Desenhando Futuros escrita por R_Che


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Desculpem mas não consegui vir mais cedo!
Prometido é devido, aqui vai...



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— Do que é que te esqueceste?

— De nada. Só te estou a ligar para te dizer que és uma desnaturada. - disse Kurt com um sorriso maldoso. 

— Porquê? - respondeu Rachel sem perceber com o telefone no ouvido. 

— Porque devias ter-me apresentado a Quinn antes. 

— Hã? Não estou a perceber.

— Tinhas de ter sido tu a apresentar-me a Quinn, e ninguém mais. 

— Kurt... vais ficar a falar sozinho se não te explicas. 

— Acabei de ser oficialmente apresentado à tua rainha do gelo. Que de facto não é rainha do gelo nenhuma, pelo contrário, eu diria que é rainha da gelatina, porque tremelicou por todo lado quando me viu. Adorei. - por muito que picasse a curiosidade de Rachel sobre o tema, ela preferiu descartar-se da conversa. 

— Kurt não quero saber. Qual foi a parte de que me quero desligar dela que não entendeste à bocado?

— Ela está a jantar aqui no restaurante com o George Astori, que podias mencionado o facto de que está bem mais giro do que era. - Rachel revirou os olhos para não chorar de impotência. 

— Kurt, vou desligar. 

— Espera! Ele apresentou-ma como sua namorada e ela engasgou-se com a própria saliva. Foi hilariante! Logo quando me viu ficou de repente nervosa. Nunca pensei ter esse efeito numa mulher, e muito menos na rainha do gelo. Tu deves ser mesmo importante para ela. - disse ele apaziguando a queda de informação que tinha largado de uma vez. Mas não conseguiu. Rachel disse só "boa noite" e desligou deixando-o a falar sozinho. Kurt perdeu o sorriso imediatamente

— Foi um "boa noite" sem voz. - constatou para si próprio verbalizando. E agora a sua expressão era triste e preocupada. 

 

—x-

 

George não se tinha calado, e continuava a falar sozinho. Quinn acenava que sim com a cabeça como se o estivesse a ouvir, mas não tinha nenhuma informação retida. Só lhe passava pela memória aquele encontro com Kurt e o que ele tinha dito de Rachel. Não era só preocupação por ela que a assaltava, era vontade de falar com Rachel, de estar com Rachel, de abraçar Rachel. Decidiu pedir licença a George e dirigiu-se à casa de banho do restaurante. Precisava daquela pausa do rapaz e precisava essencialmente de fazer alguma coisa a respeito do que estava a sentir. E assim foi. 

 

"Olá Rachel. Estás bem? Conheci o teu amigo Kurt hoje. Ele pareceu-me perfeitamente o género de pessoa que encaixa na tua personalidade. Gostei dele. Beijo - Q."

 

Depois de enviar a mensagem fixou o olhar no telefone e perdeu-se nos seus pensamentos. Aqueles sintomas tinham de ser controlados, ela não podia continuar a viver em função do desconforto. Rachel era sem dúvida o amor impossível que Quinn não admitia sequer sentir, quanto mais vivê-lo. 

Quando sentiu o telefone vibrar, o seu corpo todo também o fez, e o coração quase lhe saiu pela boca. Mas esses sintomas estavam prestes a desaparecer com a sensação de que tinha caído numa piscina de gelo. 

 

"Olá Quinn. Fico feliz. O Kurt é de facto uma pessoa especial. Beijo, diverte-te. - RB"

 

Aquele "diverte-te" deixava a descoberto que ela já sabia do episódio. De certeza que Kurt lhe tinha contado que George a apresentou como namorada dele, e por muito que Quinn odiasse essa ideia, não ia fazer nada para a mudar. Ainda que o seu coração rasgasse todas as vezes que pensava em Rachel.  

 

—x-

 

Aquela noite não acabava e Quinn só queria descalçar-se, deitar-se na sua cama e morrer para o mundo. Mas chegar a casa não significava seguir essa ordem de planos. 

Russell continuava sentado no mesmo sitio onde estava quando ela saiu, e desta vez chamou-a com muita calma. 

— Estava à tua espera. - disse ele tranquilo. 

