Como Ser um Príncipe - Interativa escrita por Mila


Capítulo 7
Prazer em te conhecer


Notas iniciais do capítulo

Oláa!
Muito feliz que eu não tenho simulado esse fim de semana, então temos capítulo! Yey!!!

Percebi que vocês têm uma necessidade enorme de um pouquinho de romance... Já temos uma coletânea de "shipper names" só nos comentários dos capítulos anteriores. Haha. Caitnan, Dublish (Caitlin+Ronan) Caitlin+Gustav. Adorei todas as teorias (não confirmarei ou negarei nada) e principalmente o nome do casal - sou terrível nisso. Ainda bem que eu tenho vocês *-*

Infelizmente o meu tempo está bem apertado por que começam os vestibulares. Por isso não conseguirei responder os comentários, porque me tomam muito tempo. Os minutos que tiver disponível prometo me dedicar a escrita dos próximos capítulos. Então me desculpem por isso, mas espero que compreendam.

E finalmente: Uma dose de selecionadas. Aproveitem.



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Dia 12

A jornalista sentou-se o mais ereto possível com as pernas cruzadas no sofá afundado que a engoli-la como areia movediça. Estava desconfortável com o lugar em si. A fazenda era aberta, ensolarada e tinha uma energia boa, mas Mirela Fitz-Gerald, acostumada a viver entre as tecnologias e conforto das metrópoles, só conseguia se preocupar com o quão sujo havia ficado o seu salto desde que chegara ali. Assim, tratou de começar a entrevista rapidamente.

Mirelle Rodriguez Smith, certo? – Perguntou para a jovem de cabelos castanhos escuros a sua frente.

—Sim. – Ela respondeu com um sorriso grande. - Parecido com o seu nome. Mirela. Fica fácil de lembrar.

A jornalista olhou e julgou Mirelle dos pés à cabeça. Não gostava das suas roupas, de sua empolgação e muito menos da flor atrás de sua orelha.

—Certo... – Rabiscou algumas coisas em sua folha e continuou em frente: - Amanhã a senhorita já estará a caminho do Palácio, onde viverá por um tempo incerto. Mas por enquanto mora numa fazenda, assim como vivia o Príncipe Liam há pouco tempo. Acredita que a área rural é um bom berço de formação para um príncipe? Ou princesa? — Emendou com uma careta.

Mirelle se empertigou cheia de energia para responder à pergunta.

—Liam não sabia que seria o herdeiro do trono. Digo, o Príncipe Liam. Ele está se ajustando a situação, e isso é normal. Quanto à sua pergunta, é esperado que o lugar de formação de um príncipe seja em um castelo junto da monarquia, mas eu acredito que a formação do caráter de um indivíduo não depende do lugar, e sim da criação, a maneira como foi criado e educado. Ter vivido em uma fazenda por muito tempo trará um conhecimento e experiência que os governantes anteriores provavelmente não tinham. Tenho certeza de que quando se tornar rei terá projetos bem inusitados para colocar prática, pois é a oportunidade perfeita para atingir o maior número de pessoas possível. Isso é, inclusive, o que eu penso sobre a Seleção, foi uma ideia...

Atrás da jornalista e do balcão que dividia a cozinha da sala, Carolyn, a mãe de Mirelle cruzava as mãos freneticamente, mandando a filha parar de falar.

Em entrevistas e frente ao público, a selecionada escondia o nervosismo muito bem, conversando com clareza. Mas precisava de alguém que a fizesse parar de falar.

—Acho que a senhorita já respondeu todas as perguntas que eu pretendia fazer. – A jornalista deu um sorriso amarelo.

—Eu não sou muito boa de guardar as coisas para mim... – Ela confessou e mexeu no pingente do colar. 

Mirela levantou-se carregando sua pasta com ela.

—Obrigada pelo seu tempo, senhorita Smith. Amanhã a entrevista será publicada.

A mãe da jovem levou a convidada até a porta e Brendon pulou de seu esconderijo atrás do sofá, de onde ele havia ouvido a entrevista da irmã.

—Quando você vai para o Palácio, Elle?

—Por que? Vai sentir saudade? – Mirelle provocou seu irmão mais novo com um sorriso grande.

—Não, a Blair é que vai. – Falou rapidamente e sua voz ficou desafinada devido aos hormônios da puberdade, o que fez a garota rir alto.

Quando a Carolyn voltou para dentro da casa, Mirelle correu em sua direção e, saltitante, perguntou onde Blair estava.

