Como Ser um Príncipe - Interativa escrita por Mila


Capítulo 6
Um segundo para imaginar


Notas iniciais do capítulo

Oi! Voltei
Tudo bem?

Vocês já experimentaram seguir a própria história? Façam isso um dia, é muito esquisito.
Brincadeira. É que a minha amiga (a princesa Sarah que perdeu a coroa) usou o fanfiction que estava aberto em minha conta, achando que era a dela. (Sarah-hacker). Então ela fez eu acompanhar a minha própria história. Genial.

Agora precisamos dar um jeito do Fanfiction possibilitar que comentemos em nossas próprias fics. Afinal, ninguém faria um comentário melhor que nós mesmos!
Ok. Parei.

Afinal os comentários do capítulo anterior me deixaram arrepiada. Estava tão "tanto faz" com ele e os reviews me surpreenderam. Não esperava os elogios, vocês arrasaram! Amei cada palavra. Obrigada de ♥.
O meu tempo é meio apertado, mas tentarei continuar respondendo vocês.
Lembrem-se também que os comentários contabilizam pontinhos.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706018/chapter/6

Dia 11

O castelo era enorme.

Mas Liam nunca pensou que fosse se perder do lado de fora.

Combinara de se encontrar com seus pais nos jardins e já estava meia hora atrasado, mas ele não esperava que existissem mais de cinco jardins – sequer pensava que isso era possível.

Caminhava com o castelo a sua esquerda e o grande lago de águas azuis a sua direita. Se continuasse seguindo a construção – ou andando em círculos como ele preferia dizer – teria que chegar no lugar combinado em algum momento.

Pensou no que ele estaria fazendo se ainda morasse em sua antiga casa próxima ao mar. Provavelmente ouvindo as reclamações de Finn sobre o quanto ele odiava fazendas enquanto ambos passeavam as vezes a cavalo e outras de carro por todos os cantos do terreno para fiscalizar a segurança e funcionamento das plantações e das outras atividades do local.

Fora o desejo incontrolável de Finn de morar na cidade grande, os seus primos e seu tio eram pessoas mais simples do que as que moravam no Palácio. Menos exigentes, perfeccionistas e ambiciosas. Sentia falta deles. Sentia falta de um pouco mais de humanidade.

Felizmente ele encontrou os seus pais sem desperdiçar outros trinta minutos rodeando o castelo. Sua mãe estava deitada de barriga para cima em uma espreguiçadeira de jardim, absorvendo os escassos raios de sol do outono da Nova Irlanda. Seu pai estava sentado a uma mesa, observando alguns papeis silenciosamente. Quando Liam se aproximou percebeu que eram as inscrições das selecionadas.

Faltava apenas dois dias para as selecionadas chegarem ao Palácio e Liam começara, então, a perceber no que havia se metido.

—Eu estou noivo. Eu praticamente já estou noivo. E eu nem sei de quem. – Ele lamentou-se, sem sequer cumprimentar os pais que via cada vez menos devido a sua agenda cheia.

Maire se remexeu ao ver o filho se aproximar, mas não disse nada. Ficou apenas o observando

—Pode ser essa candidata. – O Conde Douglas ergueu a foto de Moreena McLorden, achando uma oportunidade para fazer uma brincadeira. Depois ergueu outra fotografia, de Veronika Egan. – Ou essa aqui.

—Ou todas as outras treze, pai. – Liam suspirou.

O Conde Douglas contraiu as sobrancelhas, incomodado com o comportamento do filho, mas não disse nada.

O rapaz puxou os documentos das selecionadas, olhando todas as fotos ao mesmo tempo, sem esconder o desespero. Fitou por longos minutos o rosto delas, em completo silêncio.

Maire, ainda deitada com uma tranquilidade surpreendente, ergueu os óculos escuros para o alto da cabeça e olhou confusa para o marido, com alguns gestos perguntou que porcaria o filho deles estava fazendo.

—Está decorando o nome delas, Liam? – Douglas questionou.

—Decorando o nome? Não consigo lembrar nem do rosto delas! – O menino deitou-se na espreguiçadeira ao lado da que a mãe estava. – Estou é tentando descobrir como elas são. Porque, afinal, são todas lindas! Mas elas podem ser incrivelmente... entediantes.  

Era engraçado que quando estava na presença da mãe falava em voz alta ao mesmo tempo que se expressava por meio de gestos. Fazia tão automaticamente que mal percebia, afinal, desde criança convivia com a deficiência de Maire.

Ela se esticou e pegou a fotografia de uma menina de cabelos cor de rosa, Gwendolyn Seasher-Pryx.

Essa tem um cabelo muito legal! Não deve ser tão entediante. Ela disse por meio de gestos, divertindo-se.

—Alteza. Finalmente o encontrei. – O guarda pessoal de Liam se aproximou, com uma postura rígida. Liam esboçou um sorriso presunçoso, feliz de não ser o único com dificuldades de encontrar as coisas no Palácio. O soldado prosseguiu: – Os funcionários terminaram de preparar a Área das Selecionadas e necessitam de sua autorização para garantir que está finalizado.

