Voltando ao Meu Passado escrita por Leticia Portes


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.
Aqui mais um novo capítulo inédito para vocês.



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Capítulo 4

Cecília continuava sem reação. Nunca havia recebido um convite desses, muito menos de um homem. Vendo que Cecília não respondia, resolver tentar mudar de assunto.

Alfredo: Bom, se não quiser responder não tem problema. Eu vou entender.

Cecília: Não! Tudo bem. É que, eu nunca recebi um convite desses. Eu só estou um pouco surpresa.

Alfredo: Bem, tudo tem uma primeira vez. Não custa tentar.

Cecília: Olha, sinceramente eu não sei. (abaixou o olhar) Isso não está certo. Nós mal nos conhecemos.

Alfredo: Cecília, por favor. Eu não vou te fazer nenhum mal.

Cecília: Não é isso. É que eu não sei o que dizer. (confusa) Isso nunca passou pela minha cabeça.

Alfredo: Eu te entendo Cecília. Leve isso como um passeio de amigos. Eu juro que não vou fazer nada que te ofenda. (tocando nas mãos de Cecília) Só o que quero é que aceite o meu convite.

Cecília ficou em choque. No fundo ela queria aceitar, mas alguma coisa dentro de si dizia para não ir. Estava muito confusa, não parava de pensar no convite que tinha recebido. Só voltou a realidade quando Alfredo, preocupado a chamou:

— Cecilia! Você está bem?

Cecília: Sim, claro. Me desculpe. Esta um pouco longe (rindo)

Alfredo: Percebi (também rindo) Então, o que me diz?

Cecília: Ai, eu não sei. E se a Carmen não gostar? Ela pode achar ruim

Alfredo: Não se importe com ela. Pense só em você nesse momento. (acariciando as mãos de Cecília) Ela não tem porque não gostar.

Cecília: Você não a conhece. Vai se chatear (abaixando a cabeça)

Alfredo: Cecília, você não pode viver em função dela. (levanta a cabeça de Cecília) Você tem sua própria vida. Não pode deixar de fazer alguma coisa porque acha que sua irmã não vai gostar. Ela tem esse direito, mas não pode manar em você.

Cecília: Sabe, você tem razão. Obrigada pelo conselho. (sorrindo)

Alfredo: Não tem o que agradecer. Agora, se não for pedir muito gostaria que a senhorita respondesse a minha pergunta. (disse num tom divertido)

Cecília: Ai Meu Deus (escondendo o rosto com as mãos) Como eu sou mau educada. Me desculpa. (rindo) Então...(quando ia responder, escuta uma voz logo atrás que conhecia muito bem)

Carmen: Posso saber o que é que você precisa responder Cecília?

O silencio se instalou no ambiente, Cecília ficou assustada, tinha medo da atitude da irmã.

Carmen: Vamos Cecília. Eu quero saber sobre o que vocês estavam falando. Por acaso é algum segredo?

Alfredo: Não Carmen. Não é nenhum segredo.

Carmen: Então falem logo o que vocês estão escondendo! (se irritando)

Cecília: Já chega Carmen! Vamos para casa.

Alfredo: Esperem, não precisa ser assim.

Cecília: Sinto muito, mas não posso aceitar (e se foi junto com a irmã)

Alfredo se sentiu mal pela situação, se queria que fosse assim, muito menos que Carmen se metesse no meio da conversa. Tinha medo de que ela atrapalhasse a amizade dele com Cecília.

Na casa de Cecília e Carmen:

Carmen: Agora será que você pode me explicar o que estava fazendo lá fora?

Cecília: Estava conversando, por acaso não viu? (disse óbvia)

Carmen: Eu sei que estava conversando, quero saber sobre o que?

Cecília: Não acha que está sendo radical demais?

Carmen: Mas é claro que não! Eu não quero que você fique conversando por aí. As pessoas são espertas Cecília, podem facilmente enganar você.

Cecília: Está me chamando de ingênua? Acha que eu não conheço as pessoas?

Carmen: Infelizmente é isso. (se acalmando) Olha Cecília, você não tem ideia do mundo que existe fora daqui?

