Questão de Tempo escrita por


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Ai gente sei nem o que dizer...agradeçam ai a Izzie que sempre me incentiva a terminar essa fic todas as vezes que comento a dela. To tentando, ta bom?!



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Cap 10 

 O tempo mudara e ameaçava chover por isso Mac e Stella anteciparam a volta do Central Park onde fizeram um piquenique com Sophie, ele estaciona a Avalanche na frente da casa quando as primeiras gotas de chuva já molhavam o vidro do carro. 

Stella - Não achei que fosse chover hoje. 

Mac – Ainda bem que já chegamos. 

Stella – Eu vou abrir a garagem pra você entrar e tirar a Sophi. Ela dorme tão tranquila. - olhando para o banco traseiro e vendo a menina na cadeirinha em sono profundo. 

Mac – Stella ... 

Stella – É rápido. - já saindo e não se importando com os protesto dele e nem muito menos com a chuva que começava a ficar mais forte. 

Mac a ver entrar em casa e logo em seguida o portão da garagem abrir. Ele entra cuidadosamente e então Stella surge, sem casaco, sem sapatos. 

Stella – Coloca ela no bercinho no meu quarto. - ele apenas assente, pega a criança ainda dormindo sob o olhar atento de Stella e entra na casa. 

Os olhos verdes estavam hipnotizados pela chuva a levando de volta ao tempo de criança, quando as primeiras gotas tocavam a terra, despertando aquele cheiro peculiar onde a criança de cabelos cacheados largava o que estivesse fazendo para brincar na chuva. As nuvens ficavam mais escuras aumentando assim a intensidade da chuva que começava a molhar o telhado e logo correia pela calha até alcançar a bica e desembocar em seus ombros. Nunca mais experimentara felicidade tão pueril como aquela. Fechando os olhos podia ouvir sua mãe lhe recriminar pelo banho de chuva preocupada com as enfermidades que poderiam lhe acometer, enquanto seu pai ria de suas travessuras. 

As memórias foram desencadeadas com o cheiro de terra molhada que entrava por seus poros. O barulho da chuva caindo na calçada, o céu acinzentado lhe transportava para outro tempo, outro lugar onde a saudade deixava de existir e poderia ser ela de verdade. 

... 

Mac colocou Sophie no bercinho a deixando quentinha e protegida, ele desce as escadas, mas a casa parecia vazia, a presença de Stella não era capturada pela sua atenção. Seguindo o barulho da chuva cada vez mais forte já que a porta da garagem ainda estava aberta ele a encontrou na chuva, molhada, apenas contemplando o céu. E mais uma vez seriam cenas que povoaria a sua mente. E como não podendo mais esperar e como imã que a presença dela lhe causava se deixou ser atraído para mais perto dela sem se importar com a chuva, só queria tocá-la mais uma vez, sentir sua respiração mais de perto, seu hálito quente, o cheiro tão peculiar e tão dela que sabia perfeitamente que se outra mulher usasse aquela fragrância não seria a mesma coisa.                                                                                                                                                                                                                             

Stella – Mac... 

Mac – Shiii... - colocando os dedos nos lábios dela e logo fazendo carinho em seu rosto. Stella apenas aproveita aquele carinho, se entregando ao momento sem se importar com a chuva ou de onde estavam. E ali mesmo na chuva o beijo era inevitável. Até o barulho do trovão assustá-los. 

Stella - É melhor entrarmos. - olhando o céu cinzento. Ele a segura pela mão e os dois entram de mãos dadas na casa. 

Stella – Eu vou pegar uma toalha pra você. - já subindo as escadas. 

Mac – Espera. - a segurando. Stella respira fundo antes de encará-lo. Antes que pudesse dizer alguma coisa o celular de Mac toca na mesinha de centro da sala. Ele a olhou apreensivo. E Stella como que capturando isso o acalmou. 

Stella - Está tudo bem. Eu já volto. - com um sorriso sereno nos lábios. Mac apenas assente e a segue com o olhar enquanto Stella subia as escadas correndo. No alto da escada ela para e vira-se para encará-lo mais uma vez e então segue para seu quarto. 

 – Ela olhou para trás. - ele pensou ainda olhando o alto da escada com sorriso bobo nos lábios.  

Mac - Isso é um bom sinal. - falando para si, saindo a procura de seu celular que continuava a tocar. 

*** 

Mac – Stella. - batendo de leve na porta do quarto que estava entreaberta. - ele se depara com mais uma cena que não esqueceria. Stella estava vestida num roupão e debruçada sobre o berço de Sophi, os cabelos ainda úmidos. 

