What About Now? escrita por Manih


Capítulo 5
Intriga


Notas iniciais do capítulo

Que tal um pouco de emoção?



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Pela manhã os cavalheiros foram caçar. Era o último dia em que os cavalheiros permaneceriam em Pemberley, deixando apenas os Bingley e Miss Bennet. Até mesmo Sr. Hurst, Louisa e Caroline começavam a comentar sobre uma possível visita a um primo deles. E desta forma, após o almoço o grupo ficou bem reduzido. Todos tomaram afazeres bem diferentes. Sr. Hurst, como sempre, retirou-se para cochilar e sua esposa o acompanhou. Caroline informou que estava um pouco indisposta e também retirou-se para seu quarto. O restante do grupo decidiu aproveitar o belo dia. Georgiana retirou-se com sra. Anneley para o local que usava como referência para seu desenho e Elizabeth sentou debaixo de uma árvore para ler um livro.

Charles decidiu caminhar um pouco. Ofereci-me para acompanhá-lo, mas ele respondeu-me que preferia ficar sozinho um pouco. Charles sempre foi alguém otimista e bem disposto. Contudo, seu entusiasmo vem diminuindo desde que deixamos Netherfield. Apesar do meu incentivo para que ele retorne à propriedade, apenas quando Elizabeth chegou percebi ele alegrar-se um pouco. Mas hoje ele estava especialmente melancólico. É nesses momentos que sinto o meu erro em tê-lo separado de Miss Jane Bennet. Espero que, ao voltarmos para Netherfield tudo se resolva da melhor forma possível.

Avistei a figura de Elizabeth sentada à sombra. Seus cabelos estavam soltos e caiam pelo colo, contrastando com seu vestido branco. Sua expressão era serena ao ler o livro. Senti claramente meu coração se agitar. Por que Elizabeth Bennet tem esse poder sobre mim?

“Sr. Darcy!” Antes que eu decidisse ir até Eliza, ouvi a voz de Caroline atrás de mim. Fechei os olhos por um momento tentando acreditar que fosse apenas uma ilusão, mas a voz continuou a se pronunciar e fui obrigado a me virar para a dona. “Eu perdi um dos meus brincos por um dos caminhos do bosque e estava indo procurar. O senhor poderia me fazer companhia?” Ponderei sobre seu convite, me perguntando o quanto seria mal educado de minha parte declinar. “É um brinco muito importante que ganhei de minha mãe antes que ela se fosse. E quatro olhos são melhores que apenas dois, não acha?”  Suspirei, resignado.

Andamos durante um bom tempo pelo caminho que miss Bingley dissera ter caminhado no dia anterior.  Quando ela decidiu que estava cansada, voltamos para casa e eu estava completamente irritado e fiz questão de fechar minha expressão para Caroline. Caminhamos em silêncio até que, um pouco antes de chegarmos a casa, ela parou e colocou a mão no peito. Olhei para ela e percebi que estava pálida. “Está se sentindo bem?” perguntei. Ela sussurrou meu nome e estendeu a outra mão. Consegui segurá-la a tempo dela cair. “Vamos entrar para que a governanta possa cuidar de você.” eu disse um pouco alarmado. “Consegue andar?” perguntei e ela assentiu. Passei um braço por seu ombro e apoiei suas mãos com a outra mão, para me certificar que ela não desfalecesse novamente.  Chegando ao hall de entrada Charles avistou a cena e tratou de pegar sua irmã no colo e levar para o quarto dela. Chamei a governanta e pedi para que ela desse suporte para Caroline.

O restante da noite foi calmo. Caroline jantou em seu quarto e sua irmã permaneceu o tempo todo com ela. Eu, Charles, Georgiana e Elizabeth jogamos charadas até a hora de dormir. O dia foi um pouco estranho, principalmente pela noite chuvosa.

14 de agosto

O dia amanheceu em tempestade e triste. Contudo, ao chegar na sala onde o café da manhã estava sendo servido, bastou ouvir a risada de Eliza para eu sentir que já tinha ganhado o meu dia. A cena era um pouco cômica: Charles estava com as vestimentas encharcadas de suco de uva e as damas sorriam, principalmente suas irmãs. Minha irmã tinha as mãos na boca tentando conter o riso. A curvatura dos lábios de Elizabeth prendeu a minha atenção imediatamente e creio que tenha ficado ali parado sorrindo como um bobo até Charles me ver e cumprimentar-me alegremente. !Corra para as colinas Darcy, está chovendo suco de uva!” ele exclamou ao mesmo tempo em que uma trovoada soava lá fora, provavelmente contestando. Fico feliz que Charles não esteja mais triste, como no dia anterior.

O café da manhã passou pacificamente, excluindo-se as piadas que surgiram do acidente com meu amigo. Georgiana contou que estava finalizando o seu desenho e Elizabeth estava mais bonita do que ontem.  Lançava seus sorrisos a todos, com uma única exceção: a minha pessoa. E eu não conseguia pensar em um motivo, no que eu poderia ter feito. Dirigira a ela alguma palavra bruta?