Cecília: Está me chamando de burra agora?

Carmen: Não Cecília, mas eu conheço mais as pessoas do que você. O mundo lá fora é muito cruel.

Cecília: Baseado em que você diz isso?

Carmen: Pensa; as pessoas cruéis gostam de pessoas assim como você, que não se opõem, que se calam, que não tem opinião (Cecília a interrompe)

Cecília: Eu não sou um fantoche Carmen!

Carmen: Ai Cecília, eu sinto muito, mas você é manipulada pelos outros.

Cecília: Já chega Carmen, só não entendo o que isso tem interfere na minha vida?

Carmen: Ai Cecília, por favor! Não é bom que você converse com pessoas estranhas, muito menos com homens.

Cecília: Carmen, eu já não sou mais criança, eu sei me cuidar muito bem.

Carmen: De qualquer forma eu tenho medo. E não gosto que você converse com o Alfredo.

Cecília: E por que não? O que ele fez para você?

Carmen: Ele não me transmite confiança, e além do mais você já reparou que ele é estranho.

Cecília: Estranho como?

Carmen: Ai, eu não sei explicar. Parece ter alguma coisa por trás dele, sei lá, tipo uma vingança. Não sei dizer.

Cecília: Você só pode estar louca, Ele não tem nada de estranho. Cada pessoa é de um jeito.

Carmen: Mas ele é diferente, de qualquer forma acho ele muito misterioso. Por isso não quero que você fale com ele. Ele não é o que parece.

Cecília: Carmen , por favor! Não me peça isso. Ele não é um bandido.

Carmen: Você não tem como provar. Ele pode até ser um fugitivo da polícia, um assassino; já pensou nisso?

Cecília: Já chega! Você está muito confusa, olha só o que acabou de falar, não tem cabimento.

Carmen: A única que não quer enxergar é você! Não percebe o pode estar correndo perigo.Me escuta. Eu não quero que você converse mais ele!

Cecília: Não Carmen. Você não vai me impedir

Carmen: Mas é claro que vou, eu sou sua irmã. Minha obrigação é te proteger.

Cecília: Eu já sou bem grandinha, por isso para de tomar decisões por mim.

Carmen: Não vou permitir que você corra perigo. Me dói muito ter que te dizer isso, mas eu te proíbo de se aproximar dele.

Cecília: Já chega Carmen! Sou eu quem não vou permitir que se intrometa em mina vida. Não sou mais nenhuma adolescente, sei muito bem como é o mundo. Não sou idiota.

Carmen: Cuidado Cecília. Isso pode te custar muito caro.

Cecília: Eu sei me cuidar sozinha, já sou maior de idade e tomo minhas próprias decisões. Assim que, pare com isso, eu sei muito bem o que estou fazendo

Carmen: Eu estou tentando te ajudar, por favor, eu não quero o seu mal.

Cecília: Eu te entendo, mas deixe que eu sozinha, sou capaz de tomar minhas próprias decisões.

Carmen: Cecília, por Deus, você não está entendendo( Cecília a interrompe)

— E nem quero entender, já basta de tanta discussão, você não sabe fazer outra coisa a não ser procurar um motivo para discutir, já estou cansada de você.

Carmen: Então é isso que recebo por tentar ajudar a mina irmã. Muito obrigada pela sua consideração, esperava muito mais de você. Eu sei que sou mais nova que você, mas isso não impede que eu te ajude e te dê conselhos. Estou muito decepcionada com você.

Cecília: Por favor Carmen, não seja exagerada. Você é muito dramática. Eu não aguento mais brigar com você.

Carmen: Então porque você não segue o meu conselho?

Cecília: Porque não faz sentido, eu não vou deixar de falar com uma pessoa, só porque você não gosta.

Carmen: Quer saber? Você é muito ingênua mesmo, não percebe o mal que te rodeia.

Cecília: Quer saber? Não se preocupe comigo. Se preocupe com você, com o se bem estar e a sua vida que deixa bastante a desejar! Eu não preciso de ninguém para cuidar da minha vida.

