—Ele iria se vingar dela, Jim! Disse isso com todas as letras e você não colocou nenhum policial para monitorá-lo ? - Grissom rosnou.

—Hey ... calma aí, amigo! Peter sumiu no momento em que comuniquei meus homens, ele agiu rápido!

Grissom balançou a cabeça sem acreditar.

—Sara, por favor ... me responda! - Ele implorou ao celular, em agonia.

Nenhum som.

Seu estômago revirou e ele se sentiu doente. Teve náuseas.

De repente, saiu em disparada para a sala de audiovisual.

—Archie, eu quero que rastreie o celular de Sara ... - Quando o técnico não se mexeu, ele perdeu a paciência ... _Agora, Archie!

—Quer me dizer o que está acontecendo ? - O capitão perguntou estupefato com a atitude de seu amigo.

Perder o suspeito de vista, não significava necessariamente que naquele exato momento, Sara estaria em seu poder, sendo ameaçada e sabe-se lá mais o quê! Ou será que estava enganado ?

—Eu estava com ela na linha, ouvi barulho de pneus cantando. Ela não me respondeu mais, Jim!

Os dois homens notaram o desespero na voz do supervisor. Mesmo sem entender muita coisa do que estava acontecendo, Archie percebeu que era algo grave, em segundos ele conseguiu sua resposta.

—Achei! Ela está perto da interestadual, há trezentos e oitenta metros ao noroeste! - Ele mesmo se surpreendeu com a localização. _Isso é ... é um pouco afastado de Vegas. Sara está em algum caso ?

—Não!

Grissom se aproximou mais da tela, precisando ver com seus próprios olhos, como se somente assim pudesse acreditar.

­_O que diabos ela faz para esses lados ? - Jim perguntou.

“Tentando se manter o mais longe possível de mim.”

—Eu vou com você! - Jim se manifestou, reconhecendo aquele olhar de seu amigo, seu tom de voz ficou claro que Grissom não teria escolha.

Da sala para o estacionamento, foi em um piscar de olhos. Não tinham muito tempo, mas Catherine os interpelou assim que abriram as portas da viatura de Jim.

—Onde é o incêndio ? - Ela sorriu para ambos, suas mãos estavam cheias de sacos com as evidências, acabara de chegar da cena de seu caso.

—Estamos indo até Sara, você está no comando! - Grissom disse com pressa, por cima do carro, despertando a curiosidade da CSI.

—Aconteceu alguma coisa ? Sara está bem ?

—É o que eu espero ... - Ele entrou no carro e partiram, sem esperar por uma resposta.

—Hey Cath, aquele era o Grissom ? - Warrick se aproximou com o restante das evidências do caso.

—Sim, Rick. - Ela respondeu preocupada, ainda olhando na direção que a viatura partira. _Espero que esteja errada, mas Sara precisa muito dele!

~♥~

Sara levantou a cabeça do volante, seu corpo todo doía. Estava confusa sem saber ao certo o que havia acontecido.

O cinto de segurança lhe machucava, como se quisesse entrar em sua pele. Soltou-o e o alívio foi imediato quando se viu livre daquele aperto.

Com muita dificuldade conseguiu se ajeitar no banco. Estava tão escuro ao seu redor ou era sua visão que estava prejudicada, não sabia ao certo.

Sua cabeça começou a latejar, instintivamente levou sua mão até ela. Sentiu algo quente e pegajoso em sua têmpora. Sangue! Ela sabia que era, mesmo sem de fato ver.

Um outro carro estava a alguns metros dela com o pisca-alerta ligado.

Lembranças do que acontecera vieram com força. Alguém intencionalmente havia provocado aquela situação, ela só queria sair dali o mais rápido possível. Sabia que seria dolorido, mas ainda era perfeitamente capaz de dirigir.

Por sorte havia conseguido recuperar o controle de seu carro antes que saísse da pista, mas a frenagem brusca lhe valeu uma pancada na cabeça contra o volante.

Ela ligou o carro, o barulho do motor tentando obedecer aos comandos lhe deixou em pânico. Aquele não era o momento para ser deixada na mão.

Uma nova tentativa fracassou, depois outra e mais outra.

De repente, uma sombra apareceu à sua porta assustando-a. O vidro rebaixado da janela lhe deixava totalmente exposta e desprotegida. Estava com medo, muito medo. Seu coração parecia querer sair pela boca.

Ela reconheceu quem era, o olhar doentio, havia ódio reprimido naqueles olhos escuros.

Seu subconsciente lhe deu um alerta de perigo.

—Eu disse que iria pegá-la quando estivesse sozinha! Deveria ter me escutado, costumo cumprir minhas ... ameaças!

—Não tenho medo de você! - Ela retrucou com a voz mais firme que conseguiu.

Aquilo não era verdade.

Ela sabia.

Ele sabia.

—Bem, isso será divertido!

Peter abriu sua porta lhe arrancando à força de dentro de seu carro, sem qualquer chance de se defender.

Sua resistência de nada adiantou.

Estava fraca demais para continuar lutando.

Ele a tinha sob o seu domínio.

Só lhe restava aceitar.