Meu gatinho escrita por Beilschmidt


Capítulo 1
Primeiro


Notas iniciais do capítulo

Oioi~
Cá estou eu em uma categoria diferente trazendo o resultado de muitas noites mal dormidas, fics deixadas as teias, muito amorzinho pelos shipps de Miraculous e ansiedade pela segunda temporada. Chega tô me tremendo só de imaginar.
Primeira fanfic de Miraculous, e diferente das outras minhas, pois esta está completa, só falta eu separar e betar melhor. Creio que terá dois ou três capítulos ainda, será curtinho mesmo. Até porque ando com uma oneshot Ladrien nos neurônios que já estou agoniada pra por no word.
Só, beijos.



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A chuva caía um pouco grossa na noite tranquila de sexta. Era quase sete horas, um horário perfeito para sua irmã expulsá-la de casa para que comprasse a maldita da pizza. Ela sabia muito bem que durante esse tempo ela ficaria no celular tentando alguma cantada para cima do melhor amigo. Chutou a água de uma poça qualquer, estava faminta.

Resmungou o caminho inteiro. Andava calmamente pela calçada, empunhando um guarda-chuva vermelho com bolinhas pretas, na outra mão, a sacola com duas pizzas congeladas, que seria o jantar. Fazia muito frio, esquecera-se de pegar um casaco mais grosso antes de sair, mas isso não importava agora; faltavam poucos metros para poder enfim chegar a sua casa. Estava cansada e tinha que terminar um trabalho de biologia para segunda. Pensava em poder adiantar a maior parte ainda nessa noite e poder aproveitar seu fim de semana com calma e tranquilidade. Apertou o passo, o frio já a incomodava demasiado.

Ao passar em frente a uma confeitaria ela o viu. Perto de uma caixa de papelão, já completamente encharcado, havia um garoto sentado na calçada com o rosto ocultado pelas pernas, encolhido e agarrado em uma longa capa negra; mas que de nada adiantava, pois tremia da cabeça aos pés. Não soube como, mas algo a fez com que se dirigisse até a caixa, agachou-se passando a dividir o guarda-chuva com ele, evitando que se molhasse mais ainda. Puxou-lhe o capuz que cobria sua cabeça, pôde ver, com espanto, duas orelhas negras abaixadas, ele estava espantado com o movimento da desconhecida. Os olhos verdes como grama fresca da manhã; e tão brilhantes quanto uma pedra preciosa. Algumas lágrimas escorriam pelas bochechas pálidas dele encontrando-se com as gotas de chuva. Seus lábios estavam arroxeados e tremiam. Teve pena do seu estado.

— Qual seu nome e por que está aqui neste frio? — passou a mão pelas mechas loiras que caíam pelo rosto dele.

— Sou Adrien e… fui abandonado. — disse escondendo seu rosto entre as pernas novamente enquanto soluçava — Ninguém gosta de mim porque me chamam de aberração. — ela fitou-o ainda mais preocupada, não podia ficar ali sem tomar uma atitude, deixado sozinho naquela calçada deserta sofrendo com uma possível hipotermia. Viu-o esconder as orelhas com as mãos.

— Eu me chamo Marinette, e eu vou tirar-te daqui. Não te preocupes. — disse com um sorriso.

Sua mão puxou a esquerda dele, logo desceu para a bochecha. O toque da mão dela no rosto gelado do outro o fez arrepiar-se, era quente e acolhedor, passava-lhe confiança. Sentia que aquela estranha não seria como tantos outros que passaram por ele e o olhavam torto, ou apenas ignoravam. Sua garganta apertou, prevendo mais lágrimas. Entre ficar no relento e correr o risco de morrer de frio e fome, e aceitar a mão calorosa e macia da garota, Adrien chorou feliz com a opção que agora estava tendo. Não sabia como agradecer.

Marinette o ajudou a se por de pé, as pernas dele tremiam muito, o que dificultava seu equilíbrio. Com algum custo ela conseguiu tirá-lo dali e envolve-lo em seu casaco, andaram os metros que faltavam para chegar a sua casa. Ao entrar Marinette gritou pela irmã, depois se direcionou para a cozinha, onde deixou a compra e foi logo preparando o forno. Adrien ali do seu lado segurando-lhe a mão enquanto observava o ambiente iluminado ao seu redor. Ainda tremia de frio, mas o calor da casa o fez se sentir um pouco melhor. Suas orelhas esticaram-se em alerta, ouvira passos rápidos em direção deles.

— Não tem necessidade de gritar, eu estava no banho garota. — uma jovem parecida com Marinette apareceu ali, trajando uma camisola vermelha, seus cabelos molhados e uma toalha na mão. Ao vê-lo tomou um susto, voltou o olhar para a irmã, pedindo explicação — Mari?

— Este é o Adrien, e ele vai ficar aqui com a gente. — virou-se para o loiro — Esta é minha irmã mais velha, Bridgette. E esta será a sua nova casa, gatinho. Sinta-se a vontade. — passou a mão pelos cabelos molhados dele.

Bridgette olhou-a desacreditada. Certo que as duas moravam juntas e a casa era grande suficiente e tudo, mas trazer um desconhecido, todo encharcado sem sequer pedir sua opinião era um pouco demais. Uma loucura, já que não podiam confiar em desconhecidos, nunca se sabe quando terão surpresas.

