Fix You escrita por SammyBerryman


Capítulo 37
All I Want


Notas iniciais do capítulo

[Tudo o que eu quero]

Que bonito hein, que cena mais linda, vocês cobram o capítulo mas quando eu posto não comentam, sim soltando indiretas para uns ai. E sobre vcs do twitter: 68 DMS? QUEREM ME MATAR? ACALMEM O CORE MEU DEUS! Da última vez foi 54, em vez de abaixar, subiu, nossa gente kkkk Este capítulo vai ser o mais polêmico da fic, vai deixar vcs com raiva, vai deixar vcs felizes e vai deixar vcs desesperados.

SUPER IMPORTANTE:
Recomendo já deixarem no youtube a música All I Want da banda Kodaline para acompanhar uma parte do capítulo, se vcs não escutarem não vão entender o quanto ela se encaixa com o nosso casal Seddie, escutem a batida exatamente na parte que o Freddie começar a cantar, se soltarem o play na hora exata vão conseguir presenciar o momento Seddie como se estivesse realmente acontecendo, encaixei as frases certinho, o timing da música ficou perfeito...


Dedico este capítulo a:
Paulo Soares
Andréia Nogueira
Danillo Costa
Kelvin Dantas
Felipe Alencar
Gabriela Alves
Paola
Janaína Freitas
Douglas Henrique


Aproveitem:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/707025/chapter/37

Povs Freddie:

Eu saio do carro e caminho até a porta da Sam, levei quase uma hora para fazer a Carly me dar o endereço. Ela não quis me dizer onde a Sam estava morando, pois sabia do beijo e de que como as coisas se complicaram ainda mais. Pobre Carly se soubesse de fato o que realmente está se complicando agora, não pensaria duas vezes em me fazer ficar perto da Sam.

Eu bato na porta e aguardo alguém vir abrir. Em segundos o meu pequeno raio de sol de olhos azuis vem me receber.

— Freddie? - ela rapidamente sai da casa e fecha à porta se certificando que o Austin não saiba quem é.

— Oi. - coloco as mãos no bolso do meu casaco.

Ela me olha sem saber como me cumprimentar.

— Achei que não o veria tão cedo. - ela mantém uma postura ereta.

— Cedo? Acho que daqui a alguns dias vai fazer um mês.

Ela somente dá de ombros intrigada pela minha visita.

A porta se abre e o Austin nos olha com curiosidade.

— Olá Freddie. - Austin estende a mão e eu aperto por educação.

— Olá Austin. - coloco a mão no bolso novamente.

— Veio falar com a Sam? - ele pergunta como se já não fosse óbvio, porém outra ideia me vem em mente.

— Não. - eu nego para surpresa dos dois- Na verdade eu vim falar com você.

Austin franze a testa, mas dá espaço para eu adentrar na casa.

— Pois não, entre.

— Prefiro falar com você aqui fora. - eu procuro não revelar nada.

Sam somente nos olha confusa, ela troca um olhar de dúvida com o Austin, como uma conversa silenciosa ela apenas acena com a cabeça e volta para dentro da casa sem olhar para mim. Austin fecha a porta e caminha comigo pela grama.

— O quê precisa falar comigo que a Sam não pode ouvir? - Austin quebra o silêncio quando chegamos à calçada.

— Eu vou morrer. - solto de uma vez.

Austin somente pisca e coça a cabeça.

— Você tem câncer ou algo do gênero?

— Antes fosse. - suspiro soltando fumaça por causa do tempo frio.

— Então qual é o problema? Como assim você vai morrer?

Quando faço menção de contar, um cachorro pequeno, parecido com um Pug cinza, se joga entre meus pés balançando o rabinho. Olho para ele confuso.

— Desculpa por isso. – uma senhora aparece para pega-lo, ela age como se tivesse o soltado de propósito. – Elton é muito extrovertido. – ela brinca com o cachorrinho.

— Não foi nada. – ela se distancia um pouco e me viro para o Austin para responder sua pergunta - Quando meu pai deixou minha mãe, ele levou a Lana com ele, mas deixou bem claro que não era para procurarmos, senão alguém iria pagar por isso... E agora a Lana está conosco novamente, acho que já dá para entender a história. - digo sem festividades.

Ele é esperto o bastante para entender de maneira rápida o que eu quis dizer.

— Ele vai fazer algo contra você? Seu próprio pai? - noto compaixão na voz dele.

— Sim. Mas mandou-me escolher.

— Escolher o que? De que forma quer morrer? - ele balança a cabeça enojado.

— Não. Escolher entre a minha vida ou a da Sam. - eu respondo e ele dá um passo para trás se assustando.

Ficamos quietos por um tempo enquanto ele processa a história toda.

