Atos da Vida escrita por Isabella Cullen


Capítulo 5
Ato 5


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao final de uma jornada não é mesmo? Muito emocionada po esse casal, achei esse final lindo e espero que gostem, só quem tem filhos em situação como a deles sabe como é . Termina aqui amores, atos da vida foi planejada para ter 5 atos e infelizmente preciso seguir com outros projetos, manterei no coração esse casal como mantenho no meu coração todo perdão que eu esse ano dei e de como eu superei dores amargas. Muito amargas. Transformar isso em fic me deixou lavar a alma de muitas formas...
Bom capítulo meninas



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ATO 5 – Pontes invisíveis

Eu coloquei a mão sobre a minha barriga pedindo a Deus que tudo ficasse bem. Edward não dizia nada, ele só dirigia e eu queria gritar e chorar de preocupação. Nós só fomos a audiência para resolver a questão legal sobre Charlote, eu calculei três horas e meia. Mas o advogado que Tânia contratou fez manobras legais que nem o nosso esperou e por isso ficamos mais de cinco horas no julgamento.

Demoramos demais? Foi porque nos afastamos dela? Minha mente se remoia de culpa. Eu queria tanto dar apoio a Edward que aceitei ficar todo esse temo longe do hospital e me sentia culpada. Alice tinha prometido não sair de perto dela, Charlote gostava que lessem para ela. Os batimentos cardíacos ficam melhores e ela dormia com mais tranquilidade. Uma lágrima escorreu e eu sequei o mais rápido que consegui, mas Edward percebeu.

— Não aconteceu nada... ela está bem..

— O hospital ligou... – falei com a voz trêmula. – Eles... ligaram...

— Perguntando quando estaríamos de volta amor... só isso...falei para não se preocupar.

E assim que ele parou no sinal colocou a mão em minha barriga. Sete meses. Eu estava de sete meses e eu sabia como a barriga deixou Tânia ainda mais furiosa no tribunal. Como ela nos olhou com ódio quando entramos de mãos dadas.

— Preciso que se acalme...a médica alertou sobre a pressão.

Assenti respirando fundo e temendo pela minha menina. Minha menina valente e forte. Todos esses meses lutando pela sua vida com toda força que tinha. A mais bela guerreira que já conheci, a mais linda. Conforme as semanas foram passando cada grama era um vitória, cada exame era algo a ser comemorado.

Charlote tinha seus dias ruins e isso acabava conosco, eu peguei Edward na capela do hospital ajoelhado uma vez chorando. Eu sabia como ele se arrependia do que tinha feito, mas como ele queria que Charlote não sofresse mais. Nem por um segundo. Quando ela fez um mês de vida Lukas resolveu que uma operação era necessária já que o problema dela estava arriscando outras coisas e toda família Cullen se juntou a nós em uma vigília silenciosa e penosa. Nossa menina saiu da cirurgia e nós assim que pudemos vê-la choramos abraçados. Choramos juntos pedindo a Deus por ela.

Desde então ela nunca ficava sozinha, Irina tinha me proibido de dormir no hospital. Carlisle e Emmett se encarregavam de me levar para casa e me fazer dormir as horas necessárias, Edward só saia de lá com Esme sendo enfática sobre nossa saúde. Charlote nos uniu novamente, ela fez aquela ponte que nós nem sabíamos que tinha sido rompida. Aquela que existia e que nós apenas usávamos sem dar valor a ela.

Ela pequena e frágil nos fez dar valor a cada respiração, a cada batimento cardíaco e a pequenos detalhes como quando ela abriu os olhos quando Edward a chamou pelo nome. Edward chamou um juiz de paz e casamos na pequena capela quando ela fez três meses e meio e Lukas falava em peso quase ideal. Nós conseguíamos colocar ela no colo agora, mesmo com aqueles fios todos e isso nos deixava mais que felizes, era uma sensação de plenitude indescritível.

— Chegamos... – Edward falou olhando para o hospital.

Peguei na mão dele.

— Juntos. – falei e ele sorriu.