— Mari, pode explicar melhor o que está acontecendo? — disse cruzando os braços.

— Depois Bibi a gente precisa de roupas para ele, poderia ligar para Félix, por favor? Ele não pode ficar usando calcinhas e camisolas.

O garoto sentiu as bochechas corarem em imaginar. Bridgette suspirou, pegou seu celular digitando os números rapidamente e afastou-se para a sala. Sabia que a conversa com sua irmã só sairia depois de resolverem o estado do jovem. Mas até que agora ela poderia ter um motivo para poder arrastar Félix à sua casa.

Marinette voltou-se para Adrien, que agora estava sentado em uma cadeira na cozinha, observando a tudo. Segurava com firmeza o casaco dela que cobrindo suas orelhas, não queria que a irmã dela soubesse o que ele era e correr o risco de ser jogado para fora de casa sem nenhuma explicação. Não queria voltar para a solidão e o frio. As mãos dela novamente tocaram-lhe o rosto, logo passando para o casaco fazendo com que o soltasse.

— Não tenha medo, Bridgette é um amor de pessoa, e acho que ela não vai se importar muito por teres orelhas e cauda de gato. — sorriu — Venha eu vou lhe levar ao banheiro, tu precisas de um banho morno para espantar esse frio e não pegar uma gripe. Pode fazer isso sozinho, não? — ela o viu assentir rapidamente — Ótimo tem uma toalha no banheiro, sinta-se a vontade. Qualquer coisa pode chamar.

Levou-o até o banheiro e logo saiu. Foi à cozinha para preparar as pizzas, logo Bridgette aparece finalizando a chamada. Vinha rebolando de felicidade.

— Félix está emburrado hoje, parece que acordou com a bunda virada para a lua. Mas logo ele chega aqui com algumas roupas. — resmungou toda alegre — Então, pode explicar?

— Olha… — passou a mão pela testa, sentou-se à mesa junto da irmã — Eu sei que foi por impulso tá? Mas ele não parecia muito bem sozinho naquela chuva. Adrien disse que foi abandonado.

— Entendo, e por quanto tempo pretende que fique aqui? — levantou uma sobrancelha.

— Não sei, ele não tem um lar.

— Bem Mari, eu…

Marinette levantou seus olhos pidões para a irmã. Bridgette suspirou nervosa, sabia que aquele assunto não teria volta e acabariam com mais uma boca para alimentar. Nada podia fazer diante uma conclusão da irmã, sabia que quando esta botava algo na cabeça, era impossível fazê-la voltar atrás.

— Tudo bem. — levantou as mãos em sinal de rendição.

Minutos depois, a campainha soou. Bridgette correu até a porta e puxou a pessoa para dentro com certa brutalidade. O loiro sentiu-se desnorteado por alguns segundos até sentir os braços da morena ao redor de seu corpo, esmagando-o. Trocou sua expressão de surpresa para uma de indiferença, ela nunca entenderia que ele tinha aquele complexo de “não me toque”.

— Então, aqui estão as roupas. — largou uma mochila de cor verde no sofá, tentando ainda se livrar do agarro da jovem — Posso saber para que toda aquela urgência na ligação? E para quem seriam estas roupas? — fuzilou-a com os olhos. — Roupas masculinas? — sua ênfase em “masculinas” nunca que passaria despercebido por Marinette.

— Mari trouxe uma pessoa para casa e ele não tinha roupas para vestir, obrigada por fazer esse favor para nós, Fê. — apertou-lhe as bochechas.

— Já disse milhões de vezes, não me chame de!

Ele suspirou, resolveu por ficar sentado no sofá com aquela grudenta no seu braço. Não importava quantas vezes ele a rejeitasse ela ficava cada vez mais confiante do que sentia por ele. Félix nunca conseguiu entender aquela lógica confusa dela. Deixou de lado. Viu Marinette correr da cozinha para o corredor.

A garota deu três toques na porta, mas não ouviu nada. Tapou os olhos entrando devagar no banheiro, as bochechas coradas ao imaginar o que poderia ver ali. Engoliu em seco.

— Adrien? Está tudo bem? — disse preocupada. E se ele tivesse caído e desmaiado no box? Já faziam mais de vinte minutos que ele estava ali — Adrien tu estás bem?

Mas a resposta não veio em um “Estou bem”, e sim em forma de um miado.

— Adrien?

Ela tirou a mão e arregalou os olhos ao ver que a sua frente não havia um garoto loiro do seu tamanho, e sim um lindo gato preto de olhos verdes dentro da pia.

— Mas o que? — a água estava pela metade, não parecia transbordar. Ele a encarava com uma linda carinha risonha, as patinhas na borda da pia eram as únicas partes de seu corpo que possuíam manchinhas brancas, como pequenas luvinhas. Os olhos de Marinette brilharam — Adrien? — ele miou em resposta — Ai caramba! BRIDGETTE!

A moça, ao ouvir o berro,  deu um pulo estilo ninja do sofá, largando Félix de qualquer jeito ali e correu até a irmã, temendo ser o que estava pensando.

— Mari, o que houve…

Ali estava ela, segurando o gato preto no colo, enrolando-o na toalha, seu sorriso era imenso.

— Adrien… ele virou um gato.

Félix, que havia acompanhado a carreira da amiga, estava observando tudo com uma cara inédita de confusão.

— Mas afinal? O que caralhos está acontecendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo nesta quinta



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