Kijin Tenjigo Fanfics escrita por Iuajen


Capítulo 3
Uma cidade capital de flores no céu e a cidade capital de livros em Magnólia.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma das fics.



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Eu morri. De uma maneira injusta e ridícula. E agora me encontro rodeada de flores, rejeitando a morte, mas é apenas uma dimensão paralela. Ali estavam Remilia, Annie, e todas as pessoas importantes para mim que haviam morrido, mas elas não eram pessoas, eram árvores, grandes carvalhos. As flores eu notei, eram as pessoas mortas por mim, ou era a representação deles. O céu tinha as cores vermelho e azul, não demorou muito para eu perceber que minha magia não funcionava ali, eu estava presa, meu corpo estava morto, mas minha alma residia naquele lugar, onde tudo era calmo.

Era tão calmo que chegava ser irritante, era como se estivessem zombando de mim. Como se o meu inferno tomasse forma ali naquele lugar, e aquele pensamento não me deixou, antes imaginei que aquele seria um inferno digno para mim, ver em flores todos que matei, e ver em grande carvalhos para que nunca desapareçam da minha vista, aqueles que não pude salvar. Era realmente um inferno, era uma calmaria que não me deixava pensar em outra coisa, eu gritei por muito tempo, mas nada adiantou. Eu chorei por muito tempo, mas nada adiantou. Eu andei, e andei, corri, cai, rastejei, com o rosto sujo, esmagando a terra embaixo de mim, batendo os dentes. Nada adiantava... era realmente o meu inferno, mas... durante um ano... eu permaneci ali, não havia nada para fazer, eu não sentia fome, nem sede, apesar de todos os meus sentidos terem gritado em todos esses dias, eu podia pensar, e de repente eu parei de sofrer, foi quando eu percebi que aquilo não era o inferno. Era como disse... apenas uma outra dimensão.

Mas após um ano, vozes surgiram e eram de Patchouli, eu conseguia ouvi-la, quase ao mesmo momento que eu me senti viva, como se algo estivesse me preenchido, ou no caso eu, preenchi algo. Foi estranho, naquele momento eu estava sim viva, mas presa. Algo tomou forma em minha frente, um corpo, um demônio, ela estava caída, de bruços, mas logo que a percebi, ela se levantou, deu um bocejo, esticou os braços e coçou a bunda. Era bem parecida comigo, possuía no entanto chifres vermelhos e seus braços e pernas eram feitos de algum material... eu não saberia dizer, ela então se virou para mim e não escondeu a surpresa em me ver.

— Filha da puta...

Foi a primeira coisa que ela me disse quando sua boca se transformou num sorriso, sádico, que apenas eu conseguiria fazer. 

— Meu nome não é Simbiose caralho. Meu nome é Júpiter. Ouviu? Jú-pi-ter. Você é uma puta mesmo eim? Eu aqui quase para aparecer, depois de pegar força das suas emoções por não sei quantos anos e você vai lá e morre? Sorte a minha que você fez amizade com a Patchouli, se não eu te matava aqui de novo.

— Peraí... Júpiter? Como em Zeus? Mas Zeus não é um Deus masculino?

— Não... Othinus iria te bater se ouvisse isso... acharam que ficaria melhor homens musculosos com barbas e imponentes, coisa de homem sabe? Na verdade, na verdade Hera e Horus são o mesmo Deus... Sim, pode considerar que eu sou um Deus, não como você realmente espera... Sou apenas a essência. O que você chama de Simbiose é minha essência que age como algo vivo, consumindo energia durante alguns anos para depois se a pessoa sobreviver a um pequeno trial, ela consegue usar meus poderes, acho que você pode dizer que a habilidade que eu daria era a de Devil Slayer do Raio. AI VOCÊ VAI LÁ E MORRE ANTES DE COMPLETAR A CARALHA DO TRIAL! 

Ouvi ela gritar me dando um murro que me fez voar longe, e com a gravidade ela me fez voltar de novo e continuou assim por tempo, até se cansar... a minha sorte era que... não dava para sentir dor... e ela parecia só querer aliviar a frustração.