— Não preciso perguntar o porquê de você querer morrer no lugar dela, mas mesmo assim eu vou, só me ajude a entender... Por quê?

— Eu a fiz feliz por um tempo, agora ela vai ser feliz com você, vai ter a vida dela, a família dela, próximo das pessoas que ama. Eu a amo e estou realmente disposto a dar a minha vida pela dela. - passo a mão no meu cabelo- A Sam não pode saber de nada.

Austin inala o ar frio de Seattle.

— Você está pedindo a coisa mais sem sentido do mundo, impossível esconder algo dela.

— Pois você vai e em compensação, te deixou ir buscar a minha irmã no mercado e depois leva-la para casa.

— O que? Por que eu iria querer isso? – ele finge não ter se animado.

— Quer mesmo que eu diga? – tiro a chaves do bolso – Ela está no Ivan Market, conhece? – dou as chaves do meu Subaru a ele.

— Conheço. – ele olha para as chaves, confuso – Eu não sei o que dizer sobre o outro assunto Freddie, quando ela souber que você sumiu... Ela não vai conseguir aguentar, vai ser algo forte demais para a Sam.

— Eu vou tentar não deixa-la sofrer tanto, ela vai superar. Até lá eu só quero uma coisa de você e eu imploro por isso, fico até de joelhos se precisar. – me preparo para o que vou pedir.

— Calma Freddie, você tem o direito de pedir o que quiser depois de tudo isso.

— Posso passar um tempo com ela? Antes de...

— Fique a vontade Freddie, tem todo o tempo que quiser com ela... – ele concorda.

— Obrigado. – eu digo.

Ele estende a mão para mim, dou um aperto leve e voltamos para perto do meu carro.

— Pode fazer um favor para mim?

— Claro. – balanço a cabeça positivamente.

— Não diga a Sam que eu... Essa ligação que eu tenho com a Lana... Pode não comentar com ela?

— Tudo bem... Não vou falar nada. – o deixo despreocupado.

— Obrigado. – Austin abre a porta do meu carro.

— Pode demorar se quiser, passe um tempo com a Lana. – falo algo estúpido.

— Ah sim... – ele entra no carro e fecha a porta – Eu realmente sinto muito Freddie, prometo não contar nada a Sam.

— Agradeço mais uma vez. – faço um legal com a mão.

Ele liga o carro e o conduz pela rua em uma velocidade considerável. Eu respiro fundo e me preparo para os momentos seguintes.

 

 

 

Entro na casa da Sam, hesitante. Ela está deitada no sofá enrolada em uma coberta e rapidamente se senta ao me ver.

— Cadê o Austin? - ela pergunta para o meu desânimo.

— Foi fazer um favor para mim. - me sento ao seu lado.

Sam se distancia um pouco. Não. Não se afaste de mim.

— Que favor?

— Buscar a Lana no mercado e leva-la para casa.

Ela ri da resposta.

— E você não podia levar?

— Eu prefiro ficar aqui e passar um tempo com você, aliás, o Austin parece gostar muito da minha irmã. - fico um pouco mais a vontade, porém tenso.

— Gosta bastante. - Sam desvia o olhar intrigada.

— Ciúmes? - coloco meu braço quase em sua volta na parte de cima do sofá.

— Não... É mais preocupação. - ela morde o lábio fazendo minha respiração se intensificar.

— Acha que ele trairia você?

— Eu o trai primeiro, seria justo.

— Fui eu que te beijei, não ao contrário e se eu bem me lembro você não correspondeu. - começo a brincar com um pedaço da coberta.

Ela não diz nada, apenas observa minha mão acariciar a coberta. Meu peito aperta sabendo que não poderei toca-la ou beija-la nesses meus últimos dias ao seu lado. Mas é melhor do que nada. Partirei feliz por vê-la.

Sam lentamente coloca a mão por cima da minha e vira minha palma para tocar na dela. Eu estou tão desesperado que apenas fico parado com medo que ela recue.

— Você está tremendo? - ela aperta minha mão.

— Está frio. - minto- Olha está sol - aponto para a janela da sala que fica atrás da TV - Deveríamos nos deitar na grama do jardim.

— Ok... – ela acha meu comportamento estranho - Vamos. - ela se levanta me puxando e levando a coberta com a outra mão, saímos para o jardim e a Sam coloca a coberta no chão, ela se deita junto comigo - Isso não é normal.

— E em algum momento fomos normais? - observo o sol batalhar contra as nuvens densas.

— Não. - ela sussurra.

Eu sinto sua mão esquerda roçar na minha, delicadamente ela entrelaça nossos dedos e eu aproveito o seu corpo quentinho ao lado do meu.

— Achei interessante o fato de a Carly querer nos levar para ensaiar a dança na igreja hoje. - me viro para olhar a Sam, seus cabelos loiros formam ondas em seus ombros.

