O Príncipe e o Servo escrita por Flourstes


Capítulo 3
Regra n° 3 ✧ Não chore


Notas iniciais do capítulo

Desculpe o atraso. Meu horário escolar é impossível!



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Após ter falado com o rei, o príncipe decidiu fazer uma pequena comemoração particular em seu quarto, juntamente a uma bruxa, um guarda real e um servo desastrado. Afinal, John havia convencido o pai a aceitar Jaqueline como a nova médica real.

— Eu amo comida. – Falou Porter. Todos estavam sentados na enorme cama, ao redor de Jack, saboreando o “banquete”.

— Nem me fale. – Concordou Jaqueline. – Não tive nada para comer naquele buraco escuro.

— Ainda bem que resolvemos tudo isso. – Disse Jack.

— Jaqueline, agora que tive algum tempo para pensar, se Jack era apenas um bebê, como você sabe que ele é descendente de alguém francês e alguém americano? – Indagou John.

— Por isso você estava tão quieto... Bom, no orfanato, tínhamos uma menina com uma certa habilidade... nós éramos as melhores amigas. Ela era ruiva, com olhos azuis e um poder incrível. A “raça” dela era a Visão. Ela conseguia saber tudo sobre qualquer pessoa apenas pelo olhar. Seu nome era Honey, para combinar com a cor do cabelo. – Jaqueline soltou um leve sorriso nostálgico.

— É. – Intrometeu-se Jack. – Quando eu tinha uns dez anos, perguntei sobre meus pais. Lembro-me como se fosse ontem. Sentamos todos juntos na mesa da cozinha. Havia esta outra menina, Maria, ela também tinha Visão. Ela conseguia fazer com que tudo que estivesse em sua cabeça se passasse em um lugar ou objeto que pudesse refletir a imagem. E como ela tinha quatorze anos, ela já havia aprimorado suas habilidades, por isso, se ela tocasse Honey, poderia fazer com que as imagens na cabeça de Honey fossem reproduzidas no grande espelho – Jaqueline limpou a garganta, interrompendo Jack.

— Achei que eu fosse contar a história! – Dizendo isso, deu um peteleco na testa do empregado.

— Tudo bem, tudo bem... mas, vocês entenderam até agora? – Perguntou o servo para o príncipe e Porter.

— Tinha uma menina que conseguia ver toda a vida de qualquer pessoa, só por olhar para ela e aí tem uma espanhola que consegue fazer o que está na cabeça dessa ruiva ser transmitido em um espelho para todas as pessoas do orfanato. Saquei! – Disse Porter.

— Tudo bem, vamos começar. – Falou Jaqueline.

            “Ambas se sentaram à frente de Jackie. Vejam se conseguem imaginar: Honey estava com ambas as mãos na cabeça dele, e Maria com uma mão na têmpora da ruiva e outra no Grande Espelho, cujo qual era um espelho que tinha um metro e meio. Estávamos todos sentados em frente a ele. Honey disse que precisava achar o rosto da mãe de Jackie para saber sua história. Então, tudo, realmente, começou. Foi o único momento que vimos uma junção de poderes. Foi muito divertido.

Enfim, a ruiva se inclinou para trás, encarando o teto, seus olhos brilharam com um azul cintilante e os da latina de um intenso vermelho, então a imagem no espelho começou a se contorcer, virando memórias do orfanato e por último, uma mulher ofegante e suada, parecia sentir dor. Honey gritou e a imagem virou a mulher, mirando-se no espelho. Tinha cabelos loiros, olhos castanhos e era muito linda. Estava grávida. Então a ruiva deu o comando, fomos parar em alguns minutos antes de ela conhecer o pai de Jackie.

Ela estava em frente a um navio, e haviam várias pessoas desembarcando, uma delas, era um belo jovem, com cabelos castanhos e olhos azuis. Seus olhares se cruzaram, porém, não era aquele o homem que Catherine estava esperando. Ah, o nome dela era Catherine, caso alguém não tenha entendido. Bom, o seu futuro marido era um comerciante, estava bem atrás de Jason, o pai de Jack. “

— Espere. Ela ia se casar com outro homem? – Falou o príncipe.

— Cala a boca e presta atenção. – Retrucou Jaqueline. –

“Continuando, como Honey havia visto Jason, ela sabia tudo sobre ele também, então ela conseguiu fazer com que víssemos a vida de ambos os pais, ao mesmo tempo. O casamente havia sido marcado para uma semana após a chegada do comerciante, chamado Bob. Bob havia trazido ajudantes, entre eles, Jason.

Naquela mesma noite, todos os hóspedes ficaram na parte de cima do bar da família de Catherine, enquanto a família da mesma se acomodou no andar de baixo, com apenas cobertores.

Na hora em que todos caíram no sono, Catherine permaneceu acordada devido a sua imensa infelicidade, afinal, se casaria com um homem de aparência e personalidade repugnantes. E enquanto isso, Jason se dirigiu ao andar de baixo, para pegar água. Por uma feliz coincidência, Catherine decidiu fazer a mesma coisa.

