Questões do Coração escrita por Maga Milla


Capítulo 2
Vai Ser Divertido, MAMÃE


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas voltei!!! ☺
Queria agradecer pelos 7 acompanhamentos e pelos dois comentários que recebi...
Obrigada Tamires e Addie vocês foram lindas e os comentários me estimularam bastante RS...


ATENCÃO: Ontem esqueci de avisar que teremos capítulos alternados entre a Rose e a Alice, ok?
Só que nos dá Rose vai ser em primeira pessoa, dá Alice terei que escrever em terceira pq quero abranger muito mais as situações que acontecem ao redor dela, enquanto dá Rose preciso apenas explorar e mostrar todos os sentimentos conflitantes dela, enfim, espero que não haja problemas enquanto a isto.
Ao capítulo e ótima leitura ♡



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ALICE sabia que deveria ter sido firme, que não deveria ter cedido tão facilmente, ela deveria ter dito continuado dizendo não. Merlin sabia o quanto era difícil ser firme com Juan, principalmente quando ele à olhava com aqueles olhos verdes cintilantes de forma profunda e perturbadora, fazendo-a lembrar-se de como seu pai sempre conseguia as coisas dela, exatamente da mesma forma. Juan havia feito de tudo para conseguir o que queria, incluindo apelar para o peso na consciência com a frase “Mas eu não tenho um papai... todo mundo tem um pai.” Mas, mesmo assim, quando não conseguiu nada, convocou o apoio de sua tia Diana, a pessoa mais convincente que Alice conhecia no mundo. Sua irmã simplesmente conseguia fazer qualquer pessoa mudar de ideia com sua insistência descabida e determinante.

“Alice, por favor, deixe o menino se divertir um pouco.” Ela disse, poucos minutos depois de ter chegado para o jantar.

Alice bufou, contrariada, mandado Diana se calar, apontando para sua sala de estar, onde Juan assistia um dos seus desenhos favoritos na TV. Diana riu, balançando a cabeça repetindo à mesma frase, com as mesmas palavras, mas desta vez com sussurros exagerados, enquanto Alice argumentava que era cedo demais para uma criança de 5 anos dormir na casa de um amigo, principalmente no quintal nas noites frias de Londres, acampando. Alice estava acostumada a bater boca com sua irmã, já que Diana lhe acusava constantemente de ser superprotetora e rígida demais com Juan.

“Claro.” Disse Diana, zombando da irmã mais nova. “Ouvi dizer que o tio Voldy voltou dos mortos pela terceira vez.”

“Hahaha muito engraçado Diana.” Respondeu de má vontade, explicando que não conhecia à família do garoto o suficiente, e que, do pouco que conhecia, não gostava muito.

“Deixe-me adivinhar, eles são sangue puros...podres de ricos?” Diana caçoou, sentando-se no balcão da cozinha conjugada de Alice.

“É.” Alice suspirou pela milionésima vez. “Não quero Juan envolvido com esse tipo de gente, você sabe bem o porque.”
Diana assentiu, encolhendo os ombros lembrando-se dos motivos que sua irmã tinha para manter-se longe de sangue puros preconceituosos.

Alice e Diana eram mestiça, sua mãe era bruxa e havia se apaixonado por um trouxa, quando seus avós maternos descobriram, resolveram desertar a filha e a abandoná-la à sua própria sorte com o namorado trouxa, aquela altura ela já estava grávida de Diana e, resolveu casar-se com o homem. Acontece que seu pai não era o homem mas carinhoso do mundo e com o problema com bebidas alcoólicas pioraram tudo, sua mãe depois de apanhar de seu pai e quase morrer e perde-la ainda grávida, resolveu se humilhar para seus pais, foi ai, que depois de Alice nasceu e cresceu, percebeu o quanto seus avós lhe odiavam pelo sangue mestiço que corriam em suas veias, quando menina e também em boa parte de sua adolescência tentou de todas as maneira mostrar que aquilo não influenciava em nada sua capacidade e sofreu todas as vezes com a indiferença deles, infelizmente tudo piorou quando em Hogwarts ela se apaixonara por um sonserino puro sangue e preconceituoso que lhe fizera sofrer todos os tipos de humilhações possíveis, ao descobrir o que ela sentia.
Com todas as situações que ela passará desde criança e na adolescência, acabara se tornando uma pessoa insegura, infeliz e pouco sociável.

Ao contrário de sua irmã que sempre fora indiferente à pessoas como Leonardo Zabine e outros sonserinos típicos. Diana e Alice eram como água e vinho, completamente diferentes. Enquanto Alice passava os fins de semanas trancada em seu dormitório, estudando para o futuro brilhante que sonhava, Diana ocupava-se com garotos, cerveja amanteigada e quadribol. Durante toda sua vida Alice vivera sobre a sombra da irmã popular, e assim permaneceram durante toda infância e adolescência até se formarem em Hogwarts.