— Ela te contou? - seus olhos azuis brilham por algum motivo.

— Contou o quê?

— Quem vai ser o par de quem na dança?

— Não. Por quê?

Ela olha para o meu peito mordendo o lábio de novo.

— Ela não vai te colocar para dançar com sua irmã.

— E quem vai dançar com a Lana? - fico confuso com isso, por que a Carls não me contou?

— O Austin. - Sam retornar a me olhar no rosto.

— E quem vai dançar comigo? - um sorriso me escapa.

— Eu. - ela automaticamente me dá um sorriso também.

— Fico feliz.

Sinto o sol no esquentar aos poucos, mas o vento frio faz a Sam tremer e eu não perco a chance de colocar a cabeça dela contra meu peito. Ela não se recusa e faz algo que marcou vários dos nossos momentos. Ela deixa a mão sobre meu peito para escutar meu coração bater. Uma lágrima escorre do meu rosto sem controle. Como eu posso dizer a ela? Como eu posso dizer que irei morrer? Que as batidas do meu coração já estão contadas? Que irei abandona-la de novo e dessa vez para sempre?

Enxugo a lágrima antes que ela a veja.

— Senti falta disso. - ela diz a minha frase que eu murmurei no chalé há cinco meses- Faz muito tempo.

— Um monte de coisas faz muito tempo. - sussurro meio rouco invertendo os papéis e planto um beijo suave nos seus cabelos.

Depois de um tempo, ela pressiona a mão contra o meu peito com mais força.

— O que há de errado, Freddie? - a pior pergunta que ela poderia fazer.

— Eu apenas sinto sua falta... E queria passar um tempo com você, nunca se sabe o dia de amanhã. Às vezes eu sinto que você está escapando entre os meus dedos... Não quero te perder. - eu respondo com cuidado.

— Não sou sua para você me perder.

Ai. Essa doeu.

— Não importa o que você diga, uma parte de você sempre será minha. - dou um aperto nela, é quando sei que fui longe demais.

Ela se senta ao meu lado, rompendo qualquer contato comigo.

— Ainda não acredito que o Austin te deixou sozinho aqui comigo, é a mesma coisa do que deixar uma ovelha presa com um lobo.

Sorrio olhando dentro dos seus olhos azuis perfeitos.

— Eu seria o lobo?

— Não. - ela não consegue esconder o sorriso safado- Você seria a ovelha. - Sam se inclina para frente e beija meu rosto- Vou pegar alguma coisa para nós comermos. - ela se levanta e eu a observo caminhar de volta para dentro da casa. Eu tento espantar os pensamentos inapropriados que tive ao ver o quanto a calça jeans que ela está usando define suas pernas e suas nádegas.

Viro-me contra a coberta e abafo um grito. E esse grito não tem nada haver com o fato de eu estar com meus dias contados.

Sam retorna após um tempo com uma cesta, cheia de pãezinhos, muffins, doces e pedaços de fruta. Ela também trouxe uma garrafa de chocolate quente. Ela coloca tudo sobre a coberta e faz algo inacreditável, quando me sento ela se coloca no meio das minhas pernas quase deitada. Eu com muito cuidado passo o braço em volta da sua cintura.

— Isso está bom. - respondo ao morder um pão doce- Seu namorado é demais.

— Ele é sim... - Sam meio que resmunga, ela não gosta de falar dele ou algo aconteceu, antes que eu possa perguntar alguma coisa, ela muda de assunto - Quer escutar a música que a Carly vai nos fazer dançar?

— Claro. - continuo a comer meu pãozinho.

— Ela escolheu All I Want de uma banda chamada Kodaline, escutei algumas vezes. - Sam procura a música no celular enquanto eu começo a soar frio.

Minha garganta se aperta com força. Sinto-me sufocado. Eu conheço a letra. Eu sei o que realmente diz.

— Ela... Ela escolheu essa música mesmo? - coloco o pão na cesta de novo.

— Sim, algum problema? - ela aperta o play.

— Não. - murmuro contra seu cabelo. A música começa a tocar e eu limpo a garganta para cantar para a Sam. Talvez ela leve a música somente como um gesto romântico e desesperado vindo de minha parte. Ela não vai entender a real mensagem que estarei tentando passar, mas quando eu partir, ela vai se lembrar de que eu cantei para ela, que derramei minha alma em cada verso.

— É meio... - ela começa a dizer.

Tudo que eu quero é nada mais, que ouvir você batendo na minha porta...— inicio a canção e ela se detém para ouvir- Porque se pudesse ver seu rosto mais uma vez, poderia morrer um homem feliz tenho certeza.— eu falo a frase com força tentando não chorar.

