Seguindo em Frente escrita por liamara234


Capítulo 12
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Mas a saudade é isto mesmo; é o passar e repassar da memórias antigas
- Dom Casmurro



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Estava incrivelmente quente e o dia já estava quase completamente programado. Faltava dois dias para retornarem a Hogwarts e, naquela manhã de agosto, a família Weasley acordava cedo. Molly, como sempre, já estava na cozinha as sete e meia, preparando um delicioso café da manhã para os seus "meninos". 

Não demorou muito para que o cheiro inundasse a casa e acordasse primeiramente Arthur, que descia as escadas pesadoramente e ajeitando as vestes muito bem passadas. Ele sorriu para a mulher e beijou seu rosto, sentando a mesa logo em seguida e abrindo o Profeta Diário. Depois de um bom dia cheio de pegadinhas com a mãe por parte dos gêmeos, um Harry ainda com os cabelos rebeldes e óculos tortos descia com um sorriso no rosto. 

Era maravilhoso acordar em um lugar rodeado de pessoas que o queriam bem e com cheirinho de bolo. 

— Bom dia, Harry! - a Sra. Weasley o abordou com dois beijos em cada bochecha e o deixando corado. - Rony ainda não acordou?

Harry riu, envergonhado. Como se acordar o ruivo fosse uma tarefa fácil. Seria se pudesse azará-lo com um feitiço. 

Tinha chegado a Toca no dia anterior e, apesar dos anos de tentativas - frustradas - ele ainda não conseguira acordar Rony. Parecia que o amigo entrava em uma espécie de coma quando dormia. 

— Não - ele ajeitou os óculos. - Acho que só desperta quando sentir fome.

— Esse menino não tem jeito, Fred - Jorge olhou para o irmão com as sobrancelhas arqueadas, balançando em negação a cabeça.

— Concordo, Jorge. 

— Que tal testarmos aquelas bombinhas que inventamos ontem... - Fred se mexeu na cadeira.

— Colocá-las debaixo da cama seria uma boa! - completou Jorge.

— Nada disso! - bravejou Arthur. - Parece perigo.

— E eu vou querer ver essas bombinhas. - Molly encarou os gêmeos que arregalaram os olhos. A mãe não gostava das ideias dos filhos.

Arthur terminou de tomar seu último gole de chá e levantou-se.

— Querida, já estou indo busca a Hermione. - assim que informou o que faria, todas as cabeças ruivas ergueram-se.

— Também queremos ir! - os gêmeos falaram na mesma hora.

— Eu também! - uma Gina meio descabelada apareceu na cozinha e prostrou-se ao lado do pai. - Como alguma coisa quando voltar, mamãe.

— Tudo bem, vamos - o sr. Weasley concordou e dirigiu-se para o jardim. Iriam com o carro trouxa enfeitiçado.

— Vamos, Harry! - gritou Gina e o moreno socou na boca o último pedaço de torrada. 

Não demorou muito e a sra. Weasley escutou o rugido do motor do carro soar e ele levantar voo, ficando invisível em poucos segundos. Recolheu os pratos e copos usados e começou a lavá-los. Quando já estava secando o último copo, o ranger das escadas a informava que Rony tinha acordado.

— Estou aqui! - gritou o ruivo. - Me esperem!

Molly se virou e encarou ele.

— O que foi?

— Eles já foram... - Rony olhava para o jardim e fazia uma careta de desapontamento. - Hermione vai me matar.

— Por que ela mataria? - a Sra. Weasley sorriu.

Rony se jogou em uma cadeira e aceitou um prato de pães e torradas da mãe e um copo de suco. Deu uma mordida violenta no pão. 

— Hermione me escreveu pedindo para que eu fosse junto quando papai fosse buscá-la, queria que me mostraria algumas coisas trouxas que eu não conheço.

Molly sabia dos sentimentos do filho; sabia disso por que era mãe, só seu filho que não queria admitir. Mas uma coisa a surpreendeu e se encostou na pia, defronte a ele.

— Você 'escrevia' para Hermione?

Rony arregalou os olhos e se engasgou. Não era novidade para ninguém que ele tinha uma certa preguiça para escrever, e trocar cartas com alguém queria uma vontade. Depois de um gole do suco, respirou fundo.

— Er... bom... - gaguejou. - Mais ou menos.

A mãe não pode mais contestar nada quando um rugido e um baque seco no jardim fizeram os dois pularem. Rony ergueu-se da cadeira e, assim que chegou fora da porta da cozinha, uma Hermione corada - por causa da pequena corrida de onde o carro tinha estacionado até o ruivo -, pulava em cima dele, o abraçando forte. 

Abraçaram-se que chegaram a bombear, totalmente alheios aos que estavam ao redor, todos com um sorrisinho no rosto. Ficaram a sentir o calor do corpo um do outro, matando a saudade não dita altamente e separaram-se quando um pigarreio soou. 

