Five Nights at Freddy's: Sister Location escrita por Melehad


Capítulo 13
Capítulo Doze: Desaparecido


Notas iniciais do capítulo

Estava dando uma lida nas minhas fanfics de FNaF antigas - que eu juro que algum dia eu irei melhorar aquela gramática horrorosa - e senti uma imensa saudade dos meus personagens antigos. Mesmo escrevendo essa fanfic que é "Five Nights" eu não consigo tirar a nostalgia de meu peito ao ler os nomes Charles Fazbear, Carlos Taylor, Fritz Smith, ... novamente.

Easter Eggs no capítulo.



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Comparado com os dias anteriores que mantinham seu aspecto parcialmente nublado, este dia demonstrava nuvens carregadas e prontas para desaguar sobre essa terra seca que é o estado de Utah. Este lugar desértico não chovia faz uns meses acarretando em um ambiente quente de dia e frio de noite. Mesmo assim, os moradores amam essas terras assim porque este é seu lar.

— Acho que agora chove... — Mike estava debruçado na janela de sua sala de estar observando o céu carregado que não cedia uma gota para este lugar. As nuvens passavam cheias, mas não desaguavam. A meteorologia afirmava: Vai chover! Só que nada acontecia na cidade palco dessa história e nem em muitas partes desse estado.

Mike estava esperançoso com a água que desceria dos céus, ele estava sorrindo e mesmo que gostasse um pouco do clima aquecido pedia que a friagem de uma boa chuva surgisse na cidade para acalmar a todos.

Ele saiu de sua janela observando em seu pulso o relógio digital o horário de nove horas e dois minutos da manhã com seu clássico olhar sério pensando no que ocorrera no dia passado. Mike estava com seu pensamento preso à Dilan que lhe pediu o endereço de onde se encontrava o sócio de Henry e depois de dar o local o jovem não deu notícias, principalmente por se tratar do homem que gosta das crianças. Ele estava pronto e arrumado para sair. Usava sua tradicional jaqueta de couro bem estilo anos cinquenta por cima de uma blusa comum cinza escura, tinha engraxados os sapatos adequadamente, porém era perceptível que havia manchado sua calça jeans na ponta com a graxa.

Era mais ou menos nove horas e vinte minutos quando a cabeça de Mike voltou de seu mundo imaginário onde criava várias coisas relacionadas com o sumiço de Dilan como, por exemplos, Afton teria o nocauteado, ele poderia ter perdido o controle, entre outras coisas. Ele nunca confiou plenamente em William, claro, ele era seu chefe quando trabalhava na Fredbear’s e teria que manter respeito a ele, porém ele sempre sentiu algo estranho no comportamento do homem e não era a razão ligada a ele sempre usar uma gravata da cor roxa, e sim algo mais sombrio. Todos os funcionários do restaurante depois de seus expedientes finalizados e com tempo sobrando para o término do dia ficavam no vestiário conversando sobre os mais variados assuntos e Mike era um desses funcionários. Uma vez um amigo de Mike, um homem alto, com cabelos pretos e uma barba rala, comentou com os outros funcionários sobre o que ele chamava de "Mistério de Afton", onde ele revelou coisas consideradas estranhas sobre o sócio que às vezes perambulava pelo estabelecimento conversando consigo mesmo e em determinada hora voltava à área principal para observar as crianças e encarar uma pessoa em especial, o amigo de Henry, que foi revelado à Mike que era Dilan.

Afton e Dilan sempre tiveram um problema em comum, seus lados opostos do tabuleiro e na vida. William demonstrava ser uma pessoa tranquila, amante de brincadeiras, alegre e um exímio intelectual relacionado aos negócios, tal que Henry o escolheu para isso. Dilan sempre foi uma pessoa séria, não gostava de muitas coisas relacionadas à diversão, sempre foi conservador até demais e claro, nunca confiou no sócio por sentir uma falsidade em seu temperamento. Mas nem sempre foi assim. Quando Dilan foi apresentado ao jovem William eles até conversavam e às vezes compartilhavam amizade, porém tudo mudou de repente. A cada ano que se passava o jovem sentia que o parceiro de mecânica de Henry estava cada vez mais diferente e meio paranoico, particularmente após o acidente...

Quem você acha que sofreu o primeiro acidente nas springlocks? Mas o que está presente na mente do jovem Dilan não era que Afton havia enlouquecido de vez ao ser acidentado pela criação do pai da robótica e sim que ele queria cada vez mais se aproximar das criações de Henry depois de seu acidente. Ele praticamente gostou do que as máquinas poderiam fazer, mesmo que aquilo tenha sido um acidente ele viu algo que ninguém entende naquelas peças conjuntas. Era uma paixão, tanto é que ele tentou criar seus animatronics próprios só que o dom da criação foi dado a Henry e ele falhou. Tempos mais tarde, já com a ausência de seu amigo por causa do filho desaparecido ele criou a perfeição que tanto sonhava misturando duas coisas que tanto amava, robôs e crianças. Foi uma felicidade tão espontânea que o tranquilizou para sempre. Seu sonho ainda não se realizou completamente, mas uma grande parte já está terminada com o nascimento de sua maior criação. Veja o que ela pode fazer! Cantar, dançar, fazer sorvete, é mesmo uma obra-prima!

