Fix You escrita por SammyBerryman


Capítulo 14
Gravity


Notas iniciais do capítulo

[Gravidade]

I AM BACK BITCHES!! Gente milhões de desculpa por te parado de postar capítulo mas vou explicar o motivo. Após a postagem do último capítulo inciou a semana final de mais algumas provas, me matei estudando e foi difícil arranjar tempo livre. Depois veio a semana de ocupação da escola e ferrou meus cronogramas, pra piorar eu cai na escola e engessei o pé e quase torci a mão com a queda em slow motion, não lembro se mencionei no twitter sobre a mão, acho que falei só do pé engessado mesmo, mas continuando, ai tava ruim pra escrever um capítulo, quando não era a mão doendo era o pé e eu ainda tive febre por causa do nervo do pé inflamado, ai fodeu tudo (perdão o palavrão) então a única coisa que dava pra fazer era assistir Orange Is The New Black e Unbreakable Kimmy Schmidt deitada na cama esperando a mão melhorar. Mas agora já to de volta com tudo normal para postar os capítulos tudo certinho pq a fic ainda tem que ser concluída, ou seja, não parei de postar por bloqueio de criatividade ou por preguiça, foi por problemas bem doloridos mesmo. Bem, ai já está mais um capítulo bem legalzinho todo gostosinho pra vcs, aproveitem lindos e lindas:



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Povs Gibby:

Freddie e Sam estão juntos na ilha já faz uma semana, e o celular da Carly tocou diversas vezes durante esse período. Isso está me cansando. Eu não sei quem é só sei que é algum homem, que sempre parece ávido por informações. Escutei ela falar com ele em uma determinada noite. E o que me deixa intrigado, é o fato dela omitir isso de mim. Carly não sabe disfarçar, isso deixou as coisas bem visíveis. Ela anda meio nervosa, preocupada e estressada. Não entendo direito. Acho que nem a Sam sabe sobre essas ligações, temo que tenha algo haver com ela. Estou pensando em investigar sobre isso, pegar o telefone, checar o número e mandar o Barney descobrir a quem pertence. Eu preciso saber quem é.

Meus braços estão a sua volta e sinto-a se mexer, ela está acordando.

— Bom dia - Carly ergue a cabeça para me olhar.

Tento disfarçar meu descontentamento.

— Bom dia.

— Dormiu bem? - ela acaricia meu rosto e fecho os olhos para formular uma resposta.

— Não. Eu não me sinto bem.

— Enjoado? - ela desce os dedos para os meus lábios.

Abro os olhos para olhá-la.

— Um pouco - murmuro, por que ela não me conta a verdade? Simplesmente me explicar sobre as ligações.

Uma careta cruza seu rosto.

— E isso te deixou de mau humor.

— Está afirmando? - me mexo na cama e solto ela para me sentar.

— Estou tentando te ajudar, não me trate assim. - ela vocifera.

— Eu preciso ficar sozinho. - resmungo, me retiro da cama para ir ao banheiro.

— Que bicho te mordeu?

— Um bicho chamado celular - entro no banheiro e bato a porta com força.

— Eu vou ficar aqui esperando você sair! - escuto ela avisar do quarto.

Tomo um banho extremamente demorado, acho que passei mais de 30 minutos com o chuveiro aberto, cantarolando músicas aleatórias que vinham na minha mente. Penso em me secar, mas só visto um roupão e saio do banheiro.

Meu olhar está na Carly, ela tem uma expressão confusa. Quero ficar com raiva dela, mas, ao olhá-la meu coração amolece instantaneamente.

— Eu não me sinto bem, é só isso Carly, desculpa ter te tratado daquela maneira. - estendo os braços para ela até que vejo o porquê dela estar confusa, ela está olhando a porcaria do celular! - Carly? - chamo ficando bravo.

Ela joga o celular na cama

— Oh sim, entendo, não tem problema.

— Quer me contar alguma coisa?- cruzo os braços com força.

— Por que a pergunta? - ela sai da acusação imediatamente.

Franzo a testa e abro a boca para contar sobre as ligações. Mas talvez lá no fundo, eu não queira saber. Talvez seja só besteira minha. Talvez não tenha nada haver com a Sam. Porém é tudo no talvez. Posso mandar o Barney investigar e depois jogar na cara da Carly o que ela vem me escondendo e dizer que ela estava errada. Tenho alternativas e ambas estão me deixando encabulado. Seria tão simples se ela me explicasse e fim da história.