—Sua irmã está trabalhando com o seu pai... Mas, querida, espere! Você... – Ela tentou chamar a filha, mas a jovem já havia saído e trombado com a porta fechada. Sozinha, Carolyn suspirou fundo: - Você já tomou a sua colher de realidade hoje?

♕ ♕ ♕

Dia 13

Eram duas e meia da madrugada e não havia mais nada que ela pudesse fazer.

Honor Caomhánach encostou a cabeça na direção e ficou assim por alguns minutos. Estava tão cansada que poderia adormecer se continuasse de olhos fechados por mais tempo. Mas ergueu a cabeça e revisou tudo de novo.

As contas de luz estavam pagas em dia, assim como a de água, a da prestação do carro e da faculdade. Como sempre, ela havia feito tudo com perfeição. Seu turno no trabalho acabara há duas horas e não tinha aula nos fins de semana. Tentou meditar por meia hora, mas nem isso funcionou para acalmar a sua confusão de pensamentos, então pegou o carro e foi dar umas voltas na cidade adormecida.

Não havia mais nada a ser feito.

Talvez fosse a primeira vez em muito tempo que não havia nada para fazer. E isso a assustou. Ter tempo disponível significava encarar todos os seus pensamentos e frustrar-se mais uma vez com seus próprios erros.

Olhou para o banco do passageiro e encarou a carta aberta que exibia a assinatura de Caitlin Dublin e a confirmação por escrito de que fora aceita na Seleção do príncipe. Em poucas horas, ela iria para o Palácio e disputaria a mão do Príncipe Herdeiro com outras catorze meninas.

—Eu não acredito nisso. – Ela sussurrou para si mesma.

Não importava que realmente tivesse assinado o seu nome no papel de inscrição para a Seleção há algumas semanas, nem mesmo que Gustav Walsh tivesse dito seu nome no Jornal Oficial do Reino para toda a Nova Irlanda. Todo o país tinha mais certeza da participação de Honor que ela mesma. E ainda assim era impossível de acreditar.

Virou o espelho do retrovisor para o seu rosto e encarou sua imagem.

Permitiu que seus pensamentos fluíssem e imaginou como as coisas seriam dali para frente. Faria entrevistas, apareceria no telejornal, estaria mais próxima de Nova Irlanda. A mão do príncipe e a coroa de princesa herdeira estavam assustadoramente próximas. Nunca teria acreditado se alguém lhe dissesse, anos antes, que tinha grandes chances de se tornar rainha. 

Então sentiu uma faísca acender em seu peito: Definitivamente as coisas seriam diferentes dali para frente.

♕ ♕ ♕

Sentou-se na cama e suspirou.

Em poucos minutos os oficiais da realeza viriam busca-la para a Seleção. Iria morar no Palácio com luxo, conforto, classe e... Silêncio!

Branka Vanschmitz odiava aquele bar maldito em que ela e sua família moravam sobre. Toda noite eles funcionavam. Tocavam músicas típicas de Nova Irlanda que podia ser ouvida até a próxima esquina e o local se enchia de bêbados feios e barulhentos.

Definitivamente ela não sentiria falta dali.

Porém seu olhar prendeu-se no porta-retratos sobre o criado mudo. Pegou-o entre as mãos com o coração apertado e cheio de raiva. Desejava que pudesse voltar àquele momento e torna-lo vivo de novo. Mas ela precisava seguir em frente e encarar a Seleção e, além disso, ela sabia que os meios a levariam ao seu final feliz.

—Querida, eles chegaram. – O seu pai disse, batendo na porta educadamente. Ele sentiu aquele formigamento nervoso quando observou o que a filha estava fazendo. – Branka... Você não vai levar a foto, certo?

Ela abaixou o porta-retratos contra o móvel e assoprou a franja para longe dos olhos.

—Não precisa surtar. – Ela reclamou, colocando de pé. Olhou-se no espelho manchado do próprio quarto e alisou o cabelo negro entre os dedos. Sentia-se bem consigo mesma. Sentia-se pronta. Virou-se novamente para o pai, com um olhar pouco piedoso. – Você é quem faz as besteiras, lembra?

O pai pareceu querer contestar, ainda com um pressentimento ruim, mas coçou a barba e se contentou com o que lhe parecia incerto, pois não queria revirar uma lembrança ruim.

Branka saiu do quarto e desceu as escadas. Os bêbados do bar se levantaram quando ela passou, como nunca fizeram antes, e começaram a aplaudir e assoviar. Eles nunca conversavam com ela, e ela mesma não fazia o mínimo esforço para reverter a situação. Mas aquele dia pedia um pouco mais de atenção. 