Stella – Ela choramingou. 

Mac – Deve ser manha, ela quer o seu colo. 

Stella – Ou talvez o seu. - o olhando com um sorriso que Mac achou tão angelical que quase paralisou. - E se contentou comigo. Vou deixá-la descansar e fazer alguma coisa pra gente comer. - cobrindo a bebê. 

Mac – Eu não vou poder ficar. Tenho que ir para o laboratório, minha folga está acabando. 

Stella – E na sua folga veio ter trabalho com a gente. - mexendo no móbile acima do berço para tocar uma música. 

Mac - Não foi trabalho nenhum. Pelo contrário foi muito prazeroso está com vocês. 

Stella – Mas deveria ter ficado descansando, tentar dormir um pouco, já que dormir não é muito com você. - Mac se surpreendeu por ela ainda lembrar que ele falara exatamente isso. - Ontem você estava numa festa e saiu tão apressado aposto que foi um chamado de trabalho. 

Mac - Você viu quando eu sai? - uma pontada de surpresa misturado com uma estranha alegria banhou aquelas palavras. 

Stella arrumava o véu do bercinho de Sophie tão displicente quando as palavras de Mac a tomaram como um “acorda” para a realidade. Ela paralisou e seus olhos ganharam proporções maiores, suas bochechas queimavam de vergonha e agradeceu por esta de costas pra ele. 

Mac - Você viu quando sai ontem? - de repente a voz grave e rouca dele estava atrás de Stella repetindo a mesma pergunta. Mac a tocou no braço a fazendo virar para ele. Aquela mão tocando seu braço suavemente como um carinho causou uma revoada de borboletas no estômago de Stella e essa sensação era cada vez mais frequente quando estava na presença de Mac. 

Alguns minutos em silêncio fez Mac congelar, incerto se deveria ter feito aquela pergunta. Ele lembrou da reação de Stella na noite do beijo e temia que ela o repelisse novamente. A atração por aquela mulher a sua frente não tinha uma explicação racional. Ele tentou procurar em sua memória os motivos que o faziam ter um relacionamento tão louco com aquela mulher, se era somente em torno de um bebê que não sabia como conseguiu juntá-los. 

Stella – Ah eu vi sim. - sua voz saiu cabaleante. Mac lhe sorriu aliviado. - Eu disse que ia fazer alguma coisa pra gente comer. - ela sorrir sem graça querendo fugir daquela conversa. Stella não queria admitir que passou o restante da festa fugindo de Drew.  

Mac – Preciso ir para o laboratório. Infelizmente não vou poder provar da sua comida. - Stella pode soltar o ar quando Mac soltou o seu braço, aquele toque lhe deixava em brasas quando sua pele tocava a de Mac. 

Stella – Troca ao menos essa roupa molhada, você já escapou de ficar doente e nem sempre terá meu chá a sua disposição. - ela sorrir numa tentativa de deixar o clima mais divertido já que era possível sentir a tensão e a atração entre os dois. 

Mac – Adoro seus chás. - com aquele meio sorriso iluminado que vira e mexe estava em seus lábios pois o motivo estava a sua frente. 

Stella – Se você não se incomodar em vestir as roupas do Gregory novamente. 

Mac – Estou na dúvida se aceito e não fico doente e fico sem o seu chá ou se fico doente e fico com o seu chá. - as palavras saíram em tom de brincadeira para encobrir a verdade do que era dito. 

Stella - Você pode roubar algumas folhinhas do meu quintal pra você fazer o seu chá. - entregando uma toalha que estava em cima da cama. 

Mac – Sou um homem da lei não posso. - eles riem.  

Stella – No corredor tem um banheiro a esquerda, deixei as roupas lá pra você. 

Mac – Obrigado. - ele vai caminhando para sair do quarto, mas para na porta para olha-la mais uma vez. -- Nossos encontros sempre acabam molhados. - ela o olhava curiosa. -- Eu nunca adorei tanto a chuva. - Stella podia sentir a face queimar e baixou o olhar. - E você é a mulher mais adorável que se esconde. 

Stella - É melhor você ir se trocar, eu vou fazer o mesmo antes que a Sophi acorde. - não queria mas era difícil não ficar sem graça perto de Mac. 

*** 

Agora sentado em seu escritório no laboratório querendo recuperar sua concentração no trabalho, mas estava difícil, o dia que passou ao lado delas lhe vinha à mente como flashback e o beijo na chuva ... ahh o beijo o fazia sorrir enquanto lia mais um relatório como se fosse um poema. 

Um toque no seu celular fez Mac emergir de suas lembranças e alcançar a realidade que o dever o chamava. Ele vai à procura de Lindsay. 