Carly está analisando minha pausa.

— Por nada - respondo por fim.

— Ok. - ela se levanta e anda a passos largos em minha direção - Não me convidou para o banho?- ela apoia a mão no peito e respiro profundamente.

— Para Carly. - tiro sua mão do meu peito.

— Você está me rejeitando? - seus olhos se arregalam em total pânico.

— Não. Sim. Ah, não sei. - passo as mãos no cabelo exasperado com ela.

— Que porra há de errado com você?- ela quase grita e se distancia de mim.

— Eu que devia te perguntar isso!

— Então pergunte Gibby.

— Tenho medo da resposta. - fito seus olhos castanhos.

Ela não diz nada, só anda até a cômoda e começa a procurar uma roupa para vestir. Fico observando seus movimentos, o jeito que ela arqueia as costas quando respira com raiva, as mãos trêmulas por causa da mudança repentina de humor e o olhar desfocado do que realmente está fazendo. Oh Deus, eu sou apaixonado por ela, mesmo chateado por ela esconder as coisas de mim eu só penso em como queria passar o dia todo com ela na cama, ou no sofá, ou qualquer outra coisa, desde que a envolvesse.

Ela ergue a cabeça notando que estou a observando e se vira para me olhar, se apoia na gaveta me olhando com cautela. Carly sabe exatamente o que estou pensando, dá para perceber por que sua respiração está desestabilizada.

— Você vem até mim ou eu vou até você?- a voz dela fica atraente e sinto me enfeitiçado pelo canto de sereia.

Caminho rapidamente e me coloco em sua frente

— Não vamos brigar - eu peço e envolvo meus braços nela e a pressiono contra a cômoda.

— Não vamos - ela puxa meu rosto pro dela e minhas mãos seguram seu rosto. Seus lábios brincam com os meus até que eu mordo o lábio superior. Trilho beijos pelo seu rosto e chego ao seu ouvido.

— Preciso de você Carly. - sussurro e sinto um arrepio percorrê-la. Volto a beijá-la e a levo para a cama, tiro meu roupão e me deito sobre ela - Eu sempre vou precisar. - Ela suspira e iniciamos mais um beijo

E é assim que encerramos o assunto por hora.

.................................................

Estamos tomando café no hotel. Bebo meu suco de abacaxi enquanto Carly teve um desejo repentino, de querer vitamina de banana. Achei estranho, mas fico observando ela sugar com força o canudinho, um pensamento vulgar vem na minha cabeça e engasgo com o suco.

— Calma garotão - ela me repreende.

— Tive um pensamento meio inadequado agora. - dou uma gargalhada e balanço a cabeça dissipando o mesmo.

— E o que ocasionou esse pensamento? Eu sugando com o canudo? - Suas sobrancelhas se erguem.

Sorrio para ela e me inclino um pouco na mesa.

— Devíamos ter ficado no quarto.

— Concordo. - ela começa a sugar o canudinho novamente, mas dessa vez morde ciente de que eu perceba.

— Você não faz ideia do que está fazendo.

— Deixa eu sensualizar com o canudo em paz - Carly ri e eu rio em harmonia com ela.

— Vou pedir outra vitamina pra você - sorrio lascivamente e procuro a garçonete em volta.

Meu nome é cara embaçada e eu me importo com o que você pensa.— Carly canta uma música, mas não sei qual.

— Quem canta isso? - pergunto curioso.

— Twenty One Pilots - ela bebe o resto da vitamina sem usar o canudo - Acho que é assim o nome da banda, e nome da música eu não lembro, mas é uma das músicas preferidas da Sam atualmente. - ela fica com bigode por causa da vitamina e lambe acima dos lábios feito uma criança.

— Interessante, ela sempre teve um gosto divertido pra músicas. - mexo meu suco com o canudo e só noto o silêncio que se instalou na mesa quando a garçonete vem perguntar se queremos mais alguma coisa.

— Outra vitamina de banana, por favor - Carly pede sem tirar os olhos de mim, ela está aborrecida e retorno mentalmente para ver se falei algo que não devia, mas eu não disse nada de errado.

— Mais alguma coisa? - a garçonete pergunta gentilmente, apesar sei que ela deseja sair correndo pelo clima tenso na mesa.

— Só isso obrigada - Carly sorrir pra ela, mas seu sorriso não toca os seus olhos.

