Danger escrita por Kakau Romanoff


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey!!
E aqui está o último capítulo, prontinho para vocês!
Muuuuuito obrigado a todo mundo que acompanhou a fic até o fim! Espero que tenham gostado!
Boa Leitura!



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A explosão destruiu a porta completamente, lançando sua estrutura longe e revelando o sombrio interior da enorme casa, e Remus e Sirius usaram a passagem para entrarem na mansão, empunhando suas varinhas e preparados para a batalha.

Lupin esquadrinhou o local com os olhos rapidamente, procurando por qualquer sinal de Tonks e o que ele viu quase o paralisou.

Não podia acreditar em seus olhos.

Aquilo não poderia estar realmente acontecendo, poderia?!

Fenrir Greyback parado bem ali, centímetros o separando de Ninfadora, pronto para mordê-la e amaldiçoa-la com a licantropia, prestes a condená-la da mesma forma que havia feito com ele muitos anos antes.

— Quem ousa invadir minha casa? – berrou Lúcio Malfoy, recuperando-se de seu imediato espanto, ainda desnorteado enquanto procurava pelos invasores.

— Eu ouso! – gritou Sirius de volta, rindo marotamente antes de lançar seu feitiço – Incarcerous! - em segundos o feitiço de Almofadinhas já havia alcançado Lúcio e este rolava pelo chão tentando se livrar das correntes que o prenderam.

Expelliarmus! – começou Remus, desarmando Narcisa, enquanto outros dois comensais tentavam sair de debaixo dos escombros, mentalizando um Protego em seguida para aparar o ataque de Bellatrix.

Petrificus Totalus. - disse Sirius paralisando um dos comensais, que ele identificou sendo Macnair, quando a máscara que ele usava foi ao chão.

Sirius tomou o lugar do amigo, passando a duelar com Bellatrix e permitindo que Remus pudesse ir em direção a Tonks, que tinha os olhos rasos d’agua e um pequeno sorriso nos lábios, o um lado de seu rosto ainda encoberto de sangue.

Greyback! Não ouse tocá-la!— esbravejou ele, apontando a ponta de sua varinha para o peito do Lobisomem.

— Ou então o que?! O que é que o pobre e fraco Lupin irá fazer? – riu ele, ironicamente, puxando Ninfadora pelos cabelos com força.

— Por que senão eu mesmo vou mata-lo! Everte Statium!

Greyback foi atirado longe, rodopiando no ar por algumas vezes, antes de bater a cabeça na parede, caindo já desacordado. Logo, foi fácil para Lupin derrubar os outros dois comensais que havia restado, e correu para Tonks abraçando apertado, sentindo-a quase desmoronar em seus braços firmes.

— Tonks! Ah Meu Merlin! – disse ele analisando o profundo e recente corte em seu rosto, enquanto ela continuava a perder sangue - Você está bem?

— Na medida do possível, eu estou bem. – ela disse assentindo, surpreendendo-o com sua resistência.

— Vamos sair daqui. – disse ele, ainda encarando-a sem conseguir esconder o alívio que era tê-la junto a ele mais uma vez – Accio Varinha! – pronunciou, fazendo a varinha da própria Tonks, que estava nas vestes de um Comensal caído, voar para suas mãos.

Sirius continuava a lutar contra Bellatrix, e quando os dois fizeram menção de ajudar, Pete se colocou em seu caminho.

Lupin estava pronto para atirá-lo longe, não fosse por Tonks colocar-se em seu caminho.

— Pete! – disse ela – Espere Remus, não o machuque!

— Esse é o Pete Grace?

— É uma longa história, mas você precisa confiar em mim. Ele está sobre o domínio da Imperius.

— Tente trazê-lo de volta! Protego! — Remus protegeu-os no último segundo, quando Lúcio tentou azara-lo.

 - Pete, você está sendo controlado. Você tem que querer se libertar, pense... Pense na sua irmã, pense em tudo o que ela significou para você, em todas as coisas boas que vocês dois fizeram juntos. Rosalie, não iria querer que você desistisse tão fácil assim Pete. Você não pode sucumbir à magia das trevas!

