Desenhando Futuros escrita por R_Che


Capítulo 25
Capitulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Obrigada pelos comentários antes de mais.
Dizer-vos que este capitulo marca um ponto de viragem gigante. Amanhã posto o que todos querem ler.



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Estão todos à mesa e a conversa começa no desfile. George ainda não se tinha pronunciado a respeito e fez questão de o fazer naquele momento. 

 

 

— Rachel, à Quinn eu já disse, mas a ti com aquela confusão toda não tive a oportunidade de dizer que foi maravilhosa a colecção. Sabes que eu sou teu fã. 

— Desde pequenino. - acrescenta Hiram e todos se riem menos Quinn que só sorri nervosa. 

— Obrigada meu querido. É sempre muito bom quando as pessoas de quem gostamos, gostam do que fazemos. - disse ela sincera. - A ver se desta vez com mais tempo a coisa corre melhor, eu continuo a achar que foi pouco tempo para criar. 

— Sim, agora têm duas estações para preparar serviço. - disse Judy com doçura. Rachel piscou-lhe o olho em concordância. - Além disso foi um dia em cheio. Só surpresas. - Russell sorriu e apertou o joelho da mulher debaixo da mesa em gesto de agradecimento. Ela não percebeu mas continuou o que estava a dizer. - As energias positivas estavam no ar. Não é George? - diz Judy insinuando o facto de ele ter pedido a filha em casamento. Russell saltou de alegria e Rachel sorriu com a cabeça baixa quando percebeu o olhar de entusiasmo dele. Era certo que ele ia deixar Quinn desconfortável, e por mais que isso preocupasse Rachel, ela ia fazer qualquer coisa para salvar o assunto se ele estivesse a descambar. 

— De facto eu escolhi logo o dia do desfile, se calhar nem foi muito oportuno. - disse o rapaz divertido. 

— Nada mesmo. A pergunta em si já não é oportuna. - diz Russell irónico. Rachel sente-se morrer com aquela reacção de Russell e olha instintivamente para Quinn que parece que engoliu qualquer coisa que lhe estava a cortar a respiração. A designer devolve-lhe o olhar por segundos mas Rachel desvia o dela. 

— Porque dizes isso Russell? Eles ficam tão bem juntos. - diz Leroy completamente a nadar na maionese. 

— Como assim? Eles parecem irmãos, aquilo parece incesto. Mas eles lá sabem, eu já disse o que tinha a dizer sobre isto, a ambos. - Quinn estava a começar a ficar chateada com a conversa além de desconfortável. 

— E para quando é o casamento? - perguntou Hiram simpático, sabendo perfeitamente que era o que Russell queria que ele fizesse, porque ele também sabia que não havia nada oficializado ainda. 

— Quando a Quinn aceitar. - diz George divertido. - Quando a Quinn aceitar caso-me logo. - Rachel sorriu com alguma tristeza, mas depois transformou-se em carinho por George. Olhou para ele e não teve medo nenhum em dizer o que disse a seguir. 

— Acho que sim. - George olhou para ela com um sorriso. - A sério. Quando ela aceitar, casa-te logo, não esperes nem um dia. - George riu-se não percebendo a mensagem, mas Quinn percebeu perfeitamente pelo tom de voz de Rachel o que ela queria dizer. E todas aquelas sensações de querer agarrá-la, olhar para ela, falar com ela, voltaram. Hiram sentiu-se triste pela filha, mas Russell estava a adorar. ´

— Podemos mudar de assunto? - disse a loira sem saber como lhe saiu voz pela boca. George riu-se simpático mas sem noção. 

— Este feitio. Toda a gente está a torcer por nós, vês?! ... Menos o teu pai. - e voltou a rir-se. Rachel acompanhou o riso e não conseguiu conter o disparate que tinha pensado. 

— Isso é porque o Russell acha que és filho dele. - e Russell riu-se à gargalhada com ela. Quinn acabou por se rir também. - Desculpa amor, tu sabes que eu quero que sejas imensamente feliz. - Quinn sentiu o coração parar naquele momento. Rachel estava a falar para George, e de repente bateu-lhe uma sensação de perda ao perceber que a morena podia ter deixado de ter interesse nela. Quinn era uma confusão de sentimentos, e tudo o que não precisava naquele momento era de levar com uma avalanche de suposições novas que lhe passavam pela cabeça. 