A garçonete se retira levando o copo e eu fito a Carly sem entender o atual acontecimento em questão.

— O que eu fiz?

— O jeito que você falou. - sua voz sai ácida.

— Como assim amor?

— O jeito que você falou da Sam. - endireito-me na cadeira com sua resposta.

Penso a respeito. Eu falei normal. Não falei? Eu achava que sim. Mas mesmo sim isso a deixou com ciúmes... Caramba, por quê? Carly não é de ficar de ciúmes comigo, ela sabe que só vejo a Sam como uma amiga, uma amiga muito linda a propósito, mas isso é irrelevante. Sou apaixonado pela Carly, como ela ainda fica com esse tête-à-tête?

— Isso é o cúmulo Carly. Não pense assim, francamente, essa ideia foi pior do que quando eu disse que você gostava do Freddie. Aquilo pra mim era possível, mas a Sam e eu? Jesus Cristo, você está completamente louca. Eu amo a Sam, ela é minha amiga e tem um futuro com o Freddie pela frente, um dos meus sonhos é vê-la em um vestido de noiva e dançar com ela pela pista de dança, só para ser o melhor amigo que estaria presente no dia mais importante de sua vida. Mas ai você me vem com esse ciúme absurdo. - esbravejo para ela que abre a boca sem palavras. - Não sei o que aconteceu nessa última semana, mas você está estranha, por isso meu mau humor quando você acordou. Olha, eu não sei o que você fez com a Carly, então saiba que eu a quero de volta, porque essa não é você. - empurro a cadeira para trás e levanto-me - Você não é assim. - levanto as mãos e a deixo sozinha na mesa.

Caminho pela areia e olho meus pés a cada passo. Preciso esfriar a cabeça, preciso ficar calmo. Seja lá o que está acontecendo com a Carly, chegou a um nível muito tenebroso, a ponto de sentir ciúmes da Sam. Será que é insegurança? Baixa autoestima? Não faço a mínima ideia a respeito de problemas femininos e a Sam não está aqui para me ajudar com isso. Vou ligar para ela, talvez ela me ajude com algum conselho ou, me explique sobre o atual temperamento da Carly.

Disco seu número e mantenho o dedo sobre a bolinha vermelha, não acredito que estou fazendo isso. Ela ainda não atendeu, penso em desligar, mas por fim escuto sua voz.

Tá ligando porque Kibe? Perdeu-se no caminho ao banheiro de novo?— ela usa sua comédia excêntrica.

— Não, mas mesmo assim estou na merda - suspiro entristecido.

O que aconteceu? A Carly está bem?— sua voz sobe uma oitava.

— Não, não, a Carly está bem. Ela só está... - observo o mar procurando uma palavra que se encaixe - Estranha.

Estranha como? Seus olhos ficaram separados e ela teve que amputar o joelho, ai depois colocaram no lugar de novo só que errado e quando ela anda faz um barulho de osso batendo?— Sam pergunta e escuto a risada do Freddie ao fundo, ele começa a falar algo pra ela.

— Não, ela só está estranha. Tem recebido uns telefonemas... - murmuro e a voz do Freddie cessa. Ninguém fala do outro lado da linha - Sam? Ainda está ai?

Aham— Sam parece surpresa com a pausa - Que telefonemas?

— No período da noite, por volta de três ou quatro da manhã, acho que ela fala com um cara, é só o que sei.

Ela não me disse nada, também notei que ela estava estranha nessa última semana, na última vez que nos falamos por telefone, eu perguntei qual era o problema e ela falou que estava com dor de cabeça e que era só isso.

— Ela pode estar com problemas e não quer nos contar.

Não acho Gibby, ela é minha melhor amiga e me contaria se algo estivesse errado.— Sam afirma defendendo a Carly.

— Tem certeza Sam? - pergunto com a plena certeza que ela também não aposta 100% nisso.

Sim, eu tenho— sua voz vacila.

— Ela realmente pode estar escondendo alguma coisa Sam. - digo e aguardo sua resposta.

Tente saber do telefonema Gibby, procure saber quem é. Me passa o número, vai que eu conheço a pessoa. Um tempo atrás ela disse que estava com problemas com um ex, talvez seja o Peter.— Sam puxa o sotaque britânico acidentalmente e rio da forma que pronunciou "Peter".

— Certo então, vou ver o que descubro.

Não dê risada de mim, mais de três anos na Inglaterra também te deixariam assim.— ela me informa com uma voz um tanto divertida.