Lindsay – Opa! Acho que você não é o meu chefe. - seu olhar era divertido ao vê-lo usando uma blusa de bichinhos por baixo do terno, algo que nunca fazia parte do guarda-roupa de Mac Taylor. Mac sorri com o comentário. 

Mac – Tomei um banho de chuva. 

Lindsay – Humm voltando a ser criança?  

Mac - Não, mas por causa de uma. 

Lindsay – Deixa adivinhar...hum...Sophi. Acertei? - eles riem com a brincadeira da perita. - Esse definitivamente é o Mac Taylor que só minha filha conhece. 

Mac – O que tem pra mim? 

Lindsay – Preciso que veja isso. - apontando para ele um recipiente em cima da bancada. 

Mac – Outra moeda? Onde encontrou? 

Lindsay – Dentro do medalhão que achamos na cena. 

Mac – Aquele que pertence a Diakos? 

Lindsay – Isso mesmo. 

Mac – Isso é a prova de que esses crimes estão ligados. Precisamos rever tudo. 

*** 

A madrugada já chegava e Mac não descansava de seu trabalho, estava na sala de reuniões envolto de caixas de provas analisando fotos e relatórios sobre esses dois casos que ficavam cada vez mais complexos. Lindsay, Danny e Sheldon também estavam reanalisando as provas quando se distraem com a ligação que Mac acabara de receber. 

Mac >> Stella, algum problema?  

Stella >> Mac desculpa atrapalhar a essa hora mas é urgente. << - Stella falava aflita atropelando as palavras. 

Mac >> Aconteceu algo com Sophi? << - ele sabia que Stella só ligaria tão tarde e nervosa assim se fosse algo relacionada a Sophie. 

Stella >> Sim. Ela não está bem, tá com um pouco de febre, inquieta e eu não sei onde levá-la porque não tenho documentação dela, seguro. Minha irmã mora muito longe e estou preocupada.  

Mac >> Calma Stella. Eu já estou indo, está bem?! Calma!  - já levantando da cadeira. 

Lindsay – Algum problema com a Sophi? - o instinto de mãe fala mais alto e questiona Mac. 

Mac – Sim, Stella disse que ela está febril. Nós a levamos para passear no parque hoje. 

Lindsay – Pode ser só um resfriado, mas é preciso levá-la num pediatra. 

Mac – Vou resolver isso agora. Vocês continuem. - vestindo o terno que estava na cadeira. - Podem pedir ajuda do Adam, ele já está vindo. 

Danny – Tirou todo mundo da cama hoje, Mac?! - se recostando no espaldar da cadeira e arrancado um sorrisinho mesmo sem mostrar os dentes do chefe. 

*** 

Mac e Stella chegam à recepção do hospital de Nova York. Ela ficou com a criança um pouco mais afastada enquanto Mac foi direto na recepcionista. 

Mac – Por favor a Dra. Driscoll. É urgente! - mostrando o distintivo para atendente. Logo uma voz sai pelo alto-falante do hospital pedindo o comparecimento dela a recepção. Enquanto isso Sophi continuava choramingando nos braços de Stella. Ela tentava acalmar o bebê mas em vão. 

A médica chega à recepção e a atendente indica quem a procurava. 

Payton – Mac? - aqueles olhos melancólicos azuis estranhavam a presença dele ali. - Aconteceu alguma coisa? Qual a urgência?  

Mac – Oi Payton. A urgência é essa criança no colo dela. - ele apontava discretamente com os olhos para Stella que tentava a todo custo ninar Sophi mas sem sucesso, o choro da menina ficava cada vez mais alto. 

Payton – Mas Mac eu não sou pediatra você sabe disso. 

Mac – Claro que sei, mas é uma urgência.  

Stella percebeu Mac conversando com alguém de jaleco o que deduziu ser a médica e se aproximou. 

Mac – Payton, Sophi está chorando muito... - ele tentou continuar mas Stella o interrompe. 

Stella - Nós a levamos para passear um pouco hoje de manhã. Será que essa mudança no clima ... ? - ela falava aflita. Payton olhava a criança também angustiada. 

Payton – Mac você sabe que a minha especialidade... 

Mac – Eu sei. - ele a interrompe bruscamente. Payton era médica legista e ele não queria que Stella soubesse desse “detalhe”. - Mas é uma urgência. 

Não passou despercebido por Stella que eles se tratavam pelo primeiro nome. 

Mac -- Você sabe que não a procuraria se não tivesse um bom motivo.  - de repente o olhar da médica reagiu sem graça. 