Sim, juntos. Nós nos casamos rapidamente para que eu pudesse ter o mesmo sobrenome de Charlote, não nos importamos com mais nada além dela e nós dois. Nem os repórteres e especulações nos atingiam. Quando minha mudança chegou a mansão que seria nossa casa a imprensa só faltou entrar dentro do caminhão, Carlisle contratou mais seguranças, Emmett entrou com medidas legais de preservação de imagem e bem estar já que eu estou grávida.

Então ele saiu do carro e veio abrir a porta para mim, aquele costume lindo e charmoso que fazia meu coração derreter. E entramos de mãos dadas causando aqueles olhares curiosos que eu já tinha me acostumado. Não vi Alice em lugar nenhum, mas eu sabia que ela estava com Charlote e tentei ficar mais calma. Esme e Carlisle não tinham ido na audiência sobre a custódia de Charlotte porque como Carlisle mesmo explicou, Tânia era uma pessoa tóxica demais.

E assim que as portas do elevador se abriram dando a visão do corredor do CTI, meu coração disparou. Ele estava vazio e calmo, não tinha tanta movimentação. Edward e eu não precisávamos mais de tantos cuidados para vê-la. Ela estava agora em uma ala com menos risco de infecção. Lukas estava na porta nos esperando.

— O que aconteceu? – perguntei sentindo meu coração pesado de medo.

— Nós queremos mostrar algo a vocês, mas eu preciso que venham ao meu consultório antes. Vamos falar de Charlote um pouco?

— É grave? – Edward perguntou.

— Vamos atualizar vocês. – ele disse apenas e fomos para sua sala.

Por meia hora ele explicou todo o quadro dela desde que nasceu, seus avanços, sua recuperação, os remédios que foram administrados e todo procedimento para que ela conseguisse chegar até onde ela estava. Charlote ganhou dois quilos e meio e apesar de continuar pequena, Lukas explicou pacientemente que isso era comum, mas que o peso dela já não era mais uma preocupação e que ela estava bem após a cirurgia de emergência. Todo esse assunto nos deixou mais tranquilos.

— Então o senhor só queria explicar tudo isso?

— Sim. – ele pegou uma pasta azul que eu conhecia bem. – Aqui estão as cópias de exames e prontuários, juntamente com a carteira de vacinação e os documentos para darem continuidade a legalização do nome dela. Como foi a audiência?

Lukas sabia de todo processo que estávamos enfrentando com Tânia. Ela alegou depressão pós parto, tínhamos testemunhas falando dela e sobre como se descuidou da gravidez e até mesmo o médico dela se prontificou a falar como alertou ela durante algumas raras visitas. Ele era testemunha de defesa, mas o pobre homem disse que era seu dever médico e ético falar a verdade. A verdade era que Charlote sofreu no ventre da mãe com uma gravidez mal cuidada e Lukas deu um laudo mais recente alertando dos problemas neurológicos que Charlote poderia desenvolver futuramente como dificuldade de aprendizado ou possibilidades infinitas.

— Nós ganhamos a guarda total. – Edward disse emocionado. Sorrimos um para o outro. – Tânia não terá direitos nem de visita e entramos com um pedido de afastamento.

— Isso é perfeito! – Lukas sorriu e cumprimentou a Edward. – Agora é hora de verem sua guerreira não?

— Oh... sim! – falei levantando. Edward pegou todos os documentos que Lukas nos entregou e assim que Lukas abriu a porta o corredor vazio, mas virando em direção ao lugar que ela ficava a fileira de enfermeiras me emocionou. – Deus...

As lágrimas caiam e Edward apertou minha mão quando vimos Alice segurando nossa menina no final do corredor. Ela estava emocionada e Edward olhou para Lukas.

— O que está acontecendo?

— Sua filha está de alta senhor Cullen. – Lukas disse emocionado. Era assim quando um bebê recebia alta, nós formávamos uma fila tanto do lado direito e esquerdo para dar adeus ao ser guerreiro que conseguiu sair do seu estado crítico.

— Isso é um sonho... – Edward me abraçou e ficamos ali alguns segundos agradecendo a Deus e ao nosso amor. – Vamos.. mesmo levar ela?