— Claro, claro - começo a caminhar novamente para molhar meus pés nas ondas. - Acho que é só isso então Sam, vou desligar.

Espera— ela fala rápido - O Freddie quer falar com você. Quê?!

— Ok... - espero ela passar o telefone a ele.

Gibby?— Freddie pergunta.

— Não, aqui é o Bryan Cranston - brinco com ele só para manter em pé a camaradagem. - O que você quer? Meu motorista emprestado de novo? Deixa o Barney em paz.

Engraçado, ri muito— Freddie murmura, mas sei que achou graça - Ela continua recebendo essas ligações?— ele pergunta rapidamente e depois retira o que disse - Quero dizer, há quanto tempo ele fica ligando para ela?— sua voz ainda o pega no flagra, o Freddie sabe de alguma coisa.

— Desde que você e a Sam foram para a ilha, pode ter acontecido antes também e eu não percebi. - o informo claramente.

No mesmo horário?

 - O quê? - agora está começando a fazer sentido - Como assim no mesmo horário?

Você disse para a Sam entre 3 e 4 da manhã, é só isso que perguntei— Freddie usa um argumento plausível para se safar.

— Sim, sempre no mesmo horário. - lhe respondo sem ânimo.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

Pode me ligar se acontecer de novo?— ele finalmente pergunta.

— Por que está interessado nisso Freddward? - rosno pra ele, que cara intrometido.

Porque ela é minha amiga e a Sam está preocupada. E os assuntos da Sam também são da minha conta.

— Ok, ok, eu te aviso - rolo os olhos imitando o hábito da Sam com o Freddie, agora está explicado, ele é muito irritante.

A Sam falou que você tinha uma proposta para mim, você disse isso há ela semana passada, mas até então não tivemos tempo de debater sobre isso.— Freddie me lembra.

— Oh, sim eu tenho, mas é melhor falarmos sobre isso pessoalmente, espero até a volta de vocês, apesar de que planejo retornar a Seattle em breve, já que nosso pacote no hotel acabou e agora estamos pagando por fora.

Em Seattle então?— ele pergunta animado, vejo realmente uma amizade se formando novamente entre nós.

— Sim em Seattle. Aproveitamos e levamos as meninas para ficarem um tempo na cidade, vai ser bom para elas se sentirem realmente em casa.

Com certeza, eu já planejava levar a Sam para Seattle. Quando você vai?

— Hoje ao anoitecer ou amanhã pela manhã. Eu te aviso a hora.

Perfeito. A Sam e eu pegaremos o primeiro voo para Seattle amanhã, se vemos lá então.

— Quer que eu deixe reservado? - tento ser cordial com ele.

Muita gentileza da sua parte— Freddie ri, mas aceita - pode ser, primeira classe.

— Então primeiro voo para Seattle no decorrer da manhã no nome de senhor e senhora Benson. - falo para escutar sua reação.

Hum... Nada mal, um dia vai ser assim mesmo— sua voz demonstra muita esperança, esses dois já estão realmente com o futuro pronto e planejado.

— Há, então é isso cara, te vejo em breve - começo a me despedir.

Ok, até breve— quando vou desligar ele chama de novo - Hey, não se esqueça das ligações.

— Não vou, xau Freddie.

Xau.— ele desliga primeiro.

Penso em refletir sobre a atitude estranha do Freddie, mas quero acreditar que ele se importa com a Sam e quer o bem dela e não sabia nada sobre a pessoa que ligou para a Carly. Ultimamente tenho que me convencer de tais coisas, por que não está fácil encarar a realidade.

Hora de voltar para o hotel, assistir tv até a hora do almoço, tirar um cochilo após isso e tentar não pensar na Carly. O problema é que querendo ou não, eu sempre penso nela. Não sei quando ela se tornou alguém indispensável na minha vida e agora eu não quero que deixe de ser. Gosto muito dela, gosto a ponto de dizer "eu te amo". Só não estou pronto ainda... Ou talvez eu esteja.

"Oh Carly, será que você pode ouvir meu coração batendo mais depressa quando estou com você? Você pode ouvir o som? Porque eu não posso deixar de pensar, e eu não vou parar agora. Querida, às vezes eu olho para o sol e eu posso ver... Ah, o jeito que a gravidade puxa você e eu... Ah o jeito que a gravidade empurra a todos, todo mundo... Mas ela puxa principalmente nós dois."