— Suas emoções mais fortes eram bem ruins sabia? É por isso que ao lhe dar o poder você teria um surto de emoções negativas correndo em seu corpo. 

Ela disse depois me jogando no chão e abrindo um sorriso sádico, Júpiter era praticamente eu.

— Mas é muito babaca mesmo... morreu de uma maneira tão tosca... foi tão imbecil, que eu achei que realmente não tinha acontecido na hora, morrer para alguém que não usa magia... PORRA KIJIN!

— Tá... tá... pera... antes de você continuar gritando para mim... eu to perdida... aquelas coisas que ficavam dentro de mim, eram a essência que me daria a magia de Devil Slayer do Raio... que no caso era você... e você está aqui significa que...

— Pensa mais rápido... que eu não to com saco para demora. 

Eu nem pude continuar meu raciocínio na verdade ela já estava falando de novo. 

— É... a essência foi acoplada a outra pessoa, ela ainda não acordou, você é uma alma, e pelo que eu to sentindo a pessoa que foi acoplada não possuí alma, então é como se você tivesse ganhado um novo recipiente... parabéns... graças a acasos novamente... você vai ser ressuscitada... Como é mesmo? Você morreu quatro vezes né? Se contar com a sua própria versão de Edolas.

E ela riu de forma sádica debochando de mim, mesmo que eu não tivesse dando a mínima para aquilo, ainda estava confusa. Iriam me ressuscitar? Quem? Patchouli? Mas como? Eu morri em Edolas... se a essência capturou minha alma... então quer dizer que ela foi até lá?

— É... exatamente isso que aconteceu. Só que não foi eu que capturei sua alma, sua alma se ligou aquilo, sabe aquela história de almas que não aceitam a morte e vagam eternamente pela terra? Então você é tipo isso, só que presa aqui junta comigo... o que te faz ser extremamente inconveniente... Tão mimada, mas tão mimada que nem morrer em paz consegue, tão ligada aos próprios desejos e objetivos que você prefere continuar sofrendo do que ter paz eterna.

Foi a minha vez de rir. E meus músculos do rosto quase quebraram pelo pouco uso, quase deu para ouvir um *crack*. Fazia tempo que eu não ria.

— Paz eterna? Eu? Certeza que eu iria para o inferno, onde seria recebida pelo capeta e ele faria uns esquemas muito loucos para eu voltar e causar destruição, ai eu ia tomar o lugar dele, porque ninguém com um rabinho vermelho saindo da bunda teria moral comigo por perto. 

— Bem, Hades é realmente um homem... para ser sincera... 

Ouço ela comentar sem ligar muito para a minha fala e dar uma risada junto.

— Bem, daqui a pouco você vai voltar para o seu corpo, a coisa é que sua mente vai estar diferente. Você não vai ter as magias que costumava ter, e você também vai perder as memórias dessa nossa conversa... afinal, é uma conversa com uma alma e uma essência, isso não vai ser passado para o seu cérebro que não vai te reconhecer como Kijin Tenjigo e sim como ahm... como é que a Patchouli te chamou mesmo? Hecatia... é... Hecatia Ereshkigallie, apesar de estar em constante conflito com as memórias suas de antes, e ficar se perguntando quem realmente é... nem ela, nem Patchouli sabem que ela na verdade vai ser você novamente.

— Se eu vou esquecer disso, para que está me contando?

— Esqueceu de quem eu sou? Eu gosto de ver o sofrimento na cara das pessoas... seu sofrimento principalmente me delicia... infelizmente não há nada que eu possa fazer aqui, não possuo força sobre sua alma fora do seu corpo, você é incapaz de sentir dor ou qualquer sentimento que seja derivado de mim, mas... ainda posso fazer você sofrer pelos seus próprios pensamentos.