Agora, anos depois, Diana continua desinibida como sempre foi, pulando de um hobby ou emprego para o outro, absolutamente confortável com sua vida, principalmente depois que separou-se três anos atrás. Como sempre foi má aluna: acabou sempre trabalhando em bares e bistrôs, conquistando à todos os clientes e fazendo amizades verdadeiras, como sempre.

Enquanto isso, Alice continuou insegura e descolada à maior parte do tempo, apesar de ser uma pessoa completamente diferente da adolescente que fora no passado, com poucos amigos, ou quase nenhum, sua vida social se resumia em reuniões de pais e jantares na casa de Diana, e assim Alice manteve-se segura até agora.
No entanto, não poderia fazer com que Juan se afastasse de seus amiguinhos por conta da sua própria fobia social, por isso, dois dias depois, segurando o convite simples, discou o número de April, confirmando à presença de Juan no aniversário de Jason.

“Vai ser divertido mamãe.” Essas foram as últimas palavras que Juan havia lhe dito naquela noite, três horas mais cedo. Vai ser divertido, e não acidente, ambulância, hospital, medi-bruxos ou qualquer uma das palavras que ouviu April dizer, as mesmas que ainda não conseguia processar completamente. Ela não conseguiu nem repetir as palavras em voz alta quando avisou Diana.
“E o Juan, venha logo...St Magnus.”

Perguntou-se novamente porque não manteve-se firme em dizer não, ela deveria saber...Deveria ter seguido seus instintos. Era isso que ela pensava enquanto chegava ao hospital, e seguia as placas até o pronto-socorro.

A noite tornou-se confusa à partir dali, um conjunto de momentos tensos e desconexos que lhe tiravam o fôlego. Mais tarde ela se lembraria de como havia encontrado Diana com o rosto pálido, na recepção preenchendo documentos, enquanto outra pessoa lhe guiava pelos corredores com cheiro de álcool até uma unidade para queimados da UTI Pediátrica. Ela também se lembraria da expressão de culpa de April enquanto tentava explicar a sua irmã o que havia acontecido e, pior ainda, lembrar-se-ia da imagem assustadora quando viu o pequeno corpo de Juan, imóvel, sedado e entubado, dos seus lábios roxos, do pijama de aviões cortado e queimado, e das ataduras brancas cobrindo sua mão direita e o lado esquerdo de seu rosto. Recordaria dos barulhos do aparelhos ligados ao corpo miúdo do seu filho, e das enfermeiras frias que entravam constantemente no quarto.

Lembraria do seu apelo desesperado a Merlin, ou qualquer um que estivesse ouvindo suas preces, enquanto segurava à mão frágil do seu filho enquanto esperava por informações. Mas, principalmente, se lembraria do homem que chegou para examinar Juan no que parecia ser o meio da noite, depois do seu maior medo ter sido dissipado. Como ele descobria delicadamente o rosto de seu filho, expondo a pele queimada sob as ataduras. De como ele a levou até o corredor, onde se voltou para ela e começou a falar.

“Sou o Dr. Malfoy, Scorpius Malfoy.” Disse com a voz rouca e profunda. “Sou um dos melhores cirurgiões plásticos pediátricos do mundo, formando em medicina trouxa também.” Alice olhou em seus olhos acinzentados e suspirou, enquanto convencia a si mesma que não mandaram um cirurgião plástico se a vida do seu filho ainda corresse riscos.

E então depois de olhar nos olhos do médico, pensou pela primeira vez em como a vida do seu filho havia mudado para sempre. Ele ficaria marcado pelo resto da sua vida.
Sentindo-se determinada à proteger seu filho de qualquer preconceito e da dor que era ser rejeitado pela socidade, ela se ouviu perguntar ao Dr. Malfoy se ele poderia corrigir o rosto do seu filho, se poderia deixa-lo lindo como era antes.

“Farei tudo que puder pelo seu filho, você sabe que infelizmente até à magia e limitada, as vezes.” Disse. “Mas quero que se lembre de uma coisa. Pode ser?”

Concordou, esperando por qualquer coisa.

“Seu filho é lindo.” Ele disse seguro. “Ele é lindo agora.” Ela concordou novamente, acreditando e confiando no médico em sua frente. E só então, pela primeira vez em muito tempo, as lágrimas rolaram de seus olhos, expelindo todo o medo que estava lhe sufocando.


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Notas finais do capítulo

Preciso que vocês entendam que Alice e tão importante aqui, quanto Rose e Scorpius e, que embora, vocês possam vir a odia-lá ela e tão humana quando qualquer pessoa do mundo.
Mantenham isso em mente sempre quando lerem e amem tbm. ;)
Vejo vocês nós comentários. ;)



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