Queria tanto dizer isso a ela, ser romântico, carinhoso, mais amoroso. Mas com o que está acontecendo fica difícil. Uma coisinha clichê iria bem agora, como por exemplo, um cartão. Ai eu poderia escrever isso para ela. Perfeito!

Corro para a lojinha do hotel e vou à seção de cartões, encontro de diferentes modelos, mas não acho nenhum que pareça com ela, coço a cabeça achando que a ideia não vai dar certo até que acho um cartão. Tem dois pinguins na frente. Carly gosta de pinguins. Certo? Tomara que sim porque vou levar esse mesmo. Levo o cartão até o caixa, pago a moça e peço uma caneta emprestada, escrevo as palavras com a minha mais perfeita caligrafia e devolvo à caneta a garota que me olha sorrindo. Fico meio envergonhado.

Saio em disparada da lojinha e corro para o saguão do hotel. Pela graça divina todos os elevadores estão disponíveis, entro no mais próximo a mim e aperto o botão do meu andar. Os números sobem lentamente, quase como se fossem para me irritar, suspiro e olho-me no espelho atrás de mim, meu cabelo permanece penteado formalmente, mas mesmo assim o ajeito de leve. Arrumo minha camisa estampada branca e vejo se meu shorts jeans não estão com areia. Volto a encostar-se à parede do elevador e começo a contar minha respiração para me acalmar, não entendo porque estou nervoso. É só um cartão Cornelius, pelo amor do poderoso Deus!

Finalmente o elevador chega ao meu andar e praticamente viro o Flash para chegar até a porta. Rodo a maçaneta e a porta não abre. Carly a trancou? Bato na porta.

— Vai embora - escuto sua voz abafada, acho que está chorando.

— Abra a porta, por favor, Carly - eu peço e continuo a girar a maçaneta, deixei minhas chaves dentro da suíte, não tenho como abrir.

— Não. - ela diz feito uma criança pequena.

Bato na porta duas vezes para mostrar que não desisti.

— Eu trouxe uma coisa para você.

— Seja o que for jogue fora, eu não quero - Carly responde fungando.

Olho para o cartão na minha mão, agora ele parece até meio tosco, mas vou entregar de uma maneira ou de outra.

— Mesmo assim vou te entregar - me ajoelho e passo o cartão por debaixo da porta.

Fico sentado encostado na porta esperando o momento em que ela vai abrir, eu não quero estar em nenhum outro lugar no mundo a não ser com ela. Que no momento está chorando. Por quê? Será que tem haver com as ligações? Espero que seja isso, espero que não tenha nada haver comigo. Fecho os olhos e fico contando: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 para 9, 9 para 10 e contando...

Conto até 30, quando ela por fim, abre a porta e eu vou indo junto para dentro do quarto, a olho de cabeça para baixo e vejo seus olhos vermelhos por chorar.

— Por que um cartão? - ela se senta na cama e enxuga o rosto.

Levanto-me, fecho a porta, caminho até ela e me ajoelho a sua frente. Começo a secar seu rosto com as minhas mãos e sorrio ao ver seus olhos ainda no cartão.

— Comprei um com pinguins, não sabia se você gostaria, mas a maioria das pessoas gosta de pinguins então... - tento explicar.

— Eu gostava, até a época em que descobri que o Griffin tinha bichinhos de pelúcia e um se chamava Peter O Pinguim. - ela solta uma risada fraca.

— Você não tem muita sorte com o nome Peter - digo para pescar informações, se foi o Peter que tem ligado, ela vai se sentir incomodada.

— Acho que não. - ela realmente não demonstra incômodo, mas não estou convencido disso.

— Voltando ao cartão, à capa estragou tudo né? - me sinto decepcionado.

— Não importa a capa, o que importa é o conteúdo. - ela me conforta - Gostei muito do que escreveu. Gosto do jeito que a gravidade puxa você e eu.

— Só queria fazer algo fofo.

— Foi fofo, eu gostei - ela segura meu rosto com uma mão e beija meu nariz.

— Por que estava chorando Carly? - pergunto não querendo esquecer os problemas dela.

— Porque sinto que estou perdendo você aos poucos, nessa semana as coisas ficaram estranhas, estamos nos afastando e eu não entendo porque isso está acontecendo. - Carly sussurra olhando nos meus olhos - E se você sofrer comigo Gibby? Se eu te fazer sofrer? - fecho os olhos com isso. Não, não, sofrer pela Carly não.

