Silêncio na Biblioteca! escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 1
Declaração


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa fanfic do Amor Doce, feita especialmente para as Nathanietes. ❤





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Lá estava eu, na biblioteca, procurando um livro só para não pensar mais naquele loiro que me deixava com a cabeça nas nuvens, até que esbarrei em alguém.

— Nathaniel!

Ele também estava aqui! Eu acho que minha voz ficou um tanto trêmula. Desde que confessei a Rosalya que eu havia me apaixonado pelo Nath eu não consigo mais olhar para ele nem chegar perto sem que meu coração acelere. E tudo piorou depois daquele jantar. Aquele maldito jantar que só me fez passar vergonha depois que meu pai fez aquele escândalo todo quando me viu com o Nath na porta de casa. Mas, também, quem me mandou mentir! Por outro lado, se eu não tivesse feito aquilo eu nem teria ido ao jantar e aí... Eu estaria me torturando até agora sem saber o que poderia ter acontecido.

Mas, agora já foi. É tarde para me lamentar. Pelo menos o Nathaniel parece estar fazendo de conta que nada aconteceu. Que bom! Pensei que ele não ia querer mais nem falar comigo. Já é um começo...

— Então, você está procurando algum livro específico?

— Eu estava pensando em ler Drácula.

— Ah, é um bom livro. E como os vampiros estão na moda... Bom, eu vou procurar para você.

— Não, não precisa, eu me viro...

— Imagine, eu vou procurar para você. Senão por que estaria aqui? Espere um pouco.

Fiquei olhando para ele esperando-o pegar o livro. Tudo estava silencioso e eu pensei que todos já haviam ido à reunião no ginásio para saber sobre o tal evento. Então... Só estávamos nós dois ali.

— Ah... Aqui está. – Disse ele me entregando o livro que não demorou a achar.

— Obrigada.

Peguei no livro nas mãos dele e ele demorou alguns segundos para soltá-lo. Olhei-o nos olhos e vi que ele olhava intensamente para mim. Nessa hora o silêncio na biblioteca se fez ainda mais presente e parecia que eu podia ouvir as batidas do meu coração ecoando em meus ouvidos.

— Anna, eu... – Pisquei como se acordasse de um transe quando ele falou meu nome. – Eu queria te dizer...

 Ele ia me falar algo quando a Melody – sempre a incoveniente da Melody – chegou para chamá-lo, ou melhor, para atrapalhar.

— Oh! O que estão fazendo aqui sozinhos?

— O que você quer, Melody? – Nath perguntou com um jeito impaciente.

— E-Eu vim chamar você para irmos à reunião...

— Eu vou depois.

Melody olhou para nós dois, desconfiada de algo, tenho certeza. Afinal, ela também gosta do Nath há tempos e odeia ver qualquer garota se aproximar dele.

— Mas, já estão todos no ginásio, Nathaniel! Você não vem?

— Já disse que vou depois, Melody!

— Mas, nós precisamos...

Nathaniel levou uma mão à testa. - Você precisa que eu vá para você poder ir, Melody? Por favor... Não acho que a presença de nós dois seja assim tão relevante. Vá você se faz tanta questão!

Nunca vi o Nathaniel ser tão frio com ela. Outra vez ela nos olhou – e sei que se ela tivesse visão de calor eu estaria frita – e então, saiu de lá batendo o pé forte no chão. Aquela situação não me era lá muito agradável, mas, sinceramente, a Melody era a menor das minhas preocupações.

Nathaniel virou de novo para mim e pegou nos meus ombros.

— É... Desculpa... Eu não queria que ela nos interrompesse.

— Não tem problema, Nath. É... Você não acha melhor irmos também?

Eu estava muito nervosa pela aproximação dele, não sabia o que dizer. Foi então que ele me olhou nos olhos e deu o sorriso mais lindo! Parecia que aqueles seus olhos dourados penetravam profundamente na minha alma. Então, ele falou calmamente:

— Você não entende, não é?

— Entender o quê?

