Beau Swan and Edythe Cullen escrita por Mrs Darcy


Capítulo 31
Capítulo 31 - Uma conversa sobre o passado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714961/chapter/31

Beaufort

Era uma manhã ensolarada. O sol finalmente havia chegado nas montanhas, eu estava feliz em finalmente vê-lo. Eu tinha uma visão perfeita do sol ao olhar pelas janelas. Eu estava sozinho em meu quarto, Edythe estava fora caçando com os outros, então tomei disponibilidade para pegar um dos meus velhos livros e ler.

A casa estava silenciosa. Os Denali estavam lá embaixo com Carine, Carine parecia estar discutindo com Ellen e Cameron a situação da garota.

Ela estava enfraquecendo, sua barriga estava ainda maior do que antes. Claramente o bebê estava crescendo mais rápido do que o inesperado. Isso era alarmante, não sabíamos quanto tempo mais ela aguentaria.

Eu conseguia ouvir perfeitamente as vozes. Carine tentava manter o tom baixo. Carine parecia muito preocupada, não contive a curiosidade e fechei o meu livro.

Tomei a liberdade de descer as escadas. O som das vozes aumentou. Pude vê-los conversando na sala. Carine mostrava os exames da garota para Taren, Ellen e Cameron.

—Oh, Beau. – Carine sorriu ao me ver. Sorri envergonhado me aproximando.

—Está tudo bem?  - Perguntei com cautela. – Eu ouvi vocês falando sobre ela.

—Bem, nem tanto. Estamos aqui falando justamente da saúde de minha esposa. – Taren respondeu com uma voz séria.

Percebi o quão desconfortável o clima do ambiente estava. Olhei para as expressões sérias nos rostos de todos em que estavam na sala.

—Então? – Cameron perguntou com os olhos em Carine.

—Bem, os resultados dos exames são preocupantes. Como eu já havia dito antes, Valerie e o bebê são incompatíveis. Logo que ela começou a se alimentar com sangue, isso lhe deu forças. E parecia estar funcionado até agora. Mas, eu acredito que isso não adiantará por muito tempo. O bebê está crescendo em um tempo alarmante, mais do que o normal.

—E o que podemos fazer, Carine? – Ellen perguntou.

—Não podemos fazer nada. Apenas continuar mantendo-a viva e esperar o momento do parto. Infelizmente, tenho medo de que pelo estado em ela se encontra, as chances dela diminuíram muito.

—O que quer dizer? – Taren perguntou alarmado.

—Talvez... Talvez ela não sobreviva ao parto. – Carine tentou dizer aquilo da forma mais gentil possível, mas acredito que aquilo não funcionou muito bem.

Taren andava de um lado para o outro alarmado.

—Fique calmo! – Cameron chamou a sua atenção.

—Como posso ficar?! Minha esposa está morrendo! E isso é tudo culpa minha! Eu causei tudo isso, fui eu quem engravidou ela! Se nós tivéssemos esperado até ela estar transformada...

—Como você poderia saber?! Ninguém sabia que era possível até então! – Ellen tentou acalmá-lo.

Carine e eu trocamos olhares.

—O que está acontecendo? – A voz de Edythe chamou a minha atenção. Virei-me e atrás de mim se encontrava Eleanor, Archie e Jess.

Carine e ela trocaram um olhar significativo.

—Oh, deus... – Eleanor disse com os olhos em todos. – Vocês não acreditam que... Pessoal, ainda podemos fazer algo.

Taren correu até Archie e tocou nos ombros dele.

—Você está vendo o futuro? Podemos salvá-la?! Ainda há uma chance de conseguirmos salvar a vida de minha esposa?!

—Taren... – Archie tentou dizer.

—Me diga! – Taren gritou.

—Eu tentei vê-la. Tentei ver um possível futuro em que ela esteja bem e que o bebê esteja vivo. Mas, me desculpe o futuro é imprevisível e eu não estou conseguindo ver ela. Está nebuloso.

—Argh! – Taren gritou se afastando e passando a mão pelo rosto.

—Taren, você tem que ter a consciência de que isso é algo que existe a possiblidade de acontecer. Você tem que estar ciente de que o pior talvez possa  vir. Os exames são concretos.

Taren olhou para todos os membros que estavam na sala. Eu pude ver o desespero e a dor em seus olhos. Eu não sabia o que eu seria capaz de fazer se fosse eu e Edythe. Provavelmente eu estaria tão louco quanto ele estava agora.

