Um cara mau escrita por Miss Birth


Capítulo 8
Impressão minha?


Notas iniciais do capítulo

Tarda, mas não falha! Rs'
Boa leitura!



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—“Pra quê um mapa turístico? Achei que conhecesse Nova Iorque, Capitão.”, Natasha comentou, ao observá-lo virar a grande folha de papel enquanto se situava pelo emaranhado de ruas da cidade.

—“Eu conhecia.”, respondeu ele. “Há quase cem anos. Só que não existia nem metade desses lugares e o trânsito era menos agressivo.”

—“Pra onde vamos?”

—“Que tal o Central Park?”, Steve sugeriu. “Ouvi dizer que tem um zoológico lá.”

—“Zoológico? Não sabia que gostava de animais.”, ela respondeu, um tanto surpresa.

—“Você não?”

—“Nunca parei para admirá-los, na verdade.”, explicou Natasha. “Você sabe... Minha vida é bem distante dessa realidade.”

—“Entendo. Quando acordei, Fury me disse para sair por aí, conhecer o mundo. Aproveitar a segunda chance que a vida me deu.”, disse ele.

—“Foi o que você fez?”

—“Nos primeiros três dias. Adivinhe o resto.”

—“Sentiu saudades do quartel, não é?”

Steve assentiu.

—“Não fui para um quartel, exatamente. Mas o saco de pancadas virou meu melhor amigo. E foi assim até o dia em que me recrutaram para ajudar a encontrar o Tesseract.”

—“Te enganaram,  Rogers.”, Natasha falou, referindo-se a invasão Chitauri.

—“Ainda bem que fizeram isso.”, retrucou ele. “Toda ajuda foi bem vinda na hora H.”

—“É...”, ela concordou, lembrando-se daquele dia. “Agora dirija, rumo ao Central Park. O tempo do parquímetro chegou ao fim.”

Steve conduzia tranquilamente, trocando várias palavras com Natasha pelo caminho.

—“Nat?”, ele chamou.

—“O que foi?”

—“Não acha melhor irmos primeiro ao shopping? Podemos comprar umas coisas e até almoçar por lá.”

Romanoff sorriu e Steve a olhou confuso.

—“Qual o problema?”

—“Nada.”, ela respondeu. “Me lembrei da última vez em que fui a um shopping com você.”

—“Aquela em que nos beijamos?”, ele perguntou. “Fazia parte da missão, Nat.”

—“Nem tanto.”, disse ela. “Você sabia que eu tava dando mole.”

—“Dando mole? Não me leve a mal, mas eu só sabia que estávamos fugindo de uns capangas da HYDRA.”, Steve falou, sem tirar os olhos da rua.

—“Vai me dizer que não gostou do beijo?”

—“Gostei.”, ele confessou. “Foi consolador.”

Ela o olhou séria, fingindo estar decepcionada.

—“Qual é, Viúva? Você também ficou em choque quando soube que trabalhávamos para a HYDRA. E Nick estava morto, supostamente.”, Steve tentou justificar.

—“Não mais do que fiquei quando percebi que havia beijado um velho de noventa e cinco anos.”, ela provocou. “Não senti nenhum consolo.”

—“Hahaha.”, respondeu ele, forçando sua risada. “Muito engraçado, Romanoff.”

*****

Sexta-feira comunicou a Bruce que Tony estava o esperando no laboratório, por isso ele prontamente se dirigiu para lá. Como sempre, o amigo se encontrava concentrado no conserto de alguma peça de sua armadura, fazendo breves anotações num bloco de papel que ficava sobre a bancada.

—“Começou a festa sem mim, Tony?”, Bruce disse, apanhando seu jaleco pendurado num cabide próximo a porta.

—“Não, isso não.”, Stark respondeu. “Dos meus trajes cuido eu.”

—“Ainda bem. Não entendo nada disso.”, ele apontou para a profusão de fios que formavam os circuitos eletrônicos onde Tony habilmente trabalhava.

—“Mas entende daquilo.” Tony acionou uma tela holográfica que tomou conta de quase toda a sala. “Conheça o hardware do projeto Visão.”

Bruce endireitou os óculos no rosto, se aproximando da representação virtual.

—“Está falando sério?”, perguntou ele.

—“É óbvio.”

—“Isso parece uma cadeira elétrica, Tony.”

—“Porque é uma cadeira elétrica, bobão.”, Tony retrucou. “Só que não frita os miolos de ninguém.”

—“Quer usar a eletricidade convencional para seu novo projeto Frankstein?”, Banner questionou. “Não é meio antiquado?”

—“Veja isto. Consegui baixar do laboratório da Helen Cho, digamos, um manual de instruções a respeito do corpo do Visão.”

—“Isso é incrível.”, ele comentou ao dar uma olhada rápida nos arquivos exibidos pelo holograma. “E arriscado.”

Tony revirou os olhos.

—“A nossa própria existência é arriscada, Bruce. Vai dizer que tá com medo do que estamos fazendo aqui?”

—“Contou para o capitão sobre essa história de upgrade?”

—“Farei isso hoje a noite, depois do jantar.”

—“E se Visão não quiser ajudar?”, Bruce indagou.

—“Um problema de cada vez, irmão.”, Tony respondeu, fechando as janelas virtuais. “Vamos começar pelo início. Você entende de bio-orgânica; trate de aprender sobre o funcionamento do cérebro da nossa ‘cobaia’.”

—“Tudo bem.”, ele concordou, sentando-se em frente ao computador. “E o que você vai fazer?”