Ele piscou com uma expressão confusa no rosto, parecendo voltar ao normal ouvindo as palavras que a metamorfomaga dizia com convicção.

— O que... Tonks? Rosalie?! Ela... Ela está...?

— Sim. Sinto muito Pete, mas nós precisamos daqui sair, antes que...

Mas Tonks não pôde continuar. Outros comensais haviam chegado para impedir a fuga dos prisioneiros fazendo Remus que já tinha desarmado Lúcio facilmente, e voltado a combatê-los com a ajuda de Pete e Tonks. O homem lutava com ferocidade, seu desejo de vingança pela morte da irmã impulsionando-o a continuar.

Os quatro integrantes da Ordem permaneceram lado a lado, e se viam em sérias desvantagens, encurralados e cercados por comensais, esperando pacientemente pelo ataque deles, prontos para revidar na menor possibilidade.

Remus, quase inconscientemente, manteve sua mão entrelaçada com a de Tonks, que tremia de raiva.

— Olha que bonitinho... – falou Bellatrix em seu típico tom debochado, aproximando-se – Ele veio salvar a namoradinha. E você Sirius? Mais um que desonra a família Black, ao se misturar com a corja dos Sangues-Ruins.

— Você é a única que desonra a família, Bella.

— Não me chame assim. – bufou a megera. – Agora, todos irão pagar por tentar invadir nossa casa. Sectumsempra!

Bellatrix poderia ter matado Sirius, se ele não fosse um duelista tão rápido e experiente. Quase ao mesmo tempo em que ela os atacou, ele pensou o contra feitiço: Vulnera Sanentur, fazendo com que o feitiço dela não causasse dano nenhum nele ou em seus amigos. Sirius sorriu marotamente mais uma vez:

— Aqui não, priminha.

Bellatrix quase rosnou de raiva, mas aquele era o território dela. Ela jogaria com eles, do seu jeito predileto, e dessa forma, não ordenou a nenhum dos demais que atacasse, soltando uma alta gargalhada exagerada que ecoou pelo cômodo.

— Muito bem Sirius. Façam como quiserem. Podem resistir e assim sofrerão dolorosas consequências, ou podem se render, e...  Não. Ainda assim vocês serão punidos, mas eu lhes garanto haverá menores chances de eu matar vocês.

Eles nada disseram. Bellatrix mantinha um sorriso sádico nos lábios, já pensando nas torturas que usaria no primo, até que esta percebeu as mãos de Ninfadora e Lupin, fazendo uma careta de nojo.

— Vocês são patéticos. Pensaram que podiam invadir a mansão do Lorde das Trevas e sair impunes? Pensaram que conseguiriam vencer-nos sozinhos?

— Eles não estão sozinhos.

Remus nunca ficara tão feliz ao ouvir a voz de Alastor Moody em toda a sua vida.  Ele surgiu há poucos metros deles, parado na porta que ele mesmo abrira, empunhando sua varinha junto aos demais integrantes da Ordem da Fênix.

— É a sua vez de escolher. Se rende e volta para Azkaban ou... Bem, de todo jeito você irá para Azkaban, Bellatrix.

— Nunca!

Remus aproveitou a distração dos comensais para voltar ao duelo, nocauteando dois deles rapidamente. Em questão de segundos, uma batalha era travada ferozmente por toda a Mansão.

Lupin e Tonks lutavam juntos, um dando cobertura ao outro em perfeita sintonia. Porém mais comensais continuavam a chegar e naquele ritmo, a luta nunca teria fim. Lupin percebeu que se eles perdessem a vantagem que tinham, ficariam em sérios problemas, tornando uma vitória ali praticamente impossível.

Próximo o suficiente de Arthur Weasley para ser ouvido, Remus gritou:

— Arthur! Temos que fazer alguma coisa! Ou não sairemos vivos daqui!

— Entendi Lupin. – disse ele enquanto estuporava um inimigo. – Alastor! Hora de colocarmos um ponto final nisso!

Confundus! – disse Moody desarmando seu oponente. - Voltar à formação inicial! – ordenou ele. Rapidamente, todos estavam reunidos próximos ao buraco onde um dia ficara a entrada da Mansão, Pete segurando firmemente o corpo da irmã em seus braços.

