Questões do Coração escrita por Maga Milla


Capítulo 4
Confianças Desmedidas


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Primeiramente queria me desculpar pela demora excedente para postar esse capítulo :)
Semana passada foi bem corrida, porque fui promovida no trabalho e passei por um treinamento intensivo e tal, acabei completamente sem tempo para nada!!!!
Espero que possam me compreender... essa semana ainda está corrida, mais acredito que aos poucos minha rotina volta ao normal e poderei postar com ainda mais frequência! :)



ATENÇÃO: EXISTEM PISTAS NESSE CAPÍTULO IMPORTANTES, QUE FAZEM PARTE DA HISTÓRIA CENTRAL E TODA REVIRAVOLTA QUE VAI ACONTECER ♡



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De manhã, Juan foi transferido para a área infantil de especialização em queimaduras, que como foi garantido a Alice inúmeras vezes, é um dos principais centros de tratamento de queimados de Londres, no mundo bruxo. Alice tinha medo do que estava por vir, sabia que estava prestes a encarar uma das coisas mais difíceis da sua vida, e que seria um caminho árduo e determinante, no entanto, sentia-se extremamente aliviada porque o estado de Juan já não era de vida ou morte, um sentimento que aumentou em medidas alarmantes quando avistou o Dr. Malfoy, que os aguardava no quarto novo, que seria permanente para eles por um bom tempo.


Mau havia se passado vinte e quatro horas desde a primeira conversa entre Alice e Scorpius, mas ela já confiava plenamente nele, confiava a vida do seu filho ao homem que havia lhe trazido boas notícias em uma noite, onde ela esperava somente pelo pior. O que de fato, soava alarmante e preocupante, levando em conta que Alice não costuma confiar nas pessoas com tanta facilidade.
Quando ele se aproximou dela, com uma prancheta na mão e um meio sorriso no rosto, Alice percebeu quanto seus traços chamavam sua atenção, enquanto ele falava, ela buscava pelas informações armazenadas em sua cabeça, sabia que já havia tombado com ele, quando ainda estudava em Hogwarts, conhecia o sobrenome da família dele, a história, o sangue... E mesmo assim, não conseguia sentir à aversão que sempre sentia quando encontrava com algum bruxo de sangue puro, aristocrata e riquíssimo.


Muito pelo ao contrário, pegou-se analisando os cabelos platinado, brilhantes e chamativos na medida certa, os olhos de um cinza claro, cristalino, que ao mesmo tempo que lhe passava confiança, em contrapartida lhe fazia desconfiar de que ele pudesse enxergar sua alma, seus lábios finos, pálidos e bem contornados, seu nariz elegante e seu sorriso amistoso, acolhedor.


“Olá” disse, calmo e seguro, com uma voz fria e distante, com uma conduta profissional e inabalável que todo Malfoy possuí. Mesmo assim, mesmo estando diante do homem sério, lembrava-se claramente de como ele era descontraído em Hogwarts, sempre rodeado de amigos...


“Oi” respondeu, sentindo vergonha pela maneira como havia chorado histericamente na noite anterior. Alice gostava de se mostrar confiante, inabalável, e havia falhado miseravelmente na noite passada, mas repetia a si mesma que ele, com toda certeza, já virá aquilo acontecendo diversas vezes e que provavelmente a veria chorar mais um poção de vezes a partir daquele ponto.


“Como você está?” perguntou no mesmo tom profissional, mesmo sendo incapaz de se mostrar indiferente. “Conseguiu dormi um pouco?”
“Um pouco.” Deu de ombros, respondendo com meias verdades, já que havia passado a noite toda se remexendo preocupada toda vez que a respiração de Juan alternava de calma para ritmada e descompassada. E se perguntou se alguma mãe no mundo conseguiria dormi, sabendo que o filho só não gemia de dor por estar dopado.
“Isso é bom.” Ele sorriu, mantendo o contato visual por alguns segundos, antes de se virar para Juan.
Alice o observou enquanto ele examinava o rosto e a orelha do filho, com ajuda de uma auxiliar eficiente, os dois sempre trocando informações, instrumentos, pomadas naturais e algumas poções pesadas para dor.


Então ele passou a verificar a mão de Juan, utilizando uma pinça para remover as gazes que haviam sido colocadas na noite passada, retirando o tecido da pele sensível e chamuscada. O insisto de Alice dizia para olhar para qualquer lugar que não fosse aquele, mas não foi capaz de desviar os olhos por um segundo de todo o procedimento.
Alice tentou comparar o estado da pele de agora, com a que estava algumas horas antes, dá última vez em que os curativos foram trocados, e estudou o rosto do Dr. Malfoy, procurando por algum indicativo, sendo ele positivo ou negativo.


