Um cara mau escrita por Miss Birth


Capítulo 9
Acerto de contas


Notas iniciais do capítulo

Vejam quem ressuscitou! :) Entre trancos e barrancos... Rs Me perdoem pela demora, mas houve uma série de imprevistos e um momento de escuridão na minha cabeça... Espero que apreciem o capítulo!



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—“O que você está fazendo aqui?”, Natasha perguntou, com uma expressão ilegível no rosto.

—“Er... O-oi, Nat.”, Bruce se limitou a dizer após fechar a porta.

Romanoff franziu o cenho.

—“Qual é? Vai ficar parado aí feito um palerma? Gaguejando desse jeito?”, ela disse, usando o tom de voz mais intimidador que conseguia.

—“Eu quero explicar tudo.”, ele firmou a voz e permaneceu sério, sem dar um mínimo passo.

—“Eu já entendi tudo. Acredite.”, ela retrucou com rispidez.

—“Posso ao menos me desculpar? Claro, se você quiser me perdoar.”

—“Que eu saiba o perdão é dado para quem erra.”

—“E foi exatamente isso que eu fiz. Eu errei com você, Natasha.”, Bruce insistiu.

—“Não, não errou.”, disse ela, indiferente. “Não há nada entre nós que nos faça dever satisfações um ao outro. Você tomou sua decisão. E eu não tenho a ver com isso.”

As palavras frias de Romanoff lhe cortaram o coração em pedaços. Então era isso? Não havia mesmo nada entre eles?

—“Está se ouvindo?”, ele perguntou. “Tem noção do que está me dizendo agora? Eu vim aqui só para me redimir e você simplesmente diz que não tem nada a ver comigo?”

—“Ah, deixa eu ver se entendi. Você voltou de sabe lá onde por minha causa?”, instigou Natasha.

—“Tá legal, eu voltei à torre há dois dias e sem nenhuma intenção de procurar qualquer um de vocês.” Bruce explicou calmamente. “Tony me hospedaria até que eu encontrasse um lugar melhor pra viver, longe da confusão desse mundo...”

—“Então, Tony sabia que você estava aqui o tempo todo e agiu como se não soubesse de nada? Vocês se merecem mesmo!”, Natasha falou, puxando sua bolsa de debaixo da cama e jogando seus pertences de qualquer jeito dentro da mesma. “Boa sorte com sua fuga covarde, Dr. Banner. E me faça um favor: esqueça que existo.”

Ela saiu bruscamente do quarto, fechando a porta com toda a sua força. A essa altura, Steve e Tony estranharam o baque vindo do corredor e então subiram as escadas para conferir o que estava acontecendo. Deram de cara com Natasha, furiosa e com os olhos marejados.

—“Romanoff, tudo bem?”, Tony perguntou, segurando-a pelo pulso.

—“Por que não pergunta para o seu melhor amigo, Stark?”, ela respondeu em seco.

—“Como assim?”, Steve indagou. “Natasha, o que aconteceu?”

—“Te espero no quinjet, Rogers.”, ela se limitou a dizer, soltando-se da mão de Tony.

—“Não entendo... Do que ela está falando, Tony?”

—“Eu prefiro te mostrar.”, ele respondeu. “Vem aqui.”

Ambos entraram no quarto rapidamente e encontraram Bruce sentado sobre a cama, sua cabeça baixa e os óculos jogados no chão. Seus olhos avermelhados indicando que ele estava prestes a chorar.

—“Banner? O que faz aqui?”, Steve perguntou. “Você sabia disso o tempo todo, Stark?”

—“Sabia.”, Tony admitiu. “Bruce voltou um dia antes de vocês chegarem. Ele me pediu para não falar nada.”

—“É verdade, Steve.”, Bruce assentiu. “Tony não tem culpa. Eu é que sou um idiota.”

—“Claro que ele tem!”, Steve olhou seriamente para Stark. “Perguntando se tínhamos notícias sobre você na maior cara de pau. Qual o seu objetivo com isso? Se for mais uma de suas piadinhas, saiba que não tem a mínima graça.”

—“Em minha defesa, eu sabia o que estava fazendo, tá bom, Picolé?”, Tony retrucou. “Nunca concordei com essa ideia de Bruce ir embora. Ele é parte de nós. Era questão de tempo para que eu ajudasse os dois pombinhos a se reconciliarem.”

—“Muito obrigado, Tony.”, Banner falou, sarcástico.

—“E agora isso vai ser um milhão de vezes mais difícil de acontecer...”, Steve concluiu. “Essa bola de neve tá cada dia maior. Pesada demais pra alguém empurrar... Até pra um sujeito grande e forte.”

—“Eu entendi a referência, Capitão.”, Tony brincou. Um sorriso fraco surgiu na face de Banner.

—“Senhor?”, Sexta-feira chamou. “A srta. Romanoff acabou de deixar a plataforma a bordo do quinjet. Destino: base dos Vingadores.”

—“Essa não...”, Tony exclamou.

—“Lá se vai meu transporte para casa.”, Steve disse, tirando o celular do bolso. “Vou ligar para Hill.”

—“Não será preciso.”, Stark disse, impedindo-o de telefonar. “Nós te levaremos de volta, Capicolé.”

Bruce o olhou, intrigado.

—“Nós?”