— O que é?! Vão fugir agora covardes? – esbravejou Lúcio, se levantando e indo até eles.

— Eu diria Lúcio, que é uma saída com estilo.— zombou Sirius.

Remus soltou mão de Tonks, e a entregou para Gui, recebendo dela um olhar confuso e temeroso ao mesmo tempo.

— Leve-a Gui, por favor. Certifique-se que ela fique segura. Logo estarei com vocês, eu prometo.

— Remus, o que você vai fazer? – perguntou ela encarando-o, preocupada.

— Não se preocupe. Apenas vá com eles, ok?

Todos desaparataram, ficando apenas Remus e Sirius para trás. Não foi necessário mais que um único olhar entre os dois amigos para entenderem que seus pensamentos eram os mesmos, e levantaram as varinhas, pronunciando ao mesmo tempo:

Diffindo! – os feitiços atingiram o teto, fazendo com que grande parte da estrutura desabasse sobre os comensais.

Nenhum dos dois viu o que aconteceu, pois antes disso já haviam partido novamente, deixando para trás uma Bellatrix raivosa e a Mansão dos Malfoy destruída.

Quando retornaram ao Largo Grimmauld, Remus procurou por Tonks, que não se encontrava na sala junto aos outros, que cuidavam dos arranhões e ferimentos leves que haviam sofrido durante a batalha.

— Alastor, Arthur. Onde ela está?

— Ela estava muito fraca, e quando chegamos acabou desmaiando. Molly está cuidando dela lá em cima. Fique calmo, ela ficará bem.

— Quem era a mulher que Pete carregava? – ele perguntou, desejando que suas suposições estivessem erradas. Ele conhecera os gêmeos antes, e eles acabaram por se tornar amigos por algum tempo, até a morte de Lilian e James. 

 - A garota que faleceu é a irmã dele, Rosalie Grace. Apesar de tudo, Tonks conseguiu cumprir sua missão e os encontrou – explicou-o Moody – Dumbledore não ficará feliz em saber que Bellatrix matou a Rosalie.

— É uma pena que não tenhamos conseguido chegar a tempo para salvar a todos eles. – falou Arthur, ao que Lupin suspirou triste, concordando com um cabisbaixo aceno de cabeça.

Neste ponto, a Sra. Weasley desceu as escadas, e mais que depressa Remo voltou toda a sua atenção para ela.

— Molly, como ela está? – perguntou apreensivo ao se aproximar.

— Ela está bem, pode ficar calmo. Cuidei dos ferimentos dela, e agora está descansando. Pode subir para vê-la se quiser.

— Obrigado Molly.

— Não há de que, Lupin. – a senhora sorriu.

Remus subiu o mais rápido que pôde até o quarto onde ela estava, abrindo a porta lentamente, tentando não fazer barulho para não incomoda-la.  

Ela estava deitada dormindo tranquilamente, quando ele se aproximou e sentou-se na beirada da cama observando os cabelos, antes coloridos, e agora com um tom castanho desbotado. Uma pequena cicatriz, onde antes estava o corte, marcava sua bochecha. Com os olhos rasos d’agua, segurou suavemente sua mão, acariciando-a com o polegar.

Wotcher Remus. — ela sussurrou com um pequeno sorriso, abrindo os olhos e focalizando o rosto dele.

— Hey, desculpe, eu não queria te acordar. Como se sente? – perguntou sorrindo.

Após tudo pelo que Tonks passara nada poderia ser melhor do que poder ver seu sorriso outra vez.

— Agora, bem melhor. – disse entrelaçando seus dedos ao dele, que suspirou sentindo o toque quente dela.

— Por que você tem que ser tão cabeça dura, senhorita Tonks?

— Ah, sinceramente, eu não sei. – disse rindo, encarando-o para tentar descobrir se ele se referia a sua recente e falha missão, ou sobre as infinitas tentativas dela para que ficassem juntos – Mas por favor, nada de lição de moral agora, Remus, eu...

Antes que ela pudesse continuar a falar, ele inclinou-se e a beijou suavemente, sentindo os lábios macios dela nos seus, surpreendendo-a com o ato inesperado.

