Você é uma vergonha, Rose Weasley ! escrita por pureblackgalaxy


Capítulo 3
Capítulo 2 - Você é uma vergonha


Notas iniciais do capítulo

Gente, muito obrigada pelos comentários , acompanhamentos e favoritos !
Vocês são incríveis ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714336/chapter/3

Eu estava me sentindo mal, a dias. Não só emocionalmente, mas fisicamente, eu já estava começando a pagar o preço pela minha condição física: eu não tinha fôlego para caminhadas, me cansava muito fácil, sentia muita dor nos joelhos..subir as escadarias de Hogwarts sempre era um desafio imenso, e por mais curtos que fossem os lances de escada, eu me cansava com muita facilidade. É vergonhoso, mas aos 15 anos eu tinha a condição física pior do que a da minha avó Molly, que já estava prestes a completar 70 anos.

O ano letivo em Hogwarts finalmente tinha acabado, e nós já estávamos no trem, a caminho de Londres. Eu tinha conseguido um Excedente as Expectativas em todos os meus NOMs, nada mal na minha opinião, mas o suficiente para receber uma carta escandalizada de Hermione Granger. Pensar em minha mãe me fez suspirar novamente. Sem dúvidas, eu estava bem mais gorda do que quando voltei para Hogwarts, no natal.

Meu pai não dizia nada, mas eu já imaginava o olhar de decepção de minha mãe quando me visse descendo do trem. Ela, certamente, me arrastaria até o Dra Carrow ( uma endocrinologista trouxa, na qual ela sempre me levava), onde ela me daria mais um enorme sermão, como sempre. Soltei um suspiro desanimado ao me lembrar disso.

Eu sentia calafrios e todos os pelos do meu corpo se arrepiarem, só em ouvir a palavra “ cirurgia”. Seria muito mais fácil para todos, mas a verdade é que eu tinha medo. Medo do que aconteceria quando eu voltasse para a escola, medo de encarar minha família depois...já imaginava os olhares acusadores, de todos me chamando de preguiçosa pelas costas, como já acontecia. A verdade era que eu não sabia o que fazer.

Eu estava deixando as coisas acontecerem a muito tempo, apenas na expectativa de que meus anos em Hogwarts finalmente acabassem e eu pudesse finalmente viver em paz, sem as pessoas me acusando e me ofendendo, gratuitamente. Provavelmente iria viver no mundo trouxa, onde o sobrenome Granger-Weasley fossem apenas mais um nome, exercendo qualquer cargo que não obrigasse um maior contato público. Sim, eu juro que isso é o que eu mais almejo : me distanciar de tudo, e de todos.

Acabei adormecendo com esses pensamentos depressivos de sempre, e acordei com a Lily me cutucando.

— Rose, estamos quase chegando, é melhor você se trocar – Ela disse, enquanto terminava de colocar seu casaco. Levantei minha cabeça, e vi que Alvo não estava mais na cabine. – O Al foi conversar com a Alice – Ela disse, como se lesse meus pensamentos e eu sorri. Sabia que ele era louco pela Longbottom desde o nosso terceiro ano, mas não tinha coragem de dizer isso a ela. Pelo menos, até agora. – Bom, vou te deixar sozinha pra você se trocar – Ela disse sorrindo e saiu da cabine, enquanto eu assenti positivamente.

Tranquei a cabine e fechei todo o cortinado. Por mais que eu e Lily tivéssemos uma excelente relação, eu não conseguia me trocar na frente dela, como as meninas costumam fazer com suas melhores amigas. Eu não suportava olhar para o meu próprio corpo, e sabia que não suportaria o olhar de outra pessoa. Tirei rapidamente minhas vestes de Hogwarts, e peguei a calça jeans, número 56. Sentia meus olhos arderem, toda vez que eu olhava para aquele número, quase vinte a mais do que a da Lily, ou de qualquer outra das minhas primas.

Afastei esse pensamento de minha mente e vesti a calça rapidamente, fazendo um pouco de força para fazer com que ela passasse pelas minhas coxas, e vesti meu moletom rosa, em uma falha tentativa de disfarçar o meu tamanho. Suspirei e destranquei a porta.