— Que tudo que eu quero nesse momento é ficar aqui... Com você.

Acho que meu coração parou nessa hora, pois tudo que restou foi o silêncio naquela biblioteca vazia. Eu estava perdida em tantas emoções, simplesmente não sabia o que fazer, dizer, nem para onde me mexer! Mas, não precisou. Ele colocou os braços em volta de mim me prendendo entre a estante e seu corpo e, no instante seguinte, seus lábios estavam sobre os meus.

Aquele beijo me pegou de surpresa. Era de uma magia sem igual estar ali nos braços dele... Sua boca em minha boca...

Senti uma de suas mãos tocar meu rosto e a outra deslizar lentamente em meus cabelos. Enquanto isso seus lábios roçavam nos meus em movimentos suaves pedindo passagem para um beijo mais quente, mais molhado, mais intenso. E assim foi. Como eu poderia resistir se era o que eu mais queria? Abri a boca devagar e senti um arrepio quando a língua dele se encontrou com a minha.

Eu devia estar delirando... Não sei, só sei que estava febril ou algo do tipo, pois o silêncio na biblioteca parecia estar se convertendo em calor. Agora ele já estava me tirando todo o resto de fôlego com o corpo tão junto ao meu que eu podia senti-lo se moldando ao meu.

Quando separamos os lábios eu tentei respirar, juro que tentei, mas estava muito difícil com ele ali tão junto a mim. Toda a minha vontade era de trazer sua boca a minha de novo e que ele não me largasse mais.

Fui reaproximando meu rosto do dele de novo olhando apenas para sua boca, mirando seus lábios naquele momento rosados. Ele não se desvencilhou, pelo contrário, me deixou beijá-lo. Apenas fechamos os olhos novamente e nos entregamos a um beijo mais carinhoso, curiosamente mais tímido, mas muito mais apaixonado.

Ao nos separarmos dessa vez, enfim nos olhamos nos olhos, e ele, com um belo sorriso, acariciou meu rosto e disse:

— Faz tempo que estou tentando te falar e não consigo...

— Falar?...

— Dos meus sentimentos. – Ele segurou meu rosto com ambas as mãos e revelou: - Eu... Eu gosto de você, Anna. Estou apaixonado.

Ele abriu um sorriso largo como se pudesse ouvir as batidas do meu coração. E com o silêncio que dominava aquela biblioteca e ele tão próximo a mim, acho que até podia ouvir.

Na verdade, o sorriso dele parecia com o de alguém aliviado e feliz por ter revelado seus sentimentos. Mas, posso quase apostar que ele não estava mais feliz que eu.

E pensar que eu estava com medo de que ele me rejeitasse, que não fosse recíproco ao que eu sentia!... Que boba que fui! Nath me ama! Nath me ama! Foi tudo que pude pensar antes de me jogar nos braços dele, abraçando-o forte, muito emocionada.

Ele riu. Senti-o fazendo um cafuné em mim e me aconcheguei ainda mais nos braços dele. Então, ele me perguntou baixinho:

— E você? O que sente por mim?

Afrouxei o abraço e olhei em seus olhos. Eu queria gritar o quanto estava apaixonada, mas as palavras pareciam não sair da minha boca. E nem precisaram sair. Eu fiz o que tinha que fazer. Beijei-o. Beijei mesmo. Beijei-o como eu queria, com pressa, com paixão, com desejo. Eu precisa expressar naquele beijo tudo que eu sentia.

Ele começou a me beijar desajeitado, provavelmente surpreso pela minha atitude, mas logo pegou o ritmo. Após o beijo, ele deu uma risada e comentou:

— Uau!... Bom... Depois disso posso concluir que é recíproco o que eu sinto por você?

— Sim! É claro que é! – Voltei a abraçá-lo e afirmei. – Eu também estou apaixonada por você, Nath! – Olhei para ele. – Há dias eu tentava te dizer e... Eu não sabia como. Não tinha coragem...

— Agora eu estou aqui... – Ele levantou meu rosto para ele... –... Com você. –... E me deu um selinho. – E não quero mais te largar.