— Ainda não me conhece Ninfadora, não vou te dar lição de moral. Sou mais culpado do que você nessa história toda.  

— Do que você está falando? – disse sentando-se lentamente, enquanto observando a expressão de Lupin atentamente.

— Eu deveria ter ido com você. Deveria ter te protegido. Eu... Eu fui um covarde, Tonks, durante todo esse tempo. A verdade é que... Eu não suportaria viver sem você. – ele admitiu, abaixando a cabeça.

— Remus – ela chamou carinhosa, colocando a mão em seu rosto e fazendo que ele finalmente a encarasse. – O que aconteceu não foi culpa de ninguém, nós não poderíamos prever tudo aquilo.  Não vale a pena ficar se culpando. O importante é que agora está tudo bem.

Ele juntou seus lábios outra vez, incapaz de se conter ao tê-la tão perto. Tonks correspondeu ao seu beijo de bom grado, acariciando os cabelos dele levemente grisalhos.

— O que seria de mim sem você, hein? – disse ela com seus lábios ainda colados, um sorriso enorme iluminando seu rosto, levantando o olhar levemente para os olhos âmbar que tanto sentira falta nos últimos dias.

— Eu sei que errei ao me afastar. Errei em negar o que eu sentia. Mas nunca mais quero pensar em te perder Tonks. Eu amo você. – se declarou a abraçando - Amo muito.

Finalmente!— eles riram, e ela enterrou o rosto na curva de seu pescoço, depositando um beijo ali e causando arrepios nele ao fazê-lo - Também te amo Remus.  

— Mas, eu realmente queria te fazer uma pergunta agora.

— O que é? – ela perguntou levantando a cabeça. Remo sorriu ao perceber que seus olhos voltavam a mudar de cor para um azul da cor do céu.

— Ninfadora Tonks, apesar de todas as minhas falhas e todos os meus defeitos... – ele sentia-se de volta aos seus dezessete anos, nervoso em ter que falar com a mulher que amava, e sorriu com esse pensamento, deixando-se pela primeira vez ser levado por seus sentimentos - Apesar de tudo o que sou e de tudo o que fiz, você aceita fazer de mim o homem mais feliz e sortudo do mundo e ser minha namorada?

— Remus John Lupin. – um sorriso brincava em seus lábios. - Eu te amo, por todas as suas qualidades, por todos os seus defeitos. Eu te amo, por tudo o que você é. – disse enquanto seus cabelos se coloriam do rosa mais lindo que já se viu. – E é claro que eu aceito, meu lobinho.

Remus abriu um sorriso, assim como Tonks, mas quando ele se aproximou para beija-la mais uma vez, teve a sensação de não estarem sozinhos.

— Qual o problema Remus? – perguntou ao ver a expressão do, agora, namorado.

— Espere só um minuto.

Lupin pegou sua varinha, e foi em direção à porta. Ele lentamente pôs a mão na maçaneta e a abriu de uma vez, fazendo Sirius se desequilibrar e cair no chão do quarto.

— Que bonito, hein? Escutando atrás da porta? – Tonks riu, vendo a cena.

— Ahnnn, oi lobinho... – disse Sirius com um sorriso travesso em seus lábios, enquanto encarava Remus.

— Algo a dizer em sua defesa, Sr. Black? – Lupin questionou o amigo, cruzando os braços, tentando conter uma risada.

— Hm, que tal... Toc toc?!

Apesar da expressão séria, Remus estava feliz, e riu muito junto com o amigo após o flagrante, e naturalmente não demorou muito até que todos soubessem sobre ele e Tonks.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Andrômeda Tonks chegou à sede da Ordem, e acabando com sua angústia, reviu a filha e pode matar as saudades. Ela disse como havia ficado preocupada quando Ninfadora desaparecera, e prometeu que faria a irmã pagar pelo que fizera, na primeira oportunidade que tivesse.

Tonks nunca a vira tão contente quanto estava após contar as novidades sobre ela e Remus. Ela pensara que sua mãe não poderia aceitar bem a relação deles, mas Andrômeda conhecia Ninfadora e confiava nas escolhas da filha, e se era ele quem iria fazê-la feliz, tudo bem para ela.

