Seguindo em Frente escrita por liamara234


Capítulo 16
Duelos


Notas iniciais do capítulo

Como vocês estão, seus locos?!
Eu estou exausta depois de passar a semana INTEIRA fazendo provas nos três primeiros tempos de cinco na escola. Fechei a semana com uma redação maravilhosa e que eu estou cruzando os dedos para que eu tire um dez, então, torçam por mim!
Chega e papo e vamos para o capítulo?
Boa Leitura!



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Na manhã seguinte em que estava na casa dos pais, Rony acordara pelo barulho insistente de alguma coisa picando o vidro da janela. Deitado em seu antigo quarto, forçou os olhos abrirem e encarar o local de onde vinha o barulho, notando uma coruja negra bater com as asas freneticamente. De súbito lembrou a quem pertencia a coruja e levantou aos tropeços para deixá-la entrar. O animal lhe bicou o dedo em irritação e Rony a serviu com os resto de biscoito que comera e que tinham restado da noite passada. 

Sentou na cama com a carta de Kingsley nas mãos e abriu um sorriso enorme com o pedido do homem. Com outro pedaço de pergaminho, escreveu uma resposta rápida e logo tratou de tomar um banho assim que a coruja saiu pela janela. De calça jeans, suéter marrom e com os cabelos arrumados - sem vontade alguma -, o ruivo desceu as escadas e notou o quão tarde já era. Sua mãe preparava o almoço - soube pelo cheiro que vinha das panelas - e, próximo a ela, plantou-lhe um beijo na bochecha. 

— Bom dia, mamãe. 

— Boa tarde, você quis dizer - Molly disse sorrindo e apontou para a mesa. - Pode me ajudar a colocar a mesa? Seus irmãos e seu pai logo chegarão para o almoço. 

— Deveria ter me acordado - Rony murmurou e com um aceno de sua varinha, que estava em cima da mesa, os pratos copos e talheres foram postos. - Perdi o primeiro café da manhã com a minha família depois de três anos. 

A Sra. Weasley terminou o que fazia e virou-se para o filho. 

— Espero que este seja o primeiro e o último - ela avisou. - Quero todos os meus filhos do meu lado de agora em diante. 

— Você terá - o ruivo lhe beijou o rosto mais uma vez. - Se tudo der certo com minha conversa com Kingsley hoje, não precisarei voltar para o Brasil. 

— Como assim "conversa com o Kingsley"? - perguntou a mulher. 

— Recebi uma carta dele esta manhã - o rapaz falou sentando a mesa. Logo o assunto acabou quando Lorena e Gina apareceram pela porta da cozinha. A ruiva aplicou vários beijos no rosto do irmão e só aquietou-se quando Jorge surgiu pela lareira soltando uma de suas brincadeiras. Arthur chegou logo depois e a mesa estava cheia e barulhenta... assim como Rony lembrava.

Após terminarem de comer, os outros Weasley foram para a sala e o ruivo puxou Lorena para um canto. 

— Será que pode me acompanhar até o Ministério?

Ela franziu a testa, mas aceitou. Ficar sozinha com a família do amigo seria perturbador - mais perturbador ainda depois das perguntas que Molly a fizera no café da manhã. 

Após um aviso rápido aos parentes, Rony segurou a mão de Lorena e desaparataram, reaparecendo bem perto do Ministério. O rapaz ouviu a amiga sussurrar um "Uau!" com o rosto radiante de admiração e pensou se fizera a mesma expressão abobada quando tinha chegado ao Brasil. Estava tudo exatamente como era, a primeira vista, não conseguia notar grandes mudanças. 

Quando começou a assumir o controle da direção, viu Lorena permanecer parada, com os olhos arregalados e vidrados em algo. Virando-se e focando onde a morena olhava, sentiu uma raiva inesperada surgir e cerrou os punhos, marchando a passos pesados até aquela seninha idiota. 

— Rony! - guinchou Lorena tentando segurar ele pelo braço, mas, com a agilidade de um auror, nem a mão da garota roçou em seu braço quando o desviou. 

— O que está acontecendo aqui? 

O "casal" a sua frente ergueu os olhos assustados. Hermione abriu a boca para responder, mas nada veio. Sentiu a mão de Peter apertar a sua e puxou-a rápido. 

— Creio que não cabe a você saber - rebateu Hermione ignorando o nervosismo. 

— É da conta de qualquer funcionário quando um comportamento inapropriado ocorre no Ministério. 

— Não estamos no Ministério - a morena se ergueu e o encarou de frente. - Além do mais, não vejo a importância da sua presença aqui. 

— É, - concordou olhando mortalmente para Peter, que também estava de pé ao lado de Hermione. - Não se deve atrapalhar o casalzinho. 

— Rony, por favor - escutaram Lorena disser. Ela segurava o ombro do amigo. - Não é hora nem lugar para um de seus showzinhos... as pessoas estão olhando.

