Naquele dia iriam fazer a ultrassom que poria fim as especulações sobre o novo bebê da família. Depois do farto café da manhã que Grissom preparara, o casal saiu rumo a clínica em busca de novidades.

Chegando lá, Sara se apresentou no balcão da recepcionista que lhe informou que, depois de mais duas pacientes, seria a vez dela. Enquanto esperavam para entrarem, os novos papais conversavam, animados sobre as expectativas do futuro deles.

— O que você acha? Um menino? Uma menina? - Ela perguntou.

— Quem sabe os dois?

— Está maluco, Gil! Dois de uma vez? - Ela o repreendeu em pensar no assunto. - E.. nem seria possível, amor.. minha barriga não comporta dois humaninhos.. pode parar por aí.

Uma senhora, que estava acompanhando a neta, sentada bem próxima dos dois, reparou o assunto e, de repente, começou uma curta conversa:

— Pais de primeira viagem?

Os dois se entreolharam e sorriram. Era mesmo tão evidente?

— Sim. - Sara respondeu.

— Muitos não acreditam, mas pelo formato da sua barriga eu diria que é uma bela mocinha que estão esperando.

Será? Será mesmo que era uma menininha que estava se formando no ventre de Sara? Claro que seria muito bem vinda, mas.. como que aquela senhora tão simpática saberia disso com tanta certeza apenas pelo formato da sua barriga?

Eram cientistas, sempre acreditaram nas provas e no que elas diziam, portanto só acreditariam vendo o exame, mas guardariam a informação daquela senhora.

Agradeceram e logo foram chamados para a sala da obstetra. Chegando lá, Sara foi encaminhada para uma sala ao lado onde se preparou para a ultrassom. Juntou-se ao seu noivo, que sorriu ao vê-la com aquela bata de hospital, deitou-se na maca e, antes dos procedimentos já conhecidos, pediu um favor à médica.

— Será que podia não nos dizer o sexo e.. guardar o resultado num envelope? Queremos descobrir juntos com os nossos familiares. - Sara pediu.

— Claro que sim. Na verdade isso é bem comum por aqui.

Agradeceram e voltaram as atenções ao pequeno monitor escurecido, que logo ganhava cores esbranquiçadas formando um esboço do fruto do amor entre os CSI's na sala. Foram informados que tudo estava bem com o bebê, que crescia forte e, em outro momento, ouviram, emocionados, o bater do pequeno coração que o ventre de Sara abrigava.

Ao acabar a consulta, pegaram o envelope, resistindo a tentação de abri-lo e conforme combinaram, pararam numa confeitaria, fizeram um pedido especial e combinaram de pegar em duas horas.

Chegaram em casa, fizeram um almoço simples e logo estavam juntinhos no sofá, agora mais apertado para a família. Ligaram para os amigos e confirmaram a pequena confraternização. Dormiram juntos e só acordaram perto do horário de irem para o laboratório.

Antes de chegarem ao grande prédio tão conhecido por ambos, passaram na confeitaria e pegaram o pedido. Um lindo bolo branco, dois andares pequenos, só sabendo qual o recheio quando cortado.

Quase todos do laboratório estavam reunidos na pequena sala de convivência, desde a Judy até os queridos doutores do necrotério. Até mesmo o Eckley deu o ar da graça, dessa vez sem nenhuma rixa com os outros.

Com a chegada dos mais queridos pais do laboratório os ar se tornou mais alegre. Com a surpresa do bolo e o mistério envolvido nele o clima ficou característico do laboratório.

Sara e Grissom seguraram a espátula e, juntos, como sempre estiveram desde o anunciamento da gravidez, e finalmente colocaram fim no mistério. Chegara a hora. 

Uma menina? Ou um menino?