Liam se levantou resmungando como uma criança. E Douglas fez alguns sinais para Maire entender o que tinha acontecido. Ela bufou e se expressou:

—Tarefa estúpida. — Seguido de alguns gestos.

O príncipe tinha que concordar. Mas não recusar.

Douglas e Maire se entreolharam, decepcionados. Não haviam ficado nem cinco minutos na companhia do filho. 

♕ ♕ ♕

Caitlin Dublin observou com cuidado cada canto da sala. Tudo parecia impecável, em seu devido lugar e com muita elegância.

A sala principal era o primeiro cômodo da Área das Selecionadas, era rebaixado em relação aos demais espaços e precisava descer dois degraus para chegar a ele. Estava arrumado com largos tapetes, sofás e poltronas com estofamento que combinava com as almofadas, mesas de centro com candelabros e outros decorativos. As cortinas estavam sem um amassado, o lustre estava pendendo na altura certa.

—Está. Tudo. Certo. Pare de surtar. – Disse a si mesma.

A porta se abriu, sem a entrada triunfal das selecionadas, mas com a do príncipe herdeiro.

—Ainda bem que você chegou. Preciso que confira todos os detalhes. – Ela ergueu o olhar e se deparou com o guarda atrás dele. – Ah, Ronan! Vocês já se conheceram.

Liam virou-se subitamente para trás, quase que percebendo que o guarda continuava ali.

Sentindo-se envergonhado de não ter perguntado o nome dele, o príncipe estendeu a mão e falou:

—Eu sou Liam Éire. É... Você provavelmente já sabe disso.

O guarda hesitou antes de apertar a mão dele.

—Sou Ronan Irish, Alteza. Ao seu dispor.

Caitlin balançou a mão.

—Frescura. Ele parece durão, Liam, mas se você apertar aqui... – Ela disse e cutucou a barriga do soldado, que se contraiu e tentou impedir uma gargalhada. – Ele dá risada igual pessoas normais.

—Muito obrigado, Dublin. – O jovem guarda respondeu, incomodado.

Liam deu uma curta risada, gostando da interação entre os funcionários. Era como se eles fossem uma grande família.

Caitlin Dublin passou a prancheta para ele.

—Preciso que você confira a dimensão do espaço, se é suficiente. Se as decorações estão sintonizadas com o ambiente e confira que utilizamos os móveis que compramos da...

—É só colocar um ok em tudo? – Ele a interrompeu, obviamente não acompanhando todas as instruções e não sabendo lidar com elas. Caitlin o olhou repreensivamente, mas o príncipe deu de ombros. – Confio em você, ok? Se você tiver feito alguma cagada, o que eu duvido, assumo a responsabilidade.

A mulher de trinta anos continuou o observando por um momento, até ceder.

Eles ouviram uma batida na porta e Gustav Walsh espiou o cômodo.

—Sei que os homens não estão autorizados a entrar aqui, mas como as garotas não chegaram ainda, pensei que poderia fazer uma visita... – Ele abriu seu grande sorriso caloroso. – Além disso, se vocês não se importarem, preciso roubar o Príncipe Liam por um momento. Temos que colocar algumas coisas em dia.

Caitlin pegou a prancheta das mãos de Liam e grudou os olhos no papel.

—É, é, vai lá. É uma boa ideia.

Liam deu mais uma olhada na sala, nervoso, imaginando-a cheia das suas “namoradas”, e logo saiu.

Sozinhos no grande lugar, Ronan cruzou os braços e ergueu as sobrancelhas para Caitlin.

—O que? – Ela questionou ao ver a expressividade do guarda.

—Você não tem namorado?

—O que? – Ela olhou para o lugar que o apresentador do jornal da Nova Irlanda havia saído. – Está falando de Gustav Walsh? Eu não sinto nada por ele! – Ronan pressionou-o mais com o olhar. – Qual é! Já olhou para ele? Aquele cabelo, o sorriso... Todo mundo tem uma quedinha por ele. Até mesmo as comprometidas. Espere as selecionadas chegarem e você entenderá!

Ronan ergueu um sorriso de canto de boca.

—Bom, então é melhor saber do que estarei protegendo o príncipe no futuro.

♕ ♕ ♕

—Definitivamente eu não tenho muito tempo disponível para te ajudar, Alteza. Mas passei a observar mais o meu dia a dia e notei detalhes que são vitais para causar uma boa impressão no palácio... Coisas que podem parecer simples, mas como o senhor é novo por aqui...

—Qualquer coisa funciona. – Liam esclareceu, dando de ombros. Depois batucou na mesa, ansioso e perguntou: - O que você tem para mim hoje, Walsh?

O apresentador do telejornal passou um papel e uma caneta para Liam e sugeriu que ele anotasse.

