Um cara mau escrita por Miss Birth


Capítulo 16
Contingências


Notas iniciais do capítulo

Me sinto envergonhada por ter demorado tanto pra atualizar... Mas por bons motivos, minha gente! Fiz e refiz tantas vezes esse capítulo... Essa é a versão que me agradou em tudo. Espero que gostem! Boa leitura! *.*



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— “Sexta?”

— “Sim, chefe?”

— “Faça uma varredura num perímetro de três quilômetros ao redor da torre.”, Tony ordenou. “Localize qualquer pedaço de metal que possa tentar nos liquidar.”

— “É pra já!”

— “Quantos membros da nova Legião de Ferro foram levados do complexo?”, Rhodes perguntou, postando-se em posição de guarda ao lado de Tony, enquanto Sam cobria o outro lado.

— “Havia quinze trajes no depósito.”, Stark falou. “Nove foram danificados durante a luta no gramado, isto é, esperamos contar com seis restantes para dificultar um pouco o nosso trabalho.”

— “Embora vise nossa autodestruição”, Rhodes disse, “Ultron não abriria mão de seus guarda-costas já que pretende se apossar do corpo do Visão.”

— “Ele sabe que cedo ou tarde viríamos à luta.”, Sam completou. “E estragaríamos mais uma vez sua balela de extinção global.”

— “Vocês não poderiam estar mais corretos.”, Sexta-feira falou. “Dois legionários lá em cima, dois na entrada da torre e dois indo de volta ao complexo, chefe.”

— “Filho da mãe!”, Tony gritou. “Steve? Clint? Alguém na escuta?”

— “Hill?”, Rhodes chamou, porém nenhuma resposta veio. “Droga! A casa está desmoronando de todos os lados!”

— “Alguém deveria voltar para ajudá-los, Tony.”, Sam falou.

— “Eu vou.”, Rhodes decidiu. “Pegando um atalho chegarei lá num instante.”

— “Tome cuidado, cara.”, Tony disse. “Avise-nos se a coisa azedar. Não que eu acredite que estejamos melhores aqui.”

— “Vamos vencer, Tony.”, James fechou o capacete de sua armadura e ligou os propulsores. “Vamos vencer.”

— “Como Sexta-feira costuma dizer”, Tony olhou para o alto, mirando no topo da torre, “você não poderia estar mais correto, parceiro.”

*****

— “A boa notícia é que não houve fratura grave, Gavião.”, Banner imediatamente anunciou ao checar as imagens na sala de ressonância magnética. “Terei de imobilizar sua perna para evitar que o estrago fique maior, mas em poucos dias estará em forma novamente.”

— “Triste.”, Clint fez careta ao tentar levantar-se da maca sem ajuda. “Achei que ganharia uma perna nova com aquele brinquedinho maneiro da Cho.”

— “Não contaria muito com isso agora.”, Bruce respondeu.

— “Não sejamos tão céticos.”, Capitão disse ao trazer Clint para fora do aparelho. “É claro que não vai ser fácil, mas vamos conseguir pôr as coisas nos eixos novamente.”

— “Conto que dessa vez cidade nenhuma caia do céu.”, Clint deitou-se sobre a maca que o levara até ali. “Imaginem Nova York numa brincadeira dessas?”

— “Prefiro não pensar nessa possibilidade.”, Bruce desligou os equipamentos antes de deixarem a sala. “Por aqui, Steve. Vamos levá-lo à enfermaria aonde Wanda está.”

— “Ué, não seria mais fácil voltarmos para onde estávamos?”, Rogers questionou.

— “Não é necessário mantê-lo numa ala de alta complexidade com um machucado desses. Além do que precisamos dar privacidade ao paciente internado lá.”, o doutor pressionou o botão do elevador.

— “Nat não parecia incomodada por estarmos lá.”, Steve falou.

— “Mas ele está, não está, Bruce?”, Clint indagou.

— “Por que eu estaria?”, o doutor se pôs na defensiva.

— “Todo mundo viu o elefante no meio da sala, meu caro.”, Barton apoiou-se sobre os cotovelos para encará-lo enquanto falava. “Até quando vão ficar nisso?”

— “Nisso o quê?”

— “Qual, é? Tem PhD em áreas que não sei nem mesmo pronunciar mas não faz ideia de como tratar uma mulher?”, Clint disparou. “Essa sua hesitação entrega tudo, parceiro.”

— “Entrega tudo?”, Bruce era realmente lento nesse tipo de assunto.

— “Lembra do que te falei na torre outro dia?”, Steve o olhou. “Não está cometendo nenhum crime por gostar dela, doutor.”

— “Tem certeza?”, ele perguntou. “Só porque não está descrito na constituição federal, não significa que seja moral.”

— “Vai discursar sobre isso?”, Capitão ergueu uma sobrancelha em desafio.

— “Sim, se isso os fizer entender o meu lado aqui.”, Bruce endireitou os óculos. “De onde vêm as leis, senão dos princípios éticos de uma sociedade? Simplesmente acordamos e decidimos que assassinato é crime? Ou partimos do princípio de que não temos o direito de decidir por tirar a vida de outro ser humano?”