—Taren? – Ele se virou com a voz familiar de sua esposa às suas costas. Nós olhamos para ela. Ela estava apoiada a um tanque de oxigênio, seu corpo estava magro e esquelético, com exceção daquela sua barriga enorme. Ela usava uma camisola que chegava até os seus joelhos, o que lembrava muito o tipo de roupa que usávamos com frequência no hospital. – Está tudo bem? – Ela perguntou insegura olhando para todos.

—Está sim. É claro que está.  – Ele sorriu e se aproximou dela, tocando em suas mãos. – Querida, deveria estar na cama.  

—Eu não estou conseguindo dormir. O bebê...

—Está com dor? – Taren perguntou alarmado, tocando levemente na barriga da escola.

—Não, mas o bebê não para de chutar. – Ela deu um sorriso afetuoso tocando na própria barriga. – Eu estou com fome, não quero dormir agora.

—Vou preparar mais um copo com sangue para você. – Ele sorriu e pegou o copo descartável das mãos da esposa.

—Beau... – Valerie chamou a minha atenção e eu olhei para ela. Sorri. – Eu sei que pode parecer intrusivo de minha parte, mas eu acabei vendo um de seus livros em cima do criado mudo e gostaria de saber se posso pegar um emprestado. – Ela sorriu.

—Mas, é claro. – Me aproximei com um sorriso. – Qual você gostaria?

—Eu vi que você tem a coleção de Júlio Verne. Eu adoraria ler a Ilha Misteriosa. Se você pudesse me emprestar, eu ficaria muito grata.

—Claro que sim. Eu vou para o meu quarto buscar e já volto para dar a você. – Sorri e me adiantei para subir as escadas.

Eu procurava o livro em meu quarto. Eu pensei tê-lo deixado em cima da peça, mas não o encontrei quando fui procura-lo. Eu vasculhava em minha mala. Pensei que estivesse dentro da minha mala, mas não estava. Aonde eu havia deixado aquele livro? Era um dos meus favoritos, não acredito que eu havia deixado jogado.

Pude sentir aquele perfume familiar no ambiente.

Edythe sentou-se na beirada da cama graciosamente.

—Taren não está bem. Não acho que ele vá poupar medidas para fazer o possível para que ela sobreviva. – Ela disse pensativa atrás de mim.

—Ela é uma boa moça. Não consigo imaginar o que estão passando. – Apoiei-me na peça.

—Eu consigo. Passamos o mesmo há meses atrás, lembra-se? – A voz de Edythe estava tão baixa quanto um sussurro. – Sei perfeitamente qual o sentimento de Taren. Por isso, nós dois tomamos a liberdade de saímos juntos pela manhã. Eu precisava falar com ele. Nós tivemos um bom entendimento, eu disse para ele que eu sabia o que ele estava sentindo, pois quase perdi você também. E por minha culpa, você está nesse mundo. Ele também trouxe sua esposa para este, tanto eu quanto ele não medimos as consequências de nossas ações e colocamos a vida daqueles que mais amamos em riscos. – Olhei para ela e percebi que ela estava cabisbaixa e sua voz estava daquela maneira que eu conhecia bem.

Me aproximei e fiquei de joelhos na sua frente.

—Eu amo você. – Falei com os olhos nela. – Nunca pense o contrário.

—Eu também amo você. – Ela tocou levemente o meu rosto com a ponta dos dedos. -  Acredito que nossa conversa afetou bastante Taren. Nós nos entendemos bastante. Dividimos as mesmas preocupações.

Levantei e beijei a sua testa.

—Eu ainda acredito que há esperança. – Falei e voltei a procurar o meu livro.

—Está dentro da gaveta. – Edythe murmurou.

—Ah, obrigado. – Falei distraído e busquei a gaveta para pegá-lo. Realmente o livro estava lá dentro. O peguei e fechei a gaveta em seguida.

Edythe ainda estava sentada na cama pensativa. Me aproximei e toquei em suas bochechas. Ela olhou para mim, notei que seus olhos cor de mel ardiam.

—Eu vou levar isso para ela. – Sorri para ela. – Quero que você não pense em coisas negativas hoje. Não hoje, por favor. Já estamos passando muito. – Beijei sua bochecha.

—Vou fazer o máximo que eu puder. – Edythe sorriu.

Sorri de volta e sai do quarto.