Na cozinha, ambos se encararam por um momento e o futuro pai perguntou: “Onde ficam as taças? ” e então sentaram, tomaram água juntos e tiveram tempo suficiente para conversar. Honey pulou a parte da conversa, pois eles ficaram por muito tempo fazendo isso.

Na manhã seguinte, por conta de outra coincidência, ambos saíram juntos para compram pão e croissant. Conversaram sobre a noite que se passara.

E naquela noite, novamente, Jason desceu, mas desta vez, para ver se Catherine estava lá, e estava. Conversa vem, conversa vai. Aquela noite, foi a noite do seu primeiro beijo. E mesmo se sentindo culpada, Catherine continuou por mais três noites fazendo a mesma coisa, até que Jason deu a ideia de fugirem. Ela aceitou na hora. Deste modo ficaria feliz ao lado do americano e longe de seus pais opressores e de um noivo nojento.

Foram até uma pequena aldeia, onde fica o orfanato, se abrigaram em uma pequena cabana na floresta. Lá, Catherine engravidou e Jason foi baleado, pelo mesmo comerciante, no exato dia em que Jack nasceu. E Bob não pode matar nem a mãe nem o bebê, pois a mulher, ao ser encontrada na ruela atrás do orfanato, já havia falecido e o bebê, resgatado.

Mas uma coisa estava clara: mesmo antes de Jackie nascer, seus pais o amaram mais do que um ao outro, o que não era pouca coisa”.

— Então eles se apaixonaram em dois dias? – Perguntou o príncipe, incrédulo.

— Você fez a mesma coisa com Jackie em um minuto. – Murmurou Jaqueline.

— O que você disse? – Indagou John.

— Nada, nada. – E naquele momento, todos ouviram o som de uma fungada, e olhando diretamente para Porter, viram que o mesmo estava afogado nas próprias lágrimas. – Qual é o seu problema? – Disse Jaqueline.

— É uma história tão bonita. É como um conto de fadas. A mãe é a donzela em perigo, o pai é o salvador e o comerciante o dragão, porém, para os mocinhos, não houve um final feliz. – Falando isso, começou a soluçar. – Se não fosse pelo monstro, Jack poderia ter um pai.

— Tudo bem, chega de vinho para você.

— É, mas eu não teria conhecido nenhum de vocês. E para mim, não existem coincidências, tudo ocorre por um motivo. Se era para ele morrer, então que seja. Estou satisfeito com minha vida agora. – Proferiu Jack.

— Acho que devemos ir dormir. E por falar nisso, quando eu ganho um quarto só para mim? – Pronunciou Jaqueline. 

— Quando o médico antigo for embora. – Disse o príncipe. E então, Porter se reuniu aos guardas, nos dormitórios, Jaqueline caiu no sono no sofá, que fora mandado para o quarto do príncipe à tarde, e, Jack e John, dormiram na mesma cama, novamente.

Ao primeiro ronco da bruxa, John ouviu uma leve fungada, e virando-se para olhar, percebeu que era Jack. Não pronunciou uma palavra, e nem ao menos se moveu, deixando que seu servo sofresse em silêncio e solidão.

 

(ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧

Logo pela manhã, Jaqueline expulsou o príncipe de seus aposentos, pois deveria rever os ferimentos de Jack. Porter já estava à postos na porta, com uma tremenda dor de cabeça. – Bom dia, senhor – falou entre bocejos.

— Bom dia – e ambos permaneceram em silêncio, até Jaqueline sair do quarto.

— Ele está bem. Pode voltar a rotina, mas apenas se não se esforçar muito.

— Ótimo, ele parecia meio para baixo, ficando na cama o tempo inteiro – disse Porter.

— Sim. Quando eu dei as boas notícias ele logo pulou da cama.

— Você disse a ele para pegar leve? – Perguntou John. Os três se entreolharam e perceberam que o mesmo pensamento passou pelas suas cabeças. Entraram às pressas no quarto, onde Jack se encontrava já vestindo, escalando o guarda-roupa.

— O que você está fazendo?! – Exclamou John.

— Saia já daí! – Mas ao ouvir os altos comentários, Jack pisou em falso, desequilibrando-se. Por sorte, o príncipe conseguiu chegar a tempo e pegar o servo, antes que o mesmo atingisse o chão. Porém, ao ser pego tão bruscamente, soltou um alto gemido de dor e ao olharem bem, seu machucado estava sangrando novamente.

— Posso saber, o que diabos você estava fazendo lá em cima?! – Perguntou Jaqueline, incrédula.

— Não sei. Eu queria tirar o pó e ao olhar para cima, vi um livro... e pó...

— Acho melhor você voltar para a cama – sugeriu Porter.

E assim, durante mais dois dias, Jack não pode sair da cama. Jaqueline ganhara seu próprio quarto e todos, quase, voltaram a rotina.