— “Onde quer chegar com isso?”, Clint fingiu bocejar, o que fez Steve lançar-lhe um olhar de reprovação.

— “Estamos no meio da questão e vocês se provam inteiramente incapazes de compreender.”, o doutor debochou. “Por que lutamos para impedir Ultron? Vamos lá, me digam.”

— “Porque não cabe a ele decidir o destino de ninguém.”, Steve disse.

— “Precisamos de uma lei escrita e registrada para chegar a essa conclusão? Não, é claro que não. Nosso senso moral fala mais alto.”, Bruce e Steve empurraram a maca para dentro do elevador. “E é o que acontece no meu caso, rapazes. Nenhuma lei me impede de tê-la ou de amá-la. Porém, minha bússola moral aponta para um norte onde seria egoísmo e até mesmo hipocrisia engatar um relacionamento tendo ciência da minha condição instável. Justamente por amá-la eu decidi me afastar…”

— “Desculpe-nos, Banner, não queríamos…”, Rogers foi interrompido quando, repentinamente, o elevador fora atingido por cima e as luzes se apagaram.

— “Nós vamos morrer!”, Clint tapou os olhos, temendo pelo efeito que o susto teria sobre Banner.

— “Estamos bem!”, Steve tocou no ombro de Bruce, que começou pôr em prática seus métodos pessoais de relaxamento a fim de diminuir os próprios batimentos cardíacos e evitar o pior. “Não estamos?”

— “É claro.”, Bruce inspirou profunda e compassadamente. “Vamos ficar bem.”

— “O que foi isso?”, Barton perguntou.

— “A fonte emergencial de energia caiu.”, Capitão explicou. “Vejam, o painel está em curto circuito.”

— “Significa que…?”

— “Temos companhia!”

*****
Eu vou provar para vocês,
Boneco eu sou, mas sou assim.
Quem quiser me examinar,
Não há cordões em mim.

Não há ninguém que faz minha movimentação
E essa é a minha voz,
Não é voz de outro não.

Eu vim aqui fazer um show,
Boneco eu sou, mas sou assim.
Quem quiser me examinar,
Não há cordões em mim.

 

— “Você não cansa dessa musiquinha irritante não, meu filho?” - Tony debochou ao encontrar Ultron cantarolando enquanto pressionava um antigo teclado de computador a frente de uma tela holográfica. A visão mais hilária que teve em muito tempo. - “De onde descolou a prancha de surf automatizada? Ah, já sei, o touchscreen não reconhece os toques 'macios’ desses dedinhos metálicos, não é? Podia estar usando os comandos holográficos, caso Sexta-feira não os tivesse desativado de primeira mão.”

— “Este é um dos pouquíssimos exemplos de que regredir pode ser benéfico em determinadas situações.”, Ultron respondeu, mas sem deixar de fazer o que estava fazendo. “Como chegou tão rápido até aqui?”

— “Achou mesmo que eu não criaria um plano de contingência depois do que houve na minha festinha de comemoração?” - Tony sentou bem próximo a uma parede secreta aonde mantinha os protótipos que prometera mostrar ao resto da equipe alguns dias antes.

— “Ah, Tony.”, o que parecia ser um sorriso macabro se formou nas peças articuladas do rosto de Ultron e seus olhos brilhavam mais vermelhos do que nunca. “Como se sente por ser tão brilhante em meio a um mar de pessoas que mal sabem a diferença entre a esquerda e a direita?”

— “Um elogio?”, Tony franziu as sobrancelhas. “Vai chover bastante nos próximos dias… Enfim, vamos parar com a bajulação. Onde está o Visão?”

— “Não está aqui.”, pela primeira vez o grande traje de metal virou-se na direção de Tony, o deixando em posição de alerta. “Pode vasculhar o laboratório, estou falando a verdade.”

— “Stark?”, Falcão o chamou pelo intercomunicador. “Três legionários foram desativados com seu dispositivo de controle remoto superior, aliás, que nome cafona! Parece que voltamos aos anos 90.”

— “Mas não eram quatro?”, ele ignorou o comentário de Sam. “Sexta?”

— “Há um grande fluxo de energia vindo do subsolo número três da torre, senhor.”, Sexta-feira avisou. “Não se trata do funcionamento padrão do reator Ark e sim do berço regenerador trabalhando numa espécie de cópia do Visão.”

— “Cópia?”

— “Viu só? Não menti quando disse que ele não estava aqui!”, Ultron parecia tranquilo demais para um robô de feição assassina.

— “Só vou perguntar mais uma vez”, Stark travou a mira no corpo metálico de Ultron. “Cadê o Visão?”

— “Enquanto enrolamos por aqui, meu caro, seu tão estimado sintozoide faz meu trabalho sujo.”, ele respondeu. “Achou mesmo que eu não teria meu próprio plano de contingência?”

Ultron ‘sorriu’ novamente ao notar a imobilidade de Tony diante da revelação implícita em suas palavras.

— “Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro.”


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Notas finais do capítulo

Então...?



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