— Você não pode me fazer sofrer Carly, você me ama. - eu admito baixinho.

— Amo. - ela afirma e eu quero sorrir, mas não consigo - Mas parece que estamos voltando à estaca zero.

— Você quer me deixar?

— Eu só não quero te magoar. - ela começa a acariciar meus cabelos.

— Não me deixe Carls, eu... Gosto muito de você. - me levanto um pouco e dou um selinho nela. - Carly o que a gravidade faz? - ela vira a cabeça pro lado e um sorriso cruza seu rosto.

— Nos mantém no chão, não nos deixa vagando pelo espaço ou pelo céu a deriva. Por quê?

— Porque Carly, você é a minha gravidade. O que me mantém aqui no chão. Eu considero o chão o presente, o aqui e o agora, onde eu quero estar. Ficar sem gravidade, ou seja, você - solto um sorriso doce - É como estar no passado, voando a deriva e se lembrando das coisas ruins que aconteceram. Eu não quero isso, eu quero você, minha gravidade, meu ponto único nesse universo desajustado, você é meu porto seguro Carly, meu lugar de descanso, meu mantra. E sabe por quê?

— Gibby...

— Por que eu te amo, e será tão fácil como respirar ficar comigo. Algo natural, algo necessário, algo único. - me coloco de pé e pego suas mãos para que ela faça o mesmo - Diga alguma coisa, por que acredite, eu tenho esperado um longo tempo para te dizer isso.

— Eu também te amo Gibby - Carly sorri sem jeito - Mas eu sei...

— Não, você não sabe - eu a interrompo - Quando suas rodas pararem de girar, e você se sentir decepcionada, e parece que o problema veio de todo lugar, lembre-se que eu posso ouvir seu coração batendo, eu posso ouvir o som do seu amor por mim.

Carly fica uma estátua, ela somente me encara sem saber o que dizer. Se não fosse pelo calor das suas mãos e pelo fato de estar piscando eu poderia dizer que ela congelou.

— Eu não sei o que dizer. - ela acha sua voz.

— Então não diga nada. Só fique comigo. - a abraço e apoio meu queixo no alto na sua cabeça, acaricio suas costas com as mãos e ela me abraça pela cintura.

— Pode dizer que me ama de novo? Sabe, só pra eu ter certeza? - ela pede rindo enquanto nos balançamos lentamente.

— Eu te amo Carly Shay, nem todos os cartões do mundo seriam suficientes para te dizer isso. - me sinto leve ao pronunciar isso.

— Obrigado - ela sussurra satisfeita.

É como se todos os nossos problemas estivessem dando um trégua, mas eu sei que estão apenas começando.

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Flash Back ON

Povs Freddie:

Meu corpo está perfeitamente ligado ao dela, é como se eu sentisse tudo o que ela sente. Minha boca se molda na sua em uma perfeição inigualável e sei que não vou aguentar por muito tempo. Fizemos amor uma vez e eu preciso fazer isso novamente. Dane-se só depois do casamento, eu a amo e não vou querer outra pessoa neste mundo. Minhas mãos descem para seu biquíni e estou tentando abri-lo. Meu Pearphone começa a tocar, lembro que o deixei encima da mesinha ao lado de um jarro. Paro de beijar a Sam e ela olha para uma cartela de preservativos dentro do jarro sob a mesa. Sorrio para ela e ajeito-me no sofá; Pego o telefone e franzo a testa. Olho para Sam, depois para o celular. 

— Não vai atender?- a Sam pergunta e se senta no sofá.

— Vou - balanço a cabeça sem entender porque a Carly está me ligando; atendo o celular e coloco no ouvido - Pode falar - apoio meu telefone entre a junção do pescoço e do ombro, em um movimento rápido e eficaz pego meus shorts do chão e o coloco.

Ele não desiste mesmo.— Carly me diz nervosa.

— Ligou de novo? - faço uma careta.

Sim. Você está com ela? Ela está ai?— ela me pergunta rápido e eu olho para Sam.

— Está sim, um segundo - saio de perto dela e vou para a porta da sala e depois se encaminho lá pra fora, sei que a Sam está me olhando pela porta de vidro. - Pronto, o quê aquele bastardo quer?

Você sabe Freddie, ele quer proteger ela. Ele só está esperando você dar uma mancada para ficar com ela de novo.