Reparando ao seu redor, ele constatou que era verdade. Os outros clientes do restaurante os observavam, mais interessados na discussão do que na própria comida. 

— Estou pouco me importando para eles - resmungou, controlando a cólera. - Só quero saber o que está acontecendo aqui. Estão namorando? É isso? 

Hermione arregalou os olhos. Mas que audácia! Apressou-se a responder antes que Peter o fizesse. 

— Não estamos... - começou com a voz esganiçada, mas parou ao se dar conta do que dizia. Filho da... - Quer saber? Não lhe devo satisfações. Vamos embora, Peter. 

E sem deixar Rony falar mais nada, puxou o rapaz pelo braço e o arrastou pela rua. O ruivo os viu entrar no Ministério e quando avançou no caminho até o local, sentiu as mãos de Lorena o barrar. 

— Nem pense nisso! - ela disse irritada. - Sabe que ela tem razão e não tem o direito de ficar irritadinho. 

— Não está ajudando, Lorena! 

— Não era para ajudar mesmo - a morena revirou os olhos. - Que coisa, você está agindo como uma criança birrenta. 

— E você está parecendo minha tia Muriel - ele andou. Atravessaram juntos a rua e caminharam para dentro do Ministério. 

— Essa tia não é aquela insuportável e chata? 

— E inconveniente - completou Rony de cara fechada. Lorena apenas estreitou os olhos para ele, mas ficou quieta enquanto entravam no elevador. 

 ***

 As 13h55 Peter bateu na porta da sala de Hermione e a encontrou fitando o chão, tendo a plena certeza no que tanto ela pensava. Tinha uma teoria para o comportamento dela com o tal ruivo, mas queria escultar a realidade dos fatos pela própria Hermione. Até lá, não desistiria dela. 

— 10 sicles por seus pensamentos - brincou, o que era uma meia verdade. 

A morena piscou e sorriu ao vê-lo. 

— Guarde seu dinheiro se sabe o que eu penso - Peter ficou nervoso e não notou o tom de brincadeira que ela usara. - Já está na hora? 

— Hurum, já está na hora. 

Segurou a porta até ela recolher a varinha e caminharam em silêncio até a sala onde o treinamento acontecia. Do lado de fora, alguns bruxos e bruxas conversavam animadamente. Entraram na sala. 

— Peter. 

— Sim? - ele a incentivou, vendo a hesitação da morena. 

— Sobre o que aconteceu no restaurante hoje mais cedo... 

O moreno ergueu a mão, fazendo-a parar subitamente. 

— Não precisa me falar - disse com uma expressão serena. - Não agora.

— Mesmo assim, - Hermione não desistiria. - Ronald é bem imaturo as vezes. 

— Imaturo? Não foi isso que eu notei no jeito dele. 

— E o que foi então? - a porta se abriu impedindo que a conversa continuasse. O moreno respirou aliviado por não precisar respondê-la. 

— Granger - Kingsley a cumprimentou. - Sempre pontual. 

— Nunca me atrasaria para o trabalho. 

— É bom os dois já estarem aqui - ele acenou com a cabeça na direção de Peter. - O treinamento hoje será um pouco diferente. 

— Diferente como? 

Kingsley não a respondeu, apenas observou quando os novatos entraram no local liderados por Rony e Lorena. Hermione trincou os dentes de irritação, mas ficou quieta e com uma súbita ideia patética, ficou mais próxima de Peter, que ergueu uma sobrancelha ceticamente. 

— Atenção, por favor - o ministro pronunciou-se, silenciando a todos. - Hoje chegamos ao décimo dia de treinamento e é chegada a hora de começarmos com os duelos. E nada melhor do que aprenderem com o Sr. Weasley e a Srta. Granger. 

Os olhos surpresos dos novatos iam de Hermione para Rony com uma empolgação quase palpável. Ora essa, treinarem com os dois melhores amigos do garoto que derrotou Voldemort era inacreditável. Peter empurrou a amiga para frente e ela cambaleou até ficar ao lado do ruivo, em uma distância segura que não a fizesse estuporá-lo ali mesmo. 

— Tudo bem, então... - Hermione murmurou e contou mentalmente quantos alunos tinham. - Vocês estão em dez. Perfeito. Escolham seus pares e façam duplas. Vamos testar se conseguem bloquear um feitiço. 

Com uma rápida troca de posições, as duplas foram formadas. A sala era grande o suficiente - basicamente eram duas partes, um lado menor onde estavam e a outra metade, bem mais extensa, separada por outra porta. Rony, Peter e Hermione entraram no espaço separado e ficaram quase ao lado dos bruxos que auxiliariam. 

— Peguem distância e fiquem de frente para seu parceiro - Rony falou sério, a voz mais alta e firme. 

— Segurem suas varinhas com confiança; elas serão suas únicas armas de defesa ou ataque.