— Sofrer? Eu vou voltar a vida. Por que eu estaria sofrendo? Pouco me importa se eu não vou lembrar disso, se eu não vou me reconhecer como Kijin Tenjigo, vai ser eu que vai estar lá, ainda vai ser eu. E com certeza se a Hecatia tiver minhas memórias e lembranças, ela vai ter os mesmos gostos e o mesmo jeito que eu, então não importa, essa coisa de alma e cérebros quem controla o que... eu vou dar um grande abraço em Patchouli, vou ver todas as pessoas com quem me importo de novo, e poderei continuar buscando meus objetivos. Não tem motivo nenhum para eu sofrer.

Júpiter, estava olhando para mim com um sorriso no rosto, parecia ter previsto aquilo.

— Ótimo... é isso mesmo que eu queria ouvir. Porque tem uma coisa que a Patchy não sabe, agora a essência estará dando poder a sua alma e a mim. vai chegar um momento que sua alma vai ficar forte o suficiente para sobrepor o que ela fez. Tudo vai vir de uma vez para você, e se sua alma não for forte o suficiente para absorver tudo... sua alma vai explodir, e você vai deixar de existir. Esse é o nível de pesquisa que Patchouli fez, ela sabia das coisas mais superficiais, mas em meu nível de conhecimento, ninguém chegará. E você não forte o suficiente para suprir, e nem vai ser, então... é... não importa se você sofrer agora ou depois... eu sei que você vai sofrer, mesmo que consiga por um milagre permanecer com a alma intacta após a carga que receber, com certeza vai acontecer algo... muito divertido para ver...

— Você é tipo aqueles telespectadores que querem ver o cara da moto cair e morrer né?

— É... bem isso mesmo, mas nesse caso a garota da moto vai cair e deixar de existir, talvez você não entenda a diferença, e eu prefiro que seja assim. Mesmo que seja bem grande.

— Se for pensar em milagres, é a terceira vez que eu volto a vida... alguém me ama demais. Com certeza alguns pauzinhos serão mexidos, e eu conseguirei o que eu quero, é a minha confiança, determinação e arrogância e a ajuda de alguém que é muito meu fã. Ele com certeza pagaria umas cordas invisíveis as câmeras para me sustentar no ar  enquanto faço o pulo de moto, e ele faz outras coisas para enganar o público... Afinal eu já driblei a morte três vezes, e com certeza não é chamado de sorte ou milagre. Pode considerar milagres esse fato ter acontecido, como eu posso dizer as causas de tais acontecimentos, o cubo, o colar e várias, e várias coincidências dessa vez. Não muda o fato que são milagres, mas são bem mais mundanos do que Deuses podem apreciar.

— Hmmmm... é... mas infelizmente para você, eu sei que você odeia essa dependência. O fato de você ter morrido três vezes, pesa na sua cabeça, nós duas chamamos de ridícula e injusta porque realmente foi. Mas isso só mostra que você está sujeita ao ridículo e ao injusto mesmo que não aceite. E eu amo ver como você se revolta a isso, da mesma forma que Patchouli se revolta com o mundo a volta dela, por temer mentiras. E ela então criou a maior mentira de todas, é tão bom ver que todas as pessoas tem um preço para voltar na ideologia mais forte que possuem. Perder a única amiga que ela tinha, a única coisa que a ligava ao mundo de fora, ela sempre detestou qualquer ligação ao mundo exterior, até você invadir, então a única exceção a regra se foi, e ela, enlouquecida, quebrada e destruída se revoltou contra o mundo. Para alguém que era deixada em paz pelo mundo e não interagia com ele, foi dado um gostinho muito doce no que havia nele e depois foi tirado tão rápido... Você sabia Kijin? Patchouli matou uma pessoa lá em Edolas, ela pegou as memórias e lembranças que tinha de você e do que havia contado, colocou as dela no arquivo e ao impersonalizar você... explodiu a cabeça da Edo-Nashira. Uma garota de 13 anos que jamais mataria uma mosca, matou alguém graças as memórias e lembranças que ela tinha de você, por sua causa, as mãos dela agora estão manchadas de sangue. Por sua causa ela buscou uma forma de lhe trazer de volta, abriu o seu túmulo, viu seus restos mortais e ainda assim ela não hesitou... por sua causa... Patchouli virou alguém que jamais deveria ter virado. Ela foi atrás de conhecimento e magia negra, com a ajuda de Sukuna e conseguiu... apesar de que a experiência dela ter dado errado, o resultado para o que ela queria foi bem melhor do que o esperado.