— Filho da puta!- rosno e sinto a raiva me inundando - Ele não vai chegar perto dela, essa batalha já foi ganha - começo a falar em um tom baixo e vejo Sam vindo até mim, lhe lanço um olhar chateado, mesmo sabendo que a culpa não é dela. Ela me mostra a língua e começa a caminhar para a praia.

Bem, eu espero que sim— Carly parece em dúvida.

— Afinal de contas, de qual lado você está?

Do lado que não vai magoar a Sam.

— Eu não vou magoá-la, eu tive a melhor noite da minha vida com ela Carly. Não existe nada comparado ao que eu sinto por ela, ninguém jamais amou alguém como eu a amo. Ninguém. - transbordo adoração na voz.

Eu sei...— ela murmura e está irritada com algo.

— Porque você não para de atender?

Porque ele se importa com ela, é só isso. Até parece que ele vai vir sequestrá-la. 

— Não me surpreenderia, um homem apaixonado faz muitas coisas. - fico olhando a Sam, metade de seu corpo dentro da água, os cachos loiros balançam com o vento, por um momento fico em silêncio desfrutando a vista.

Por que ela não respondeu minhas mensagens?— Carly me tira da distração.

— Não sei.

Ah.

— Carly, me faça um favor, não atenda quando ele ligar é pro nosso próprio bem. Paro o meu bem e o da Sam. - tento convencê-la, mas sei que é inútil.

Espero sua resposta.

Como quiser Freddie. 

— Oh, obrigado Carly. - agradeço por ela compreender meu lado.

Mande a Sam ligar para mim. 

— A Sam não pode saber que você ligou, lembra?

É mesmo, tinha esquecido. Então faz o seguinte, faça com que ela se lembre de falar comigo depois ok?

— Tá e nada de atender quando aquele bastardo ligar, me ouviu?

Freddie...

— Não. Faça com que ele a deixa em paz, está me ouvindo Carly? - uso um tom autoritário que jamais utilizei com ela, sinto a recuar no telefone. - Em. Paz. Entendeu?

Si... Sim. - ela gagueja.

— Ótimo. - cancelo a ligação sem me despedir.

Volto para dentro da casa. Deixo meu celular encima da mesa e saio para caminhar até Sam na praia. Paro na metade do caminho só para observar a minha namorada. Às coisas nunca estiveram melhores entre nós. E agora aquele filho da mãe fica ligando pra Carly querendo saber o que a Sam tem feito da vida. O pior e que a Carls parece bem disposta a informar a ele sobre tudo. Às vezes penso que ela está torcendo para que eu ferre tudo para ele voltar a ficar com a Sam. Pensei que a Carly estivesse do meu lado. E é por isso que eu não quero que a Sam saiba. Ela disse que me ama, mas não tenho total certeza disso. Vai ver ela está comigo somente para se apoiar em alguma coisa. Talvez ela ainda sinta falta dele. E se ele voltar pra vida dela? Dizer que a ama e ainda quer ficar com ela? O que seria de mim? Eu simplesmente não poderia suportar tamanha perda, eu cometeria uma loucura. Perder a Sam está fora de cogitação. E ninguém entrará no meu caminho e sairá impune por isso. A Sam é minha. E no momento eu preciso ter certeza disso. Ando em sua direção, acelero os passos na areia. Ela se vira, nossos olhares se cruzam e algumas incertezas ficam para trás.

Flash back OFF

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Povs Gibby:

O telefone da Carly toca, mas ela está no banheiro. Vejo a hora no meu relógio de pulso. Acho que o cara deixou para ligar mais cedo dessa vez. Observo o celular ao meu lado. É só pegar e ver o número. Anda Gibby! Pega o celular! Não resisto e pego o Pearphone dela. Olho o número, código de Londres. Deve ser mesmo o Peter merda! Penso em atender e usar a voz firme de “Aqui é o namorado dela”, mas acho que já fiz de mais pelo simples fato de pegar o celular. Deixo-o tocando até cair na caixa postal. Depois pego meu celular e copio o número. Disco o número do Barney e ele atende no primeiro toque.

Senhor?— Barney atende formalmente.

— Barney, preciso que descubra a quem pertence um número de telefone e isso é pra ontem. – digo sem rodeios.

Qual é o número senhor?— Barney se coloca em posição sentindo a minha urgência e o aborrecimento em minha voz. Digo o número a ele rapidamente e como o empregado ágil que é, não pede para que eu repita.

