Segunda feira de manhã o clima do lado de fora estava até agradável sem chuvas. Acordei cedo e preparei o café, queria tentar me aproximar do meu pai, para ver se era verdade tudo que aquela mulher tinha me contado.

— Bom dia – Cumprimentou meio cansado.

— Bom dia, eu fiz o café.

— Estou vendo, sua tia vai passar aqui mais tarde para falar com você.

— O que ela quer?

— Parece que tem a ver com a festa de aniversario da filha dos Grey.

— Nunca gostei tanto assim de festas.

— Nem eu.

— Acho que eu puxei isso de você então. Mamãe é bastante festeira.

— Serio, quando eu a conheci ela não era de festas, adorava ficar em casa.

— Sim tudo mudou depois do Bob. Ele é publicitário então estar em festas faz parte do trabalho dele, mamãe começou a gostar para poder acompanha-lo nos eventos do trabalho.

— Ela parece mais feliz com esse casamento, o Bob parece ser legal.

— É, ele é bem legal. Você nunca pensou em se casar novamente?

— Não.

— Tem namorada?

— Que monte de perguntas são essas? Estou em um interrogatório e ninguém me disse nada?

— Quero saber mais de você só isso.

— Não tenho namorada e nem planos para me casar. Agora eu vou indo, tenha uma boa aula – Desejou saindo com passos largos.

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O clima na escola parecia um pouco pesado. Segui direto para o meu armário quando me surpreendi com uma mão me tocando.

— Bom dia – Cumprimentou Lucas com um sorriso no rosto – Aqui estar seu livro, valeu por de me emprestado.

— Tranquilo – disse o guardando no armário.

— Olha Nora, eu prometi para mim mesmo que não iria perguntar, mas não consigo me segurar. Esta a vendo um boato de que Josh Grey gosta de você e até que os dois estão saindo juntos, isso é verdade?

— Não, nós não estamos juntos. Quem inventou uma mentira dessas?

— Melhor tomar cuidado, algumas meninas estão bastante desgostosas com essa noticia.

— E eu não do nem ai para elas. Essa historia não é verdadeira Lucas, então eu não preciso me preocupar. Tenho aula agora de vejo mais tarde – Sair sentindo meu rosto ficar vermelho pela mentira. Eu realmente não tinha nada com o Josh, mas a gente tinha sim saído, gostaria de saber se foi ele quem espalhou a fofoca.

Acabei chegando atrasada na aula de artes onde a professora fazia um discurso.

— Desculpa pelo atraso professora – Falei pedindo licença.

— Entre Nora, era com você que eu queria falar.

Escolhi o primeiro lugar que vi vazio e meu olhar encontrou com Josh que me deu um leve sorriso.

— Como eu estava dizendo, nossa escola se inscreveu para um concurso de artes valendo um curso de verão em paris com uma das melhores pintoras da França.

Fiquei maravilhada com a noticia.

— E uma aluna desta sala me surpreendeu muito com seu desenho com cores vivas, mostrando realmente um incrível talento para as artes. A senhorita Carther.

Praticamente desejei que abrisse um buraco sobre meus pés, de tanta vergonha que senti na hora. Sempre fui acostumada com os elogios que os professores faziam sobre meus desenhos, mas sempre odiava quando eles faziam isso numa demonstração publica.

— A senhorita aceita o convite? – Perguntou ela me tirando dos meus pensamentos.

— Na verdade eu não faço a menor ideia professora.

— Você deveria ir – Disse Josh fazendo todos prestarem atenção nele – Você tem talento Nora com toda certeza esse premio já é seu.

Todos ficaram surpresos com as palavras de incentivo do Grey, até mesmo a professora ficou com os olhos arregalados olhando de um lado para o outro tentando entender o que tinha ocorrido.

— Eu vou pensar professora – Falei.

— Tudo bem, você tem até a próxima semana para me dar a resposta. Vamos para a aula de hoje.

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Assim que o sinal tocou fui para o banheiro, precisava ficar sozinha para refletir. Ultimamente o que eu mais fazia era pensar em tudo, parecia que minha vida ganhou mais observações do que nunca. Sentei no vaso trancando a porta do Box, e comecei a respirar já que meu coração estava prestes a fugir do meu peito.

Quando recuperei o equilíbrio tentei sair do banheiro mais alguém tinha trancado a porta do lado de fora. Pelo jeito as pegadinhas não tinham parado.

— Socorro, tem alguém ai? Estou presa no banheiro – Gritei tentando chamar alguma atenção.

Parecia que nada poderia piorar quando o ar do banheiro começou a ficar mais quente. Muitos banheiros chiques tinha essa capacidade de mudar a temperatura, principalmente em saunas que era mais utilizado. Era logico que um banheiro de escola tão cara iria ter esses benefícios, mas aquilo estava passando de uma sauna para o próprio inverno de tão quente que estava ficando.

— Alguém me ajude, esse lugar estar pegando fogo – Gritei desesperada.

— Então deve estar acostumada – Paty falou do outro lado da porta.

— Abra essa porta imediatamente.

— Quem mandou você se meter entre mim e o Josh? Agora aguenta as consequências e não adianta gritar todos já estão nas salas e ninguém irar de ouvir.

— Você é maluca? Deixe-me sair – Falei batendo na porta.

— Isso é para você aprender a não se mexer comigo. Agora tenha um ótimo banho de relaxamento – Saiu rindo com algumas garotas.

Isso realmente não poderia estar acontecendo comigo. O ar estava ficando cada vez mais difícil de respirar e comecei a perder as forças das pernas que estavam me abandonando numa hora dessas. Tentei procurar meu celular mais tinha deixado no armário como caso de segurança já que eu era desastrada e poderia deixa-lo cair no vaso ou na pia.

Acabei deitando no chão não aguentando o peso do meu próprio corpo desesperada por algum ar. Tudo começou a girar quando ouvir passos no corredor queria poder gritar e pedir ajuda mais minhas forças já estava acabando. E sem mais nem menos mergulhei em um mundo escuro e quente, perdendo os sentidos, desmaiei.

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Nunca pensei muito em como iria morrer, as pessoas falavam muito e não sabiam quase nada. Quando eu tinha dez anos, a melhor amiga de minha mãe acabou falecendo devido um câncer no útero. Minha mãe chorou por dias, mas disse que sabia onde ela estivesse agora estava feliz e sem dor, estava em um lugar seguro e calmo onde nada mais poderia lhe fazer mal.

Era assim que eu me sentia agora, segura em algum lugar que não conseguia enxergar já que estava tudo preto, mas onde eu ouvia vozes que falaram baixinho.

— Acha que ela vai ficar bem, Mãe? – Perguntou uma voz familiar e preocupada.

— Graças a você, ela vai ficar bem – Respondeu uma voz carinhosa.

— Eu vou acabar com a Paty e suas amigas.

— Fique calmo nada de ruim aconteceu, graças a Deus.

— Mas podia ter acontecido. Eu não me perdoaria se eu não tivesse a encontrado a tempo.

— Mas você a encontrou. E me deixou muito orgulhosa.

— Eu não sei o que sinto por ela, mãe.

— Eu sei, e tenho certeza que logo você irar descobrir também.

O silencio veio mais uma vez, me desligando seja lá onde é que eu estava. E sem pensar fui apagando mais uma vez e esperando a morte vim me buscar.