Quando você disse seu último adeus...—Sam me interrompe cantando e eu fico pasmo - Morri um pouco por dentro, me deito chorando na cama a noite toda...

Sozinho, sem você ao meu lado.— eu canto sem acreditar e coloco seus cabelos atrás da orelha direita, assim posso cantar contra seu ouvido- Mas se você me ama...

Por que você me deixou?— minha garota loira pergunta com a música.

Tome meu corpo... Tome meu corpo.— entoo a balançando devagar- Tudo que eu quero. E tudo que eu preciso. É encontrar alguém. Vou encontrar alguém. Como você, oh, oh— inalo seu cheiro doce para me dá forças. — Oh, oh, oh... Você... Como você.

— Freddie... – com a voz embargada ela pega minha mão esquerda.

Veja, você trouxe o melhor de mim— continuo a cantar- Uma parte de mim que nunca tinha visto. Você pegou minha alma e a purificou. Nosso amor foi feito para as telas de cinema...— é o que basta para tudo desabar a nossa volta.

Mas se você me amava— nós dois cantamos juntos - Por que você me deixou? Tome meu corpo. Tome meu corpo.— Sam dá carinho no meu rosto com a outra mão.

Tudo que eu quero.— ela sussurra ainda cantando.

E tudo que eu preciso.— mantenho a voz baixa também.

É encontrar alguém.— prosseguimos juntos novamente - Vou encontrar alguém...

Ficamos em silêncio e deixamos a música tocar sozinha, apenas respiramos ao mesmo tempo, prestando atenção na guitarra.

"Oh, oh, oh, oh, oh

Oh, oh, oh, oh, oh

Oh, oh, oh, oh, oh"

A guitarra preenche o silêncio.

"Oh, oh, oh, oh, oh

Oh, oh, oh, oh, oh

Oh, oh, oh, oh, oh"

O solo de todos os instrumentos juntos toca os nossos corações. Com um timing exato, o sol ressurge iluminando a grama onde nós nos encontramos.

Se você me amava. Por que você me deixou?— ela praticamente desabafa comigo enquanto canta- Tome meu corpo... Tome meu corpo.

Tudo que eu quero.— consigo cantar mais alto- E tudo que eu preciso, é encontrar alguém...

Vou encontrar alguém...— Sam canta mais uma vez.

Como você, ooh...— sussurramos juntos.

A música termina de maneira lenta. Sam inclina a cabeça para baixo, não sei se foi para respirar ou para chorar. Ela rapidamente pega um doce na cesta e coloca na boca.

— A Carly vai nos matar com essa música. - diz Sam de boca cheia- Não acredito que ela vai nos fazer dançar isso. Não tem nada haver com casamentos. A letra é triste...

— Mas a letra trás uma coisa que nós dois ainda temos. - com cuidado eu a faço virar o rosto para me olhar. - Esperança.

Ela revira os olhos.

— Austin disse a mesma coisa quando o beijei pela primeira vez após você ter ido embora.

— Poderia me contar como vocês voltaram a ficar juntos? - admito estar um pouco curioso enquanto a isso.

— Uns três meses após meu aniversario, eu peguei o Mustang para dar uma volta. Eu estava bastante emotiva e acabei chorando enquanto dirigia o carro. - ela se mexe desconfortável por ter que me contar isso- Então eu não vi o Jimny do Austin vindo à minha direção. Quando eu tentei desviar ele jogou o carro dele no acostamento primeiro. Eu sai do Mustang, o tirei do carro dele que teve perda total, e levei o Austin para a casa dele. - Sam respira como se estivesse chateada - Foi quando o beijei por desespero e por que eu estava me sentindo culpada pelo o que eu fiz.

— Não precisa justificar, você estava livre para fazer o quisesse. - finjo não me importar.

Sam balança a cabeça concordando.

— Tem razão. - na verdade eu não tenho- Bem, após esse acontecimento, ficamos mais próximos, depois eu mesma dei o primeiro passo e aqui estamos. - ela se senta lembrando-se da forma que está encostada em mim.

— Não parece uma história muito feliz. - falo sem pensar e me preparo para patada que ela vai me dar.

— Nenhuma história de amor é. - ela só diz isso.

Sam enche um copo de chocolate quente para ela e outra para mim. Tomamos em silêncio mais uma vez. Eu como alguns docinhos da cesta. Quando eu vou pegar mais um, ela faz o mesmo e nossas mãos se tocam, um choque nos percorre com força. Sam cora e pega o doce para comer.

— Posso te fazer uma pergunta extremamente pessoal? - arrisco apesar de tudo, eu não quero morrer na dúvida.

— Não Freddie. - ela me olha e eu suspiro bravo, ela não vai me deixar ultrapassar essa linha - Eu não fiz amor com o Austin ainda. - e eu estava errado. Sam responde a minha pergunta que eu nem precisei fazer.