Rony soltou Hermione e ela foi puxada para um abraço de urso de Molly... Não conseguia parar de sentir o pequeno corpo da moreno grudado a poucos segundos do seu. 

 

Sentiu seu corpo ser suspenso do chão e chocar-se na parede. Suas costas bateram com força no concreto e o som ecoou na enorme sala fechada. Voltou a sua realidade quando o choque do que aconteceu o acordou de lembranças que ele achava que tinha esquecido. Não podia lembrar daquilo... não justamente naquele dia.

— Concentre-se, Weasley! - gritou Pedro Trindade, um dos mais velhos e experientes aurores do ministério brasileiro. Ele e outro auror estavam do outro lado da sala, em uma pequena parte separada por um vidro, avaliando o treinamento de Rony.

O ruivo se levantou e suas costas latejaram, sua perna queimando. Fazia duas horas que treinava de novo os seus reflexos e o bloqueio de feitiços. Sinceramente, não via melhoras ou mudanças.

Na última missão que fora convocado, tinha sido gravemente machucado com um sectumsempra e sua perna estava um pouco dolorida por causa de uma enorme parte de um muro que caíra sobre ela.

Foi atingido de novo com um feitiço e seu superior parou o duelo. 

— Já chega por hoje, Weasley - Trindade adentrou a sala e o ajudou a levantar. - Sei que está tentando, mas parece que sua perna não quer ajudar.

— Darei um jeito - Rony garantiu, meio nervoso.

Trindade assentiu e retirou-se da sala; os outro presentes também. O ruivo suspirou e aparatou diretamente em seu apartamento.

Lorena o estendeu sua mala e sorriu.

— Preparado? - perguntou.

— Nem um pouco - o ruivo fez uma careta.

— Esse é o espírito da coisa - Lorena ironizou. - Anda, vai tomar um banho... programei nossa partida para daqui meia hora.

— Acho que podemos adiar  minha volta para mais uns dias, o que acha? - ele indagou com esperanças. Sentia-se que não estava preparado ainda para encarar seus familiares depois de três anos... muito menos ela.

Lorena o estapeou a cabeça.

— Nada disso, cenoura - o repreendeu. - Faz três anos que não os vê e hoje é o momento perfeito. É aniversário da sua irmã.

Rony fez uma careta.

— Oh! - exclamou. - Tem razão.

— Sempre tenho - ela revirou os olhos, sorrindo.

Ele apertou as bochechas dela e correu para o banheiro, Lorena odiava quando ele fazia aquilo. 

Não tinha como escapar, sabia disso. Então, se fosse para ser assim, seria e pronto. Depois de um banho rápido e completo, vestiu uma camisa branca e seu jeans azul. Calçou os sapatos no momento que Lorena gritava para que ele se apressa-se.

Suspirando, segurou as mãos da amiga e, com uma chave de portal oferecida pelo ministério, foram sugados para a escuridão e seus pés bateram no chão cheio de terra e capim. O coração do ruivo ribombava no peito, seu couro cabeludo pinicava e não sabia mais como se fazia para respirar. 

— Rony, respire, está ficando vermelho! - a voz de Lorena saiu alarmada e ele fez o que era pedido. A puxou para dentro da casa em que crescera. A mão da morena ao seu lado tremia. Irem juntos foi uma condição que Rony impôs para que fosse, já que não tinha coragem de ir sozinho. Achava bobagem, ele sabia, mas não podia fazer nada em ser um arregão.

Ao entrar, foi agarrado por sua mãe e sua irmã, totalmente chorosas. Elas falavam ao mesmo tempo e era difícil entendê-las. 

Mas uma batida na porta as fez parar com os paparicos e Gina correu para ver quem era. Ela demorou um pouco e ele pode escutar algumas gargalhadas, uma que conhecia muito bem.

Foi com uma mistura de medo e vontade de abraçá-la que Rony a viu. Mais linda que nunca, o cabelo um pouco mais curto e o mesmo perfume adentrando sus narinas. Olhar de Hermione também foi de encontro ao dele e o rapaz viu algo indecifrável no dela. As iris chocolates brilhavam e a boca de Hermione tremia em total surpresa.

Mas o que atraiu mesmo a atenção do ruivo foi a mão do homem ao seu lado, segurando firmemente a da morena. A fúria borbulhou e tentou controlar.


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Notas finais do capítulo

Tá aí mais um, romione's!!
Saiu tarde, né? Não me culpem, minha vida está muito corrida com a escola e um mar de deveres de casa que aqueles professores abençoados passam. ~sintam a ironia~
Enfim, vou tentar postar o próximo logo, esse talvez não tenha saído como o esperado para vocês, mas é que eu fui escrevendo e escrevendo, e acho que foi muito. Sorry ;)
Comentem.
Nox.



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