P.O.V: Piper : Crazy

   Lá estava eu no quiosque conversando com Hazel e Katie, que havia saído para falar com um garoto.

   Hazel estava quieta. E estranha. Parecia muito chateada. Queria muito saber como ajudar aquele coraçãozinho.

   - Hazel, você devia conhecer o meu amigo. Vocês seriam TÃO FOFOS juntos! – acho que hoje eu estava bem animada. Ou ao menos estava tentando fazê – La se esquecer do que quer que esteja acontecendo de ruim com ela.

   - Desculpa mesmo Pips. Mas não estou com cabeça pra isso. Podemos falar de outra coisa? – perguntou ela com uma cara fofa. Como resistir aquela carinha quando ela me pedia algo?

   - Claro fofa. Mas o sinal já vai bater. Vamos para a aula? – perguntei a abraçando de lado.

   - Claro! – ela disse sorrindo.

   - É assim que eu gosto de te ver. Sorrindo! – falei – agora vem!

   Puxei-a pelo braço, como eu fazia antes, na época em que Silena estava com a gente.

   Silena.

   Minha irmã.

   Mas era o nosso segredo.

   Minha mãe, Afrodite, teve um caso com meu pai na época em que estava recém-casada com Hefesto, padrasto de Sil.

   Ou seja, eu era filha de um caso fora do casamento “perfeito” dela, mas a mesma trai Hefesto várias vezes. Tenho dó dele. Ele não merece uma pessoa como ela.

   Afrodite me despreza. Se alguém contasse sobre o segredo dela, sua reputação e seu casamento iriam acabar. Não que eu me importe, mas ela ia acabar com a vida do meu pai.

   Nem percebi que já estava na quadra. A aula de hoje era vôlei. Amava vôlei. E o treinador Hedge era muito legal.

   Soltei Hazel e juntas fomos para o vestiário. Abri meu armário para pegar meu uniforme de educação física. No meio das minhas roupas, havia um bilhete.

                         “Maninha! Seria horrível para seu papai se todo mundo descobrisse que você é o resultado do caso de Afrodite e Tristan McLean, não acha? Cuidado, vadia.

                                                  Beijos,

                                                     - S”.

   Eu queria chorar muito. Eu senti tanta falta de Silena, e quando ela me dá um sinal de vida é desse jeito? Não podia ser ela! Ou eu que não queria acreditar que ela fosse capaz de fazer isso.

   - Está tudo bem Piper? – perguntou Bianca, minha amiga.

   - Está sim – menti. Com certeza, essa não seria a primeira hoje.

   Após a aula, fui para casa ver meu pai dizendo a mim mesma que estava tudo bem, por mais que eu soubesse que não estava.