À noite, os integrantes da Ordem compareceram a reunião que, apesar da alegria de todos por rever a jovem auror, ainda tinha um clima tenso devido a morte de Rosalie e da situação do mundo bruxo que continuava a se deteriorar.

— Bem – começou Dumbledore, que chegara a pouco – Acho que lhe devo desculpas Ninfadora. Deveria ter imaginado que em tempos difíceis como os que vivemos, não é apropriado ir a uma missão só, por mais forte que se seja.

— Não se preocupe professor, não foi culpa do senhor. Eu apenas sinto muito em ter falhado.

— Você não falhou Srta. Tonks. Pelo contrário; cumpriu sua missão apesar de todas as dificuldades, e eu espero que esteja se sentindo melhor.

— Obrigada professor Dumbledore. Já estou me recuperando.

Assim, após contar todo o acontecido novamente, finalizou-se o assunto sobre a missão e passaram a discutir sobre o Ministério, comensais procurados e outros assuntos aos quais ela não prestou a devida atenção.

A garota observou as pessoas sentadas à mesa. Ao seu lado, Remus, que tinha seus dedos entrelaçados aos dela, acariciando sua mão sem realmente prestar muita atenção ao que fazia, depois Sirius, Arthur e Molly. Do outro lado, Moody, Gui, Kingsley, Snape e na cabeceira Dumbledore.

Tonks não falara com Pete desde que haviam retornado à sede. Ele se mantivera isolado, lamentando a morte da irmã e deixando-a impotente sobre o que fazer para tentar ajuda-lo. Olhando para fora, ela pode ver o amigo sentado no jardim.

— Acredito que por hoje é só. Continuaremos na próxima reunião. Até logo, e boa noite a todos. - Dumbledore finalizou a reunião, e ao levantar-se foi junto a Alastor, Arthur e Kingsley para a sala; Molly seguiu para a cozinha e os demais foram embora.

— Dora, tudo bem? Você estava distante durante a reunião. – Remus perguntou, acariciando o maxilar dela.

— E quando ela não está assim, Aluado? – riu Sirius, implicante como sempre.

— Eu... Eu preciso ir falar com Pete. Nos vemos mais tarde?!

Remo e Sirius não tiveram tempo para respondê-la. Após dar um demorado selinho neste primeiro, ela encaminhou-se para fora da mansão.

Pete estava sentado, olhando as estrelas. Pé por pé, ela se aproximou e sentou-se ao seu lado. Ele sentiu que alguém chegava e ao se virar, ficou feliz em constar que era Tonks.

Wotcher.— ela chamou, com um meio sorriso.

— Oi baixinha. – ele retribuiu, com um leve sorriso.

— E então, como você está? – ela perguntou temerosa, ignorando o apelido.

— Levando. – ele respondeu, suspirando pesadamente.

— Pete, eu... Eu sinto muito por tudo o que aconteceu. Minha missão era salva-los e eu não fui capaz. Fui fraca. Na verdade acho que se não fosse por vocês, eu não estaria aqui agora.

— Tonks, não. Você fez tudo o que podia. Sua missão era nos encontrar, e você encontrou. Se não tivesse sido levada aquele porão, eu e Rose... – sua voz falhou ao dizer o nome da irmã. Depois respirou fundo antes de continuar – Nós, ainda estaríamos lá. Destinados a morrer ou a ser torturados pelo resto da vida. Então não se recrimine. Rose não iria querer isso.

— Vou sentir falta dela. – disse ela, sem conter as lágrimas que escorriam por suas bochechas.

— Rosalie era tudo pra mim, Tonks. Tudo o que eu tinha, minha única família. Mas eu não fui capaz de protegê-la...

— Você não pôde fazer nada também. A única culpada nisso é Bellatrix. Ela assassinou a Rose, assim como fez tantos outros bruxos bons.

— Bellatrix vai pagar pelo que fez. E eu mesmo cuidarei para que isso aconteça.

— Pete... Vingança não vai trazê-la de volta.