— Obrigado. - respondo aceitando que um dia vai acontecer.

— De nada. - ela beberica seu chocolate quente.

— Mas você sabe que um dia vai acontecer, não é? - eu passo dos limites.

Sam abaixa o copo lentamente e eu já me preparo para levantar e correr.

— Quer mesmo falar disso? - ela estrala os dedos.

Penso um pouco antes de responder.

— Melhor não.

Ela só suspira e cruza as pernas.

— Isso tudo mexeu muito com a gente, não foi? - Sam abre mais um sorriso.

— Muito... - uma nova ideia surge- Sam, podemos fazer uma promessa?

— Uma promessa? - ela estreita os olhos.

— Sim. Prometa que se for dar um passo a mais na relação com ele, você vai me contar, o mesmo vale para mim... Iremos contar tudo um para o outro

— Espera. - ela ergue a mão- Você está com alguém?

— O quê? Não. Eu não estou com ninguém. Eu juro. - a acalmo de forma rápida.

Ela solta um suspiro de alívio.

— Prefiro fazer essa promessa de outra forma. - ela apoia o queixo na mão.

— Diga.

— Só iremos fazer amor com outra pessoa após o casamento com a mesma, antes disse nunca iremos nos deitar com ninguém.

— Acho justo. – concordo, mesmo sabendo que isso não vale mais para mim.

— Ainda não acredito que as coisas mudaram tão rápido. Eu me arrependo de... – Sam não termina, só me olha triste.

Olho para seu rosto e o pego entre as mãos.

— Você fica linda com o peso das escolhas erradas que fizemos sobre seus ombros. - eu delicadamente beijo sua face - Linda. - sussurro.

Nesse pequeno momento que nós temos, é o bastante para fugirmos um pouco da nossa realidade. Sei que agora estamos imaginando a vida alternativa que poderíamos ter tido juntos. Seríamos apenas mais um casal apaixonado, aproveitando o sol de domingo em Seattle. Sentados na grama em frente à casa somente aproveitando todos os segundos juntos.

Não vou pensar no depois. Tudo o que eu quero é pensar no agora. Pensar na garota loira que ainda está sorrindo para minhas últimas palavras. Trocamos um olhar intenso que esconde o que realmente queríamos dizer. Eu sei que ela está dizendo "Eu amo você" e eu estou dizendo para ela "Eu com certeza também amo você".

 

 

 

 

 

 

 

Povs Lana:

Bato o pé impaciente esperando o Freddie chegar com o carro. Já faz dez minutos que ele disse que estaria vindo e eu estou aqui sobrando com as compras no meio do estacionamento. Que irmão perfeito. Porra eu não tenho paciência com ele! Finalmente avisto o Subaru Impreza azul que ele comprou. Faço a mesma cara de desdém toda vez que vejo esse carro. Ele tem um péssimo gosto para automóveis.

O Subaru estaciona ao meu lado e me surpreendo ao ver o Austin saindo de dentro do carro, perco a postura na mesma hora. Ele é o namorado da sua amiga, se toca garota. Eu mesma me condeno.

— Eu achei esse carro por ai. - Austin diz caminhando com elegância até mim, ele para na minha frente e pega o carrinho.

— Onde está o Freddie? - eu pergunto o deixando levar o carrinho até o porta-malas.

— Com a Sam. - ele abre o porta-malas e eu começo a colocar as compras dentro.

— Otário.

— O Freddie? - Austin coloca os últimos sacos de papel no porta-malas e o fecha.

— Não. Você. - balanço a cabeça sem acreditar- Foi como deixar Mike Myers entrar na sua casa no Halloween.

— Creio eu, que a Sam ainda tem caráter. - ele fala como se soubesse que está mentindo. Austin se desvia de mim para entrar no carro, eu dou a volta e faço a mesma coisa.

— E você acha que o Freddie tem? - questiono e o Austin se encolhe como se eu tivesse falado algo terrível.

Ele liga o carro e sai do estacionamento.

— Olha, o Freddie a ama, o mínimo que posso fazer é deixa-lo passar um tempo com ela. - ele me explica e para em um semáforo.

— Fala como se ele fosse embora ou coisa assim.

— Não, mas em breve ele não vai poder ficar seguindo a Sam para sempre.

— Por que não? - pergunto achando ridículo.

— Por causa disso. - ele tira uma caixinha do bolso da calça.

PUTA MERDA! Ele vai pedir a Sam em casamento!

Meu coração estoura em bilhões de pedaços. Meus olhos se enchem de lágrimas. Eu vim reprimindo esse sentimento há tanto tempo. Dizendo a mim mesma que não era real e agora tudo voltou à tona. Não posso suportar isso. Saber que ele vai se casar com ela... Mas ela talvez não aceite, né? Ela ama o Freddie, provavelmente ainda vai tentar consertar as coisas com meu irmão. E se esse momento nunca chegar? E se ela aceitar? Merda! Droga!