— Nem eu.

Nós rimos e nos beijamos de novo. Esse era o beijo mais feliz que já dei na vida. Tudo parecia um sonho virando realidade, até sermos interrompidos quando ouvimos barulho de livros caindo no chão.

— Ops!...

— Alexy! – Exclamamos ao mesmo tempo quando vimos que Alexy havia entrado na biblioteca sem que nos déssemos conta.

— Oi! Desculpa ter interrompido vocês. Acho que cheguei num mau momento, quer dizer, num ótimo momento né?... – Ele piscou para mim.

Nath e eu ficamos vermelhos, não dava para evitar.

— O q-que você está fazendo aqui? – Nath perguntou.

— A reunião estava chata e eu fugi.

— É sério?

— Não, bobinho! É que como eu preciso entregar um trabalho para a professora Delanay eu vim buscar umas apostilas antes de ir para casa. Quando eu vi vocês eu ia sair de fininho, só que eu sou meio desastrado, sabe como é... – Ele recolocava na mesa os livros que havia derrubado.

Nathaniel e eu nos olhamos, ainda meio assustados. Alexy, com seu bom humor de sempre, assim que terminou de arrumar os livros, comentou:

— Ei! Não se preocupem, pombinhos, eu não estava espiando vocês dois, viu? Eu não vi nada, não sei de nada.

Nath pigarreou e tentou mudar de assunto: - Então... A reunião já acabou?

— Estava perto de acabar quando eu saí. Então... Quer dizer que vocês estão namorando é?

Eu tossi e Nath olhou para os lados.

— Ah, me falem! Desde quando? – Alexy virou para mim e fez uma cara emburrada. – Você é uma péssima amiga!

— Eu?

— Você! Você me disse que me contaria se tivesse um namorado.

— Alexy, eu disse que talvez eu contasse e, além do mais, entre mim e o Nath, é... Bom... Eu não sei o que dizer...

 Nath me interrompeu – ainda bem, pois eu estava confusa – e colocou um braço em volta de mim, dizendo:

— A verdade, Alexy, é que... Se a Anna e eu estamos namorando nós ainda não sabemos, já que acabamos de nos declarar.

Alexy juntou as mãos. – Oh! Que fofos! Então, eu acabei de presenciar o primeiro beijo de vocês, é isso?

— Bem, não foi exatamente o primeiro, mas... Foi um dos primeiros, de muitos, espero. – Nath deu um sorriso tímido.

— Awn! Que lindos! Mas, e aí, quando você vai pedir ela em namoro, hein Nath? Tá esperando o quê?...

— É-É... Eu... Eu...

— E você, Anna? Sabia que as mulheres, hoje em dia, estão tomando a iniciativa? Se eu fosse você, não perderia tempo...

— Ai, Alexy...

Alexy estava conseguindo nos deixar sem graça. Na mesma hora em que Alexy estava nos incentivando a iniciar um romance, Melody entrou apressada na biblioteca.

— Nathaniel!

Nós três ficamos em silêncio. Nath rapidamente tirou o braço que estava em meus ombros, mas não sei se ela chegou a ver ou ouvir alguma coisa. Parecia que não, mas com a Melody nunca se sabe.

Ela nos olhou como se estivéssemos fazendo algo muito errado e perguntou:

— Vocês ainda estão aqui?

—... Sim, Melody. Precisa de alguma coisa? – Nath indagou, mas ela não respondeu nada. Só balançou a cabeça em negativo enquanto me fulminava com o olhar.

Acho que Alexy entendeu que era melhor guardar segredo, pois ele fez como se nada estivesse acontecendo. Pegou uns livros e disfarçou. – Pronto, Nathaniel, estes aqui vão servir para o trabalho. Obrigado por me ajudar.

Nathaniel entendeu seu jogo. – A-Ah! Sim, claro! Estes são os livros que a professora Delanay usa para as aulas. Pode levar. Mas, cuidado, viu? E não se esqueça de devolver dentro do prazo.