“Como ele está?” a pergunta fluiu antes que pudesse deter, vendo a ansiedade aumentar gradativamente quando não conseguia ler a expressão do Dr. Malfoy.
“Você tem que procurar entender que embora Juan, não corra mais riscos de vida, é uma situação crítica. As vezes, procedimentos mágicos não são tão eficazes em algumas situações, por conta disto, alguns de nós, nos empenhamos em estudar a medicina trouxa, e no caso dele, irei seguir muitos procedimentos trouxas aqui, espero que isso não seja um problema.”
“Sou mestiça.” Alice respondeu direta, mesmo sentindo receio de revelar aquilo para um sangue puro sonserino, levando em conta todo seu passado. “Entendo o que está dizendo, então, por favor, seja mais específico.”
“A mão dele está inchada, devido aos líquidos que estão sendo administrados, em razão disto estou um pouco preocupado com o fluxo sanguíneo, mas ainda é muito cedo para concluir qualquer coisa.”
“Ele vai precisar de cirurgia?”
“As queimaduras deixam a pele muito rígida e dura, conforme Juan recebe hidratação, o tecido queimado incha e se torna ainda mais tencionado, produzindo pressão e, se ela continuar aumentando, a circulação da área lesionada pode ser prejudicada, caso isso ocorra, teremos que fazer diversas incisões no local para aliviar a pressão.”
Assentiu, entendo e processando a informação da melhor forma que conseguia.


“No geral estou muito satisfeito com o progresso do seu filho e acredito que estamos na direção certa. Ele é forte, sei disso.”
Alice suspirou resignada, desejando que seu filho não tivesse que ser forte. Desejando que ele estivesse tendo um dia normal, sem hospitais ou acidentes, assistindo TV ou indo à escola trouxa ou ao parque que ele tanto adorava.
“E o rosto dele?”
“Sei que é difícil, mas teremos que esperar. Levará alguns dias até podermos determina o grau dessas queimaduras e, somente quando soubermos, poderemos planejar um plano de ação.”


Alice suspirou, acenando positivamente. Um minuto de silêncio passou, quando ela notou que sua barba platinada havia crescido desde a noite anterior, formando uma sombra sobre seu maxilar e queixo. Ela então se perguntou se ele havia ido para casa na noite anterior, se tinha filhos, uma família lhe esperando... Uma mulher, talvez, sangue puro, aristocrata e elegante...


Por fim, Scorpius disse:
“Por hora, manteremos a pele limpa e coberta e observarmos o progresso de perto.”
“Tudo bem.” Ela respondeu, acenando positivamente mais uma vez naquele dia.
“Você deveria ir pra casa tentar dormi um pouco.” Scorpius sugeriu calmo, tocando seu braço delicadamente.
“Vou ver.” Mentiu novamente, sabendo que seria incapaz daquilo.
Mais tarde naquela noite, Alice estava bem acordada em sua cadeira ao lado de Juan, lembrando-se da noite em que conhecerá o pai do seu filho.


Ela chegou sozinha em um pub movimentando, sabendo que era má ideia, mesmo antes de avistar um moreno misterioso sentando em uma mesa distante, bebendo uma garrafa atrás da outra, com os olhos perdidos e indiferentes ao barulho do local. Decidiu então que precisava se divertir, e que se tivesse alguma chance, sairia dali com ele. E foi exatamente o que fez horas mais tarde, depois de algumas taças de hidromel.
Seu nome era James, mas todos os chamavam de Jay, não havia se preocupado em perguntar seu sobrenome, ou qualquer coisa que pudesse lhe remeter a vida pessoal, ele era bonito, misterioso e descomplicado e aquilo era tudo que importava.
Foi uma única noite, sem compromissos, amor ou intimidade demasiada. Uma noite onde dois estranhos se divertiram e compartilharam momentos, onde resultou a melhor coisa de toda sua vida.


Mesmo meses depois, após descobrir não somente a gravidez, quanto o sobrenome do cara desconhecido, sua vida desmoronou. Tinha todo um futuro pela frente e muitas incertezas e medos para enfrentar, não sabia como lhe daria com um filho sozinha, sendo tão incapaz de ser autossuficiente para si mesma.


Durante quase toda gravidez, lutou bravamente para não sucumbir ao desejo de contar ao pai sobre a criança, porque não queria ser taxada de golpista, ou interesseira... no entanto, no último semestre da gravidez, em uma noite solitária e cheia de dúvidas, decidiu ir até o apartamento em que usará na noite em que ficaram juntos, mas quando a porta se abriu, revelando uma mulher ruiva, de olhos incrivelmente azuis, cheios de paixão e brilho, o rosto branco feito porcelana, perfeito e incrivelmente encantador, lhe dando um sorriso amistoso, enquanto se encaravam brevemente, percebendo uma na outra barrigas de grávida, desistiu.
Não seria responsável por arrancar o sorriso e a felicidade que parecia emanar daquela mulher que parecia incrivelmente delicada.


Desistiu de ter um pai para o seu filho, desistiu de conseguir ajuda, de poder lhe oferecer uma família.
Estavam sozinhos a partir dali, e agora, naquele exato momento, enquanto olhava Juan ressonar tranquilo, com metade do rosto coberto por curativos, perguntou-se, se não deveria ter sido mais egoísta e corajosa naquela noite.
Porque definitivamente ela sentia que precisa de alguém ali, para lhe amparar.
ar.


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Notas finais do capítulo

Pegaram as pistas? Entenderam? Criaram teorias? Ótimo, me contem nos comentários ☺



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