Eu só desvio o olhar rapidamente e olho para a janela, meus olhos começam a se embaçar com lágrimas que nunca serão derramadas.

— Você vai fazê-la muito feliz. - falo para esconder meu sofrimento.

— Você vai ficar bem? - ele pergunta sabendo a verdade.

— Só cala a boca e dirige. - seguro o choro.

— Onde você mora?

— É só ir reto e virar a quarta rua à direita. Eu vou indicando o caminho. - aponto para frente.

— Eu sinto muito Lana, mas eu não sou o cara certo para você. Com certeza você merece alguém melhor do que eu. - ele acelera o carro pela rua.

— Eu juro por Deus que se você não calar a boca eu vou te bater. - minha voz sai totalmente presa.

Ele fica calado por precaução.

Eu sou a única a falar dentro do carro, indicando o caminho da minha casa para ele.

 

Austin estaciona o carro na calçada e eu saio na mesma hora. Ele sai do Subaru, caminha até o porta-malas e o abre para mim. Eu pego uma parte das compras e ele pega a outra.

Abro o portão da cerca e entro no quintal. Ando com pressa para a porta, a deixei aberta então só faço empurrar. Vou para a cozinha e deixo os sacos de papel sobre a mesa. O Austin aparece e faz a mesma coisa.

Eu me apoio na mesa e ele se aproxima, eu empurro sua barriga para que ele se distancie.

— Me escuta. - ele pede.

— Eu não quero. Você está vivendo sua vida, eu mereço pagar por isso. Fui eu que te deixei. O Freddie também merece, pois foi ele que deixou a Sam. Ninguém é inocente nessa história, só estamos pagando pelos nossos erros. - cruzo os braços- Você já pode ir.

— Mas eu não quero ir. - Austin abaixa a cabeça e depois me olha dá mesma maneira de quando queria fazer sexo comigo.

— Não me olhe assim. - eu aponto o dedo para ele- Me ajuda a guardar as compras.

— Tá. - ele vem pro meu lado.

Eu retiro algumas latas de dentro do saco de papel e as guardo no armário, Austin com eficiência sabe onde guardar o resto das coisas sem perguntar. Ele ainda se lembra como eu organizava as compras. Quando terminamos, eu fecho a porta de um armário, mas ele segura minha mão e me puxa para seu peito.

— O que você... - começo a perguntar, mas ele pega meu rosto entre as mãos e me beija na boca.

Um grito se forma dentro do meu cérebro. Seus lábios continuam perfeitos como antes. Doces e levemente rápidos.

Porém eu posso ter todos os meus defeitos, mas eu jamais trairia a confiança da Sam desta maneira.

Eu empurro seu peito com as duas mãos e ele recua rompendo o beijo.

— Acha mesmo que eu faria isso com a Sam?! - eu limpo a minha boca.

— Estou dando o troco. - ele diz e eu paro de limpar a boca pela metade.

— Oi?

— Se você não percebeu naquele dia no Obelisco Espacial, o Freddie voltou depois da Sam, e deu para ver um pouco do batom dela levemente nos lábios dele. - ele diz gesticulando com a mão.

Analiso sua explicação. Realmente tem um pouco de sentindo. Meu irmão estava muito estranho quando voltou para casa e não temos segredos entre nós (talvez só um da minha mente), mas pelo visto ele andou escondendo isso de mim.

— Mesmo assim... - coloco a minha postura mais inquebrável- Não vou trair a Sam desse jeito.

— Você já a traiu, acha que não vi a garrafa de uísque dentro do armário? - ele pergunta cruzando os braços- A Sam me contou que você prometeu a ela que nunca mais beberia. Como pôde voltar atrás depois de tudo o que a Sam fez por você?

Coro totalmente envergonhada com meu erro. Eu realmente caí em outro precipício. Um menos profundo dessa vez. Mas retornei a beber novamente. A Sam nunca vai me perdoar se souber. O Freddie vai ficar tão magoado porque andei mentindo para ele, dizendo que eu realmente estava bem. Ah! E minha mãe. Meus tios... Não posso decepciona-los dessa maneira.

— Está me chantageando? – estou chocada.

— Estou. – ele diz como se ainda tivesse algo para me contar.

— Ótimo, espero que durma muito bem essa noite sabendo que me forçou a isso. – eu vou a sua direção e pego sua mão, começo a leva-lo para o andar de cima.

Eu entro no meu quarto e tranco a porta.