Que Rachel perdesse o interesse nela, era demasiado para digerir naquela altura da sua vida. 

— Vamos fazer um brinde. - disse Russell enquanto levantava o copo. - À nova casa de Quinn. - que era exactamente o sítio onde ela queria estar naquele momento, ou esconder-se. 

 

—x-

 

Tinham acabado de comer e estavam todos sentados no jardim a conversar. Estava um dia bonito de sol e Rachel estava farta de se rir com Russell e Hiram que não paravam de dizer disparates. George estava sentado ao lado de Quinn e tinha o braço por trás da cadeira da designer. Ela estava tão desconfortável que nem sabia como estar sentada ali. Levantou-se duas ou três vezes para caminhar pelo jardim. Assombrava-a a possibilidade de Rachel ter desistido completamente dela, quando na realidade era o que racionalmente deveria querer sendo quem é. Os preconceitos que a assaltavam eram tão profundos, e ao mesmo tempo tão pouco importantes. Quinn estava impaciente e precisava de perceber quem era aquela mulher que estava sentada descontraída a conversar com a sua família. Era a mesma Rachel que lhe tinha dito aquilo naquela noite no hotel? A mesma que a abraçou a noite inteira e lhe sussurrou que ia ficar tudo bem? Era a isto que se referia com "vai ficar tudo bem"? Com não ficar em nada?! 

Ela tinha muitos defeitos, e um deles era a falta de coragem quando sentia alguma coisa que não controlava, mas engoliu-o. Ganhou coragem e chamou-a. A pessoa que despertava nela todas as sensações que tinha, a mesma com quem, por muito que não admitisse em voz alta, sonhava todas as noites. 

 

— Rachel?! Desculpem interromper. - disse ela com uma calma aparente. Russell sorriu. - Podes acompanhar-me um momento, por favor? - Rachel olhou para ela com uma expressão curiosa, mas depois levantou-se e seguiu-a até à sala no interior da casa. 

— Está tudo bem? - perguntou a estilista tranquila. 

— Sim. - disse ela automaticamente. - Não.  - acrescentou depois. Só havia uma maneira de testar Rachel, e o risco que corria de que ela lhe provasse que não tinha mais nenhum interesse em si, era gigante. Assumiu a consequência e continuou. - Quero pedir-te desculpa. - Rachel franziu a testa sem perceber. - Por ter trazido o George, eu não sabia que ias estar. 

— Porquê?

— Não te quero deixar desconfortável. - Rachel verbalizou o evidente. 

— É a ti a quem tens de pedir desculpa. A única pessoa desconfortável aqui és tu Quinn. Por várias razões, mas principalmente por teres de fingir estar feliz com essa relação, que diga-se de passagem não finges lá muito bem. - embora o conteúdo fosse muito explicito, o tom de Rachel era calmo e sereno. Quinn ficou envergonhada com a honestidade da morena, mas ainda não tinha percebido o que queria. 

— Provavelmente percebeste mal a minha atitude. 

— Eu não percebi nada mal. Tu estás desconfortável e é evidente... - Quinn olhou para ela e engoliu em seco. Rachel suspirou cansada e largou a única bomba que faltava largar para que Quinn morresse de vez. - Tu sabes perfeitamente que eu te amo e é por isso que estás desconfortável. Porque é reciproco e não tens a coragem de admiti-lo. - Rachel percebeu perfeitamente na cara de Quinn que ela se mantinha em pé por uma questão de equilibro. A respiração dela parou e a cor desapareceu, Rachel podia inclusive adivinhar que o coração lhe tinha parado. Mas decidiu dizer tudo o que tinha a dizer e ignorar o óbvio. - Todas as pessoas precisam do seu tempo na vida para admitir gostar de outra, e nesta situação ainda mais. Os teus preconceitos podem contigo. Mas não faz mal. Eu esperei a minha vida toda por sentir isto por alguém, não é agora que sinto que vou ter pressa. Só tenho pena que estejas a usar uma pessoa que é maravilhosa e gosta de ti como escudo da tua própria falta de coragem. - Quinn sente a primeira lágrima cair e Rachel tem piedade dela calando o que queria dizer depois. Com uma expressão mais carinhosa dá um passo em frente e sussurra: "Eu espero." antes de sair da sala em direcção ao jardim e deixar Quinn sozinha para se sentar no sofá e recuperar do choque de emoções que tinha sentido no momento. 