— Posso entrar, Rose ? – Ouvi Alvo perguntar, do lado de fora da cabine.

— Pode sim – Eu respondi, abrindo um sapo de chocolate e abocanhando-o. Ele entrou, com um sorriso enorme no roso e eu sorri também, fazendo-o corar. – Pelo jeito a conversa foi boa

— Ah, quieta – Alvo disse e eu ri, enquanto ele se jogava no assento em minha frente – Eu sugeri de sairmos algum dia nessas férias, e ela aceitou ! – Ele disse, com um sorriso de orelha a orelha.

— Ai que fofo você apaixonado ! – Eu disse e ele fechou a cara, me fazendo rir ainda mais. Ficamos conversando sobre assuntos aleatórios, até que o trem finalmente chegou na estação King Kross. Eu suspirei fundo, ficando automaticamente tensa. – Não quero descer e encarar meus pais – Eu disse e Alvo suspirou, sentando-se ao meu lado.

— Não fique assim, vai ficar tudo bem.. – Ele disse – Pense por um lado, já te falaram tanta coisa horrível, que nada do que eles te disserem agora fará você sofrer mais – Alvo disse, acariciando a minha bochecha. Eu suspirei fundo mais uma vez e concordei, ele de fato tinha razão. Nada do que minha mãe pudesse dizer me faria ficar pior do que eu já estava.

Eu e Alvo esperamos que o fluxo nos corredores diminuíssem para sairmos de nossa cabine, que era uma das últimas, e saímos do trem. Meus pais, tio Harry e tia Gina sorriram abertamente ao verem Alvo descer, e eu sai logo em seguida. Minha mãe abraçou Alvo e depois desviou seu olhar pra mim, e eu vi seu sorriso diminuir em uma expressão triste. Ela se aproximou e me abraçou, e eu retribui o abraço, surpresa. Ela me soltou , e depois foi a vez de meu pai.

— Como foi o ano letivo , filha ? – Minha mãe perguntou, enquanto meu pai ajudava Hugo a retirar a mala do bagageiro.

— Tudo bem, sem grandes novidades.. – Eu disse distraidamente, achando o chão da estação particularmente interessante naquele momento.

— Nós vamos na Dra Carrow  e no laboratório amanhã, fazer exames – Ela disse e eu a olhei – Você engordou ainda mais Rose, isso não é possível – Ela disse com reprovação e eu apenas concordei, desviando o olhar.

— Não desvie o olhar enquanto eu estiver falando com você, Rose Weasley – Ela disse e eu levantei o olhar novamente, já cansada daquela conversa – Você é uma vergonha, Rose Weasley – Minha mãe disse, com o olhar acusador. Senti meu estômago despencar e meus olhos marejarem naquele momento.

— Vamos ? – Meu pai perguntou animado, se aproximando de nós , com Hugo em seu encalço. Ele pareceu não perceber o clima tenso entre mim e minha mãe. Minha assentiu e nos despedimos do resto da família, indo em direção ao carro que meu pai havia comprado, desde que conseguiu tirar a habilitação trouxa.

Meus pais foram conversando animadamente com Hugo durante o caminho, não sei se me dirigiram a palavra em algum momento do percurso, mas se dirigiram não insistiram no assunto, pois não gritaram ou chamaram a minha atenção, como costumava acontecer. Passei o caminho todo até em casa olhando pela janela do carro, prestando atenção na paisagem cinza de Londres.  Como Londres conseguia ser tão bonita e tão infernal ao mesmo tempo ?

Chegamos em casa e eu recusei a ajuda de meu pai com a mala, carregando-a com dificuldade até meu quarto, onde deixei a mala de qualquer jeito no chão e me deitei em minha cama de barriga para cima, e fiquei olhando para o teto.

Como eu deixei a situação chegar a esse ponto ? Acho que as pessoas estão certas, e eu realmente sou uma vergonha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Você é uma vergonha, Rose Weasley !" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.