Austin desce a mão para a barra do seu casaco e o joga pela sua cabeça junto com sua camisa, eu faço o mesmo com minhas roupas da parte de cima. Depois ando até ele e o empurro na cama, é quando seus lábios encontram os meus novamente e eu prometo me odiar para sempre por fazer isso.

 

 

 

 

 

 

Povs Freddie:

Eu passei a manhã toda na casa da Sam. Foi muito mais do que eu pedi. Respeitei o espaço dela e o seu relacionamento com o Austin. Eu não tentei beija-la ou qualquer outra coisa. Porém só o fato de estar na presença dela, de rir com ela, de aproveitar o tempo ao lado dela, foi o paraíso para mim. A Carly nos ligou passando o endereço da igreja em que é para nos encontrarmos. Sam ligou para o Austin avisando-o que era para voltar com a Lana, daqui iríamos todos juntos para a igreja.

Sam está rodopiando na calçada, eu a fiz tomar uma batida de morango que a Lana me ensinou a fazer, porém a Sam sozinha tomou a jarra inteira. Não sei se todo esse álcool é bom ou ruim para ela.

— Garoto bonito. – ela diz rindo sozinha e se apoia nos meus ombros.

— Você está levemente alterada. – informo a ela que continua a rir.

— Só um pouquinho. – ela mostra a quantidade com os dedos.

Escuto o barulho do Subaru ao longe, vejo-o virando a esquina. Austin não desliga, apenas o estaciona ao nosso lado.

Eu abro a porta para a Sam que entra meio sem jeito.

— Lana. Oi. Olá. – Sam dá tapinhas no ombro da minha irmã que está usando óculos escuros, e nem está sol a esse ponto, noto que trocou de roupa.

— Humm. – Lana resmunga sem se mexer.

— Faz tempo né amor. – Sam agora incomoda o Austin.

— É... Faz um tempinho. – o vejo franzir a testa pelo retrovisor.

— Sam tomou uma batida de morango, ela está um pouquinho animada. – informo aos dois que dão de ombros, estreito meus olhos imediatamente.

Durante o trajeto até a igreja, Sam e eu fomos os únicos a conversar dentro do carro, Austin e Lana apenas soltaram sons de concordância, o que só aumenta minhas suspeitas.

 

 

 

Entramos na igreja e Carly está lá perto do púlpito, ela aponta para os lugares enquanto fala sem parar com o Gibby, que nos vê chegando e vem nos receber.

— Finalmente, onde estavam? – ele bate na minha mão e damos um soco no braço um do outro.

— Embebedando a Sam, ela está mais feliz do que o normal. – saio da frente dele e a Sam se choca contra o Gibby.

— Cheguei. – ela sai pulando pelo corredor cantarolando a marcha nupcial, quando se joga em cima da Carly que a abraça rindo.

— Que animação amiga. – Carly fica contente com a Sam.

Caminho para lá ao lado do Gibby, fico perto da Sam para me certificar que ela não vai desmaiar a qualquer momento.

— O que a Sam tem? – Carly pergunta fazendo papel de mãe.

— Muita batida de morango. – respondo sorrindo.

— Céus. – Carly balança a cabeça reprovando, ela espera Austin e Lana se aproximarem – Hoje eu quero deixar tudo certo sobre a dança para ensaiarmos essa semana, antes do feriado de Ação de Graças na quarta-feira dia 24. – ela fala sem nem respirar e o Gibby lança um olhar de “é, eu sei, nem me fale” – O meu casamento está marcado para o dia 10 de dezembro, um sábado. Tudo tem que ser perfeito.

— Vai ser perfeito Carly, não se preocupe. – Sam acha um pouco de consciência e acalma a Carly.

 Penso se ainda estarei por aqui no dia 10 de dezembro.

— Onde está a minha caixa de papelão? – Lana finalmente diz alguma coisa e sua voz está muito estranha.

— Lá nos fundos. – Carly ri.

Lana olha em volta e faz um crucifixo, é a vez da Sam ri.

— Lana querida, isso é uma igreja evangélica. – Sam explica se sentando em um dos bancos – Carly, sobre a música que vamos dançar: que horror. – ela faz uma careta que arranca risadas de todos nós – Não tinha algo mais feliz?

— Tinha. Gibby e eu vamos dançar Can’t Help Falling in Love do Elvis Presley. – ela responde para a Sam.

— Oh meu Deus, que maravilha. – Sam passa a mão no rosto sarcasticamente – Você não consegue parar de sorrir.

Carly cora e esconde o rosto no ombro do Gibby.

— Vai ser o melhor casamento que o mundo já viu. – Carly murmura para nós.

— E vamos estar todos aqui para vê. – Lana se empolga e eu troco um olhar de pena com o Austin, mas é quando vejo seu pescoço vermelho logo abaixo da orelha, ele vê que estou olhando e coloca a mão em cima.