Gustav enfiou as mãos no bolso, sempre casual e confiante, e falou de tudo que conseguia se lembrar enquanto o jovem príncipe tentava acompanha-lo com uma careta no rosto de criança que está pintando o melhor desenho de sua vida.

Dar bom dia a todos. Chamar as pessoas de cavalheiro e madame quando não lembrasse de seus nomes, talvez incluir um elogio no cumprimento. Não correr pelo palácio. Começar a refeição pelos talheres do lado de fora e seguir utilizando os de dentro enquanto os pratos são trocados. Nunca se atrasar para os eventos. Se não conseguir ficar calmo, ao menos aparentar tranquilidade.

Quando Liam finalmente terminou de escrever, olhou para Walsh esperando pelos próximos comandos, mas ele disse:

—Quero que o senhor faça outra entrevista.

Liam apertou os olhos, tentando entender se era algum tipo de brincadeira.

— Por um acaso você tem algum acesso ao mundo e viu o resultado da minha última interação com a mídia? – O príncipe ironizou.

—O senhor falou sobre a Seleção. É necessário que haja um pronunciamento sobre a sua atual posição na hierarquia nobiliárquica da Nova Irlanda.

—Nós devemos começar a pensar no meu velório nesse caso.

—Vossa Alteza, se me permite dizer, - Gustav Walsh disse com cuidado. creio que seja adequado um pronunciamento no jornal oficial sobre a sua aceitação e aprovação do início da nova dinastia. Os outros países precisam entender que, embora não foi uma escolha sua, pois foi uma situação imprevista, é apoiada pela monarquia atual e manterá os mesmos critérios e costumes de sempre, os quais os nossos aliados já estão de acordo.

Liam refletiu sobre as palavras por um momento.

Era difícil, mas ele precisava concordar. Sua principal intenção era se encaixar à monarquia e a melhor maneira de fazer isso era aumentar a sua popularidade tanto dentro do país quanto fora.

Walsh decidiu continuar sua explicação após perceber que o príncipe já havia absorvido as últimas informações.

—A entrevista ficaria marcada em seguida desse pronunciamento. Assim a população poderia tirar as suas dúvidas e mostraria que o senhor está aberto a discutir e conversar sobre esse assunto... E precisamos de um grande veículo que não esteja vinculado a realeza. Portanto é necessário que seja pelo maior jornal do país com a jornalista mais ouvida no território.

Liam recuou um passo e apertou os olhos.

—Está falando do Jornal da Nova Irlanda? Do Caderno Direto? Da jornalista que eu estou pensando?

—Mirela Fitz-Gerald. – Gustav suspirou também compartilhando do sentimento de incômodo do príncipe. – É ela ou nada. A população a ouve.

O jovem coçou a nuca.

—Consegue me deixar tão bom assim?

O apresentador gargalhou, ficando sem graça de uma maneira charmosa.

—Bom, temos uma semana para treinar o que irá dizer no telejornal e mais alguns dias depois disso para prepara-lo para a entrevista. Talvez não possamos nos encontrar o tanto quanto eu acho preciso, mas me esforçarei para lhe mandar pesquisas e dicas por escrito. Porém é necessário a sua completa atenção. Acha que pode fazer isso?

—Com quinze desconhecidas garotas com uma considerável chance de serem minha futura esposa? -  Liam deu de ombros, brincando. – É moleza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Cade as selecionadaaaaaaaaaas?
Acho que já estou pior que vocês. Quero muito que elas apareçam!
Mas ainda faltam algumas vagas e é por isso que eu escrevi esse capítulo com excesso de Liam (se vocês tiverem uma overdose do príncipe, saibam que é compreensível... Embora eu duvide que isso aconteça com vocês, já que vocês já roubaram o crush das próprias selecionadas ...).
De qualquer forma pretendo fazer as meninas aparecerem no próximo. Não todas, porque elas seriam terrivelmente retratadas se eu tivesse que descrever todas ao mesmo tempo. Então não vamos arruinar a história, Mila, ok? Terão apenas três delas no próximo capítulo e pretendo manter o padrão (15 é um lindo número múltiplo de 3). E pode demorar um pouco para ele ser postado, porque tem umas questões cronológicas que eu preciso organizar.

Mas enfim, espero que esse tenha animado vocês um pouquinho e que tenha valido a pena essa enrolação (que, querendo ou não, vai se ligar com vários pontos futuros do enredo).

Obrigada mais uma vez!
Nos vemos "por aí". Beijos!

P.S. O Raphael Draccon (o autor brasileiro que eu mencionei há alguns caps) é um dos roteiristas de SuperMax sabiam? A mini-série parece muuuuito legal. O meu único problema é que eu não lido bem com terror. Mas eu super recomendo a todos que amem. Esse cara é divo. Assistam.

P.S.S. Por que todo mundo da Nova Irlanda não gosta do Liam? Eles deviam ler os comentários de vocês.