Notasse que o código é de Londres, se já deseja alguma informação apurada.

— Sim, eu percebi. – estalo com frieza – Consiga isso pra mim e rápido, você tem três horas! Voaremos para Seattle hoje mesmo e preciso saber quem é esse cretino que vem ligando pra minha namorada!

Eu consigo saber a quem pertence em um par de horas.— Barney tenta me acalmar mantendo o profissionalismo.

— Assim espero.

Já é para deixar o jato pronto por volta de 07h00min p.m?

— Sim. E deixe reservado duas passagens de primeira classe, para Seattle, ás 8 horas da manhã no nome de senhor e senhora Benson.

Isso é tudo senhor?

— Sim Barney e ande logo com isso! – desligo enfurecido.

Mando mensagem pro Freddie informando o horário dos seu voo e depois jogo o telefone na cama.    

Ainda não informei a Carly sobre nossa ida para Seattle. Estou esperando ela sair do banheiro para contar. Fico deitado olhando para o teto ansiando por saber quem é. Provavelmente é o Peter. Ele é o único que insistiria tanto em ligações atrás dela. Pelo o que ela me contou a respeito dele, o cara é um cretino.

Agora sinto minha gravidade se dissipando no ar. Não quero me sentir a deriva. Preciso da Carly aqui para me acalmar. Assobio a sua espera e finalmente ela sai do banheiro. Apoio-me nos cotovelos e espero ela vir para perto de mim. Ela se deita com a cabeça na minha barriga e sorrio contente.

— Com quem estava falando? – ela soa muito curiosa.

— Com o Barney – preciso fugir desse assunto, rapidamente penso em algo – Vamos para Seattle esta noite, só o estava informando dos nossos planos – aliso seus cabelos macios.

— Você parecia bravo.

— Sabe como é amor, organizar o avião e tudo mais, é tudo meio seco – explico calmamente.

— Que hora nós vamos?

— Temos que estar no aeroporto às 7 da noite. A Sam e o Freddie vão amanhã.

— Claro, eles precisam de mais um tempo sozinhos. – ela ri docemente.

— E até lá, nós também temos muito tempo sozinhos. – sussurro e me aconchego na cama.

—_____________________________________________________

É 6h00m p.m., Carly foi na recepção fechar nossa estadia no hotel e já arrumamos nossas malas. Estou aguardando alguém vir pegar nossas bagagens quando meu celular toca. Deve ser o Barney. Pego meu celular do bolso do terno básico que estou usando (óbvio, estou voltando a vida de CEO) e atendo.

Senhor Gibson, eu descobri a quem o número pertence.— ele avisa e a voz dele está bastante chateada.

— Claro que descobriu, é pra isso que estou te pagando! Diga logo Barney! É do Peter?! Eu vou acabar com ele! – começo a berrar no telefone.

Eu sinto muito senhor— Barney se desculpa como se dissesse que estou errado e ele parece entristecido por saber de quem é.

— O quê? De quem é o número então? – fico surpreso por estar errado.

Ele pertence á...— Barney me informa e Carly entra no quarto no exato momento.

Empalideço ao escutar de quem é o número. Fico mudo tentando processar a informação. A minha Carly conspirando para separar a Sam e o Freddie? Será que ela quer o Benson, é isso? A minha Carly? Não Deus. Por favor, não. Isso não está acontecendo. Eu a fito assustado e até um pouco enojado. Não importa a desculpa que ela vai usar. Nada justifica isso.

To be continued


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Notas finais do capítulo

Foi legal? Faltou alguma coisa? Precisa melhorar? Avisa nos comentários. Estou voltando com força total e agora que as escolas estão em greve tenho mais tempo pra postar os "caps" pra vcs.

Esse capítulo foi patrocinado pela "Itálico e Negrito.net" : Um bom jeito de deixar tudo detalhado com nossos produtos especializados.

As opções que tem pra vcs:

OPÇÃO 1: Damos uma olhada no último dia de Sam e Freddie na ilha (Povs dela ou dele?)

OPÇÃO 2: Continuamos onde parou quando Carly adentrou no quarto e mostra a ida dela e do Gibby para Seattle, com direito a todas as revelações. (Povs do Gibby ou da Carly?) ----- ( Brinde: Capítulo bônus incluído "Dando oi pra futura sogra": Povs da Sam ou do Freddie?)