Um deles entrou em sua frente, atrapalhando seu caminho e estendeu a manga da blusa para que ela pudesse ver a tatuagem de ferradura em seu bíceps.

—Para dar sorte! Por Nova Irlanda! – Ele gritou, empolgado e alcoolizado.

Ela recuou um passo, surpresa e enojada.

Contornou o homem rapidamente e resmungou que se ferradura trouxesse sorte, burro não puxava carroça. Aquela interrupção não arruinaria seu dia.

Branka já havia passado por momentos ruins e agora exigia perfeição em cada instante.

Acenou para a imprensa composta por um grupo de não mais de vinte pessoas, incluindo alguns curiosos, e entrou na limusine que a aguardava e a levaria para o Palácio.

Conforme o veículo se afastava da multidão, Branka viu seus pais acenarem mais uma vez antes dela erguer o rosto e mirar o caminho à sua frente, rumo à capital.

Colocou a mão sobre o casaco, onde o bolso interno escondia a fotografia. Engoliu em seco. Era apenas um pedaço de papel, mas pesava como uma pedra.

♕ ♕ ♕

O jovem de vinte e um anos correu pelos corredores do Palácio, mas logo recebeu uma bronca de um dos guardas e teve que parar. Continuou o caminho devagar como uma tartaruga, porém assim que já estava longe da vista do soldado, ele voltou a correr como se sua vida dependesse disso.

E talvez dependesse.

Shawn Keyes acabara de ser admitido como funcionário do Palácio e não podia deixar essa chance passar apenas porque já estava atrasado para o seu primeiro compromisso. Afinal, com toda a sua falta de jeito haveria muitas outras oportunidades para ele estragar tudo.

Já ter falhado antes mesmo de começar o trabalho era o seu novo recorde.

Enquanto corria fez uma anotação mental de descobrir o quanto podia errar sem ser despedido. Porque era sempre bom saber quando precisava recorrer a fé e ao universo e usar mais vezes suas meias da sorte.

Finalmente chegou ao salão de entrada do castelo, que estava cheio de funcionários arrumando os últimos detalhes para a recepção das selecionadas. No centro dele a mulher remexia em uma pilha de papeis e conversava ao telefone, mantendo os olhos no movimento ao seu redor. Caitlin Dublin, vulgo sua nova chefe.

Ajeitando os cabelos desgrenhados, ele se aproximou.

—Srta. Dublin, eu sou Shawn Keyes. Fui contratado como seu assistente na Seleção...

Ela o observou com os olhos arregalados, enlouquecendo com todas as coisas que precisava lidar. Desligou o celular com um curto “obrigada”, e segurou os papeis com apenas uma das mãos para que com a outra apertasse a dele.

—Sou Caitlin Dublin. Ainda bem que você chegou. Estou surtando. Tome, pegue esses papeis. – Ela passou a pilha de documentos para ele. E voltou a falar no celular.

Shawn ficou em silêncio enquanto sua hiperatividade permitia, o que não durou muito. Olhou para o monte de papeis e decidiu que, minimamente, poderia deixar todos na vertical. Puxou uma das folhas do meio e todo a pilha desmoronou. 

Quando Caitlin virou-se para seu assistente novamente, viu-o agachado no chão junto de todas os documentos caídos.

Ela apertou o alto do nariz com os dedos.

Shawn, nervoso, tentou mostrar mais eficiência:

—Senhorita Dublin, o que... – algumas folhas escorregaram de novo e ele se atrapalhou para recolhê-las, mas continuou a pergunta: -O que é esperado de um assistente da assessora das Selecionadas?

Ela respirou fundo, tentando crer que tudo daria certo no final, e resumiu:

—Equilíbrio.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo
Aqui está o gostinho da primeira aparição das selecionadas. O que acharam? Empolgadas?

Eu pensei em vocês votarem nas selecionadas conforme elas aparecem, mas aí percebi que enquanto umas ganham pontos, outras podem correr o risco de ficar sem se menos comentários houver nesse determinado capítulo.
Além disso, não dá para julgá-las apenas com essa primeira aparição.

Então será assim:
Quando todas as selecionadas aparecerem e eu me sentir ok com isso, peço para vocês darem uma nota a cada uma delas (de uma vez só), que pode inclusive ser por MP se acharem melhor.
Assim vocês têm mais tempo de interpretá-las, de elegerem suas favoritas e todas ganham ponto.
Mais para frente eu retomo as regras de pontuação.

Bom, espero que tenham gostado.
Obrigada mais uma vez pelos lindos comentários e dedicação à fanfic.
Beijos! Até o próximo.