Payton – Eu ... - ela tentou mas Mac mais uma vez a interrompe. 

Mac – Eu não estou aqui por outro motivo que não seja Sophie. - seu olhar se tornou mais duro, ele tratou logo de esclarecer e evitar qualquer confusão. A médica volta seu olhar a criança chorosa mais uma vez e algo lhe vem à mente e volta a olhar a Mac. 

Payton – Ela é sua filha? - Mac até estranhou essa não ser a primeira pergunta. 

Mac -- Não. - a médica volta a olhar a criança e tinha certeza que Mac estava escondendo a verdade. -- É um caso, ok? - Payton ainda o olhava com desconfiança. -- A criança faz parte de um caso e não temos documentação e muito menos tempo para esperar. Ela precisa de ajuda. 

Payton – Mac Taylor burlando a lei? - um risinho presunçoso brotou nos lábios da mulher em surpresa. 

Mac – Como eu disse é uma urgência. 

Payton – E desde quando você sai com seus casos? - aquelas palavras saíram cheias de insinuações o que Stella não gostou nenhum pouco. 

Stella - NÃO IMPORTA O CASO! Essa criança está implorando ajuda e estamos aqui para isso mas eu estou vendo uma médica se negar. - ela esbraveja em alto e bom som o que fez todos na recepção voltar seus olhares para eles. 

Payton – Tudo bem, você tem razão. E você me deve essa. - avisando a Mac. 

Stella – Eu vou com você. - se recusando passar Sohie para o colo de Payton. É preciso Mac intervir. 

Mac – Stella está tudo bem. Pode deixar Payton...a Dra. Driscoll cuidar dela.  - ela ainda resiste. - Por favor. Sophie vai ficar bem. - finalmente ela sede ao ver a criança aumentar o choro. 

Stella – Tudo bem. - passando a criança para o colo da médica. -- Cuida dela por favor. - dessa vez era Stella que estava chorosa ao ter que se afastar de Sophie. 

Payton – Ela vai ficar bem. - Mac segura o braço de Stella cuidadosamente enquanto Payton entrava por um dos corredores do hospital. 

Mac – Ela vai ficar bem. Eu confio na Dra. Driscoll. - ao perder Sophie de vista Stella sente Mac ainda lhe segurar então puxou seu braço de uma forma mais enérgica e sai apressadamente. Ele não entendera o porquê dela fazer aquilo e apenas sentou em uma das cadeiras a vendo se afastar. 

Alguns minutos depois Stella volta para a recepção e senta-se do lado de Mac passando-lhe um copo fumegante de café. Ele encara o café e depois os olhos arrependidos da mulher, tencionou em não aceitar e esbravejar com a forma exagerada da atitude dela mas não resistiu ao cheirinho de café e lembrou desde que chegara ao laboratório mal tinha conseguido comer e então aceita o copo estendido. 

Mac – Obrigado. - ele responde meio a contra gosto. Stella percebe a alteração na voz dele ...  Mac estava chateado. 

Stella – Desculpa Mac. - ela fala encarando o chão como uma criança que é pega na travessura. -- Fiquei nervosa ao ver Sophie daquele jeito. 

Stella havia ensaiado aquela fala algumas vezes no banheiro da unidade hospitalar. Ela precisava acreditar que o motivo pra detestar a médica era a recusa em atender Sophie e não porque percebeu que entre ela e Mac havia algo mais. 

Mac – Tudo bem. - era estranho para Mac decifrar aquela mulher em um instante estava nervosa por causa de uma criança, depois age como se tivesse nojo dele ao puxar o seu braço do toque dele e agora ela volta arrependida. 

Definitivamente eu não entendo essa mulher.“ - pensou ao tomar o primeiro gole de café. Tentou esconder sua frustração mas um suspiro frustrado o denunciou. 

O silêncio reinou ainda por alguns instantes mas a curiosidade de Stella falou mais alto. 

Stella - É ... você parece conhecer bem a Dra. Driscoll. - ela falava sem graça e sem olhá-lo.  

Mac – Ela trabalhou no laboratório uma época.  

“Parecia uma resposta ensaiada” - foi o que uma certa voz lhe disse mentalmente mas Stella não se contentou. 

Mac resgatou seu celular do bolso do paletó mesmo ele não dando nenhum sinal de alerta só para distrair daquela conversa. 

Stella – Foi mais do que isso não foi? - a pergunta o acertou em cheio. Com a ausência de resposta dele Stella o procurou com o olhar e encontrou o olhar de Mac de interrogação de volta. 

Stella -- Você disse que não estava aqui por outro motivo que não fosse Sophie. - ela repetia as palavras dele desconcertada em resposta. 