*****

—“Torre de controle, Jet 561 se aproximando da pista de pouso. Esperando autorização para aterrissagem. Câmbio.”

—“Aqui é a Torre de controle, identifique-se, piloto. Câmbio.”

—“Romanoff, Natasha Alianovna.”

—“Natasha?”, perguntou Maria Hill, que estava operando a torre da base naquela noite. “Seu voo não está na lista.”

—“É uma emergência, Hill.”, ela disse.

—“Quem é seu co-piloto?”

—“Sexta-feira.”

—“Onde está o Rogers?”, Hill indagou. “O diário de voo dessa nave registrou os nomes de vocês dois no sistema.”

—“É uma longa história. Posso lhe contar quando eu estiver no solo.”, Romanoff respondeu. “Estou ficando enjoada de circular sobre a base.”

—“Certo. Jet 561, aterrissagem autorizada. E é melhor que sua história seja boa, agente Romanoff.”

Natasha pousou o quinjet na plataforma do prédio, apanhou suas coisas e saiu em direção ao seu dormitório. O corredor estava vazio e silencioso, bem como a cozinha e a sala de convivência. Provavelmente, todos já desfrutavam de suas camas após um dia puxado de treinamento. O que era motivo para comemorar, pois ninguém, além de Hill, saberia de seu retorno repentino e sem Steve.

—“Nat? Estou entrando.”, Maria avisou enquanto abria a porta do quarto.

—“Você não deveria ficar na torre de controle?”, ela murmurou de debaixo dos lençóis.

—“Rhodey e Visão vão cuidar de lá por esta noite. Você está bem?”, Hill sentou-se sobre a cama, oferecendo-se para escutá-la como uma amiga íntima.

—“Chateada.”, Natasha adiantou. “Aceitei ir à Nova Iorque com Steve pra tentar me distrair... E me ferrei.”

—“O que houve lá?”

—“Okay... Tivemos um dia incrível, daqueles que te fazem pensar em largar tudo para ser uma pessoa normal. Voltamos para a torre e me deparei com Bruce no meu quarto.”, ela explicou, curta e grossa.

—“Bruce?”, Hill perguntou, incrédula. “Banner em Nova Iorque? Stark sabia disso, não é?”

—“Claro.”, confirmou Natasha. “Aquele cretino ainda fez questão de nos perguntar sobre o paradeiro dele.”

—“Mas por que Rogers não veio com você?”

—“Vai ver ele estava matando a saudade do Bruce.”, ela ironizou.

—“Ou quebrando a cara do Tony.”, Hill completou. Ambas sorriram. “Enfim... Você sabe que a probabilidade de Stark e companhia estarem aqui amanhã é de 101%, não sabe?”

—“Sim, tenho total consciência disso.”, Romanoff assentiu.

—“O que vai fazer?”

—“Não sei... Terei a noite inteira para pensar.”, respondeu ela, amaciando o travesseiro sob sua cabeça. “Aliás, ainda tem alguma vaga na torre de controle?”

*****

Tony concentrava-se na tarefa de conduzi-los até a base, Bruce andava impacientemente de um lado para o outro no compartimento de carga da aeronave e Steve o acompanhava com um olhar sério do banco onde estava sentado desde a decolagem. Nenhum dos três proferiram uma palavra sequer até o momento em que chegaram ao complexo, recebidos por Wanda e Sam.

Atendendo ao pedido de Natasha, Hill tomou conta da aula de tiro no lugar da ruiva, que optou por acompanhar outros colegas na torre de controle.

—“Achei que você gostava de ficar lá em baixo, ensinando os novatos...”, Rhodey comentou.

—“É bom dar um passeio por outros setores de vez em quando...”, ela retrucou.

—“E o Steve? Não o vejo desde que partiram para Nova Iorque.”

—“Ele está bem.”

—“O que Tony queria com vocês?” Natasha se sentia cada vez mais desconfortável com tanta curiosidade.

—“Olha, James, eu não quero ser rude. Mas não estou a fim de falar sobre isso agora, okay?”, ela disse, sabendo que ele estranharia a recusa, porém não ousaria continuar falando.

—“Me desculpe.”, ele respondeu. “Eu é que fui rude por incomodá-la com tantas perguntas.”

—“Desculpem-me por interrompê-los, mas a srta. Hill informou que todos devem encontrá-la ao meio dia no refeitório do último andar.”, Visão comunicou.

—“Você sabe do que se trata?”, Natasha perguntou.

—“Não, srta. Romanoff.”, ele negou.

—“Isso cheira a catástrofe.”, Rhodes murmurou.

—“É uma boa alternativa, tenente coronel.”, Visão falou. “Visto que o sr. Stark, o capitão Rogers e até o Dr. Banner voltaram a base, presumo que estamos lidando com alguma ameaça.”

—“Banner está de volta?”, perguntou James, que havia passado a noite inteira monitorando a torre, porém não viu quando seus amigos pousaram sobre a pista porque saiu rapidamente para buscar um café no início da manhã.

—“Com Stark e Rogers.”, Visão repetiu.

Natasha suspirou, levando suas mãos até o rosto num gesto de irritação.

—“Definitivamente, isso é uma catástrofe.”


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Notas finais do capítulo

Um pouquinho de ação nos próximos capítulos... Aguardem!



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