorde de tempo! Seria uma maravilha.

   - Eu aceito - falei baixinho. Realmente não acreditava que ia fazer aquilo.

   REALMENTE ME DAVA NÁUSEAS!

   - O que? - Ele pediu.

   - EU ACEITO! DROGA, DEIXA DE SER SURDO SEU PANACA! - Rosnei.

   Ele riu, parecendo satisfeito. Mas logo após ficou sério novamente.

   - Você não vai poder me xingar assim na frente de todo mundo, inclusive das minhas irmãs e dos nossos amigos. Ou vão descobrir que nosso namoro é uma farsa - considerou.

   PALHAÇADA! EU FICARIA SEM SACANEAR MEU PUPILOTÁRIO? SERIA UMA TORTURA!

   - Pela sua cara, vejo que não gostou muito - zombou. 

   "Não gostou muito"? EU ODIEI!

   De cara fechada, lembrei de Alice e Jasper se beijando loucamente. Eca.

   - Não vamos ter que... Ugh... Beijar e falar todas aquelas coisas melosas que casais geralmente falam, vamos? - Pedi quase beijando os pés dele pra que ele falasse um lindo NÃO.

   - Vamos.

   NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

   - O que foi, está tão preocupada em não me beijar pra não acabar se apaixonando, coisinha fofa do Eddie? Hein? Hein? - Zoou.

   - SEU... SEU... - Gaguejei, irritadíssima.

   Não havia achado ainda um xingamento ao nível do Ed-boy, quando aquela provocação dele me deu uma ideia. 

   Acabara de achar um jeito de sacaneá-lo sem o xingar. E seria MUITO, MUITO ENGRAÇADO!

   - Eu aceito todos os termos e blá, blá, blá. Sou sua namorada de mentirinha agora - declarei. - Prepare-se para ter a namorada mais apaixonada e boboca de todos os tempos - adverti.

   Ed-boy sorriu.

   - Assim é que se fala!

   E o elevador abruptamente voltou a funcionar. Olhamos assustados um para o outro, depois começamos a pular, felizes da vida. 

   Quando as portas foram abertas, jurei a mim mesma que nunca mais usaria aquela porcaria, NEM AMARRADA!

   *****************

   Chegamos algum tempo depois e a casa estava toda silenciosa. A festa havia deixado rastros de sujeira por toda a parte da moradia dos garotos. Tentei não pisar em nada que parecesse ou cheirasse muito ruim.

   Estava na casa dos garotos somente para que Ed-boy me entregasse uma lista de características de uma boa namorada. Ele era tão adiantadinho que já havia feito antes mesmo de falar comigo.

   PALHAÇO!

   Subi até o quarto do meu pupilotário com o mesmo em meu encalço. Se alguém nos achasse juntos por ali ia ser algo meio ridículo, mas inofensivo, já que agora estávamos tecnicamente "namorando".

   Olhei através da janela do quarto de Ed-boy ao adentrá-lo. A lua estava realmente muito bonita. Lua cheia. 

   PUFT!

   Ouvi um estrondo vindo do banheiro e meu olhar parou diretamente lá. Eu não me atreveria a adentrar o local.

   - Shhh - Ed-boy pediu. - Há algum tempo umas coisas da gente vêm sumindo, talvez agora eu possa descobrir quem é. - Sussurrou, também encarando o local de onde o barulho tinha surgido. 

   Cautelosamente fomos nos aproximando da porta do banheiro. Deixei meu pupilotário ir na frente, pois qualquer coisa ele seria morto e enquanto o assassino se divertia com o mesmo eu teria tempo de correr e me salvar. Viajei um pouco sobre as possibilidades do que encontraríamos ali e o que aconteceria em seguida.

Alucinação 1

   Ed-boy abriu a porta de uma só vez.

   Uma criatura estranhamente branca e sombria apareceu. Também tinha dentes afiados. Presas.

   AFF!