—“Vou começar a trabalhar no novo sistema de processamento da Legião de ferro.”, respondeu Tony. “Antes, vou buscar uma bebidinha pra gente. Já volto, grandão.”

*****

—“Não acredito que você comprou mesmo uma camisa dos Vingadores.”, Natasha repetia sem parar, rindo da atitude de Steve. “Vai se disfarçar de fanboy e ficar pedindo autógrafos na frente da torre?”

—“Qual é, Natasha? Admita que é uma estampa legal.”, ele se defendeu. “Aposto que todo mundo vai querer uma quando me verem usando.”

—“Tem razão, Capitão Fanboy.”, ela concordou. “Então, alguma pista sobre o motivo de nossa vinda a Nova Iorque?”, perguntou, sem conter sua curiosidade. Stark ainda não havia dito nada sobre a tal novidade em que estava trabalhando desde a chegada deles na cidade.

—“Não, não faço ideia do que se trata.”, ele disse. “Pelo menos dessa vez ele está compartilhando conosco.”

—“Pelo que parece, depois do ‘safado de platina’ ele aprendeu a lição.”

Ambos riram.

—“O que quer almoçar, agente Romanoff?”

—“Sei lá... Comida caseira, que tal?”, ela sugeriu.

—“Bom, aqui só enxergo loja de hambúrgueres e fritas.”, Steve observou, olhando rapidamente ao seu redor. “Sabe de algum lugar onde possamos ir?”

Natasha parou para pensar um pouco.

—“Hum... Clint uma vez me falou sobre um restaurante no Central Park. Deve ser legal.”

—“Ah, okay. Vamos unir o útil ao agradável.”

—“Próxima parada, restaurante chique no Central Park.”, ela brincou, entrelaçando seu braço ao dele e seguindo para o estacionamento.

Por sorte, o parque se localizava a apenas quatro quilômetros do lugar onde estavam. Apesar da lentidão do tráfego, devido ao horário de pico, onde pessoas iam e vinham freneticamente pelas ruas ou nas calçadas, Steve conseguiu aproveitar todas as chances de ultrapassar motoristas confusos e até sonolentos. Como ele mesmo dissera, em 1943, Nova Iorque ficava bem longe dessa agitação toda.

—“The Loeb Boathouse.”, Natasha leu na placa charmosa que ficava na entrada do restaurante. “Encontramos!”

—“Nada mau para uma espiã.”, Steve brincou. “Conseguiu localizar direitinho usando seu aparato tecnológico de última geração: o GPS.”

Natasha sorriu; como tantas vezes naquele dia.

—“Onde está sua bússola? Se ficarmos sem bateria, meu ‘aparato tecnológico’ será apenas um peso no meu bolso.”, retrucou.

Era estranho notar que seus rostos tão conhecidos – Capitão América e a Viúva Negra, pareciam passar despercebidos pelos transeuntes. Acreditar que não estavam sendo reconhecidos não fazia sentido; talvez as pessoas tivessem entendido que ambos só queriam desfrutar de um dia de folga e lazer, longe da confusão do mundo e seus problemas.

A refeição que escolheram estava deliciosa, do jeitinho que Natasha desejava, com gosto de comida feita em casa. Steve se esforçou para selecionar um bom vinho e até pediu para que a banda musical do bistrô tocasse algumas músicas de sucesso nos anos 30 e 40. Conversas divertidas aconteceram por toda a tarde, assim como fotos engraçadas no zoológico, um quase naufrágio no passeio pelo lago e manchas acidentais de sorvete nas roupas. O sol se pondo no horizonte, pessoas felizes na grama e a sensação de dever cumprido permeando entre ambos.

—“Que pena!”, Natasha murmurou, totalmente jogada no banco do carro.

—“Por quê?”, Steve perguntou. “Não queria que o dia terminasse, não é?”

—“Por um lado sim. Estou exausta! Por outro... Começaria tudo de novo. Foi maravilhoso!”

—“Que bom que você gostou!”, disse ele, sorrindo orgulhoso. “É importante se divertir de vez em quando.”

—“É, sim.”, ela bocejou, aninhando-se devagar. “Você é um grande amigo, Rogers. Obrigada por me aguentar por mais de dez horas seguidas. Te devo uma.”

—“Não tem de quê. Você é uma ótima companhia para bater pernas por aí. Não dorme aí, não. Já estamos chegando, Nat.”, avisou Steve.

Poucas quadras do parque e os dois voltaram à torre, guardando o carro oferecido por Tony em seu lugar na “humilde garagem” do edifício e tomando o elevador rumo ao último andar. Stark provavelmente estava no quarto se aprontando para o jantar quando eles adentraram o apartamento silencioso. Steve também foi para o seu e Natasha andou até a cozinha para beber um copo d’água antes de se arrumar. O cômodo lhe pareceu esquisito, como se mais alguém além deles estivesse ali. Ela deu de ombros e finalmente subiu as escadas em direção ao dormitório. O pequeno corredor também tinha outro ar. “Isso é coisa da minha cabeça.”, ela pensou. “Não tem nada aqui. Deve ser impressão minha.”

Romanoff abriu a porta devagar, indo com cuidado à cama. Tudo no lugar; mas havia um cheiro familiar invadindo suas narinas. Um passo pode ser ouvido atrás dela, que se virou repentinamente. Não podia ser verdade o que estava diante de seus olhos.

—“Bruce?”


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Notas finais do capítulo

Alguém tá ferrado... :D
Até mais, gente!



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