— E como você sabe tanto dela? Eu estive aqui por um ano e nunca te vi, e do nada você surge, sabendo de tudo o que aconteceu?

— Eu sou a essência... eu estou sempre viva, eu não morro. Enquanto não estiver acoplada a alguém, eu apenas vivo através dos meus sentidos externos, conseguia visualizar e ouvir tudo que ela e Sukuna faziam, você é feita do mesmo material que Sukuna, uma vez que Patchouli conseguiu reproduzir, seus, na verdade tudo em você foi criado de maneira bem rápida depois que o cérebro foi refeito... segundo o que vi e ouvi, demorou 3 meses de pesquisa e leitura apenas remetendo o cérebro, ela teve que quantificar e mudar as informações adquiridas no Archive e por mim, para que o cérebro pudesse reconhecer as informações, ela não podia jogar 22 anos da sua vida em apenas um dia... isso iria fritar o cérebro, ela dividiu em seis meses todas as informações da sua vida, enquanto modelava com o Memory Make que possuía a magia da Arca da encarnação de Tadashi, todo o seu corpo e orgãos que não possuíam uma complexidade muito alta. Foram nove meses até o corpo ficar pronto, era um corpo morto então ela não sofreria com os gastos de magia, você seria algo como os bonecos Max e Tadashi. Na verdade seria idêntica a eles, mas não teria alma, seria apenas uma casca com capacidade evolutiva, memórias e lembranças, não é algo que se pode considerar vivo, a forma dela dar vida a você, foi usada com outros objetos inanimados, algo como duas coisas sem vida foram capaz de dar vida a alguém, então ela conseguiu dar um jeito de manter você viva sem ter que gastar magia constante com isso. Você sabe o perigo disso?

Eu pensei um pouco no que a garota disse, e na hora me veio a imagem das bonecas de Roderich, o envolvimento de almas que Lestrad estava pesquisando e os demônios que mexiam com as almas das pessoas como se fossem brinquedos. Se soubessem que Patchouli conseguia fazer aquilo tudo... com certeza ela correria perigo, finalmente me bateu que se ela foi para Edolas e fez tudo isso... com certeza não passou despercebido... 

— Finalmente você tá pegando o que eu queria dizer. Você mudou a vida da garota por completa, ela que só queria viver em paz na biblioteca, foi jogada a um mundo cruel e injusto. Como você se sente sabendo que isso é culpa sua?

Ela então abriu um sorriso sádico, porque eu finalmente tinha percebido aonde a garota havia chegado por mim. E se ela soubesse do perigo que ela estava correndo... assim que eu voltasse ao corpo, eu esqueceria disso... agora eu via o quão horripilante tudo aquilo era.

— Isso... Eu tinha esperança que seria antes... o bom é que eu vou ter o seu desespero antes e depois.

Ela disse sadicamente para mim abrindo um sorriso. E dando uma risada, enquanto via gotas de suor saindo do meu rosto, enquanto tentava pensar em alguma maneira de salvar Patchouli, mas então eu senti meu corpo sendo puxado, a medida que minhas memórias do tempo que fiquei ali iam sumindo, as gargalhadas de Júpiter me seguiram, enquanto eu gritava.

— Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao! 

E então... aquilo não era a cidade capital de flores no céu, aquilo também não era o inferno. Era uma sala cheia de livros. Uma garota de cabelos roxos me olhando com um grande sorriso e lágrimas nos olhos, a medida que eu abri os olhos e olhei ao redor... Era a cidade capital de livros em Magnólia.


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