Valerie me esperava na sala de estar. Ela estava sentada no sofá com um cobertor de lã em seu colo. Ela sorriu ao me ver. Ela estava sozinha. Aposto que Taren estava no escritório com Carine e os outros.

Me aproximei dela e estendi o livro.

—Aqui está. – Sorri.

—Muito obrigado. – Ela agradeceu.

Sorri em resposta, quando ia me afastar, ela me surpreendeu.

—Como é? – Valerie perguntou.

Olhei por cima do ombro e me virei.

—O quê?

—Ser... Ser um vampiro. – Ela respondeu com um sorriso no rosto. – Eu imagino que deve ser algo surreal, não? Bom, talvez eu nunca saiba como é ser um, mas gostaria muito de saber como é.

Pus minhas mãos nos bolsos da calça e me aproximei.

—Posso? – Perguntei.

—Claro. – Ela sorriu.

—É diferente de tudo o que eu pensei que seria. Ser o que sou trouxe muitas consequências para minha vida e de Edythe.

—Taren me contou. Ele me contou o que aconteceu entre vocês. – Ela disse tentando ser gentil. – Ele me contou sobre os seus pais.

Encostei minhas costas no encosto do sofá.

—Me apaixonei por ela no primeiro segundo em que pus os olhos nela, sabe? – Falei. – Desde o princípio eu percebi que havia algo de diferente nela. Mas, nunca pensei que ela sequer fosse falar comigo. Eu era apenas um humano fraco e ela era... Ela fazia parte de um universo completamente diferente do meu. Mas, eu sabia que nunca poderíamos ficar juntos, mesmo assim eu e Edythe desafiamos tudo o que nos separava para passarmos cada segundo um com o outro. E então... Tudo estava perfeito. Aquele momento em que dizem que tudo estava perfeito demais.

—Você foi caçado. – Ela concluiu.

—Sim. Aquela rastreadora tornou nossas vidas um completo inferno. Até que por um momento eu baixei a minha guarda e me entreguei. Eu sei que foi estupidez, mas eu acreditava que estava fazendo o certo. Salvar a vida de minha mãe...

—Ela te enganou e te pegou.

—Sim. Edythe conseguiu chegar, mas ela não foi rápida o suficiente. Não naquela vez. Naquele momento, ela me perguntou qual era a minha escolha, mas ela já sabia qual era. Ela me transformou, foi a minha criadora e hoje é a minha esposa.

—Você teve que fingir a sua morte para os seus pais. Eu não consigo imaginar o quão triste isso foi para você. Eu lamento muito. – Ela disse em um sussurro com a voz rouca.

—Está tudo bem. Eu ainda vou atrás deles. Quero dizer, ainda observo meu pai à distância. Apenas para saber se ele está bem.

Ela deu um sorriso reconfortante.

—A vida acaba nos surpreendendo, não é? – Ela disse. – Taren foi uma surpresa na minha vida também. Logo me peguei apaixonada e daria qualquer coisa para fazer parte do mundo dele. O bebê foi inesperado, assim como ele. Mas, não abandonaria meu filho por nada.

Sorri. Eu mal conhecia aquela mulher, mas eu já a admirava muito.

—Você é forte. Você vai conseguir. – Sorri para ela. – Eu vejo vocês dois, vocês dois possuem uma sintonia. Às vezes me pergunto como as coisas seriam se Edythe e eu fossemos humanos. Eu gostaria muito de saber como as coisas seriam.

—Você está feliz? – Ela me perguntou.

Deixei escapar um sorriso.

—Mais do que eu já fui em toda minha vida. Mas, a minha felicidade carrega um preço.

—Eu entendo o que quer dizer. – Ela sorriu simpática.

Nós trocamos olhares. Ambos sabíamos como nos sentíamos. Sabíamos como o nosso mundo havia mudado por quem nós havíamos nos apaixonado.

—Acho que nunca vou entender como é ser um vampiro. Por mais que eu tente e lute diariamente com o que eu sou. Mas, ter Edythe ao meu lado facilita as coisas, quando ela era jovem, ela não tinha ninguém como eu a tenho. Tudo para ela foi mais difícil, assim como eu imagino que tenha sido para Taren também.  Não sei como vão ser as coisas para vocês no futuro, mas acredito que tudo será mais fácil se ambos estiverem juntos. Vocês enfrentarão o que vier.

—Você é um bom homem, Beau. – Ela sorriu.

—E você será uma ótima mãe. – Sorri em resposta. – Espero que se recupere logo, Valerie.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!