 

(ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧

Duas semanas haviam se passado. Jack já andava energizado pelo castelo, sempre tropeçando aqui e ali. Jaqueline tinha mais “clientes” do que poderia aguentar. E John seguia o criado e cuidava de seus deveres como herdeiro do trono, sempre com Porter em seu alcance.

Todavia, uma coisa havia mudado. Sempre que podiam, os quatro jantavam juntos no quarto do príncipe. Jaqueline sentada no sofá, Porter na escrivaninha, e, amo e servo sentavam-se na cama. John não dizia a razão de deixar o criado se acomodar em sua enorme e confortável cama, e tampouco esta ação era questionada.

Nestas noites de folga, eles conversavam e se divertiam juntos. Não havia espaço para classes sociais ou superficialidades. Apenas fofoca, piadas, reclamações sobre seus dias, amizade e descanso dos dias mais chatos.

Jaqueline falava sobre um dos pacientes, como por exemplo o velhinho que sentia um rabo nascendo nas suas partes traseiras, e que por mais que fosse insistido de que aquilo era apenas uma espinha, ele não se saciava. O resultado foi dar um creme para espinhas, alegando que era um creme “ante feitiço de rabo”. Riram bastante com esta história.

Jack fala sobre como as criadas mais velhas eram insuportáveis, por crerem que ele não sabia fazer grande coisa, só por ser pequeno e magricela. Ou das empregadas mais novas, cujas quais os olhos ferviam de ciúme por ele ser o criado-privado do príncipe, ao invés delas.

John contava os melhores tombos de Jack, ou da vez que ele comeu uma pimenta, pois a confundiu com uma maçã, ou até mesmo quando o criado, ao cair, levou junto consigo a fonte dos pássaros. Todos se matavam rindo, imaginando a cena.

Já Porter era o único que conseguia arrancar boas gargalhadas de, pelo menos, Jaqueline. Ele fala de como, a cada tombo de Jack, o príncipe sempre olhava feio para os criados que riam. E quando ele comeu a pimenta então? John foi o primeiro a lhe dar uma bacia com água. Mas a melhor foi quando o criado caiu, quebrando a fonte. Neste momento, o futuro rei escrevia um telegrama junto ao rei, e ao ver Jack caído, possivelmente machucado, se levantou em um pulo, manchando o papel de tinta, provocando a ira do rei.

Depois de assuntos jogados fora, todos caiam no sono, lentamente, um por um. Porter adormecia na cadeira, e caia ao chão, sem acordar. Jack começava a sonhar ao tocar a cabeça no travesseiro. Jaqueline se acomodava no sofá. E por último, John admirava suas amizades, sem interesses ou segundas intenções na luz do luar, e adormecia olhando o rosto em paz de seu empregado.       

 

(ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧

Alguns dias depois, o rei chamou todos os servos, guardas e pessoas que trabalhavam no castelo. Jack percebeu que o príncipe não se encontrava lá.

— Irá ocorrer um baile de máscaras dentro de três dias. As famílias mais poderosas de todo reino, juntamente às famílias reais de reinos vizinhos, se juntarão a nós. Estejam preparados, e lembrem-se: Se o príncipe souber deste baile, de qualquer outra boca que não a minha, todos serão punidos. Servos, comecem a limpar e arrumar o salão, cozinheiros, comprem suprimentos, quero o melhor banquete que já prepararam, guardas, treinem, e durmam, quero todos a postos e bem atentos para o baile. E o resto, voltem para suas atividades.

Naquele dia, Jack ficou em função dos preparativos, Jaqueline atendia várias garotas ricas do reino, que receberam o telegrama em referência ao baile um dia antes. Elas estavam atrás de cremes para parecerem mais jovens e maquiagens melhores.

Porter treinou e dormiu. Já o príncipe, ficou frustrado, pois estava ocupado com assuntos reais e Jack andava tanto de um lado para o outro, que era impossível acompanha-lo.   

A pior coisa, foi à noite, quando Jaqueline dormiu em seu quarto, Porter dormiu junto aos outros guardas, Jack junto aos outros servos e John, sozinho.

Mas valeu a pena, pois de manhã seu servo estava lá para acorda-lo.

—Bom dia – disse Jack. – Já trouxe seu café da manhã. Preciso ir à cidade, então terá que fazer algumas coisas sozinho.

— Eu vou com você, só espera um pouquinho até eu acordar...

— Não posso, preciso pegar várias coisas... C -como eu fiquei alguns dias de cama, e isto já basta para a minha rotina cair em depressão, preciso voltar à ativa sabe? – Disse o servo, indo em direção à porta.

— Pare! – Jack parou frente a porta. - Dê meia volta e sente. Eu vou me vestir e, depois, iremos à cidade.

O empregado apenas bufou e obedeceu à ordem. Alguns minutos depois ambos saiam do palácio juntamente a Porter.


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Notas finais do capítulo

PELO AMOR DE PUDIM! COMENTEM!!
(ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧



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