— Sei que não. – disse limpando rapidamente uma lágrima que caiu – Sou um auror, e Rose também era. Talvez devesse estar acostumado com coisas assim, mas nunca imaginei que seria tão difícil. Sei que nada mudará o passado, nem mesmo a magia tem esse poder. Mas a sensação é boa demais. Sabe como é? Tirar um peso de suas costas. No meu caso, será como tirar uma tonelada.

— Eu entendo como se sente.

— Obrigado Tonks. Por tudo o que fez por nós.

— Teriam feito o mesmo no meu lugar.

Pete conseguiu dar um meio sorriso.

— É... Acho que sim.

Ela o abraçou. Ele se surpreendeu primeiramente, mas logo retribuiu. A semelhança entre aquela garota de cabelos coloridos que estava na sua frente e sua irmã era enorme. E talvez por isso, ele continuasse a ver Tonks agora como uma irmã caçula, que silenciosamente, ele jurou proteger.

— Fica bem, tá? – disse ela levantando-se.

Ela voltou para a sede, recompondo-se do choro, deixando Pete no jardim ainda a ver o tempo passar. Encontrou Lupin a esperando na cozinha, que percebeu que ela chorava, e já podia imaginar o motivo. Levantou-se a envolvendo em um abraço apertado, desejando ser capaz de afastar toda a tristeza que estava em seu coração.

— Como foi? – perguntou ele, secando delicadamente uma lágrima em seu rosto.

— Você sabe. Ele está revoltado, ansiando por vingança. Ainda é um assunto delicado para ele... E também para mim.

— Eu o entendo, um pouco. Ele e Rose sempre foram muito apegados, praticamente inseparáveis. Eu sei como é difícil perder um irmão que você ama tanto. - disse encaminhando-se junto com ela para a sala, agora vazia.

— Mas você não é... Ah. James? E Lílian?! - Ele assentiu - Deve ter sido difícil para vocês, pelo modo como tudo aconteceu. Eu sinto muito, gostaria de tê-los conhecido. – sorriu sentando ao lado dele no sofá.

— Você iria adora-los. Posso apostar que você e Lílian teriam sido grandes amigas. - seus olhos ficaram rasos d’água. – Eles eram minha família Tonks, os únicos que me amavam apesar do que eu sou. James e Sirius tornaram-se animagos só para poderem estar comigo durante a lua cheia, para estarem ao meu lado, ajudando-me e me dando apoio. E Lily... Ela foi diferente de todos os outros, e não se afastou quando descobriu sobre meu probleminha cabeludo. – Ele respirou profundamente, sorrindo com as lembranças que tomavam sua mente. Tonks observava cada traço de seu rosto, encantando-se ainda mais pelo homem a sua frente.

— Queria estar lá também, para poder ficar junto com você.

Ele sorriu, observando suas mãos juntas.

— Sabe, eu nunca me abri assim. Nunca falei sobre isso com ninguém, nem mesmo com o Almofadinhas.

— Então é bom conhecer esse seu lado, Sr. Lupin. Isso só me faz te amar mais. – disse o beijando, e ele logo retribuiu.

Ela encostou sua cabeça em seu peito, e ele a abraçou, trazendo-a ainda para mais perto. Ficaram assim, em silencio, apenas apreciando a companhia um do outro e ouvindo as fortes batidas de seus corações. Demonstrando seu amor em pequenos gestos de carinho, como um toque, um beijo, um sorriso. Nada, nem ninguém poderiam mudar seus sentimentos.

A batalha contra o pior bruxo das trevas aproximava-se a cada dia, e ainda haveria muitos obstáculos a serem enfrentados pela frente.

Mas o futuro, só o tempo iria dizer. O importante era apenas o presente.

Naquele momento, nada poderia incomodá-los. Nada poderia tirar de Tonks seu amor por Remus; e nada tiraria de Lupin, seu amor por Tonks.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, muuuuuuito obrigada a todos vocês!
Não esqueçam de deixar seu comentário dizendo o que vocês acharam! A opinião de vocês é muito importante para mim!
Amo vocêeeees pessoinhas!
Bjoooos e até a próxima!
Kakau ♥



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