— Não se preocupe. Eu sei guardar coisas importantes. - Piscou para nós e saiu com seu sorrisinho travesso. Acho que o Nath, assim como eu, entendeu que o Alexy iria guardar nosso segredo. E eu confio nele.

Depois que ele saiu, porém, o “problema” permanecia lá.

— E o que vocês dois ainda estão fazendo aqui, posso saber? – Melody perguntou cruzando os braços.

— Então... Eu... – Eu precisava inventar alguma coisa. – Eu queria encontrar algo para ler e aí o Nathaniel me ajudou. – Enfim, eu não estava falando nenhuma mentira.

— Isso é verdade, Nathaniel?

— Claro que é, Melody, porque não seria? Olhe, está até aqui o livro que escolhi. – Ele mostrou o livro que havia pegado para mim.

— Está bem, mas, se já pegou o que queria porque ainda estão aqui juntos?

— Você não viu que o Alexy também precisava de ajuda com uns livros para um trabalho que ele tem que entregar? Eu fiquei aqui por isso.

— Nathaniel, pra isso ela não precisava ficar aqui. Você poderia ajudar o Alexy sozinho.

— Qual o problema da Anna estar aqui, Melody? – Ele já estava sem paciência.

—... Nenhum, mas... Você deveria ter aparecido na reunião e...

— Melody, chega! – Ele falou bem sério com ela. – O que você quer? Agora que eu me livrei das ordens dos meus pais, você quer controlar a minha vida?

Nossa! Nunca pensei que o Nath diria algo assim, mas foi bem feito para ela.

— N-Nath, não, não é isso, você sabe que eu...

— Melody, por favor, pare de se meter em tudo que diz respeito a mim. Você sabe que não te devo satisfações. Eu não quero chegar a ser grosso com você.

Ela saiu de lá com os olhos cheios d’água, mas também com uma cara de muita raiva. Eu cheguei até a sentir um pouquinho de pena dela, mas ela já merecia ouvir o Nath falando sério com ela há tempos. O que ela sente por ele não é o mesmo que eu sinto. Eu sinto paixão e ela tem quase uma obsessão, é doentio. Além de que o Nathaniel já tinha lhe dito que não sentia nada por ela. Por que continuar insistindo assim?

Nath passou as mãos no rosto e respirou fundo.

— Eu não queria ter que falar assim com ela, mas ela não entende...

— Eu te entendo, Nath. – Acariciei o rosto dele para acalmá-lo e ele pegou em minha mão.

— Acho que você é a única que me entende.

— Eu confesso que me agradou te ouvir falar assim, porque, sinceramente, eu não gosto nada do jeito como ela te olha, como ela te persegue.

Ele riu e pegou em meu queixo. – Não me diga que tem ciúmes!...

— Ah! Não, Nath! Imagina! Claro que não!... – Fiz de conta que não tinha nada a ver, mas sim, era verdade. Bom, não chega a ser ciúme, mas que era melhor a Melody manter distância do Nath, isso era.

— Ei... Olha pra mim. – Ele pegou em meu queixo e eu olhei em seus olhos. – A Melody nunca significou nada para mim. Ela já tentou se declarar para mim e eu não senti nada. Você não tem por que ter ciúme dela nem de nenhuma outra, pois quem eu gosto é você.

Eu só podia abraça-lo forte demonstrando o quanto estava grata por ele ser tão bom e gentil pra mim.

— Vamos sair daqui? – Nath sugeriu. – Senão poderão vir outros alunos, e aí, adeus privacidade.

— É. E adeus silêncio.

Ele me olhou profundamente. – Gosta do silêncio?

Parecia que seu olhar penetrava em minha alma. – Gosto.

— Sabe que eu também. – Ficamos nos olhando mais alguns segundos, no silêncio, como se só existíssemos ele e eu no mundo, até que ouvimos barulhos do lado de fora e antes que mais alguém entrasse, saímos.

...


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Notas finais do capítulo

Continua...



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