Carmen: Cecília! O que está dizendo? Está louca? (sem acreditar no que a irmã tinha falado, pois Cecília nunca tinha a enfrentado)

Cecília: Estou muito bem. Já você? Quem sabe (irônica) (Carmen tentou se pronunciar, mas Cecília a interrompeu) Não diga nada, não quero mais falar com você por hoje. Vou me deitar. Boa noite!

Cecília se foi e Carmen ainda estava sem acreditar no que a irmã tinha lhe dito. Nunca tinha ouvido algo assim de ninguém. Não entendia o porquê de o fato de sua irmã ter uma amizade com um homem a incomodava tanto. Seria inveja? Insegurança? Ou a descoberta de um sentimento novo que poderia mudar a sua vida totalmente? Não tinha ideia do que poderia ser, foi dormir com essa dúvida.

No dia seguinte:

Carmen: Bom dia (disse ao passar pelo corredor e entrando na cozinha)

Cecília: Bom dia (respondeu um pouco chateada ainda pela discussão da noite anterior)

Carmen: Quer conversar? (perguntou quebrando o silêncio que havia naquele ambiente)

Cecília: Conversar sobre o que?

Carmen: Sobre ontem. Quero reconsiderar o que disse sobre você.

Cecília: Olha Carmen, eu não quero discutir, estou com muita dor de cabeça, dormi muito mal esta noite, e tenho muito trabalho. Quem sabe outra hora.

Carmen: Eu não quero que fica magoada comigo. Eu falei muita coisa sem pensar.

Cecília: Está tudo bem. Vamos esquecer isso por enquanto.

Carmen: Está bem

Cecília: Bom, vou indo. Até mais tarde.

Carmen: Até.

Saindo de casa, Cecília sai e encontra Alfredo também saindo de casa.

Alfredo: Bom dia.

Cecília: Bom dia Alfredo.

Alfredo: Você está bem?

Cecília: Sim. Estou um pouco cansada.

Alfredo: Você parece estar triste? O que aconteceu? Brigou com a sua irmã?

(Quando Cecília ia responder Carmen aparece e a interrompe)

Carmen: Cecília! Você esqueceu o casaco (entregando o casaco)

Cecília: Obrigada. Já vou indo. Um bom dia para vocês. (e se foi)

(Ficando apenas Carmen e Alfredo no corredor da vila, Carmen se viu em uma situação perfeita para questionar Alfredo sobre seu mistério).

Carmen: Então Alfredo. Vejo que vejo não é daqui. De onde você veio?

Alfredo: Sou de Monterrey, passei toda minha vida lá, desde que nasci.

Carmen: E por que resolveu se mudar agora?

Alfredo: Vim aqui para buscar novas oportunidades de trabalho, quero estudar.

Carmen: E o que você quer ser? Digo, que profissão quer seguir?

Alfredo: Ainda não sei. Estou pensando em muitas possibilidades. Agora, quero trabalhar para juntar dinheiro.

Carmen: E o que pensa em fazer?

Alfredo: Não sei. Aliás, por que está fazendo tantas perguntas?

Carmen: Por nada não, só quero te conhecer melhor. Vejo que já se tornou amigo da minha irmã e quero saber o que é que você tem de tão especial.

Alfredo: A Cecília te disse isso?

Carmen: Não. Mas eu a conheço perfeitamente. E há algo de errado nela. Ela nunca tinha ficado tão estranha.

Alfredo: Estranha?

Carmen: Sim, ela está mudada ultimamente. E acho que tem muita coincidência com a sua chegada aqui.

Alfredo: E o que tenho a ver com tudo isso.  (confuso)

Carmen: Seja sincero comigo Alfredo. Me diga quais são as suas intenções aqui. Eu sei que você esconde algo.

Alfredo: Do que está falando?

Carmen: Que você é suspeito para mim. Me diz, qual é o seu segredo? Não adianta esconder por muito tempo. Cedo ou tarde todos vão descobrir. Alfredo. Quero que me diga a verdade. Só quero entender as suas razões. (fez uma pausa) Então Alfredo, qual é o mistério por trás disso tudo?

Quem é você na realidade?


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Notas finais do capítulo

Não perca as emoções dos próximos capítulos. Em breve.



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