Lukas sorriu.

— Eu acho que sim, bom... ela terá que voltar semanalmente, mas sim. Charlote Cullen está de alta e poderá dormir no quarto que tanto ouvi falar.

Sorri entre as lágrimas. Esme não sabia falar de outra coisa se não o berçário que ela tinha projetado. O berçário teria dois de tudo já que logo nosso Anthony estaria chegando. Peguei a mão de Edward indo até Alice.

— Vamos sentir falta de vocês, mas estamos alegres que estão indo.

A frase era dia a cada mãe que pegava seu bebê e eu estava olhando Alice falar com olhos ainda mais cheio de lágrimas.

— Obrigada... Você quer... pegar ela? – falei para Edward e ele olhou para mim.

— Não... a mãe dela vai sair segurando ela e eu como pai bobo vou seguir as duas mulheres da minha vida.

Peguei Charlote vendo ela toda arrumada com roupas que eu e Edward escolhemos de um catálogo que Esme pegou de uma loja já que segundo ela não poderíamos manter ela sem roupas. A manta tinha o símbolo Cullen e o nome dela bordado.

— Ei... vamos conhecer seu quarto? – falei ajeitando ela em meus braços e vendo ela me olhar com seus olhos azuis. Ela era linda. Loira e com olhos azuis, uma miniatura de Tânia, mas isso nunca nos abalou. Ela não era Tânia, era Charlote Cullen. Filha de Edward e Isabella Cullen já que daríamos entrada nos papéis de legalização da adoção assim que pudéssemos. Emmett garantiu que isso seria possível.

— Ela sorriu! – Edward disse bobo – Você quer não é? Seu quarto e seu irmão?

Ela sorriu seu sorriso mais amplo quando Edward falou, ela o amava demais. Já imaginava como os dois seriam inseparáveis e me sentia tão completa com isso. Nos viramos para frente vendo a fileira de enfermeiras emocionadas e no final do corredor com balões e presentes os Cullen.

Fomos andando agradecendo e chorosos. Jane foi a última e deu um beijo na testa da nossa menina.

— Não deixem de dar notícias... amo ver os bebês...

— Obrigada... obrigada...

Ela sorriu nos dando passagem. Esme e Carlisle junto com Emmett e Rose estavam ali. Todos nos rodeavam e deram adeus as enfermeiras que reformavam aos seus postos.

— Você é muito amada Charlote. – falei balançando ela levemente enquanto o elevador fazia seu caminho.

— Não temos cadeira... ficou em casa..

— É claro que não deixaríamos ela sem cadeira querido.  – Esme disse olhando para sua neta com admiração. – Mas acho que Bella não gostaria de sair de perto de sua menina não é?

— Não...

Olhei para Edward sentindo aquele magnetismo, ele não disse, mas estava ali o “eu te amo”, seguido pelo “ obrigado por tudo”. Sorri para ele confiante que nós aprendemos a nossa lição, que poderíamos seguir em frente com nossos filhos.

— Eu te amo demais. – falei para ele enquanto ele me ajudava a entrar no carro.

— Eu vou te amar até o final dos meus dias Isabella Cullen. Vou fazer valer o perdão e os presentes que me deu. Eu te amo.

Sorri assentindo para ele e grata a Deus porque nós conseguíamos. Muitas revistas e colunas de fofoca questionaram minha decisão, muitas pessoas até mesmo me chamavam de coisas ofensivas, mas eu e Edward tínhamos algo que valia a pena lutar. Não importa o que o mundo achasse de nós se nós estávamos bem, se Tânia tinha ficado para trás e Charlote estava aqui finalmente.

— Obrigada...- agradeci ao bebê que um dia achei que foi o ponto final de um amor. Agradeci por ela existir e por ela nos unir novamente. – Lembre-se de como é especial Charlote Cullen e de como seus pais te amam mais que tudo nesse mundo.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela recomendação amor! Obrigada a cada leitora que faz um comentário fofo e amável, vocês me mantém aqui meninas! Até a próxima!