Assim que todos terminaram, Georgiana saiu da mesa com Charles para mostrar o progresso de seu desenho. Elizabeth declarou que iria para a biblioteca e após um momento, segui-a em passos lentos. Quando cheguei à biblioteca, Elizabeth olhava para uma estante. “ Miss Bennet?” chamei  e ela olhou-me espantada. E então corou. E eu esqueci oque iria falar. “Desculpe... se eu... Assustei-a.” Falei pausadamente, um pouco atordoado com minha irresistível vontade de beijá-la.  “Eu estava distraída” ela sussurrou. Caminhei até ela. ”Parece que realmente gostou da biblioteca.” Falei, com muito esforço para pensar em algum assunto. “Tem como não gostar?” ela sorriu. “Aquele livro que me indicou realmente é bom...” ela começou a prosear enquanto se encaminhava para uma poltrona. Eu a segui e ficamos um tempo falando sobre o livro. É incrível como Elizabeth é bela em diversas formas. Enquanto ela falava, ou melhor, discordava comigo sobre pontos do livro, seus olhos não perdiam o brilho e seu sorriso não perdia o encanto e charme. Eu poderia permanecer ali debatendo com ela pelo resto do dia... Da semana, ou da minha vida!

Em dado momento, eu estava um pouco afastado de Elizabeth e escondido por trás de uma estante, procurando o livro especifico para demonstrar o meu ponto de vista,  quando ouvi a voz de Caroline. “Miss Bennet! Finalmente encontrei alguém para conversar” ela disse. “Acredita que todos estão ocupados?” Ouvi Elizabeth responder educadamente. Caroline começou uma conversa sobre a biblioteca que estavam em tons muito bajuladores. Decidir continuar escondido, pois se Caroline soubesse que estava ali, iria fazer de tudo para permanecer conosco. Contei com a ajuda de Elizabeth para não denunciar-me e ela realmente manteve a descrição, provavelmente entendendo minha intenção ao não aparecer diante de miss Bingley.  

Houve um breve silêncio antes de Caroline voltar a se pronunciar. “Há muito que considero a sua amizade preciosa,” disse Caroline e quase pude sentir Elizabeth arregalar os olhos, incrédula. “Por isso, acredito que seja meu dever explicar a você sobre certa visão que teve ontem, para que não tenha maus pensamentos acerca de minha conduta.” Foi a minha vez de arregalar os olhos. O que ela queria dizer? “O que quer dizer, miss Bingley?” Elizabeth respondeu friamente. “Ontem a tarde percebi você observando a mim e sr. Darcy em um momento um pouco íntimo. Gostaria de esclarecer que apenas permiti tamanha proximidade do senhor em questão porque, alguns momentos antes ele havia feito-me um pedido irrecusável que, afirmo a senhora, nos permite permanecermos em momentos igualmente íntimos a partir de agora.” Abri minha boca em surpresa. O que aquela mulher estava dizendo? “Você quer dizer-me que sr. Darcy a pediu em casamento?” perguntou Elizabeth em um tom totalmente perplexo. Fiquei em dúvida sobre anunciar minha presença. Não sei se conseguiria não ser totalmente grosseiro com Caroline por tamanha mentira. “Por qual outro motivo estaríamos abraçados assistindo o por do sol juntos?” Caroline disse, tentando não parecer uma provocação. Ela deu uma pequena risada falsa. “Espero que não se ofenda, cara miss Bennet, mas devo alertá-la. Espero que não tenha criado esperanças acerca de sr. Darcy, apenas porque ele é um cavalheiro e ocupa parte de seu tempo entretendo você.” Um silêncio mortal se fez e eu não ousei respirar. Dei meio passo a frente para acabar com essa terrível mentira, mas Elizabeth se pronunciou. “Se este é o caso, devo parabeniza-la por finalmente conseguir atingir o seu objetivo de ser dona de Pemberley.”

Ouvi passos rápidos. Meu peito inflou e contornei a estante num instante, para encontrar apenas Caroline sorrindo de forma expressiva. Quando ela me viu, sua expressão tornou-se horrorizada. “Espero que nunca mais apareça na minha frente!” Vociferei incapaz de permanecer calmo.  Passei por ela para alcançar Elizabeth, mas Caroline resolveu se humilhar mais e agarrou o meu braço. “Sr. Darcy, eu posso explicar.” Ela disse fracamente. Olhei para ela incrédulo, me segurando para não desgruda-la de mim a força. “Solte-me.” Eu sussurrei. “Eu apenas fui caridosa com Miss Bennet.” Caroline teve o descaramento de pronunciar. “Ela não possui relações e atrativos o suficientes para se igualar ao nosso nível e quis poupá-la de futuros constrangimentos e...” não suportei suas palavras e, agarrando seu pulso, afastei-a bruscamente. “Não cabe a você decidir quem eu devo escolher para minha esposa.” Continuei meu caminho, mas parei na porta apenas para finalizar minhas palavras para Caroline. “E certamente, eu nunca me casaria com alguém tão degradante como você!” E corri pelo corredor, para procurar a mulher que realmente ocupada o meu coração.


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