   - Eu quero o sangue de vocês, humanos insolentes, E EU TEREI! – Jurou.

   Balancei a cabeça fazendo pouco caso.

   - Você é doente ou o quê? Eu sou uma anja, seu ralé, to no topo da cadeia que você lambe. Agora ou você dá licença pra o meu pupilo escovar os dentes, OU EU VOU SAMBAR NA SUA CARA! – Ameacei.

   O vampiro estremeceu e virou um morcego. Depois, saiu voando o mais rápido que pôde.

   ODEIO ESSES SERES MÍTICOS QUE ACHAM QUE TÊM ALGUMA MORAL COMIGO!

Alucinação 2

   Ed-boy abriu a porta de uma só vez.

   Um homem apontando uma arma mortal apareceu. Como já havia tudo arquitetado em minha cabeça, só precisei colocar o plano em ação.

   - ED-BOY, CALA A BOCA! EU JÁ DISSE QUE VOCÊ NÃO DEVIA TENTAR APERTAR A BUNDA DO ASSASSINO MORTAL AÍ! – Me fiz de indignada.

   Meu pupilotário imediatamente olhou pra mim, abismado.

   - Mas eu não disse nada disso, sua... – Fuzilou-me com ódio. – MENTIROSA!

   O assassino acabou olhando para nós dois enquanto apontava a arma sem confiança alguma. Isso tudo porque ele não sabia mais qual era o mais retardado pra morrer primeiro.

 

   Fiz questão de mostrar que era Edward.

   - AFF, DE NOVO NÃO NÉ ED-BOY? NÃO, ELE NÃO É UM VAMPIRO DISFARÇADO DE ASSASSINO, ELES NEM EXISTEM SE QUER SABER!

   - Como assim vampiros não existem? – O assassino começou a chorar. – MAMÃE MENTIU PRA MIM! – Berrou e jogou a arma pro lado, abraçando e sendo consolado pelo meu pupilotário.

   Que. Cena. Bizarra.

   Prontamente peguei a arma do chão e apontei pro céu. Se a pressão psicológica de uma arma apontada para um ser humano era tanta que todos entregavam o que tivessem de entregar, por que o Céu não me devolveria o meu lugar lá não é mesmo?

   - PODE PASSAR MEU LUGAR DE APRENDIZA DE ANJO DE VOLTA OU EU ATIROOOOOOOOOOO!!!!!!! – Ameacei.

   O assassino me olhou sinistramente, como se eu fosse louca.

   Então um raio caiu na arma mortal e ela foi destruída.

   - Garota, que azar – balançou a cabeça, com pena de mim. – Tenho certeza de que os anjinhos ficaram com muito medo de você! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK – Se acabou de rir. – PELO MENOS MINHA MÃE ME CONTOU ISSO: ANJOS NÃO EXISTEM!

   Indignada, peguei o que restara da arma e joguei na cabeça do assassino. Esperava que doesse o bastante pra ele acordar e se ligar que EU sou a própria viva de que anjos existem.

   Ou quase anjos.

   - AI SUA GROSSA! CRIATURA DO INFERNO! ARDA LÁ! – Desejou.

  

   Decidi parar de divagar depois dessas alucinações sinistras e  me concentrei no que estava ocorrendo perto de mim.

   Ed-boy contou até três. Então abriu a porta de uma só vez, puxando-me para dentro junto com ele.

   PALHAÇADA!

   Vimos uma silhueta e roupas femininas. Aquilo estava estranho... Então a ladra de uma figa olhou para a gente e, chocados, mal pudemos articular uma só palavra.

   - VOCÊ?!


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Notas finais do capítulo

Oi de novo gente! E aí, gostaram? Quem acham que será pego ou pega no flagra? DEIXEM REVIEWS E RECOMENDAÇÕES, ASSIM POSTAREI TÃO RÁPIDO QTO DESSA VEZ! BEIJOOOOOOOOO!