Que droga eles fizeram?!

— Austin, lembrei-me de uma coisa sobre meu carro, posso falar com você? – começo a andar até ele que já da um passo para trás recuando.

— Ah Freddie, não corta o momento da animação agora. – Lana me puxa e vejo o pânico total no seu rosto.

 - Me solta agora. – eu digo somente para ela ouvir, Lana já está com os olhos marejados – Depois conversamos, entendeu? – uso minha autoridade de irmão mais velho, ela concorda abaixando a cabeça envergonhada.

— Austin? – eu chamo soltando a Lana – Quer me seguir numa boa ou eu vou ter que te arrastar daqui? – continuo falando baixo.

— Vou te seguir. – ele tira a mão do pescoço.

— Já volto gente. – informo a todos que nos lançam olhares confusos.

Eu coloco a mão no ombro esquerdo do Austin, mesmo ele sendo bem mais alto do que eu e o arrasto para fora da igreja. Não vou bater nele na casa do Senhor.

Quando chegamos ao lado de fora, o jogo contra uma parede.

— Espera! – ele ergue as mãos se defendendo, eu rapidamente acerto um soco no seu rosto, antes que ele caia o puxo pela blusa de novo e desfiro outro.

— Como pôde fazer isso?! – eu o empurro contra a parede – Com a minha irmã! – o solto e passo a mãos nos cabelos – Ela não estava com aquela roupa quando a deixei no mercado.

— Eu precisei fazer isso... – ele tenta se defender enquanto checa o maxilar, o sangue goteja do seu nariz.

— Não! Você não tinha que fazer nada! Conte a Sam agora ou eu vou contar. Filho da puta! – xingo fortemente pela primeira vez na vida.

A Sam não merecia isso. Deus! Ela não merecia! A culpa foi toda minha e sempre sobra pra ela!

— Se você contar... – ele diz enxugando o nariz – Eu conto sobre seu pai.

Arregalo os olhos sabendo o que ele está usando contra mim.

— Você... – eu fico sem palavras – A Sam não merece você, com certeza não merece! – eu dou um chute com a sola do meu tênis na sua barriga e ele cai sentado – Invente uma boa desculpa para isso! – me refiro ao seu estado.

Eu limpo minha mão na calça e retorno para dentro da igreja pedindo perdão a Deus, mas não me arrependo. Eu bateria nele de novo... Agora é hora de conversar com a Lana sobre isso. E que Deus me ajude.

 

 

 

 

 

Povs Lorraine Gilbert:

— Então ele contou? – Joshua me pergunta enquanto fuma um cigarro dentro do carro, deixo a cabeça do cachorro para fora, assim ele não vai ficar incomodado com o cheiro.

— Contou ao garoto, pelo visto fizeram algum tipo de acordo. – eu respondo e pego o cigarro da sua mão para dar uma tragada.

— Eu já devia suspeitar que ele não fosse ficar calado – Josh tosse e observa a casa amarela.

— Vai mata-lo agora? – dou carinho no meu cachorro com a outra mão.

— Não.

— E a garota? – me refiro à loira chamada Samantha.

— Também não... Vou apenas deixar um recado, um presentinho de Ação de Graças. – Joshua liga o carro.

— Ela só tem a mãe pelo o que eu descobri. – eu digo dando outra tragada, tusso e abano a fumaça do carro.

— E é exatamente com a mãe dela que eu vou dar o meu recado. – Josh pega o cigarro da minha mão e nós rimos sem qualquer motivo.

Ele dá partida no carro e segue pela rua enquanto tiro o pequeno Elton da janela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou nem falar nada, fica a critério de vcs comentarem o que acharam hehehe. Pergunta rápida: ouviram a nova música da Katy Perry? Gente é um arraso aquela mulher! Parei, voltando a fic (hehehe) não posso falar nada senão vou acabar soltando spoiler kkkk qualquer coisa chamem no twitter ou no Whatsapp, estou a disposição de vcs! Então escolham e see you soon guys!!! ♥ ♥

OPÇÃO 1: O capítulo retrata Carly ensaiando o pessoal para o casamento, alguma complicações maiores surgem entre Austin e Freddie, e entre Lana e Sam. Embryl conta a Sam o que o Freddie fez com o Mustang. Barney e Sam tem uma conversa séria.

OPÇÃO 2: O capítulo retrata o dia de Ação de Graças, onde Austin faz uma grande revelação, Freddie tenta impedir o inevitável, Lana acaba por deixar algo suspeito escapar. Joshua faz algo contra alguém próximo a Sam. Durante um momento triste finalmente Barney conta a verdade para Sam e ela diz saber tudo, Melanie é convocada por causa de uma emergência e a família se junta em uma situação difícil.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fix You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.