Mac -- Você poderia trabalhar como perita, às vezes interpreta bem o que se não quer dizer. - Stella tomou aquelas palavras como uma repreensão. 

Stella – Desculpa eu não queria te chatear, não precisa responder. 

Mac -- Não me chateou, eu que peço desculpas se demonstrei isso. - ele da um gole do café para organizar o pensamento e ao menos tenta explicar para Stella o que aconteceu. - Payton e eu tivemos um relacionamento sim mas eu não estava preparado, meu luto durou anos. - mais uma vez girando a aliança em seu dedo anelar, um gesto já conhecido por Stella todas as vezes que ele falava da esposa falecida. 

Stella – Acho que ainda vive esse luto. - aquelas palavras nunca foram tão verdadeiras e mais uma vez tão certeiras. Demorou alguns instantes, mas ele a encarou e o olhar de Stella repousava no seu gesto já inconsciente. 

Stella – Das vezes que falou da sua mulher fez esse mesmo gesto. - ela ergue seu olhar para encara-lo. -- Acho bonito a forma como você fala dela. - seus olhos já demonstravam emoção. 

Mac - Nós nos amamos muito. Por ela eu sai das Forças Armadas, queria uma vida tranquila sem sobressaltos, queria uma casa, uma família e por algum tempo tivemos. Mas sempre acho que foi pouco o tempo que tivemos juntos. 

Stella – Sempre achamos que o tempo que passamos com quem amamos é pouco. - as palavras saíram pesarosas, cheias de saudade. Ela toma um gole enorme do seu café quente para se concentrar naquele desconforto e fechar um buraco que se formava em seu peito. 

Stella -- Será que vai demorar muito? - ela finda a conversa com uma pergunta para fugir do assunto, queria abafar e trancafiar as dores do seu passado. Aquele era um assunto muito espinhoso para Stella e ele conseguiu compreender. Mac tenta demonstrar isso tocando a mão dela que repousava no braço da cadeira, Stella sente e corresponde ao toque ao encaixar a mão na dele mesmo sem olhá-lo. 

*** 

Já era de manhã quando Mac e Stella chegaram na casa dela. 

Sam – Ai que bom que chegaram. - recebendo os dois na porta assim que ouviu o barulho do carro. - Está tudo bem com essa bonequinha? 

Stella – Agora está. - falando mais baixo. - Vou levá-la para o berço. - já saindo em direção as escadas. 

Sam – Vem Mac vou fazer alguma coisa pra vocês comerem. Esse tempo todo no hospital vocês devem tá com muita fome. 

Mac - Não, obrigada Sam. Eu preciso voltar ao trabalho. 

Sam – Mas saco vazio não para em pé. Vem vamos comer. Deixa eu levar isso. - apanhando uma cesta no chão. 

Mac – E essa cesta? - os dois caminhavam para a cozinha. 

Sam – Ah foi onde Sophie veio. 

Mac – Como assim? 

Sam – Isso mesmo que você ouviu. Bem dramática, só faltou mesmo a cegonha deixando na porta. 

Mac - Você deixa eu dá uma olhada? 

Sam – Claro. - estendendo a cesta pra ele. 

Mac - Você pode deixar na mesa. 

Sam – Algum problema? - sem entender o porquê dele não receber a cesta. 

Mac – Mania de trabalho. Vou improvisar e ver se acho impressões digitais que possa da uma pista sobre Sophi. 

Sam - Então vou avisando que deve ta cheia de digitais minhas nessa cesta, mas não tenho nada com o aparecimento de Sophie aqui. 

Mac – Vou precisar colher suas digitais pra descartar você. 

Sam – Dependendo da forma que você fará isso. - ela ri divertida o deixando um pouco sem graça. - Eu vou logo avisando que minhas digitais devem aparecer no sistema do polícia. 

Mac – Deve? - erguendo uma das sobrancelhas. 

Sam – Ah uma vez um policial bonitão alto de olhos azuis, assim tipo os seus me levou para a delegacia. 

Mac – Levou? O que você fez Sam? 

Sam – Ah eu o xinguei no trânsito. - ele ri. -- E só pra constar eu não sabia que ele era policial. - ele apenas ri da cena contada por Sam. 

Mac tocava com ajuda de uma caneta nas coisas que estavam dentro da cesta. Sam desembestou a falar mas Mac estava distraído com algo que viu no interior. 

Sam – Mac? Mac? - pedindo a atenção dele. 

Mac – Sam eu vou precisar voltar agora. Depois nos falamos. - saindo rapidamente da cozinha. 


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