Mike estava já dentro do transporte público indo para o centro da cidade quando se lembrou do amigo da cidade, Jones, e resolveu ligar para ele em busca da resposta de que Dilan estaria bem. Mike perguntou se ele estava livre para uma conversa bem longa que envolvia Dilan e a pizzaria e ao ouvir apenas essas duas e simples palavras ele logo gritou que estava de folga porque sentiu algo de estranho na fala de Mike. Eles marcaram na praça em frente à igreja principal há uns dez minutos que era o tempo necessário para que Jones saísse de sua casa com seu carro.

Jones vestiu-se em uma velocidade tão rápida que faria qualquer um questionar se ele realmente não era dotado com super velocidade. Ele pegou a primeira roupa de sair que viu em seu armário e a trajou sem ao menos passar um ferro quente para desamarrotar. Ele estava já pronto para sair quando passou um pente fino no cabelo o soltando um pouco, pegou a chave de seu carro antiquado que estava nas costas do sofá listrado e quando estava prestes a trancar a porta de sua casa para finalmente sair observou sobre a mesinha debaixo da janela de sua sala um porta-retratos. O mesmo porta-retratos que Dilan pegou e perguntou quem eram as duas crianças na foto, era Jones e seu irmão Andy.

— Não outra vez... — Jones comenta seguindo até o registro fotográfico com seus olhos ardentes em uma raiva e dor, pegando o quadro com sua mão pouco leve e o deitando sobre a madeira rústica de sua mesa de canto.

O amigo contente de Dilan, que não estava muito contente neste momento, entrou em seu automóvel já fechando a porta bruscamente e pondo a chave na ignição forçando o motor do carro que não queria nem por reza funcionar. — Porcaria! — Ele exclama girando a chave outra vez, mas o motor não pegava no tranco. — Liga desgraça! — Ele pressiona brutalmente sua mão no volante e em seguida o estapeia com a palma leve. Ao se observar no espelho retrovisor e perceber seus olhos contendo uma antipatia remoída com pequenas lascas de arrependimento por acontecidos trancafiados na memória, Jones respirou fundo esvaziando seu coração com esses sentimentos negativos e chegando ao relaxamento por razão de saber que estando nervoso nada funciona. Já com seu espírito tranquilo ele tentou mais uma vez ligar o carro. Pegou a chave e a girou tranquilamente ouvindo o ronco do motor velho, mas ainda funcionando confirmar que o carro já estava ligado.

— Vamos lá... — Ele comenta tirando o carro da calçada e seguindo pela rua movimentada por vizinhos que o cumprimentavam enquanto o carro passeava pelo asfalto liso.

Jones pegou a estrada principal após uns cinco minutos dirigindo e agora não demoraria muito para chegar ao centro da cidade, pois a mesma era bem direta e hoje não estava um fluxo parado.

Para tentar se acalmar mais um pouco ele segue sua mão até o rádio e o sintoniza corretamente a uma estação que estava pegando. Essa estação estava tocando uma música pela metade e no refrão bem no estilo dos anos quarenta com a presença de instrumentos de época como um violão, baixo e uma bateria. Era um Blues que o lembrava de anos atrás onde ouvia no gramofone de seu pai esses tipos de música.

They keep creepin’ towards... — Ele cantava o refrão quando um carro avança o sinal fechado do cruzamento enquanto o semáforo estava em sinal verde para Jones. Era um Opala preto bem cuidado que o assustou ao avançar o sinal fechado e fazer a curva seguindo para o interior da cidade.

— Onde você aprendeu a dirigir?! — Jones grita nervoso para o homem dentro do carro que retornou com um olhar sério. O mal-educado aparentava ter cabelos castanho-escuros penteados perfeitamente e usava um paletó cinza escuro por cima da blusa branca e gravata cor púrpura. Depois de o carro sair de sua vista Jones resolveu esquecer esse momento com a atitude errada do motorista e dirigir até o centro onde Mike o esperava na pequena praça.

Quando chegou à área central da pequena cidade, enquanto voltava seu olhar para as construções modestas mais uma vez, Jones reparou uma vaga perto de uma construção antiga que funcionava como uma farmácia e estacionou seu veículo lá. Ao sair sente-se cercado pelos edifícios estilo art-déco do velho centro que o causava um pouco de desconforto, ele mesmo vivendo em uma cidade interiorana, ao chegar ao movimento, começava a estranhar.

Jones sempre foi uma pessoa que preferia uma boa poltrona, uma garrafa de cerveja e o controle da televisão ao sair para lugares movimentados. Ele e sua esposa sempre foram assim. Ele pegou a mania dela que sempre foi caseira. Quando era mais jovem gostava de curtir com alguns amigos em um jogo de basquete, uma boa sinuca e até mesmo um ping-pong quando não queria as alternativas anteriores ou estava chovendo do lado de fora. Um dos motivos dele se acostumar mais com sua morada era depois de que seu filho nasceu e o jovem Jones iria dividir o tempo do trabalho com o garoto. Sempre foi um bom pai, brincava com o filho e o educava corretamente. Hoje, o menino já adolescente, agradece muito ao amor paterno e materno que recebeu que o transformou em uma pessoa de bem e com um futuro brilhante.

