As paredes são úmidas e frias....Se aquilo pode ser chamado de "quarto" Miikael não sabia dizer.....Mas sabia onde estava....
Logo abaixo da imponente torre, um labirinto de corredores fétidos de mofo e morte se estendia, nas paredes cresciam fungos, de onde provinha o cheiro de mofo, o esgoto da cidade imperial ficava a poucos centímetros abaixo do rio que cercava a torre, a explicação de umidade, bolor, fungos e plantas era clara. Miik estava deitado sobre uma cama de pedra, numa cela que abrigara algum dia um criminoso muito famoso, olhava em volta e via pequenos vestígios do que seria uma passagem de fuga, fechada a muito tempo, seu corpo e sua cabeça doíam, como se tivesse dormido naquela cama de pedra por horas e horas, sua vista estava um pouco turva ainda, e quando finalmente a recuperou, pode ver silhuetas de algumas pessoas a sua frente, paradas em pé, olhando para ele, pode reconhecer que entre as pessoas estava Violoria, e começou a reclamar das atitudes da moça anteriormente.
— Você me deixou sozinho na torre! Os guardas poderiam me prender ou me condenar ao bloco se me encontrassem!
— Mas agora você está aqui, E VIVO. Teve sorte dos guardas não encontrarem você primeiro.
Apesar da raiva que sentia da moça naquele momento, Miikael se sentia aliviado por estar a salvo, mas permaneceu quieto durante um tempo, pois estava sem fôlego e exausto por correr tanto. A quietude foi rompida quando um brutamontes entra na sala, carregando consigo um grande cesto de palha, e o entrega a Miik, que agradece por pior que fosse as condições, a hospitalidade da amiga. Ao abrir, encontrou uma caixa de madeira ornamentada, um pano envolvendo​ alguma coisa, uma garrafa de vinho e uma carta:

"Faço isso não por todos esses delinquentes, mas sim pelo amor que tenho por você e por Violoria. E mesmo que esta seja sua decisão, eu lhe desejo toda sorte do mundo Miik, espero algum dia conseguir vê-lo novamente. Que Stenddar te proteja meu filho.

Com amor,

Lucretia"

Em meio a poucas lágrimas, Miik fechou a carta e desenrolou do pano um grande pão feito provavelmente pelo gourmet do palácio, e logo pos-se a comer e beber daquele alimento, depois de satisfeito, entregou aos novos amigos o resto para que comessem e bebessem. Enquanto cuidadosamente abria a caixa ornamentada, revelando a espada de seu avô, ouviu Violoria conversando com os demais:
—Hoje descansamos por aqui, amanhã bem cedo seguimos para o leste, tenho um amigo que através dos caminhos da lua pode nos levar até Hammerfell.
—Mas enquanto ao seu amigo? Disse Ugrok, o khadiit gigante.
Violoria olhou para Miik que já havia tomado sua decisão com um acenar positivo.
Sairam antes do sol nascer, seguiram viagem até Anvil, de lá, seguiriam pelo complexo de cavernas entre a costa de Cyrodiil e Hammerfell até chegar em Rihad​, onde em uma floresta perto dali, o grupo de ladrões e piratas conhecidos como Os Besouros de Fogo estavam os esperando de braços abertos.
— Violoria! Ah quanto tempo!
— Tio Thaion! O senhor ainda tinha cabelo quando fui embora.
— E voce​ era só uma malandrinha que roubava maçãs do mercado.
Thaion era um redguard alto, apesar da idade ainda estava em boa forma para um guerreiro, e sua principal arma era um grande escudo de aço, pois toda a sua força era medida através deste escudo.

A noite chegou depressa, Miik olhava tudo a sua volta com alegria, não se importava se estava na companhia de ladrões, arruaceiros, etc, estava satisfeito, pois aquela nova família iria lhe proporcionar muitas aventuras, ao menos esperava. Durante o banquete, sentou ao lado de Thaion e Violoria, eis que o gigante redguard pergunta:
—De onde és rapaz?Foragido? Prisioneiro? Fora da lei? Algum sangue novo no grupo de Violoria? 
— Na verdade sou um fugitivo, era o tesoureiro da corte.
Quando terminou de falar, o silêncio tomou conta da animação,algumas pessoas agora cochichavam, e a face alegre de Thaion mudou para um rosto frio e sério.O mesmo se levantou e foi até o outro lado buscar mais comida, Violoria foi atrás

— Tio, acalme-se, ele está fugindo, não vai nos entregar.
— Violoria sabes que os únicos habitantes daquela cidade que confio são vocês, como posso não me preocupar com um imperial, ainda mais sendo da corte, qualquer coisa que acontecer pode condenar todos nós ao bloco sem julgamento!
— Eu sei disso, mas Miikael é meu amigo, estava cansado da vida que tinha, e agora faz parte da minha família.
— Que seja da sua então...
— Vamos esquecer tudo e aproveitar a festa está bem?
Miikael ouvia atentamente a conversa escondido atrás de uma árvore. Vida de fugitivo era difícil, e mais difícil ainda quando outros fugitivos desconfiam de você.....