— Apenas tentem bloquear o feitiço - Peter completou a morena. - Nada de azarar ou desarmar de primeira. Bloqueiem. 

A dupla em questão se olhou por um segundo quando os jorros de luz clarearam a sala. Eles eram bons e as vezes um dos três supervisionadores gritavam uma dica, melhorando o desempenho deles. Ao todo, as cinco duplas duelaram cada uma por cinco minutos com finalizações surpreendentes e que, muitas vezes, arrancavam gargalhadas ou palmas com ousadias.

Rony sentia seu sangue ferver quando via as risadas e pequenos socos de brincadeira compartilhados por Hermione e Peter. Aquele sentimento era absurdo e só o fazia ter certeza do que sentia pela morena. Era ele que deveria está ali, se divertindo com ela. 

— Já chega por hoje! - Peter falou e dirigiram-se para fora do local. 

— Não antes sem uma demonstração real - um novato se pronunciou, recebendo o apoio dos colegas com alguns murmúrios. 

— Seria perfeito - o ministro sorriu. - Srta. Granger? 

Hermione piscou surpresa. O quê? Não que ele não quisesse, mas... 

— Lorena? - passou ela. 

— Ah, não - Lorena sacudiu a mão, nervosa - Estou bem aqui e gosto de ter todos os meus ossos no lugar. 

Os outros começavam a ficar desapontados, sussurrando entre si. 

— Na verdade - Rony falou. - Estou disposto a me voluntariar. Jones? 

Como ele sabia seu sobrenome?! 

O moreno deu uma rápida olhada em uma Hermione apreensiva. 

— Acho que não seja uma boa ideia...

— Ah, vamos lá! - o ruivo tinha um sorriso sombrio. Era sua grande chance. - Está com medo? Prometo pegar leve com você. 

— Não prometa. 

Peter aceitara a provocação de Rony e caminhou para o outro lado da sala enquanto sacava sua varinha. Ele queria duelar? Então eles duelariam. Posicionou-se do lado esquerdo do local. Rony sorriu triunfante e ficou do lado oposto. 

— Isso não é bom - Lorena sussurrou para Hermione. - Nada bom. 

Enquanto os outros atrás delas quase não se aquietavam em expectativa, os outros dois começavam a duelar. O ruivo fazia movimentos rápidos e Peter o acompanhava. A luta foi ficando mais veloz e eles pareciam nem piscar. Para frente e para trás... Rony avançava e Peter recuava... o moreno tentava fugir pela esquerda e atingir o outro. Estavam suados e ofegantes mas os sorrisos de escárnio nos rostos deles denunciavam que o duelo não terminaria tão cedo. 

Em um movimento surpresa, Rony conseguiu acertar de raspão um feitiço no ombro de Peter, rasgando um pouco sua camisa. Ele riu, mas foi por pouco tempo. Sentiu suas pernas se juntarem de repente e caiu para frente, as cordas o desequilibrando. 

— Eles vão acabar se matando! - Lorena guinchou com medo. 

— Já chega! - gritou Kingsley, mas eles não pararam. Rony agora já libertado das cordas, tinha mais vantagem. 

— Parem! - Hermione não aguentou ficar parada e com o coração aos pulos, adentrou onde eles estavam. A morena já ia interferir quando, no exato momento, Peter e o ruivo se fitaram mais uma vez e lançaram seus feitiços estuporantes, fazendo-os se chocarem e ricochetearem pela sala. 

O jato de luz vermelha foi em uma velocidade incrível até Hermione, que cortou o ar com sua varinha e gritou um feitiço de proteção. 

Protego! — gritou apavorada e assustada.

O feitiço duplo era forte demais e a força suspendeu o corpo dela para trás, jogando-a na parede contrária. 

— HERMIONE! 

Seguiu-se uma correria de pessoas preocupadas e a morena foi içada do chão. Estava tonta e não sabia quem a mantinha em pé. 

— Se não conseguia suportar um duelo longo não deveria ter aceitado! - alguém gritou enfurecido, seguido de um som abafado. Um soco, talvez.

— Não coloque a culpa só em mim! - ela se concentrou na voz, sem sucesso de identificá-la. - Nós sabemos o que aconteceu aqui, então assume que fez motivado a uma vingancinha! 

Hermione conseguiu focar o que via e juntou as coisas que acontecera. Se soltou de quem quer que fosse e avançou em Rony. 

— Não acredito que fez isso pelo o que aconteceu no restaurante! Poderia ter se machucado! 

O ruivo ficou com as orelhas vermelhas e a garota não parou. Virou-se para Peter. 

— E isso me lembra que lhe devo uma refeição - disfarçou uma careta de dor. - Aceita ir jantar amanhã em meu apartamento? 

— É o quê? - gritaram Peter e Rony. 


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Notas finais do capítulo

Acho que ficou grande... escrevi muita coisa.
Espero que tenham gostado!
Nox!



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