 

—x-

 

Já todos tinham ido embora, Quinn e Rachel não tinham voltado a trocar nenhuma palavra, quando Russell pediu a Quinn que esperasse e ficasse com ele mais um bocadinho. George terminou por deixá-los e ir para casa no seu carro. 

 

— Estás bem? - perguntou Russell ao perceber o ar cansado e apagado da filha. Quinn não respondeu, caminhou em direcção ao pai e como se de um bebé se tratasse agarrou-se a ele com força e começou um pranto incontrolável que estava pronto para sair desde o momento em que ouviu aquele "tu sabes perfeitamente que eu te amo" da boca de Rachel. Russell assustou-se mas realmente percebeu que a filha precisava de chorar e agarrou-a contra ele com força enquanto lhe passava a mão pela cabeça. 

Estiveram assim quase uma hora, Quinn continuava a chorar compulsivamente e Russell não a largou em nenhum momento. Em ocasiões disse-lhe baixinho que estava tudo bem e que não havia nada no mundo que não se resolvesse. No fundo, Russell queria que ela se desse conta do erro que era estar com George, e se fosse assim, bem vindo seria. 

Depois de se acalmar um bocadinho, mas sem que o pai a largasse, agora agarrou-a de lado de maneira a que pudessem conversar, Quinn pediu desculpa pelo choro. 

 

— Desculpa. - disse ela com a voz ainda trémula. 

— Este almoço serviu para alguma coisa? - perguntou ele com um sorriso carinhoso. Quinn constatou no mesmo momento que o pai tinha feito de propósito e olhou para ele com uma expressão de repreensão. 

— Era preciso tanto? - perguntou no mesmo tom. 

— Ajudou?

— Ajudou-me a perceber que és uma pessoa bem diferente do que eu pintava. - diz ela com sinceridade. Ele sorri. 

— Tu pintavas o Russell correcto, quem fez de mim uma pessoa diferente foram as pessoas que entraram na nossa vida nos últimos tempos. - Quinn olhou-o nos olhos com intensidade. - Ensinaram-me que a única coisa pela qual faz sentido lutarmos na vida, é pela felicidade. No fim de contas é ela que nos vale. E eu espero que tu lutes pela tua com todas as tuas forças, porque és minha filha e eu sei que és capaz. 

— Não sou pai. - disse ela enquanto baixava a cabeça. 

— Claro que és, só precisas de uma ajudinha. - ela revirou os olhos. - Tens lutar por quem és, pelo que queres e pelo que te faz feliz. 

— Eu não sei fazer isso. - disse ela com cansaço. 

— Pergunta à Rachel como se faz. Pede-lhe que te ensine. - disse ele com um sorriso amoroso na cara. Quinn engoliu em seco e o coração disparou de novo. 

— Preciso que digas. - disse ela com as lágrimas nos olhos de novo. - Preciso muito que o digas. - e começou a soluçar. 

— Se ela é o amor da tua vida, eu vou aceitá-la como se fosse minha filha. - disse ele sabendo que era o que Quinn precisava para seguir em frente. Ela sorriu ao mesmo tempo que chorou e entrou num novo pranto, mas desta vez de descompressão. 

 


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Notas finais do capítulo

Digam-me por favor o que acham...
Em relação à nova história, já escrevi 4 capitulos, mas assim que consiga ultrapassar o 6º é quando vou perceber se posto ou não. É fundamental para mim porque foge ao que costumo escrever.

Beijooo** obrigada de novo