— Já não sou uma menina pequenina pai. Podias ter dormido. 

— Não consigo. Pelo menos enquanto não tiver esta conversa contigo. - disse ele no mesmo tom. Quinn preocupou-se mas ouviu atentamente. - Não pensei noutra coisa a noite toda e isto não é o tipo de atitude que quero tomar. 

— Não estou a perceber. 

— Eu explico. Primeiro quero saber como vai a tua procura pela casa nova? - sorriu ele com carinho. Quinn estranhou mas sorriu de volta. 

— Bem. Já escolhi, e está quase fechado o negócio. 

— É grande?

— Sim, é suficientemente grande para mim. 

— Isso. Eu espero que tu passes por essa experiência antes de tomar qualquer decisão em relação ao George. - Quinn concordou com a cabeça baixa. - Como correu o jantar?

— Bem. - respondeu sem grande entusiasmo, e definitivamente sem contar a parte em que foi um desastre. - Conheci o melhor amigo da Rachel. - Quinn precisava de falar sobre o assunto e o pai era a última pessoa a quem pensou contar. 

— Da Rachel? - perguntou Russell confuso.

— Sim, ele cumprimentou o Geroge e o George apresentou-nos. Lá no restaurante. - disse ela ainda de cabeça baixa. 

— O Kurt? - Quinn olhou para o pai com surpresa. 

— Sim. Conheces?

— Sim, de vista. Mas eu percebi que eles são próximos porque ela fala muito nele e porque até assisti já a telefonemas deles. Tu estavas também, creio. 

— Sim, na limusine para o casamento da Lisa Levert. 

— Exacto. E ele esteve em todos os desfiles em que eu estive, mas nunca fomos apresentados. 

— Sim, eu também ainda não tinha falado com ele. 

— E que tal? O que te pareceu?

— A cara da Rachel. - sorriu ela com carinho. Russell devolveu o sorriso. - Tem todo o tipo de ser amigo dela. 

— Ainda bem. E ele gostou de ti? - Quinn surpreendeu-se de novo. Russell percebeu. - Quero dizer, foi simpático?

— Sim, muito simpático. - Russell percebeu que Quinn tinha qualquer coisa entalada e fez uma expressão de "continua", que a loira obedeceu. - O George apresentou-me como namorada dele. - Russell fechou os dentes com força e respirou fundo. 

— Pai eu já sei o que tu achas do George, embora seja novo para mim. 

— Não não sabes. Eu não tenho nada contra o George teu amigo, só me parece que ele afinal não é assim tão teu amigo para te meter numa situação destas. É demasiado egoísta da parte dele saber que tu não queres este desfecho e ele continuar a insistir. - Russell disse-o já com tom chateado, mas percebeu a confusão em Quinn e acalmou-se. - Quinn tu és minha filha, eu vou apoiar as tuas decisões sejam quais forem, sempre e quando essas decisões te façam feliz. - Quinn sente as lágrimas assaltarem-lhe os olhos. Nunca pensou ver Russell naquele estado e menos que lhe dissesse o que acabou de dizer. Um sorriso amoroso esboçou-se nos lábios de Russell e ele puxou-a para a abraçar. Quando se separaram, Quinn encheu-se de coragem e fez a pergunta que não calava na cabeça dela. 

— Pai, o que é que queres dizer exactamente e que não dizes? - Russell suspirou cansado, levantou-se e dirigiu-se à saída da sala. 

— Estou cansado Quinn, vou dormir. Boa noite filha. - Quinn fica de novo na incógnita, mas desta vez Russell não faz a coisa por menos. - Só uma coisa... - diz ele antes de desaparecer do local. - Eu gosto muito da Rachel. - E sai, deixando Quinn sem respiração de novo, mas desta vez era uma agonia misturada de sensações de confusão e surpresa que nunca lhe tinham passado pela cabeça. Além de bastante perceptível o que queria dizer Russell, ela tinha ficado apavorada com a possibilidade de que não houvesse realmente nenhum problema em viver o que sentia. 


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Notas finais do capítulo

Contagem decrescente... faltam 3 para acabar! Beijooo** Obrigada por tudo.



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