Ao mesmo tempo em que caminhava pelas calçadas de pedras encaixadas, pensava em sua família morando bem longe. Sua esposa se separou há mais ou menos um ano e levou consigo seu amado filho constatando na justiça que Jones não teria capacidade de cuidar de seu menino porque o salário que ganhava não comprava os seus remédios. Gabriel, seu filho, sofria de esquizofrenia em um estágio mais avançado da doença, porém com sorte seus pais conseguiram o tratar deixando os sintomas mais leves comparado com os anos anteriores. Jones até tentou lutar para conseguir a guarda de seu filho, mas Gabriel pediu para ele não brigar com sua mãe para não causar mais conflitos e o pai aceitou a vontade do filho deixando-o ir.

De longe via-se a simplória praça bem no centro dos prédios. Na frente estava uma belíssima igreja colonial bem exposta para todos, ao seu lado esquerdo outro prédio antigo, uma biblioteca pública e do lado direito era uma escola centenária onde podia perceber crianças saindo e entrando nos transportes escolares.

Bem movimentada, principalmente com alunos do colégio ao lado, a praça com pequenos pedaços em grama continha uns escorregas, trepa-trepas e balanços. Mike estava encostado em uma grande árvore florescente observando o fluxo da população na espera de Jones chegar ao local. Quando capta a presença do homem esperado se aproximando ele volta a sua posição mais formal e também vai ao seu encontro.

— O que houve? — Jones pergunta preocupado.

— Quer que eu conte a história completa ou resumida? — A resumida, mas que eu entenda garoto! — Jones responde ao mesmo tempo em que constata seu redor sentindo a brisa fresca tocar-lhe a face.

— Você já deve ter percebido que Dilan tem alguma coisa relacionada com a Fazbear’s Entertaiment e esse segredo estava bem guardado com ele — Sim, eu sei — Jones interrompe. — Toda esse envolvimento é por causa que ele está investigando o desaparecimento do filho de Henry Fazbear, onde suspeita que o criminoso seja, talvez, o seu sócio, William Afton — Interessante... — Jones comenta e percebe que Mike estava começando a ficar nervoso devido ao sentir-se culpado por levar seu amigo ao enigmático Afton.

— Ontem eu coincidi em encontrá-lo ao estar voltando para minha casa depois de fazer compras... — Eu pedi a resumida! Não precisa dizer o que você estava fazendo — Jones interrompe outra vez e Mike fica sem graça. — A questão é que ele estava meio estranho, senti isso nele. Ele queria muito achar o Afton ao mesmo tempo em que desejava parar com esta missão que estava acabando com ele — Quando o jovem comentou na missão que desgastava Dilan, Jones lembrou-se da madrugada em que viu pela sua janela o estado em que seu amigo estava. Era deprimente, sua promessa a Henry estava o transformando em alguém alienado apenas à sua missão principal, no caso, a promessa.

— Ele me contou que apenas iria conversar com William e eu até acreditei por ver em seu olhar que ele estava cansado dessa dor e iria apenas confirmar sua teoria, assim eu dei o local onde William se encontrava e Dilan não me deu notícias até agora — Você o que? — Jones se irrita.

— Eu sinto muito, eu realmente achava que nada de mais iria acontecer e até cogitei que essa demora era porque ele simplesmente não queria falar nada comigo, mas aí eu comecei a sentir um mau pressentimento horrível que estava me matando e resolvi te ligar para talvez me ajudar a por um fim nesta questão — Mike fala.

— Tudo bem, eu vou te ajudar. Eu sei por que me ligou. É porque sabia que se chamasse qualquer outra pessoa ela iria comentar que nada aconteceu e para você esperar mais um pouco que ele apareceria, porém você, Mike, é a única pessoa que sabe que eu não iria fazer isso por razão de já conhecer essa história... — Jones estava deixando seu estado nervoso dando o lugar para um sentimento de sofrimento assumir o controle.

— Não precisa falar sobre o que aconteceu, eu sei, eu estava lá. E você tem razão, eu te chamei porque você além de conhecer o estabelecimento e seu passado também é amigo de Dilan e não deixaria isso acontecer de novo em sua vida. Assim como você eu também senti muito com o que ocorreu e faria de tudo para voltar no tempo e impedir, mas como isso não pode ser possível eu farei de tudo para nunca mais acontecer com mais ninguém — Mike sorri delicadamente.

— Obrigado garoto, eu te conheci pela primeira vez nesse dia e posso deixar bem à vista que naquele momento de perda eu ganhei algo, um amigo. Um amigo bem chato, mal-humorado, mas um amigo — Ambos riram.

— Então vamos encontrar Dilan, ajudá-lo no que precisar e tirar essa ideia absurda do cabeção teimoso dele. Acredito que juntos nós podemos salvá-lo porque você sozinho não conseguiu com ele...


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Notas finais do capítulo

Será que Dilan conseguirá ser encontrado? Quem é "ele"?
Até...